Cidades

Canto do Curió e Bicudo

Pássaro de criador da Capital ganha etapa de Campeonato Brasileiro de Canto

Participaram 167 curiós e bicudos de 10 estados, ganha quem cantar por mais tempo

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Centenas de criadores de pássaros participaram do Campeonato Nacional de Canto de Curiós e Bicudos na manhã deste domingo (27), na etapa de Campo Grande, que foi realizada no Ginásio Poliesportivo Dom Bosco.

Com participantes de 10 estados, o campo-grandense Eduardo Diniz, 50 anos, venceu a disputa de bicudos, com o pássaro La Plata. Já o campeão da competição de curiós foi o pássaro Máquina Viva, de Rondonopólis (MT).

Criador de pássaros há 20 anos, Diniz disse ao Portal Correio do Estado que esta é a primeira vez que participa da competição organizada pela Confederação Brasileira de Criadores de Pássaros Nativos (Cobrap). Logo na estreia, saiu como vencedor, com La Plata cantando por 7min49seg.

A consagração de La Plata o motivou. “Agora que eu tenho um pássaro bom, com a genética do Pretinho, que é um bicudo muito bom aqui do estado, vou participar das outras etapas (do Campeonato Nacional)”.

Em 2º lugar ficou o pássaro Vigor. Em 3º, Basaldo, ambos do criador Waldir Pereira da Silva, de Goiânia (GO). 

De acordo com o Lúcio Luiz Cazaretti, diretor da fibra bicudo, 167 pássaros foram inscritos para a etapa de Campo Grande do campeonato, tendo participantes dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Paraná e Rio Grande do Sul, além de Mato Grosso do Sul.

Lúcio explicou que a competição de fibra é diferente da de canto. Na fibra, as aves são classificadas de acordo com o tempo em que permanecem cantando, enquanto na competição de canto elas são avaliadas individualmente e as notas são dadas por jurados. A próxima etapa da fibra está prevista para o dia 25 de outubro, em Juiz de Fora (MG).

167 bicudos participaram da competição em Campo Grande (Foto: Paulo Ribas / Correio do Estado)

CAMPEONATO

As aves são colocadas em gaiolas, com distância de 20 centímetros entre elas, formando um círculo. As fases eliminatórias tiveram marcações de 10 minutos. Os pássaros que cantaram por mais tempo durante esses 10 minutos foram classificados para a final, que contou com 60 bicudos.

Na final, foram feitas três baterias, cada uma com 20 pássaros e tempo de 15 minutos. Os 30 melhores classificados pontuam no campeonato nacional, sendo 30 pontos para o primeiro colocado, 29 para o segundo e assim sucessivamente. Os pontos são somados ao ranking nacional e no fim do campeonato, em dezembro, vence o melhor colocado. Os criadores dos vencedores são premiados com troféus e diploma.



Eduardo Diniz (à esquerda), campeão da etapa em Campo Grande (Foto: Glaucea Vaccari / Correio do Estado)

HOBBY

Sem premiação em dinheiro, os criadores afirmam que a competição não é um esporte, mas um hobby. Aloisio Tostes, 71 anos, é criador de pássaros há mais de 60 anos. Ele disse ao Portal Correio do Estado que mesmo sem ganhar dinheiro, o pássaro vencedor ganha valorização da genética e “satisfação do criador”.

Com três pássaros na etapa da Capital, ele explicou que não há um treinamento específico para os pássaros cantarem, mas que o segredo é investir na saúde e bem estar das aves, que devem ser bem alimentadas, higienizadas, além de tomar banho de sol todos os dias e ter um lugar especial para não serem incomodadas.

“Cada um tem um desempenho e tem que ver como vai estar no dia. É igual jogador de futebol, tem dia que está bem e tem dia que não”, disse. Além dos pássaros que participaram do evento, ele também tem um criadouro em Ribeirão Preto (SP).

Cidades

STF: Gilmar e Dino votam para derrubar lei que validou marco temporal

Decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal

15/12/2025 13h35

Ministro Gilmar Mendes

Ministro Gilmar Mendes Andressa Anholete/STF

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta segunda-feira, 15, no plenário virtual, para reafirmar a decisão do plenário que declarou inconstitucional a tese do marco temporal, que limita a demarcação de terras indígenas. Ele foi acompanhado por Flávio Dino.

O decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal concluir todos os processos de demarcação pendentes.

"Passados mais de 35 anos da promulgação da Constituição Federal, parece-me que já transcorreu lapso suficiente para amadurecimento definitivo da questão, de modo que não há mais como remediar a solução desse problema, cabendo, dessa forma, ao Poder Executivo o devido equacionamento da matéria e finalização dos procedimentos demarcatórios em prazo razoável, porém peremptório", defendeu.

O julgamento no plenário virtual fica aberto até a próxima quinta-feira, 18, para os ministros juntarem os votos na plataforma online. Se houver pedido de vista (mais tempo de análise) ou de destaque (transferência do processo ao plenário presencial), a votação é interrompida.

A tese do marco temporal estabelece que povos indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

Em 2023, em uma decisão histórica, por 9 votos a 2, o STF derrubou a interpretação e definiu que o direito das comunidades a territórios que tradicionalmente ocupavam não depende de uma data fixa.

O tema voltou ao tribunal porque, logo em seguida, o Congresso aprovou um projeto de lei para restringir as demarcações com base no marco temporal. O presidente Lula vetou o texto, mas os vetos foram derrubados pelo Legislativo.

