Cidades

MERCADO DE TRABALHO

Pesquisa mostra que 'filhos do Bolsa Família' entraram no mercado de trabalho formal

Dados é de um estudo do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social

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Ao entrar para o Bolsa Família, em 2003, Vera Nuzia Boaventura, 52, não imaginava que o benefício seria o primeiro passo que mudaria para sempre a sua realidade e a de seus quatro filhos. Com o recurso, começou a sobrar um pouco de dinheiro e a auxiliar de limpeza pôde entrar para um curso de informática que a capacitou para um emprego na área de telemarketing.

Um novo curso mais tarde levaria a mãe solo da periferia de São Paulo a trabalhar na biblioteca de uma faculdade e três de seus filhos conseguiram bolsas de estudos na instituição. Hoje ela é coordenadora de um Creas (Centro de Referência Especializado em Assistência Social) na capital paulista.

"Todos os dias, eu me vejo nessas mães que atendo. Faço questão de contar a minha história para elas, do quanto já chorei por não ter como comprar roupa ou material escolar para os meus filhos, trabalhava para ter o básico e nada sobrava. É uma vida permeada de muitas violências, mas olhar para trás me dá muito orgulho."

A servidora conta que ter um curso superior para ela e os filhos era o passaporte para uma vida mais digna. Seu emprego na faculdade dava direito a três bolsas -antes de se formar, aproveitou para que as filhas estudassem logística e o filho, administração. Já formados, eles puderam ter melhores oportunidades.

"Eu, que não tinha o ensino médio completo, passei a transitar por outras realidades. O Bolsa Família criou essa possibilidade de mudar de vida, e meus filhos puderam ter um futuro, sem precisar do programa", diz.

A emancipação do Bolsa Família não ocorreu apenas na casa de Vera Nuzia. Cerca de 5,2 milhões dessa primeira geração de dependentes de famílias do programa, que tinham de 7 a 16 anos em 2005, foram encontrados ao menos uma vez na Rais (pesquisa oficial de mercado de trabalho formal) de 2015 a 2019.

Isso significa que 44,7% dos 11,6 milhões de filhos do Bolsa Família acessaram o mercado de trabalho formal no período ao menos uma vez. Os dados são de um estudo exclusivo feito por pesquisadores do IMDS (Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social), em parceria com a consultoria Oppen Social e um pesquisador da FGV EPGE (Escola Brasileira de Economia e Finanças, da Fundação Getulio Vargas).

Os pesquisadores cruzaram registros da folha de pagamento do Bolsa Família e da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e puderam não apenas mensurar a emancipação por meio do trabalho com carteira, mas também medir a qualidade do emprego conquistado por eles.

Dessa forma, descobriram também que metade desses filhos do Bolsa Família que conseguiram um emprego formal estava empregada entre 20% das ocupações consideradas de menor remuneração e com baixa quantidade de trabalhadores com ensino superior.

Entre os jovens de mesma idade que não foram beneficiados, o percentual de pessoas nessas funções cai de 50% para 32%.

Os dependentes egressos do programa estavam distribuídos em micro (28%), pequenas (26,4%), grandes (22,5%) e médias empresas (11,6%). Uma parcela menor estava, ainda, na agropecuária (5,9%) e na administração pública (4,9%).

EMPREGO FORMAL É TERMÔMETRO DE EMANCIPAÇÃO, DIZEM PESQUISADORES

O Bolsa Família é um programa de transferência de renda, voltado para a população mais vulnerável. A conquista do emprego formal mais tarde pelas crianças e jovens que participaram do programa não é, portanto, seu objetivo central. Mas esse é considerado um efeito colateral positivo, segundo os pesquisadores.

Quando a família tem suas necessidades básicas atendidas, o horizonte para melhorar de vida e conquistar um emprego estável aumenta. É como se as mães e pais que buscaram pelo benefício em um momento de dificuldade para as famílias abrissem possibilidades para a geração seguinte.

