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Pesca no Pantanal vai além da natureza e da procura por mais de 380 espécies de peixes

Pescadores vão desde quem segue uma tradição familiar até investimentos de milhões de reais

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Falar em pesca no Mato Grosso do Sul, ainda mais no Pantanal, representa em opções para os mais variados gostos. Em se tratando de pescador, o rio Paraguai, por exemplo, garante que haja a pesca no modo mais rudimentar possível, com vara de bambu comprada a cerca de R$ 10 a R$ 15, até práticas mais profissionais, que podem garantir equipamentos que custam cerca de R$ 10 mil com iscas artificiais desenhadas para determinadas espécies de peixes e anzóis que são produzidos a laser, com design estudado para causar o menor ferimento possível.

Esses valores são elevados para patamares maiores ainda quando envolve lanchas e barcos e salta para gastos que ficam entre meio milhão de reais até superior a essa cifra.

Claro que nesse patamar, a experiência acaba sendo restrita a públicos mais específicos que estão, aos poucos, desembarcando principalmente em Corumbá para viver a antiga experiência de pescaria, mas no modo esportivo e profissional. 

Além de diversidade de equipamentos que existe para quem ir ao rio no Pantanal, outro fator tem influência para pescador que escolhe o bioma como um local para a prática esportiva: a possibilidade de se deparar com centenas de espécies de peixes.

De acordo com o Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), o bioma permite que o pescador encontre até 386 espécies já catalogadas no Guia Ilustrado dos Peixes do Pantanal. A publicação de novembro de 2022 ainda encontrou 54 espécies até então não relatadas em outros anuários.

Esse contexto bem diversificado representa na potência que a natureza pode exercer e que aparenta, cada vez mais, atrair antigas e novas gerações para pescar. Corumbá, por conta do título de Capital do Pantanal e ter o rio Paraguai a menos de 1 km do centro da cidade, está em busca de consolidar-se como destino dessa diversificação que o mundo da pesca oferece.

Durante este final de semana (4 e 5 de fevereiro), o Festival de Pesca Esportiva no município atraiu 1.137 crianças e adolescentes (6 a 17 anos) e 272 embarcações para a competição adulta. A pesca esportiva (ou pesque-solte) no rio Paraguai foi liberada em 1 de fevereiro, antes do que nos demais rios do Estado.


Nessa competição, houve participantes de diferentes partes de Mato Grosso do Sul, Bolívia e Paraguai. Na categoria infantil, era preciso pagar R$ 20 a inscrição, enquanto no adulto, o valor foi de R$ 350. Como foi competição, os prêmios foram de R$ 2 mil para a equipe adulta campeã até fone de ouvido na categoria infantil.

Houve também sorteio de brindes com um carro 0 km como maior destaque. Na edição do ano passado, participaram 1 mil crianças e adolescentes e 250 embarcações.

A projeção da organização, que envolve a Prefeitura local e a Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo (ACERT), é que haja um engajamento ainda maior e que não foi alcançado, com 1,5 mil jovens e 350 embarcações.


Na família do despachante aduaneiro Wanderley Corrêa da Costa, 57 anos, pescar é uma ação presente em diferentes gerações. Ela foi moldando-se da necessidade de buscar alimento para se transformar em momento de passeio e um maior contato com a natureza.

“Minha mãe vive em fazenda, no Pantanal. Ela sabe pescar, ia pescar para ter alimento. Eu aprendi com ela e hoje tenho um barco e na família a gente tem um material de pesca comunitário, vale uns R$ 900. Não é todo final de semana, mas a gente pega o barco e sobe o rio, passa um tempo pescando. É uma forma de ter esse contato com a natureza e passar um momento com filhos, netos, familiares”, conta.

Ele levou netos e afilhados – Luis Gustavo, 8 anos; Luis Guilherme, 7; e Gabriel, 7; para a competição mirim de pescaria. No domingo (5), foi ele além dos parentes Luís Antonio, 48 anos, e Luis Thiago, 28, para a disputa na categoria adulto. “E tem o pequeno, Luis Henrique, de 4 meses, que ainda vai pescar quando crescer mais um pouquinho”, brinca Wanderley.

