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Padrasto alertou: "Sua vida vai ficar pior comigo, mas você não acreditou"

Correio do Estado teve acesso aos diálogos entre Christian e Stephanie sobre as agressões cometidas contra menina de apenas 2 anos

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Nos desdobramentos do caso da menina Sophia Ocampo, de 2 anos e 7 meses, morta após ser agredida pela mãe, Stephanie de Jesus da Silva, de 25 anos, e pelo padrasto, Christian Campoçano Leitheim, de 24 anos, o Correio do Estado teve acesso a documentos que contêm conversas do casal, incluindo uma mensagem em que ele fala que a vida dela ficaria pior com ele. 

No diálogo que aconteceu no dia da morte de Sophia, por meio de um aplicativo de mensagens, Christian e Stephanie discutiam o que diriam para justificar o falecimento da criança. 

Christian afirma para Stephanie que ele não tinha condições de cuidar das crianças e tiraria a própria vida, pois havia avisado que um dia eles dariam azar e que a companheira perderia todas as coisas dela. 

“Eu não tenho condições de cuidar de filhos. [...] Eu te avisei que sua vida ia ficar pior comigo, mas você não acreditou”, disse Leitheim à mãe de Sophia. 

Na mesma conversa, o homem ainda diz que vai tirar a própria vida quando Stephanie o informa que Sophia está morta. As mensagens foram trocadas quando a mãe da menina estava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino, onde a criança já chegou sem vida. 

“Tô saindo. Não vou levar o celular e nem identidade para, quando me acharem, demorar para reconhecer ainda. Desculpa, Stephanie, vou sair da sua vida”, afirmou em uma das mensagens trocadas com a namorada. 

Ainda de acordo com o documento a que o Correio do Estado teve acesso, logo após dar a notícia da morte da criança, Stephanie conta que exames constataram que Sophia tinha sido estuprada. Esse fato foi relatado pela mãe à polícia quando prestou os primeiros esclarecimentos e confirmado por meio de laudo necroscópico.

“Disseram que ela foi estuprada”, disse Stephanie, ao que Christian respondeu: “Nunca. Isso é porque não sabem o que aconteceu com ela e querem culpar alguém. Sei que você não vai acreditar em mim”. 

O padrasto completou: “Se você achar que é verdade, pode me mandar preso, pode fazer o que quiser”. 

Durante o diálogo, ele ainda deixa a entender que não teria sido a primeira vez que Sophia havia sofrido algum tipo de agressão, já que ele disse para a mãe “inventar qualquer coisa” que justificasse os hematomas.

“Fala que se machucou no escorregador do parquinho, igual da outra vez”, sugeriu. 

HISTÓRICO

Outro diálogo a que o Correio do Estado teve acesso, desta vez entre a mãe de Stephanie e Jean Carlos Ocampo, pai de Sophia, mostra que o comportamento agressivo de Christian já era notado por todos que conviviam com o casal. 

De acordo com a avó materna de Sophia, a responsabilidade de cuidar das três crianças que viviam com o casal – Sophia, o filho de Christian, de 6 anos, e mais um bebê de poucos meses, fruto da relação do casal – era de Christian, mas ele era omisso e agredia as crianças como “forma de educar”. 

“Ela não tem capacidade de cuidar das crianças, e ainda está vindo outro”, afirmou a avó de Sophia em janeiro do ano passado, sobre a preocupação com os netos, já que Stephanie à época estava grávida. 

A responsabilidade de Christian na criação dos filhos foi confirmada pela advogada Janice Andrade, que representa o pai de Sophia. Andrade afirma que, enquanto estavam aos cuidados do acusado, as crianças mal eram alimentadas.

Ainda de acordo com a advogada, Sophia já havia tido quadros de desnutrição e desidratação por negligência do casal. 

AGRESSÕES RECORRENTES

O caráter violento de Christian também pôde ser observado em outros diálogos, aos quais o Correio do Estado também teve acesso. 

