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Meio ambiente

Pantanal deve ser incluído em novas fases de expansão tecnológica de monitoramento ambiental

Segundo especialistas, o projeto, que abrange inicialmente a Amazônia, deve ser expandido para outros biomas, incluindo o Pantanal e o Cerrado sul-mato-grossense

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A expansão de sistemas de monitoramento ambiental, inicialmente pensados para a Amazônia e o Cerrado, deve chegar também ao Pantanal e a outras regiões críticas do país.

A possibilidade foi confirmada durante conversa com especialistas do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) durante a Futurecom, em São Paulo na última quarta-feira (01), que destacaram o papel estratégico de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul nesse processo.

Segundo o professor da Universidade de Brasília (UnB) e membro sênior do IEEE, Renato Borges, o objetivo é construir uma cobertura ampla de dados para prevenção de desastres ambientais.

“A gente tem a Amazônia como referência, o Cerrado com algumas iniciativas prévias, mas isso não vai fazer sentido para chegar onde nós mencionamos de uma solução global se nós não tivermos uma cobertura completa. Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, por sinal, são protagonistas. Tem grupos de excelência ali que trabalham exatamente com esse tipo de infraestrutura de torres”.

Pantanal sob pressão

O Pantanal sul-mato-grossense, que ocupa cerca de 65% de sua área total no Estado e foi considerado em 2022 a região com maior número de focos de calor no Brasil, sofre com queimadas cíclicas. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que, somente em 2024, mais de 1 milhão de hectares do bioma foram atingidos pelo fogo.

Renato reconheceu esses desafios e ressaltou que sensores específicos já estão no radar do projeto.

“Para questões específicas, por exemplo, queimadas, existem outros tipos de sensores que vão compondo, mas isso também fica no radar. Inclusive, para a gente conseguir perceber esse impacto nesse tipo de monitoramento”.

Conectividade em áreas remotas

Um dos gargalos para levar torres de monitoramento ao Pantanal é a falta de conectividade. Muitas áreas do bioma não contam com cobertura de internet ou de telefonia celular, dificultando a transmissão de dados em tempo real.

O especialista explicou que a solução está na combinação de tecnologias terrestres e espaciais.

“Esse é o ponto chave, essa é exatamente a minha área específica de atuação. A minha principal participação nessa iniciativa é a parte de coletar os dados, fazer ingestão em plataformas, processar e disponibilizar. Aí a gente entra com tecnologias espaciais. Então, esse projeto tem junto o desenvolvimento de rede de satélites para coleta de dados".

A tecnologia foi projetada para funcionar mesmo em regiões de difícil acesso, com autonomia energética e redundância de transmissão.

“Ela vai ter a capacidade de gerar energia, de armazenar energia, de transferir esses dados via satélite. Se a gente tem condições de fazer redes em solo, isso também é feito via satélite". 

Além do Pantanal, o Cerrado sul-mato-grossense também deve ser beneficiado. A região concentra parte da produção agrícola do estado e sofre com desmatamento e perda de biodiversidade. De acordo com o MapBiomas, o Cerrado foi o bioma que mais perdeu vegetação nativa em 2023, e Mato Grosso do Sul está entre os estados mais impactados.

Com a integração de novas torres e satélites, será possível ampliar a capacidade de monitorar queimadas, enchentes e mudanças no uso do solo em tempo real, apoiando tanto a preservação ambiental quanto políticas públicas de mitigação de riscos.

Monitoramento ambiental

A professora Cristiane Pimentel, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e também membro sênior do IEEE, tem seu trabalho voltado para o estudo dos chamados Gêmeos Digitais, que são a reprodução de algo em um ambiente virtual para que seja feito um estudo do mesmo, seja para alguma predição ou para algo que vá ser estudo.  

Ela explicou à reportagem do Correio do Estado como é possível combinar sensores, inteligência artificial e modelos preditivos para antecipar desastres ambientais. 

“Nós fazemos um estudo de barragens, em parceria com a Usina Itaipu, para predizer o tempo de vida dessa barragem quando ela precisa parar para manutenção. E através desses modelos de monitoramento, conseguimos fazer esses estudos", afirma. 

A professora destaca modelos desse monitoramento também nas grandes cidades, como São Paulo, com o estudo em áreas de drenagem para escoamento da chuva, e Curitiba, no planejamento urbano, integração da infraestrutura e tecnologias, como metrôs e ônibus. 

O projeto principal de monitoramento ambiental acontece na Amazônia, para prevenção de queimada e de desmatamentos. 

Renato trabalha na parte prática, com a instalação de torres verticais nos biomas com sensores para estudo e transmissão de dados dessa área. 

“Não é possível chegar a um gêmeo digital somente com os satélites, sem colher operação em solo. A gente precisa entender como esse bioma se desenvolve, qual o impacto da ação humana ali. Então, essas estruturas verticais são instaladas no bioma, com sensores em vários pontos da torre, inclusive no subsolo. Essas torres ultrapassam a copa das árvores e têm um alcance de centenas de metros e, dependendo da altura, podem perceber processos em escala global, com muitas informações a serem analisadas". 