Claudio Fernandes, que recebeu o benefício na adolescência, mais tarde se tornou assistente administrativo do governo de Tocantins. "Cresci com Bolsa Família", disse a cantora Pabllo Vittar, em uma entrevista de 2021.

"É preciso lembrar que os jovens que foram beneficiados pelo Bolsa Família estavam no passado em uma situação de precariedade. A maioria dos postos no Brasil não é boa, o país não está crescendo em ritmo satisfatório há cerca de 40 anos e, para quem antes dependia da transferência de renda, é um enorme avanço estar no mercado de trabalho formal", diz Paulo Tafner, diretor-presidente do IMDS.

"Há vários indicativos mostrando que quem sai do Bolsa consegue acessar o mercado formal, mas são postos de menor qualidade. Estar no emprego formal traz um conforto maior, um acesso às políticas de seguridade que são mais favoráveis, mas comparados ao grupo que não participou do programa, eles não estavam tão perto assim", diz Giovanna Ribeiro, coordenadora de projetos do IMDS.

Ela complementa que a rede de apoio criada em torno do Bolsa Família -com condicionalidades como frequência escolar e vacinação das crianças ou o pré-natal para mulheres grávidas- pode ajudar futuramente esses jovens.

"A condicionalidade do programa como elemento indutor em investimento em capital humano dos filhos é crucial", avalia o pesquisador Valdemar Neto, da FGV, outro dos coautores do estudo.

"O mercado formal brasileiro tem peculiaridades, a informalidade é alta e a permanência no emprego é baixa. Quanto mais pessoas no domicílio com carteira assinada, maior é a chance de emancipação do programa pela renda."

Os dados também apontam que 31,8% dos beneficiários com ensino superior estavam na faixa de maior rendimento, enquanto 48% dos não beneficiários com a mesma idade estavam na mesma situação.

Quando considerados aqueles com ensino fundamental completo, é possível verificar maior atuação dos beneficiários (8,8%), em relação aos não beneficiários (4,7%), em atividades de agropecuária. Já entre aqueles com curso superior completo, a maior concentração de não beneficiários está em empresas de grande porte (29,9%), enquanto a maior concentração dos beneficiários está na administração pública (27,1%).

Entre as principais ocupações na administração pública conquistadas por esses ex-beneficiários com superior completo estão a de professores do ensino fundamental (15%), agentes e auxiliares administrativos (11%), dirigentes do serviço público (10%) e enfermeiros e afins (3%).

"Além da retribuição, tendo a crer que os ex-beneficiários querem ocupar postos que dão garantia de renda, eles são menos propensos a arriscar no setor privado, preferem ter uma renda mais estável -e é muito razoável que seja assim, sendo que ele viveu a pobreza e desejar ter uma garantia de renda é algo positivo", diz Tafner.

Ainda assim, os jovens com um diploma universitário que foram beneficiários do Bolsa Família têm rendimentos médios menores em comparação aos não beneficiários. Enquanto 4,5% dos não beneficiários com pelo menos ensino superior ganhavam acima de dez salários mínimos, esse percentual era de 0,8% entre os beneficiários.

Mais da metade (52,4%) dos que tinham até o ensino médio tinham remuneração média de 1 salário mínimo a 1,5 salário mínimo.

"Uma medida importante para aprimorar o programa seria estimular a continuidade dos estudos. O objetivo é pensar a mobilidade de crianças pobres, reforçar a educação entre esse grupo faria com que fosse mais representativo no mercado de trabalho, em empregos melhores", diz Eloah Fassarella, coordenadora do laboratório de dados da Oppen Social.

Para evitar resultados distorcidos, o estudo considera dados até 2019, o que não compreende o período da pandemia. Os pesquisadores devem trabalhar em um estudo no futuro para avaliar os efeitos da crise gerada pela emergência sanitária no emprego e renda dos ex-beneficiários.

