Cidades

HOMÍLIA POLÍTICA

Padre bolsonarista é criticado na Assembleia Legislativa por discurso de ódio

Sacerdote da Capela Sagrada Família de Nazaré chamou ministro do STF, Alexandre de Moraes, de "cabeça de ovo", dizendo que o País vive sob ditadura do Judiciário, e que "católico que vota no PT é comunista e vai para o inferno"

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Durante sessão ordinária da Assembleia Legislativa em Mato Grosso do Sul, nesta quinta-feira (11), deputados criticaram o discurso de ódio proferido por um padre da Paróquia Cristo Bom Pastor, que ofendeu ministro do Supremo Tribunal Federal; o presidente do País e disse que "católico que vota no PT é comunista e vai para o inferno".

Conforme denúncia encaminhada à bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), o fato aconteceu durante missa do último domingo (07 de julho), na Capela Sagrada Família de Nazaré, que integra a paróquia Cristo Bom Pastor. 

Durante fala no parlamento estadual, o deputado Pedro Kemp (PT) apontou que já esteve em misse com o sacerdote, Padre José Alcione, e presenciou falas "de forma irresponsável", dizendo que a missa foi usada para "fazer política baixa". 

Falas do padre

"Primeiro que atacou uma autoridade do STF, ministro Alexandre de Moraes, chamando de cabeça de ovo; depois se referiu ao presidente Lula como 'aquele de 9 dedos' de forma discriminatória e disse que católico que vota no PT é comunista e que vai para o inferno", relatou o deputado com base na denúncia encaminhada. 

Kemp cobrou medidas administrativas do Arcebispo da Arquidiocese de Campo Grande, Dom Dimas Barbosa, alegando que, diante da recusa, os ministérios públicos do Estado e Eleitoral (MPMS e MPE).

Em complemento, o correligionário de Pedro Kemp, Zeca do PT, apontou que recebeu a mesma carta e também espera providências do bispo, porém, afirmou que tem dúvida de tal ação "em função do corporativismo", frisando que encaminha também a denúncia para o Ministério Público e ao gabinete do ministro no Supremo. 

"Entre outras coisas, disse esse idiota do padre que o Brasil vive sobre uma ditadura comandada pelo poder judiciário'; que católico que vota no PT é comunista e que vão para o inferno Como tenho contato com o gabinete do ministro Alexandre de Moraes estou encaminhando para ele, para que se tenha uma resposta a tamanha idiotice desse cara que se intitula padre, mas não é coisa nenhuma, é cabo eleitoral do Bolsonaro dentro da igreja", discursou Zeca no parlamento.  

Católico que inclusive participava das liturgias das missas, Pedro Kemp lembrou de outras celebrações do Padre José Alcione, afirmando que "ele realmente faz politicagem durante o sermão".

"Pelo visto é de extrema-direita, e não tem nada de cristão padre que usa o púlpito da igreja para fazer proselitismo político. Está atacando o Partido dos Trabalhadores; o Lula, ao invés de pregar o evangelho. Ele está criando um clima de ódio entre cristãos, colocando os fiéis dele contra o PT; o presidente e o ministro do STF", alegou Kemp. 

O deputador afirmou que a bancada não irá admitir "padre, bispo ou pastor fazendo política suja dentro da igreja", ele revelou que a rejeição pelo discurso de Alcione não é novidade com essa denúncia mais recente. 

"Esse padre já foi transferido da paróquia do bairro Tiradentes e agora está lá no conjunto União. Foi transferido porque os fiéis não aguentavam mais escutar a politicagem dele durante a missa. Agora foi para outra comunidade e está fazendo o mesmo", disse.

Bíblia para o ódio

Kemp que pediu providências do bispo, alegando que o Ministério Público irá tomar atitudes para que Alcione "se coloque no lugar de padre", apontou o mesmo que indica o teor da denúncia, que o sacerdote tem buscado induzir fiéis para uma orientação política durante a celebração litúrgica. 