Esse monitoramento, segundo o especialista, é o que permite o sensoriamento do ambiente, que é a fase 1 para o desenvolvimento de um gêmeo digital, para que sejam colhidos os dados na fase 2, e a criação desse gêmeo na fase 3.

“O objetivo é trazer confiabilidade e confiança na informação, proteger essa informação para que ela chegue às nossas mãos de forma certeira e confiável˜, reforça Borges. 

Já estão em estudos e em desenvolvimento os gêmeos digitais globais, para simulação de cenários globais com alta precisão, mostrando impactos de decisões sobre os solos de outros biomas e regiões. 

“Esses gêmeos vão ajudar governos e empresas a escolher caminhos mais sustentáveis, seja nas áreas públicas como nas privadas, com uma predição de tomadas de decisões mais precisas, impactando diretamente na redução de custos e de uso de recursos˜, finaliza Cristiane. 

IEEE

O Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) é a maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade com mais de 486 mil membros entre engenheiros e especialistas em mais de 160 países, sendo 5 mil deles somente no Brasil. 

Suas publicações, conferências, padrões de tecnologia e atividades profissionais são recomendadas por diversos especialistas e a organização é fonte confiável para informações de engenharia, computação e tecnologia em todo o mundo. 

Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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baixa adesão

Fundo Pantanal indeniza desde banqueiro a gigante do Agro

Mas, o Programa que disponibilizou R$ 40 milhões está repassando aos proprietários pantaneiros menos de 10% do previsto para 2025

13/12/2025 12h30

O tuiuiú é considerada a ave-símbolo do Pantanal, mas também pode ser encontrada bem longe deste bioma

O tuiuiú é considerada a ave-símbolo do Pantanal, mas também pode ser encontrada bem longe deste bioma Bruno Rezende/Secom

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Na lista dos 45 proprietários de terras do Pantanal que receberão recursos do Fundo Clima Pantanal, um programa que indeniza fazendeiros que preservam áreas mais amplas do que aquilo que determina a legislação, aparecem desde fazendeiros tradicionais a banqueiros e gigantes do agronegócio.

Mas, conforme publicação do diário oficial do Governo do Estado desta sexta-feira (12) a adesão ficou abaixo do esperado e menos de 10% das verbas disponíveis serão distribuídas no primeiro ano do programa, criado principalmente para combater o desmatamento.

Entre os contemplados, com R$ 100 mil, está Tereza Bracher, esposa do ex-presidente do Itaú Unibanco, Cândido Bracher. A família vair receber a indenização por estar preservando em uma de suas fazendas pantaneiras quase seis mil hectares acima do estipulado pela legislação. 

Com patrimônio estimado na casa dos R$ 15 bilhões, Cândido Bracher foi CEO do Itaú Unibanco entre abril de 2017 e janeiro de 2021. Atualmente,  hoje é integrante do Conselho de Administração da instituição financeira, que fechou 2024 com lucro de R$ 40 bilhões. 

E a banqueira ainda buscou indenização em uma segunda fazenda no Pantanal,  mas foi desclassificada por ter sido enquadrada no item 8.6 das normas que regulamentam a distribuição dos R$ 40 milhões do Fundo.

Este item diz que não pode ser contemplado que  estiver com irregularidades no Cadastro Ambiental Rural (CAR) ou por estar com passivos ambientais não declarados ou que não estejam cumprindo termos de compromisso de recuperação de áreas degradadas.

Em maio deste ano o Ministério Público abriu investigação para apurar suposta omissão do banqueiro em um megaincêndio que destruiu mais de 52 mil hectares em julho de 2024 no Pantanal da Nhecolândia. O fogo teria começado na Fazenda Tupanceretã, de 25 mil hectares, pertecence à família. 

Tereza Bracher também aparece como contemplada indireta em uma outra propriedade. Ela é uma das integrantes da Associação Onçafari, entidade que vai receber pouco mais de R$ 45 mil de indenização pela preservação de 824 hectares de vegetação nativa.

Esta associação, que adquiriu milhares de hectares no Pantanal para criar uma espécie de corredor ecológico que possibilite procriação de onças-pintadas, conseguiu cerca de R$ 180 milhões com filantropos para a criação de reservas privadas no Pantanal. Teresa Bracher é uma destas doadoras. 

Mas, os banqueiros não são os únicos bilionários que aparecem na lista. Outra contemplada é a SLC Agronegócios, uma fazenda dedicada à criação de bovinos no município de Corumbá.  Os bilionários donos desta fazenda receberão R$ 100 mil do Fundo Pantanal por preservarem pouco mais de 3,7 mil hectares. 

A fazenda pertence ao grupo que se apresenta como um dos maiores produtores de commodities agrícolas do país. Possui cerca de 733 mil hectares de área plantada em sete estados. Além de Corumbá, o grupo também produz em fazendas em Cassilância, Chapadão do Sul e Sonora. 