O encantamento com o rio, o peixe e a paisagem do Pantanal também motivaram Sofia Santana, 6 anos, para encarar a competição mirim de pesca, mesmo diante de uma forte chuva que caiu em Corumbá durante parte da manhã de sábado (4). “Eu gosto de pescar igual gosto de picolé. Só fiquei com medo da piranha. Se pescasse (uma), ia pedir ajuda para tirar”, descreve a pescadora mirim, que foi pela primeira vez ter contato com a modalidade neste final de semana.

O incentivo veio da tia, a pedagoga Tatiana Cristiana, 26 anos. “Na família do meu esposo, todo mundo vai pescar desde muito tempo. Coisa que o avô fazia, o pai, e assim vai. Minha cunhada insistiu para gente inscrever todo mundo para vir pescar, uma maneira de continuar essa tradição”, conta. 

A mãe de Sofia, a recepcionista Claudia Raquel Santana, 33, não é adepta da pescaria, mas gostou de ver a filha no rio Paraguai. “Ela ficou um pouco com medo de entrar no rio, mas participou e gostei disso. É uma forma de ela ter contato com a natureza, de aprender a preservar o Pantanal, não jogar lixo na rua porque vai acabar caindo aqui no rio. O Heitor, de 8 anos, primo da Sofia, também veio.”

Um dos profissionais que montou o regulamento da competição de pesca de Corumbá e integrante de grupo de guias para pesca esportiva no rio Paraguai, Maxwell Antunes aponta que a região entra em roteiro de seletos destinos para a modalidade, junto com a Amazônia e regiões da Argentina, tratando-se de América do Sul. Porém, ainda falta profissionalização de guias específicos, além de adequação em logística e prestação de serviço a esse tipo de turista para consolidar essa ramificação da pesca.

“Para um grupo que a gente chama de velha guarda da pesca aqui atende muito bem. São pessoas que vem há muito tempo pescar, já existe a estrutura para esse público. Agora tem uma outra demanda, de pescadores que investem na modalidade, torna-se um esporte de alto rendimento. É preciso ter qualificação de guias, pousadas para direcionar para esse outro público. Competições como essa em Corumbá ajudam a chamar a atenção e caminhar para novos patamares”, explica.

A velha guarda da pescaria envolve pescadores amadores que buscam barcos-hotéis, pesqueiros e pousadas tanto para o contato com a natureza, como o divertimento com amigos e familiares.

A pesca esportiva de alto rendimento tem particularidades como busca específica por espécies de peixes, conhecimento de iscas artificiais e técnicas para a prática do flying fish (que exige precisão para arremesso da linha).

A equipe que Maxwell integra de guias especializados para a pesca esportiva tem 15 profissionais e, por temporada de pesca, guia em torno de 400 esportistas na região de Corumbá. “A gente recebe mais demanda, mas hoje não conseguimos atender todo mundo. É um trabalho personalizado”, indica o pescador esportivo, que atua também como servidor público e indica que o mercado ainda tem espaço para crescer.

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CIDADES

Segunda parcela do 13º salário deve ser paga até a próxima sexta-feira

Salário extra injetará R$ 369,4 bilhões na economia, segundo o Dieese

14/12/2025 23h00

Essa data vale apenas para os trabalhadores na ativa

Essa data vale apenas para os trabalhadores na ativa Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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A segunda parcela do décimo terceiro salário deve ser depositada a 95,3 milhões de brasileiros até a próxima sexta-feira (19). A primeira foi paga até 28 de novembro, conforme a legislação.

Um dos principais benefícios trabalhistas do país, o salário extra injetará R$ 369,4 bilhões na economia neste ano, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em média, cada trabalhador com carteira assinada deverá receber R$ 3.512, somadas as duas parcelas.

Essas datas valem apenas para os trabalhadores na ativa. Como nos últimos anos, o décimo terceiro dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi antecipado. A primeira parcela foi paga entre 24 de abril e 8 de maio e a segunda, entre 26 de maio e 6 de junho.

Quem tem direito

Segundo a Lei 4.090/1962, que criou a gratificação natalina, têm direito ao décimo terceiro aposentados, pensionistas e quem trabalhou com carteira assinada por pelo menos 15 dias. Com isso, o mês em que o empregado tiver trabalhado 15 dias ou mais será contado como mês inteiro, com pagamento integral da gratificação correspondente àquele mês.

