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Para aumentar procura, Estado destina R$ 2,5 milhões para salas de vacinas

Serão R$ 5 mil para cada espaço do setor, e a promessa é de que todos os 79 municípios receberão o valor do governo

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Com a cobertura vacinal de todos os imunizantes despencando, Mato Grosso do Sul decidiu fazer a destinação de R$ 2.540.000,00 para as salas de vacinas dos 79 municípios. Ao todo, são 508 salas, que receberão R$ 5 mil cada. A resolução com as regras dessa aplicação deverá ser publicada na semana que vem.

A informação foi dada pelo governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), durante o 36° Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, que é realizado em Campo Grande.

“Durante um período longo, o Estado era o que mais vacinava no Brasil, pois fortalecemos a transferência financeira para quem aplicava a vacina. Como houve uma diminuição das pessoas que procuram as doses, o secretário [Flávio Brito] está dando incentivo para cada sala de vacina do Estado”, disse.

Segundo o titular da Secretaria de Estado de Saúde (SES), uma resolução explicativa será publicada pela Pasta sobre o incentivo. 

“Nós temos, hoje, 508 salas de vacina espalhadas pelo Estado. A ideia é que este recurso chegue a quem vacina, como técnicos de enfermagem, enfermeiras, que tanto trabalham para vacinar a nossa população”, afirmou Brito.

O investimento no setor não é uma novidade, já que no início da vacinação contra a Covid-19 o governo do Estado chegou a repassar R$ 2,10 por habitante de cada cidade, assim como mais R$ 4,10 por habitante ao município que aplicasse pelo menos 90% das doses recebidas para o combate à doença.

O Estado ainda estabeleceu que 70% do valor previsto de repasse seria entregue no mês seguinte ao município que aplicasse entre 90% e 94,99% das doses enviadas. Já aqueles que ficassem acima de 95% teriam direito ao valor integral do incentivo, tudo para fortalecer o sistema de vacinação em Mato Grosso do Sul.

VACINAÇÃO

Em maio, o Correio do Estado já havia mostrado uma queda na vacinação em todos os imunizantes aplicados em Campo Grande. Conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), as taxas gerais de imunização têm ficado abaixo dos 90% na cidade desde 2016. 

Ainda segundo a pasta, não é possível apresentar os dados de 2022 porque eles são compilados apenas ao fim de cada ano.

Nos dados apresentados de 2016 a 2021, é possível perceber que a situação se agravou no ano passado, durante o pico de contágio da Covid-19. Entre as nove principais vacinas preconizadas para a população infantil, apenas duas superaram a meta de vacinação.  

A vacina inativada poliomielite (VIP) foi uma das que apresentou a maior queda no período. O imunobiológico que protege contra a paralisia infantil atingiu apenas 78,27% de cobertura vacinal em 2021, cerca de 10.988 crianças receberam a dose ao longo do ano passado. 

Ela alcançou a meta de cobertura pela última vez em 2015, com o porcentual de 101,31% de doses aplicadas em 13.874 crianças de dois, quatro e seis meses de vida. Já em 2020 esse porcentual chegou a 82,70%.

Corumbá tem o nível mais alto de contágio da Covid-19

Estudo do sistema Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz, indicou que a macrorregião de Corumbá, incluindo Ladário, é a única em todo o Brasil com nível classificado como “extremamente alto” para incidência da Covid-19. A análise foi divulgada na terça-feira (12).

O grupo com maior risco constatado no estudo é de crianças com 0 a 4 anos, avaliando-se as idades até 60 anos.  

Na classificação divulgada pela Fiocruz, os níveis que existem são pré-endemico, epidêmico, alto, muito alto e o extremamente alto.  

Eles se referem ao total de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por 100 mil habitantes, em análise feita no período de uma semana. Quando os casos estão em 10 ou mais, a macrorregião é identificada como extremamente alto.

Comparando a macrorregião de Corumbá com outras de Mato Grosso do Sul, há situações distintas. A macrorregião de Três Lagoas está com nível muito alto (5.0 a 10).  

As demais, que são de Dourados e Campo Grande, o nível está alto (1.0 a 5.0).

Esse quadro identificado para a macrorregião de Corumbá pela Fiocruz encontra indicativos locais de agravamento da doença.  

A capital do Pantanal não registrava óbito por Covid-19 desde março. Esse quadro foi alterado com as notificações de três óbitos pela prefeitura.  

O primeiro caso foi de um homem de 86 anos. Ele contraiu o vírus Sars-CoV-2 e recebeu a confirmação no dia 6 de junho. No dia 9, ele faleceu. Na mesma data, outro homem, de 89 anos, também não resistiu às complicações causadas pela doença.  