No dia 16 de novembro, quando Sophia deu entrada em uma unidade de saúde com um quadro de vômito e dor abdominal, segundo o prontuário médico, Christian mandou uma mensagem para Stephanie dizendo que deu uma surra na criança porque ela não quis comer e havia urinado na roupa duas vezes. 

“[...] Dei uma surra na Sophia, só para informar, já que ela não quis comer e mijou duas vezes na roupa”, escreveu na mensagem de texto. 

Nesse dia, a vítima foi levada para o UPA Coronel Antonino e, de acordo com mais uma mensagem de Christian, a criança estava com um machucado na cabeça e também com a boca sangrando. Contudo, no prontuário foi registrado apenas a crise de vômito e a dor abdominal que a menina estava sentindo. 

Em outra conversa, no dia 26 de janeiro de 2022, Stephanie diz que a criança está com a cabeça sangrando, e, por sua vez, o padrasto já se justifica dizendo que deu “um cascudo nela, mas foi no miolo”.

Ainda em entrevista ao Correio do Estado, Janice afirmou que acredita que as sucessivas agressões aconteciam justamente porque o casal tinha certeza da impunidade, já que todas as vezes em que Sophia deu entrada em unidades de saúde com sinais de agressões, Stephanie sempre justificava dizendo que a menina tinha se machucado sozinha e nunca era questionada sobre nada. 

Ainda de acordo com a mãe de Stephanie, Christian tinha um comportamento recluso e não falava com ninguém que ia à residência do casal, fazendo com que sua filha também mudasse de comportamento e afastasse Sophia dela e da avó paterna.

RÉUS

Nesta sexta-feira, a Justiça de Mato Grosso do Sul aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul contra Stephanie e Christian, tornando-os réus por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, contra menor de 14 anos e meio cruel. 

Por sua vez, Christian também responderá por estupro de vulnerável, fato que foi confirmado pela mãe e por um laudo necroscópico. 

Já Stephanie também foi denunciada por homicídio doloso por omissão, já que só encaminhou a menina à UPA Coronel Antonino aproximadamente sete horas após a morte. (Colaborou Bianka Macário)


 

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TRANSPORTE COLETIVO

Campo Grande: motoristas retomam negociação, mas risco de paralisação permanece

Categoria espera sucesso em mais uma rodada de negociação nesta segunda; ameaça de paralisação se mantém para esta semana

24/11/2024 15h40

Motoristas do Consórcio Guaicurus  haviam programado uma paralisação nos serviços durante toda a segunda-feira (25).

Motoristas do Consórcio Guaicurus haviam programado uma paralisação nos serviços durante toda a segunda-feira (25). Foto: Gerson Oliveira

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Após adiarem a paralisação anteriormente marcada para ocorrer na próxima segunda-feira (25), os motoristas de ônibus de Campo Grande devem retomar as negociações com o Consórcio Guaicurus a partir de amanhã. No entanto, sem um reajuste salarial, a possibilidade de uma greve não é descartada entre a classe.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano (STTCU), Demétrio Ferreira, a expectativa dos motoristas é que as negociações com a concessionária tenham finalmente uma definição nesta segunda-feira (25). Contudo, segundo o presidente, o acordo só deve ser firmado caso todas reivindicações iniciais sejam cumpridas. 

“Esperamos que amanhã tenha uma definição. Caso não tenha um acordo, durante a semana com certeza devemos fazer a paralisação. As reivindicações são as mesmas, reajuste salarial e benefícios. Não mudou nada”, explicou Demétrio ao Correio do Estado

Anteriormente, o sindicato havia recuado sobre a possibilidade de uma paralisação devido à retomada das negociações com a empresa. Além disso, uma solicitação do Hemosul para adiarem a  greve também foi levada em consideração pelos motoristas.

Paralisação 

No dia 21 de novembro, uma quinta-feira, os motoristas do Consórcio Guaicurus programaram uma paralisação nos serviços durante toda a segunda-feira, dia 25 de novembro. 