Trabalhadores em licença-maternidade e afastados por doença ou por acidente também recebem o benefício. No caso de demissão sem justa causa, o décimo terceiro deve ser calculado proporcionalmente ao período trabalhado e pago junto com a rescisão. No entanto, o trabalhador perde o benefício se for dispensado com justa causa.

Cálculo proporcional

O décimo terceiro salário só será pago integralmente a quem trabalha há pelo menos um ano na mesma empresa.

Quem trabalhou menos tempo receberá proporcionalmente. A cada mês em que trabalha pelo menos 15 dias, o empregado tem direito a um doze avos (1/12) do salário total de dezembro. Dessa forma, o cálculo do décimo terceiro considera como um mês inteiro o prazo de 15 dias trabalhados.

A regra que beneficia o trabalhador o prejudica no caso de excesso de faltas sem justificativa. O mês inteiro será descontado do décimo terceiro se o empregado deixar de trabalhar mais de 15 dias no mês e não justificar a ausência.

Tributação

O trabalhador deve estar atento quanto à tributação do décimo terceiro. Sobre o décimo terceiro, incide tributação de Imposto de Renda, INSS e, no caso do patrão, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No entanto, os tributos só são cobrados no pagamento da segunda parcela.

A primeira metade do salário é paga integralmente, sem descontos. A tributação do décimo terceiro é informada num campo especial na declaração anual do Imposto de Renda Pessoa Física.

BRASIL

Segunda parcela do décimo terceiro deve ser paga até sexta-feira

Valor extra vai beneficiar 95,3 milhões de trabalhadores e injetar R$ 369,4 bilhões na economia

14/12/2025 19h00

O pagamento segue o calendário previsto em lei, que determina o repasse da primeira parcela até 28 de novembro e a quitação do benefício até 20 de dezembro

O pagamento segue o calendário previsto em lei, que determina o repasse da primeira parcela até 28 de novembro e a quitação do benefício até 20 de dezembro Divulgação/ Agência Brasil

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A segunda parcela do décimo terceiro salário deve ser depositada até a próxima sexta-feira (19) para cerca de 95,3 milhões de brasileiros. O pagamento segue o calendário previsto em lei, que determina o repasse da primeira parcela até 28 de novembro e a quitação do benefício até 20 de dezembro.

Considerado um dos principais direitos trabalhistas do país, o décimo terceiro salário deve injetar aproximadamente R$ 369,4 bilhões na economia brasileira em 2025, conforme estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em média, cada trabalhador com carteira assinada receberá R$ 3.512, considerando a soma das duas parcelas.

O calendário de pagamento vale apenas para trabalhadores na ativa. Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tiveram o décimo terceiro antecipado, como ocorreu nos últimos anos. A primeira parcela foi paga entre 24 de abril e 8 de maio, enquanto a segunda foi liberada entre 26 de maio e 6 de junho.

Quem tem direito ao décimo terceiro

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, que instituiu a gratificação natalina, têm direito ao décimo terceiro salário os trabalhadores com carteira assinada, aposentados e pensionistas que tenham trabalhado por pelo menos 15 dias no ano. Nesses casos, o mês em que o empregado trabalhar 15 dias ou mais é considerado como mês completo para efeito de cálculo.

Também recebem o benefício trabalhadores em licença-maternidade e aqueles afastados por doença ou acidente. Já em casos de demissão sem justa causa, o décimo terceiro deve ser pago de forma proporcional ao período trabalhado, junto com as verbas rescisórias. O direito é perdido apenas quando a demissão ocorre por justa causa.

Como é feito o cálculo

O pagamento integral do décimo terceiro é garantido a quem trabalha há pelo menos um ano na mesma empresa. Para quem atuou por menos tempo, o valor é calculado de forma proporcional: a cada mês com ao menos 15 dias trabalhados, o empregado tem direito a 1/12 do salário de dezembro.

A regra, porém, também prevê descontos. Caso o trabalhador tenha faltado mais de 15 dias no mês sem justificativa, aquele período não entra no cálculo do décimo terceiro.

Atenção à tributação

Os descontos de Imposto de Renda e contribuição ao INSS incidem apenas sobre a segunda parcela do décimo terceiro. A primeira metade do benefício é paga integralmente, sem descontos. Já o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é obrigação do empregador.

As informações sobre a tributação do décimo terceiro salário devem constar em campo específico na declaração anual do Imposto de Renda Pessoa Física.

**Com Agência Brasil**

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