O registro mais recente de óbito foi de uma mulher de 46 anos, que foi diagnosticada no dia 12 e faleceu na quarta-feira (13). Ela, inclusive, estudava Medicina em Corumbá. Todas as pessoas que foram a óbito neste mês apresentavam comorbidades.  

Desde quando começou a pandemia, em março de 2020, em Corumbá, faleceram 507 pessoas.  

As internações na Santa Casa de Corumbá também tiveram um leve aumento, mas nos leitos clínicos. São 40 disponíveis, e até esta quinta-feira (14) quatro pessoas estavam internadas. No CTI, duas pessoas foram internadas nos 10 leitos disponíveis.  

Desde o começo desta semana, no dia 10, ao todo, foram 30 pessoas que receberam o diagnóstico de Covid-19. A mais nova é uma menina que tem menos de um ano, enquanto a pessoa mais velha está com 76 anos e é um dos pacientes no CTI.  

A prefeitura de Corumbá divulgou que neste sábado (16) haverá mobilização para multivacinação em cinco pontos de vacinação.  

“A vacinação é a melhor maneira de se proteger de uma variedade de doenças graves e de suas complicações, que podem até levar à morte”, informou o município, em nota.  

Conforme o Vacinômetro da cidade, 83,9% receberam as duas doses ou a dose única contra a Covid-19. A quarta dose já foi aplicada em 15,2 mil pessoas e a dose de reforço já alcançou 89,55% da população.

energia renovável

Brasil atinge marco de 50 GW em energia solar e entra no top 6 mundial

Energia solar é a segunda maior fonte de energia do país, ficando atrás apenas das hidrelétricas

26/11/2024 22h00

Placas de energia solar

Placas de energia solar Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Brasil alcançou um marco significativo no setor de energia solar, superando 50 gigawatts (GW) de potência instalada operacional. Com esse feito, o país se junta a um grupo seleto de nações líderes em energia solar, ocupando a sexta posição no ranking global, atrás apenas de China, Estados Unidos, Alemanha, Índia e Japão.

Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a geração distribuída, que inclui pequenos e médios sistemas, lidera com 33,5 GW, enquanto as grandes usinas solares contribuem com 16,5 GW. Essa capacidade representa 20,7% da matriz elétrica brasileira, posicionando a energia solar como a segunda maior fonte, atrás apenas da hidrelétrica.

O setor solar tem impulsionado significativamente a economia brasileira desde 2012, gerando investimentos de R$ 229,7 bilhões e uma arrecadação de R$ 71 bilhões em impostos. Além disso, contribuiu para a redução de 60,6 milhões de toneladas de emissões de CO2.

No entanto, a recente decisão do governo de aumentar o Imposto de Importação sobre insumos e componentes de painéis solares de 9,6% para 25% tem gerado preocupações no setor. A Absolar critica a medida, argumentando que pode desacelerar o crescimento da energia limpa no país.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) defende a elevação do imposto como uma estratégia para fortalecer a indústria local e criar empregos no Brasil.

Ranking mundial de potência acumulada em energia solar:

China: 817 GW
Estados Unidos: 189,7 GW
Alemanha: 94,36 GW
Índia: 92,12 GW
Japão: 90,4 GW
Brasil: 50 GW

*Com informações de Agência Brasil

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Feminicídio

Faca foi o instrumento mais utilizado para matar mulheres em MS

Conforme Sejusp, 11 dos 30 feminicídios deste ano foram causados por armas brancas

26/11/2024 19h45

Em ordem (de cima para baixo, da esquerda para direita)- Cristiane, Joelma, Marta, Dayane, Mariana, Sueli, Gisieli e Marlene.

Em ordem (de cima para baixo, da esquerda para direita)- Cristiane, Joelma, Marta, Dayane, Mariana, Sueli, Gisieli e Marlene. Foto: Montagem / Correio do Estado

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Levantamento realizado pelo Correio do Estado nesta terça-feira (26) constatou que 11 dos 30 feminicídios deste ano foram provocados por arma branca em Mato Grosso do Sul. Entre as vítimas, quatro mulheres que residiam em Campo Grande e outras sete no interior do Estado.

Na Capital, foram vítimas Joelma da Silva André, Dayane Xavier da Silva, Cristiane Eufrásio Millan e Regina Fátima Monteiro de Arruda.

No interior, morreram apunhaladas Maria Rodrigues da Silva, Marta Leila Silva Neto, Gisieli de Souza, Mariana Agostinho Defensor, Marlene Salete Mees, Vanessa de Souza Amâncio e Sueli Maria Conceição da Silva.