Segundo consta no documento enviado à bancada por aqueles que se sentiram incomodados, os argumentos citados pelos deputados veio após uma primeira leitura em Ezequiel, dos versículos dois a cinco do segundo capítulo deste livro do antigo testamento, que diz: 

"2| Então entrou em mim o Espírito, quando ele falava comigo, e me pôs em pé, e ouvi o que me falava.
3| E disse-me: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se rebelaram contra mim; eles e seus pais transgrediram contra mim até este mesmo dia.
4| E os filhos são de semblante duro, e obstinados de coração; eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o Senhor DEUS.
5| E eles, quer ouçam quer deixem de ouvir (porque eles são casa rebelde), hão de saber, contudo, que esteve no meio deles um profeta",
expõe o texto bíblico.

Diante disso, o Padre teria começado a fala em que chama o ministro de "cabeça de ovo" e o presidente, de maneira maldosa, de nove dedos, afirmando que "o profeta deve dizer aquilo que o povo não gosta de ouvir". 

Entre as falas, como aponta a denúncia, o sacerdote ainda teria mentido em púlpito que "a herança das pessoas falecidas irá para o Governo e não seus dependentes", seguindo de discriminações contra grupo de pessoas alegando que eleitores do PT são comunistas e, portanto, "vão para o inferno".

A equipe de reportagem tentou contato com o padre José Alcione, porém, até o fechamento da notícia não foi obtido retorno, sendo que o espaço segue aberto para posicionamento do sacerdote. 

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TEMPO

Capital amanhece nublada e com chuvas que se estendem por todo Estado

Inmet registrou somente pela manhã mais de 140 milímetros de chuva apenas em Campo Grande

16/12/2025 11h03

Campo Grande amanhece nublada e chuvosa, previsão indica que semana seguirá da mesma forma

Campo Grande amanhece nublada e chuvosa, previsão indica que semana seguirá da mesma forma Gerson Oliveira

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Em meio ao clima natalino, greves e paralisações, Mato Grosso do Sul a 5 dias para o verão enfrenta grandes volumes de chuvas e trovoadas. Na manhã desta terça-feira (16), na Capital já foram registrados mais de 140 milímetros desde o início da manhã.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Campo Grande registra chuva desde às 4h, com 147,8 milímetros até o momento. Na região da estação Santa Luzia foram 52 milímetros, já no Universitário foram registrados até agora 39,6 milímetros, e 56,2 milímetros na região do Panamá.

Ainda de acordo com o Inmet, na região do Anhanduizinho não houve registros de chuva nessa manhã, até o momento de publicação da matéria.

A previsão, de acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec/MS), é que a chuva não pare ao longo do dia e nem durante a semana.

Interior

Pelo Estado, as cidades do interior também registraram números expressivos de volume de chuva durante a última segunda-feira (15). Na região sudoeste, Guia Lopes da Laguna registrou 84,8 milímetros, Maracaju com 60,2 milímetros e Rio Brilhante que registrou 20,4mm com ventos a 54,8 km/h.

Na região Leste, Bataguassu também registrou ventos fortes, que chegaram a 55,1 km/h, com 31 milímetros de chuva. Em Dourados, na região Sul, foram registrados 30,2 milímetros e em Paranhos, faixa de fronteira e região Cone-Sul, também cena de estragos noticiado pelo Correio do Estado nos últimos dias, registrou ontem 36,5 milímetros.

Anteriormente, a cidade chegou a registrar 181 milímetros em apenas 14h, e deixou ponte caída, além de ruas interditadas por alagamento.

Apenas na região pantaneira, desde o início do dia de hoje, já foram registrados 101,6 milímetros de chuva em Corumbá.

Previsão

Segundo o mapa do Inmet, hoje as condições de chuva perduram ao longo da tarde e também durante a noite por todo o Estado.

Para a tarde, a chuva continua em todo o estado. Na parte de cima, na região Pantaneira, além de Campo Grande e regiões Centro-Norte, Norte e Bolsão, as condições são de muitas nuvens, com pancadas de chuvas e trovoadas isoladas. O restante segue com tempo fechado e chuvas isoladas.

Já à noite, as condições se mantêm as mesmas na região Norte e Centro-Norte, em Campo Grande, e chega também o tempo fechado com pancadas de chuvas e trovoadas isoladas nas regiões do Bolsão, Leste, Grande Dourados e Cone-Sul. O restante segue com chuvas isoladas e tempo fechado.