Sem reajuste salarial, a cada ano, a renovação do contrato entre os motoristas de ônibus de Campo Grande e o Consórcio Guaicurus se torna um ponto central nas discussões sobre o transporte público da capital.

Atualmente, cerca de 1.100 profissionais reivindicam um reajuste salarial de 8%, sob justificativa de que a inflação tem ‘corroído’ seus ganhos, atualmente fixados em R$ 2.749,00. Além disso, a categoria busca um aumento no valor do ticket alimentação, que hoje é de R$ 250,00, para R$ 350,00.

Em contrapartida, o Consórcio Guaicurus, por sua vez, argumenta que a proposta apresentada, com um reajuste de 4% e outros benefícios, já é satisfatória, em razão do cenário econômico atual e das dificuldades enfrentadas pelo setor.

Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), Willian Alves, desde o dia 25 de outubro está encerrada a data base da categoria e não houve indicativo de aumento.

Quais são os benefícios?

  • Vale gás mensal, já que hoje o benefício é ofertado mês sim, mês não;
  • Aumento de R$ 100 no vale alimentação, que iria de R$ 250 para R$ 350;
  • Reajuste de 2% na Participação nos Lucros, que atualmente é de 9% ao mês, acumulada em seis meses;
  • e ampliação na cobertura da assistência à saúde.
     

Reajuste

Devido ao desequilíbrio econômico alegado pela empresa, as contas do Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte público de Campo Grande, passam por uma perícia desde outubro. O objetivo da análise é avaliar a necessidade de reajuste na tarifa do ônibus , fixada atualmente em R$ 4,75. O consórcio, no entanto, solicita um aumento para R$ 7,79. 

No entanto, o processo de reajuste, que se arrasta desde o ano passado, foi suspenso em agosto deste ano pelo o juiz Marcelo Andrade Campos Silva, da 4ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, que decidiu suspender a revisão do contrato de concessão e o reajuste da tarifa até que a perícia fosse realizada.

Colaborou Daiany Albuquerque*

 

Investigação

Homem morre esfaqueado após discussão em posto de combustível

O autor do crime foi descoberto e, até o momento, não foi encontrado. Ele foi identificado pela polícia por meio das câmeras de segurança do local, que registraram a discussão seguida da morte

24/11/2024 14h30

Delegacia de Polícia Civil de MS

Delegacia de Polícia Civil de MS Divulgação/ PCMS

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Elton Jaqson Ferreira Lopes, de 27 anos, foi morto às facadas na madrugada deste domingo (24), na varanda de um posto de combustível em Eldorado, a 441 quilômetros de Campo Grande. O autor do crime foi descoberto e está sendo procurado pela polícia.

Conforme o boletim de ocorrência, a vítima estava em um posto de combustível quando foi encontrada com o suspeito no pátio do estabelecimento.

Ainda conforme relatos de testemunhas no boletim de ocorrência, o suspeito foi encaminhado por Elton e iniciou uma discussão ríspida entre os dois. Durante a briga, o autor, armado com uma faca, desferiu vários golpes contra a vítima, que morreu no local. Após cometer o crime, o suspeito fugiu do estabelecimento.

Equipes da Polícia Civil foram acionadas e, durante as investigações, tiveram acesso a imagens das câmeras de segurança, nas quais o autor foi identificado como José Carlos Lopes da Cruz, de 34 anos.

Com as informações em mãos, os policiais se dirigiram aos endereços relacionados ao suspeito, mas não o encontraram. No imóvel, os agentes da Polícia Civil encontraram fotos do autor que correspondiam às imagens identificadas pelas câmeras de segurança.

Conforme informações da Perícia Técnica, a vítima foi esfaqueada no peito, na mão e nas costas, totalizando cinco facadas.

O caso foi registrado na delegacia do município, e as investigações foram iniciadas na busca pelo paradeiro do suspeito, que segue foragido.

 

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