Em fevereiro, a diarista Joelma da Silva André, 33 anos, foi morta pelo próprio marido, Leonardo da Silva Lima, após sofrer nove facadas, três delas no rosto, cinco nas costas e uma no tórax, crime que ocorreu no bairro Nova Campo Grande.

No mês seguinte, em março, Dayane Xavier da Silva, 29, foi morta por quatro facadas pelo marido  Thiago Echeverria Ribeiro, de 38 anos, no Bairro Nova Campo Grande. Em agosto último, o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida o condenou a 21 anos em regime fechado.

Contratada para um programa sexual, Cristiane Eufrásio Millan, 42, foi morta em abril deste ano com 36 facadas após se recusar a fazer sexo com Sérgio Guenka, 52. Conforme apurado à época, ambos estavam na residência de Guenka, que após matá-la, dormiu ao lado de seu corpo por dois dias consecutivos.

Na ocasião, a defesa de Guenka alegou esquizofrenia do homem, que morreu no Hospital Regional após passar mal na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, em agosto último.

Vítima do próprio filho de 16 anos, Regina Fátima Monteiro de Arruda, de 52, foi morta com 20 facadas, sendo 9 delas no rosto. O jovem disse que era humilhado pela mãe, fator que, segundo ele, motivou o crime. O fato ocorreu na Rua Macarai, no Jardim Zé Pereira. Na data, o garoto foi custodiado em uma unidade penal.

Interior

Em São Gabriel do Oeste, em janeiro, Maria Rodrigues da Silva, 66 anos, foi morta pelo ex-companheiro, de 69 anos, ao ser atingida por uma facada no torax após discucutirem por conta de um veículo, briga que também envolveu o neto da vítima.

Nove dias depois, em Coxim, Marta Leila Silva Neto, 36 anos, foi morta pelo namorado Sipriano Nascimento de Oliveira, durante uma discussão na qual tentava expulsá-lo de casa. À época, segundo o boletim de ocorrência, Marta teria ido até a cozinha e buscado uma faca após sentir-se acuada por Sipriano, que revidou por diversas vezes contra a mulher, que morreu no local.

Esfaqueada no pescoço pelo próprio irmão, Giovani de Souza, Gisieli de Souza, 28 anos, morreu em Dourados após discussão familiar. Conforme a polícia, o crime ocorreu após ambos se desentenderem. Gisieli lutou pela vida por 15 dias, mas não resistiu.

Em Ivinhema, Mariana Agostinho Defensor, de 32 anos, foi morta a facadas pelo companheiro, que confessou o crime após passar um período inconsciente. O crime ocorreu em setembro e a jovem passou um dia desaparecida até ser encontrada pela polícia. Na ocasião, o nome do homem não foi divulgado.

No mesmo mês, Marlene Salete Mees, de 54 anos, foi morta por nove facadas pelo marido, crime que aconteceu no bairro Fração da Chácara, em Amambai. O homem cometeu o crime na frente da filha da vítima, de apenas 11 anos.

No último dia 10 deste mês, Vanessa de Souza Amâncio, 43 anos, foi morta pelo ex-marido, Gecildo Gomes, no bairro Santa Terezinha, em Três Lagoas.

Uma semana depois, Sueli Maria Conceição da Silva, de 56 anos, foi morta a golpes de faca no Jardim Paraíso, em Naviraí. O ex-companheiro, Carlos Pereira da Silva, de 45 anos, foi apontado como autor do crime.

Recolhimento

Para a psicóloga Pietra Garcia Oliveira (28), psicopedagoga e analista comportamental, o alto índice de feminicídios causados por arma branca pode ser explicado também pelo recolhimento de armas de fogo. “Na ausência da arma de fogo, esses crimes acontecem com armas brancas e objetos perfurocortantes”, disse ao Correio do Estado.

“Por muita das vezes, há que se atentar, inclusive, às narrativas de defesa da honra por parte dos homens, que por algum motivo, se sintam invalidados, e adotem esse tipo de comportamento”, acrescentou Pietra Garcia.

A profissional destacou que é preciso pensar políticas públicas efetivas que protejam as mulheres e busquem reduzir os casos, uma vez que os crimes se repetem anualmente. 

Desde 2015, a Lei 13.104/2015 categoriza o crime de feminicídio. De lá para cara, segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), 335 mulheres foram vitimadas em todo o Estado.

Entre os demais feminicídios do ano, 10 mortes envolveram agressões, oito mulheres foram vítimas de arma de fogo, além de uma morte por atropelamento.

Colaborou Alicia Miyashiro 

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