Por uma grande parte deles ocupar funções de menor remuneração e escolaridade, portanto mais frágeis, não se pode descartar que a emancipação do programa tenha sido perdida por muitas dessas famílias. Na casa da assistente social Liliane César, 56, a vida também se divide entre antes e depois do programa.

Desempregada, ela precisou pela primeira vez buscar ajuda do governo. "Foi o que me salvou no período da pandemia, por pouco não fui despejada por não conseguir pagar aluguel."

Foram quatro ou cinco meses em que ela recebeu o benefício até conseguir um trabalho com remuneração suficiente para deixá-la fora dos critérios para receber o Bolsa Família (atualmente, a renda de cada pessoa da família deve ser de até R$ 218 por mês).

"Os R$ 600 parecem pouco, mas serviram para ajudar em uma época em que tudo que eu tinha eram bicos como faxineira, de 15 em 15 dias. Distribuía currículos, mas me sentia invisível."

Ela agora trabalha no atendimento a famílias de um Cras (Centro de Referência de Assistência Social) em Santo André, na Grande São Paulo, vendo no trabalho uma forma de retribuir o apoio que recebeu.

"Hoje, estou do lado de cá da mesa, mas sei a importância de ser acolhida. O fato de ter passado por tudo isso faz pensar que a segurança é uma coisa ainda mais importante", diz Liliane. Sua filha, hoje com 29 anos, foi morar nos Estados Unidos, onde participa de um programa au pair (intercâmbio geralmente atrelado aos cuidados de crianças de uma família no exterior).

Criado em 2003, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Bolsa Família é considerado uma das principais bandeiras do petista. Tanto que Lula voltou a chamá-lo assim em 2023, ao assumir o terceiro mandato -após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter trocado o nome do programa para Auxílio Brasil.

Mais de 21,1 milhões de beneficiários receberam, em média, R$ 670,33 no primeiro mês do novo Bolsa Família. Os pagamentos incluem os R$ 150 do Benefício Primeira Infância, para crianças de 0 a 6 anos.

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TRANSPORTE

Motoristas de ônibus peitam a Justiça e greve entra no terceiro dia na Capital

Mesmo com aumento da multa para R$ 200 mil, classe se nega a retomar serviço sem o pagamento integral da folha atrasada

17/12/2025 08h00

Audiência de conciliação contou com a presença do Consórcio Guaicurus, do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Campo Grande (STTU-CG) e da prefeitura da Capital, além de seus respectivos advogados

Audiência de conciliação contou com a presença do Consórcio Guaicurus, do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Campo Grande (STTU-CG) e da prefeitura da Capital, além de seus respectivos advogados Gerson Oliveira

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A audiência de conciliação sobre a greve dos motoristas de ônibus de Campo Grande terminou sem solução e a paralisação vai entrar em seu terceiro dia hoje, desta maneira, descumprindo a ordem judicial de manter 70% da frota em circulação, o mínimo exigido por lei para serviços essenciais.

Realizada no plenário do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT24), a audiência de conciliação contou com a presença do Consórcio Guaicurus, responsável pela administração do transporte coletivo de Campo Grande desde 2012, do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Campo Grande (STTU-CG) e da prefeitura da Capital, além de seus respectivos advogados.

Com lotação máxima por causa da presença de inúmeros motoristas, o debate começou com quase uma hora de atraso e perguntas objetivas do desembargador César Palumbo Fernandes aos envolvidos.

Entre as respostas, Themis de Oliveira, diretor-presidente da concessionária, afirmou que não tem recursos financeiros em caixa para efetuar o pagamento do restante da folha salarial de novembro, que deveria ter sido quitada integralmente no quinto dia útil deste mês.

Além disso, Themis informou que seria necessário cerca de R$ 1,3 milhão para que isso acontecesse, montante que a empresa não teria no momento, sob alegação de inadimplência no repasse mensal contratualizado com o poder público municipal.

Em contrapartida, a Prefeitura de Campo Grande, representada na audiência pela procuradora-geral do Município, Cecília Saad Cruz Rizkallah, e o diretor-executivo da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Otávio Gomes Figueiró, disse que os repasses por parte da Capital estão em dia. 