A SLC produz algodão, milho e soja e se dedica à criação de gado, além de ser uma das grandes produtoras de sementes destas cultura.Ela foi uma das primeiras empresas do agronegócio a ter ações negociadas em Bolsa de Valores de São Paulo, a BR.

A famosa Fazenda Bodoquena, de cerca de 77 mil hectares e conhecida por concentrar até 40 mil bonivos, também aparece na relação daqueles que receberão indenização. Neste caso, serão apenas R$ 39 mil, uma vez que atestou estar fazendo preservação extra de 705 hectares de vegetação. 

A fazenda pertence ao Grupo Votorantim, que há mais de sete décadas também atua na produção de cimento em Corumbá, no coração do Pantanal. O grupo é controlado pelos familiareas de Antônio Ermírio de Moraes, um dos rostos mais conhecidos do bilionário clã. Ele morreu em 2014. A família é considerada a terceira mais rica do país, com patrimônio estimado em 15,4 bilhões de dólares, ficando atrás somente das famílias Marinho e Safra.

Mas, nesta lista dos contemplados também aparecem fazendeiros "comuns",  para os quais a indenização de até R$ 100 mil fará alguma diferença. Esté é o caso de Timotheo Reis Proença, que já presidiu o sindicato rural de Aquidauana. Ele cadastrou 1,28 mil hectares como preservação extra e por conta disso receberá R$ 71 mil. 

BAIXA ADESÃO

Ao todo, segundo o Governo do Estado, estão sendo  indenizados 126 mil hectares, o que está garantindo repasse da ordem de R$ 3,25 milhões aos proprietários. 

O valor é praticamente o mesmo ao que está sendo repassado a três ONGs que dizem atuar no combate a incêndios e no tratamento de animais silvestres atingidos pelas queimadas no Pantanal. 

Dos R$ 40 milhões, R$ 1,438 milhão foi destinado ao Instituto Homem Pantaneiro (IHP), R$ 996 mil para o instituto SOS Pantanal e R$ 497,5 mil para o IPCTB - Instituto de Pesquisa e Conservação de Tamanduás no Brasil. 

Somados, os repasses às ONGs chegam R$ 2,931 milhões, o que equivale a 7,3% dos R$ 40 milhões anunciados pelo Governo do Estado ao Fundo Pantanal para o primeiro ano de vigência do programa. 

O valor repassado aos proprietários rurais ficou longe daquilo que estava previsto por conta da baixa adesão. Na primeira chamada foram recebidas apenas 71 inscrições de imóveis rurais localizados no Bioma Pantanal. E, após análise dos documentos,  45 propriedades conseguiram cumprir as exigências. 

Mesmo assim, o secretário Jaime Verruck, da Semadesc, comemora os resultados. “O PSA Pantanal demonstra que é possível alinhar desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Estamos criando um modelo em que o produtor rural passa a ser reconhecido como parceiro estratégico na proteção do bioma, recebendo por um serviço ambiental que beneficia toda a sociedade”, afirmou. Segundo ele, o programa também fortalece a imagem de Mato Grosso do Sul como referência nacional em sustentabilidade e políticas climáticas inovadoras.

Agora, os proprietários classificados serão convocados pela Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar), agente executor do PSA Conservação, para assinatura do Termo de Adesão. A partir desse instrumento, os provedores de serviços ambientais passam a integrar formalmente o programa e a receber os valores correspondentes às áreas preservadas. 

De acordo com o secretário-adjunto da Semadesc, Artur Falcette, a robustez técnica do edital foi um dos diferenciais do programa. “Todo o processo foi construído com base em critérios objetivos, análises técnicas aprofundadas e uso de ferramentas geoespaciais. Isso garante credibilidade ao PSA e cria um ambiente favorável para sua continuidade e ampliação”, destacou. Ele ressalta que a experiência da primeira chamada servirá como base para o aperfeiçoamento das próximas etapas.

Segunda chamada 

Com a conclusão da primeira etapa, a Semadesc confirmou o cronograma da segunda chamada do PSA Conservação, prevista para 2026. A publicação do edital e a abertura das inscrições ocorrerão em 23 de fevereiro, com encerramento em 6 de abril.

As inscrições deferidas serão divulgadas em 16 de abril, com prazo para recursos até 20 de abril. A avaliação das propriedades ocorrerá até 1º de junho, com publicação do resultado final até 15 de junho. A assinatura dos Termos de Adesão está prevista a partir de 16 de junho de 2026.

Nesta segunda chamada, poderão participar proprietários que não conseguiram se inscrever na primeira etapa. As regras permanecem as mesmas, incluindo a possibilidade de cancelamento de autorizações de supressão de vegetação nativa vigentes na data de abertura do edital, quando houver, sendo que o pagamento será referente ao exercício de 2026. 

“O PSA é uma política de Estado, construída para ter continuidade e escala. A segunda chamada amplia o alcance do programa e reforça nosso compromisso com a conservação do Pantanal”, concluiu Jaime Verruck.

 

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