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CAMPO GRANDE

Fercomércio lamenta prejuízo e culpa Consórcio e Prefeitura por greve de ônibus

Com transporte coletivo servindo mais de 100 mil passageiros por dia, impactos são imediatos e abrangentes, indo além de afetar inclusive milhares de funcionários impedidos de chegar aos seus locais de trabalho

16/12/2025 10h10

greve do transporte coletivo na Cidade Morena, que entra em seu segundo dia nesta terça-feira (16), já é a maior das últimas três décadas,

greve do transporte coletivo na Cidade Morena, que entra em seu segundo dia nesta terça-feira (16), já é a maior das últimas três décadas, Marcelo Victor/Correio do Estado

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Diante de um cenário de greve em Campo Grande, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul emitiu uma nota nesta terça-feira (16) em que lamenta o prejuízo, alegando que a falta de ônibus afeta a população de inúmeras formas, e colocando a culpa dessa paralisação sobre o Consórcio Guaicurus e a Prefeitura da Capital. 

Essa greve do transporte coletivo na Cidade Morena, que entra em seu segundo dia nesta terça-feira (16), já é a maior das últimas três décadas, desde que os ônibus ficaram parados por três dias em 1994, sendo que a atual paralisação reivindica: 

  • Pagamento do 5º dia útil, que deveria ter sido depositado em 5 de dezembro – foi depositado apenas 50% - está atrasado
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

Em nota, a Fecomércio chama atenção para os reflexos da paralisação em pleno período que antecede as celebrações de fim de ano, bem pontuada como a época anual de maior movimentação econômica, em um cenário classificado como "de grave crise" e com prejuízos que se alastram por toda a comunidade. 

Para a Federação, uma vez que o transporte coletivo de Campo Grande serve um número acima de 100 mil passageiros por dia, os impactos são imediatos e abrangentes, indo além de afetar inclusive milhares de funcionários impedidos de chegar aos seus locais de trabalho. 

"Resultando em faltas, redução da produtividade e perdas salariais. Para muitos, a ausência de ônibus significa a impossibilidade de manter o emprego, afetando o sustento de suas famílias", cita.

Além disso, o texto não deixa de destacar o quanto o período que antecede o Natal é crucial para o comércio de Campo Grande, com a própria dificuldade no deslocamento em si sendo responsável por derrubar o fluxo de possíveis consumidores. 

Para a Fecomércio, a falta de ônibus na Cidade Morena impacta ainda o custo de vida diante do "aumento exorbitante nos preços das corridas por aplicativos e táxis", que aumentam os gastos não somente para quem vai às compras, mas para qualquer família que necessite de deslocamento para atendimento em postos de saúde e hospitais, por exemplo. 

Culpa de quem? 

Em complemento, o texto que mede os impactos da greve lista ainda o que a Fecomércio-MS cita como atores responsáveis por levar ao colapso do sistema por não cumprirem com seus deveres. 

Segundo a Federação, o Consórcio Guaicurus por um lado atribui parte de seus problemas à falta de repasses da Prefeitura de Campo Grande, o que faz a concessionária passar por uma crise financeira e dificuldades em obter crédito 

"No entanto, o atraso sistemático no pagamento dos trabalhadores, em um serviço público essencial, demonstra uma falha grave de gestão e compromisso", diz o texto. 

Para a Fecomercio, o segundo responsável seria justamente o poder concedente, nesse caso quem é responsável pelo município: a Prefeitura, que afirma estar em dia com os repasses e critica a falta de comunicação formal sobre a greve. 

"Contudo, a crise do transporte coletivo não é um evento isolado, e a omissão na fiscalização rigorosa do contrato de concessão, ou na busca por soluções preventivas para problemas administrativos alertados na Câmara Municipal, torna o poder público co-responsável pelo caos instalado". 

Por fim, a Federação lembra o atual momento "sensível para a economia e para a vida social da Capital", dizendo ser inadmissível que a população seja penalizada pela falta de atitude e descumprimento de obrigações básicas por parte do Consórcio e pela falta de ação efetiva do poder Executivo. 

"Exigimos uma solução imediata e definitiva para que o serviço seja restabelecido com urgência, garantindo os direitos dos trabalhadores e a mobilidade da população, a fim de minimizar os danos causados por esta crise de gestão e responsabilidade".
**(Colaborou Naiara Camargo)

 

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