Além disso, a administração municipal reforçou que o Estado, que também contribui com uma parcela do convênio, estaria em débito com o que foi acordado na concessão, com uma dívida que soma cerca de R$ 4,8 milhões, referente a quatro meses não pagos, quase quatro vezes mais que o necessário para pagar o que a empresa deve aos funcionários.

Audiência de conciliação contou com a presença do Consórcio Guaicurus, do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Campo Grande (STTU-CG) e da prefeitura da Capital, além de seus respectivos advogadosTrabalhadores do Consórcio Guaicurus lotaram o plenário do TRT24 em conciliação que terminou sem acordo sobre a greve do ônibus - Foto: Gerson Oliveira

Após este primeiro debate, o diretor-presidente do consórcio iniciou suas ponderações acerca da diferença entre a tarifa pública (R$ 4,95) e a tarifa técnica (R$ 6,57), que, segundo ele, deveria ser paga pela prefeitura e está presente em contrato, o que também colocaria a empresa trabalhando em deficit operacional.

Porém, o desembargador logo cortou Themis de Oliveira, afirmando que essa questão deveria ser discutida com o poder público em outro momento e não teria efeito prático na pauta da solução da greve.

Com isso, o juiz continuou o debate e perguntou ao consórcio e ao Município se haveria como apresentar um planejamento financeiro seguro para a quitação dos vencimentos, o que foi respondido com um simples “não” pelas duas partes.

Sem a solução financeira, a audiência foi declarada encerrada, com decisão do desembargador de voltar com 70% da frota em horários de pico (das 6h às 8h30min e das 17h às 20h) e 50% nos demais períodos, nos quais, em tese, há menor fluxo de pessoas.

O desembargador ainda anunciou a majoração da multa diária para R$ 200 mil (na segunda-feira o valor era de R$ 20 mil e foi aumentado para R$ 100 mil ontem) em caso de descumprimento da ordem judicial.

No momento da leitura da nova determinação, os motoristas presentes no plenário deram risada, levantaram-se das cadeiras e foram embora da sessão. Inclusive, alguns aproveitaram a curta manifestação para se oporem verbalmente ao que foi decidido pelo juiz, com os dizeres “vergonha” e “não vamos aceitar”.

Demétrio Freitas, presidente do sindicato, respondeu ao desembargador “você vai ter que me prender”, já deixando claro que a classe não cumpriria a decisão.

Após a audiência, os motoristas e o sindicato se reuniram em frente ao TRT24 e, novamente, decidiram por manter 100% da paralisação, mantendo a posição firme de retomada das atividades somente em caso de pagamento da folha salarial.

“A população está sofrendo muito, vai para três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber. Todo mundo que trabalha precisa receber seus vencimentos”, declarou o presidente STTU-CG, acrescentando que ainda não sabe como realizará o pagamento da multa. Demétrio foi a favor da retomada do mínimo exigido em lei, mas foi voto vencido.

Com o iminente descumprimento da ordem judicial, a greve dos motoristas vai para o terceiro dia e já soma R$ 320 mil de multa ao sindicato. Enquanto isso, o diretor-presidente do Consórcio Guaicurus afirmou que as conversas e negociações com o poder público continuarão para que o problema seja resolvido o quanto antes.

“Não houve conciliação, mas o consórcio continua buscando o entendimento, continua buscando formas de resolver o problema, continua trabalhando nesse sentido de buscar uma forma para resolver o problema. É conversar e negociar o tempo inteiro, a intenção do consórcio é resolver o problema”, disse Themis de Oliveira.

VERSÃO DO MUNICÍPIO

Em coletiva de imprensa realizada momentos antes da audiência de conciliação, a prefeita Adriane Lopes (PP) reafirmou que todos os repasses por parte do Município estavam em dia.

