Por meio da edição desta quinta-feira (05) do Diário Oficial de Campo Grande, a prefeitura municipal tornou pública a contratação de uma "velha conhecida" da administração pública, para tocar as obras de quase R$ 19,5 milhões do bairro Jardim Noroeste.
Com o bairro esperando por obras de infraestrutura no geral há tempos, vale lembrar que essa licitação em fim de mandato foi aberta ainda em 16 de agosto, oferecendo cerca de R$ 20,3 milhões em busca de serviços de pavimentação e drenagem.
Pelo valor total de R$ 19.494.466,86, quem saiu vencedora dessa concorrência foi a "DMP Construções Ltda.", conforme homologação que consta na edição desta quinta-feira (05) do Diogrande, cerca de R$ 814.537,63 mais barato que o previsto.
Como já abordado anteriormente pelo Correio do Estado, o lote dois compreende 21 vias que, hoje, sua ruas sem asfalto e as que possuem calçada - segundo registros de 2024 do Memorial Descritivo da obra - são de notória iniciativa própria de moradores.
Isso porque, reféns da chuva e do desnível das ruas no Jardim Noroeste, moradores denunciam abandono das vias e até pontos de ônibus locais há tempos, se mostrando cansados de lidar com crateras e alagamentos que destroem de alimentos a roupas.
Vale apontar que entre as 21 vias previstas estão:
- Rua Martim de Sá
- Av. Marechal Mallet (LE)
- Av. Marechal Mallet (LD)
- Rua Ataulfo Paiva
- Rua Vaz de Caminha
- Rua Jordão
- Rua Ferreira Viana
- Rua Aqueluz
- Rua Vassoura
- Rua Nazaré
- Rua Barbacena
- Rua Corinto
- Rua Dois Irmãos
- Rua Pinhal
- Rua Custódio de Mello
- Rua Panamá
- Rua Panamá 01
- Rua das Perdizes
- Rua do Bananal
- Rua Adventor Divino de Almeida
- Rua Andrade Neves
"Velha conhecida"
Campo-grandenses de longa data, diante da divulgação, devem associar que o nome DMP Construções não soa estranho, isso porque a empresa pode ser considerada uma "velha conhecida da administração pública local".
Ainda em fevereiro de 2020, por exemplo, a empreiteira saiu vencedora da licitação para pavimentar as ruas Três Marias e Marechal Câmara, no Jardim Seminário.
Em 9 de março daquele ano a licitação foi homologada, prevendo investimento de R$ 6.818.922,06, para:
- 1,8 km de drenagem,
- 3,2 km de pavimentação e
- 2,5 km de recapeamento
- Bem como as calçadas e sinalização
Importante pontuar que, nessa altura do campeonato, a DMP assumiu uma obra que tinha sido iniciada em meados de 2014 e foi suspensa com 40% do total concluída durante a gestão do então prefeito Alcides Bernal.
Mas a alcunha de "velha conhecida" fica por conta do fato de que a DMP, bem como outas empresas como a Proteco e LD Construções, fazem parte do grupo Amorim, que carrega o nome de João Krampe dos Santos, que já foi considerado o "empreiteiro que mais vence concorrências públicas em Mato Grosso do Sul".
Segundo apurado pela equipe do Correio do Estado ao fechar das cortinas de 2014, só dos cofres da Prefeitura, 60,9% do que era pago mensalmente com tapa-buraco, roçada, limpeza de avenidas, entre outros serviços, iam para o grupo.
O estimado é que as empresas que integravam esse "guarda-chuva" ficavam com aproximadamente R$ 13 milhões ao mês, dos R$ 21 mi que o Executivo Municipal gastava mensalmente com os serviços há cerca de 10 anos.