Em paralelo, o Senado provou um projeto de emenda à Constituição (PEC) no mesmo sentido. Com isso, os senadores buscam incluir o critério de demarcação na Constituição. O texto seguiu para análise da Câmara.

Em seu voto, Gilmar Mendes reafirmou a decisão do STF. O ministro afirmou que o tribunal "não pode se esquivar de sua missão constitucional" e, em um aceno ao Congresso, defendeu que a atuação da Corte não pode "ser considerada como afronta ao Poder Legislativo".

"A análise do Supremo Tribunal Federal, no exercício do controle de constitucionalidade, equivale à prevalência da Constituição sobre os poderes constituídos quando estes atuam em descompasso com os limites impostos pela própria Lei Maior e pelo papel contramajoritário das Cortes Constitucionais, no caso o direito natural à própria existência dos indígenas, na medida em que a imposição de determinado limite temporal distante no tempo equivale à vulneração de seu status protetivo constitucional", argumentou o ministro.

O decano ressaltou que a lei é desproporcional e gera insegurança jurídica ao impor um marco temporal de forma retroativa, atingindo comunidades que não dispõem de documentação formal de ocupação.

"Nossa sociedade não pode conviver com chagas abertas séculos atrás que ainda dependem de solução nos dias de hoje, demandando espírito público, republicano e humano de todos os cidadãos brasileiros (indígenas e não indígenas) e principalmente de todos os Poderes para compreender que precisamos escolher outras salvaguardas mínimas para conduzir o debate sobre o conflito no campo", diz outro trecho do voto.

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TRANSPORTE PÚBLICO

Prefeitura nega que esteja devendo Consórcio Guaicurus

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes

15/12/2025 12h30

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo FOTO: Divulgação

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Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (15), no plenarinho da Prefeitura de Campo Grande, representantes da administração municipal afirmaram que o Executivo não possui qualquer dívida com o Consórcio Guaicurus. 

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes, que delegou a fala a integrantes de sua equipe.

A coletiva também foi marcada por restrições à imprensa, equipes de diversos veículos, entre eles o Correio do Estado, foram barradas de acompanhar o pronunciamento logo ao chegar no local. 

Apesar disso, a reportagem teve acesso a áudios da entrevista, nos quais aparecem as declarações de Otávio Figueiró, diretor-executivo da Agereg; Ulysses Rocha, chefe de gabinete da Prefeitura; e Cecília Saad Cruz Rizkallah, procuradora-geral do Município, que reforçaram a versão oficial de que não há débitos pendentes com o consórcio.

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo e, em alguns casos, de forma antecipada. De acordo com Figueiró, apenas em 2025 o município transferiu mais de R$ 35 milhões ao consórcio, somando subsídios, vale-transporte e pagamentos de gratuidades. 

“Um contrato que hoje tem 197 ônibus com a idade acima da média que não deveriam estar circulando na cidade de Campo Grande, inclusive já tem duas multas preparadas pela agência de regulação. A agência de regulação aplicou uma multa de R$ 12 milhões e eles, no outro dia, contrataram o seguro. O que comprova que não é somente a falta de dinheiro”, afirmou.

Durante a coletiva, os representantes do município ressaltaram que, na semana passada, a prefeita Adriane Lopes autorizou a antecipação de cerca de R$ 3 milhões referentes a subsídios e valores que só venceriam ao longo do mês de dezembro. A medida teve como objetivo garantir fluxo de caixa ao consórcio para o pagamento dos salários dos trabalhadores e impedir a paralisação do serviço.

“Esse pagamento ainda não estava vencido e foi antecipado dentro do limite legal”, disse o diretor-executivo. Conforme a explicação apresentada, o valor máximo permitido por lei para repasses neste período, de aproximadamente R$ 19,5 milhões, já foi integralmente transferido ao consórcio, não havendo pendências financeiras por parte do município.

A administração municipal também destacou que a paralisação ocorreu apesar de decisão judicial que estabelece regras para greves em serviços essenciais. A procuradora-geral do Município explicou que há determinação para manutenção mínima de 70% da frota em circulação, com reforço nos horários de pico, o que não teria sido cumprido. “A paralisação total caracteriza abusividade”, afirmou.

Diante do descumprimento, a Agência de Regulação (Agereg) notificou o consórcio e iniciou os trâmites para aplicação de multa. Segundo Figueiró, a penalidade já estava em fase de formalização e deveria ser entregue ainda nesta segunda-feira. A Procuradoria-Geral do Município também informou que atua no processo judicial e acompanha audiência marcada para esta terça-feira (16).

Questionados sobre um possível rompimento contratual, os representantes do Executivo afirmaram que a medida exige cautela e não pode ser adotada de forma imediata. Cecília e Figueiró explicaram que há etapas administrativas e jurídicas a serem cumpridas, incluindo notificações, prazos de defesa e análise técnica, além da necessidade de garantir a continuidade do serviço.

Por fim, a Prefeitura reiterou que a prioridade é restabelecer o transporte coletivo. “O município cumpriu suas obrigações financeiras. O consórcio, como empresa privada regulada, também precisa cumprir com as suas responsabilidades perante a população”, declararam.

Segundo dados apresentados, a paralisação afetou cerca de 110 mil usuários do sistema e aproximadamente mil trabalhadores do transporte coletivo.

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