“Além das gratuidades, o Município aporta também o vale-transporte dos nossos servidores, que são adquiridos e utilizados pelos servidores do Município, e está rigorosamente em dia com esse repasse. As questões judiciais serão discutidas na Justiça, dentro da legalidade e da realidade, tanto do Consórcio como do Município”, disse a prefeita.

Ulisses Rocha, secretário municipal de Governo, disse que o Estado acordou com a prefeitura e o Consórcio Guaicurus como seria paga sua parte no convênio, descartando a culpa do Executivo estadual na falta de dinheiro da empresa.

“O governo do Estado transferiu R$ 7 milhões, ele fez um acordo de R$ 13 milhões neste ano e R$ 4 milhões ficaram para o ano que vem, foi acordado com o consórcio, então, todas as verbas que implicam o poder público foram transferidas. Então, não tem ‘cadê o dinheiro’, o dinheiro foi pago”, destacou.

*SAIBA

Em outubro de 1994, na gestão do ex-prefeito Juvêncio César, o transporte coletivo parou por dois dias e meio. Os ônibus tomaram as ruas do Centro e interditaram o trânsito. Agora, ao entrar no terceiro dia, essa greve bate o recorde de maior tempo de paralisação dos ônibus na Capital.

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3º dia de greve

Motoristas ignoram multa de R$ 200 mil e Campo Grande segue sem ônibus

TRT determinou que ônibus funcionem com 70% da frota em horários de pico e 50% em horários normais, mas os motoristas não aceitaram

17/12/2025 07h10

Campo Grande entra no 3º dia de greve dos ônibus

Campo Grande entra no 3º dia de greve dos ônibus MARCELO VICTOR

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Campo Grande amanheceu sem ônibus pelo terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira (17).

Mais uma vez, os terminais Morenão, Julio de Castilho, Bandeirantes, Nova Bahia, Moreninhas, Aero Rancho, Guaicurus, General Osório e Hércules Maymone amanheceram fechados sem nenhuma "alma viva".

Os pontos estão vazios. Em contrapartida, as garagens estão lotadas de ônibus estacionados.

Com isso, os usuários precisam recorrer a outras alternativas para chegar ao trabalho: bicicleta, a pé, carona, transporte por aplicativo, táxi ou mototáxi. A greve foi alertada antecipadamente, estava prevista e não pegou passageiros de surpresa.

Os motoristas reivindicam pelo pagamento do mês, que foi pago 50%:

  • Pagamento do 5º dia útil – venceu em 5 de dezembro
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

O Consórcio Guaicurus alega que está em crise financeira e que não tem dinheiro para pagar a folha salarial, 13º salário e custos operacionais básicos (combustível, manutenção da frota e encargos). Além disso, reafirma que aguarda o repasse de verbas da prefeitura.

DECISÃO JUDICIAL

O desembargador federal do trabalho, César Palumbo, do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT-24) determinou, durante audiência de conciliação realizada na tarde desta terça-feira (16), que:

  • 70% da frota funcione entre 6h e 8h30min (horário de pico)
  • 50% da frota funcione entre 8h30min e 17h
  • 70% da frota funcione entre 17h e 20h (horário de pico)
  • 50% da frota funcione entre 20h e 00h

Mas, os motoristas não acataram a ordem judicial mais uma vez e seguem paralisados. Com isso, o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande leva multa diária de R$ 200 mil. A multa subiu de R$ 20 mil para R$ 100 mil na terça-feira (16) e de R$ 100 mil para R$ 200 mil na quarta-feira (17).

"Não pode existir greve de 100% dos serviços essenciais. A determinação judicial deve ser cumprida. Amanhã, no primeiro período, a categoria vai estar trabalhando. Amanhã, pela manhã [17 de dezembro] o sindicato vai garantir que haja no período compreendido entre 6h e 8h30, 70% da frota funcionando. De 8h30 a 17h, 50% da frota atendendo a população. Entre as 17h e as 20h, 70% da frota. E após, 50% da frota no horário normal", pediu o desembargador aos motoristas, que recusaram. 

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