Cidades

CRIME ORGANIZADO

PF e Gaeco investigam novo comando do tráfico na fronteira

Novo chefe comandou execuções de antigos líderes

Da Redação

01/03/2018 - 16h00
Continue lendo...

Ex-ladrão de carros da zona leste de São Paulo e hoje apontado como o principal 'funcionário' de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, vai ser o novo 'sintonia' do Primeiro Comando da Capital (PCC) na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.

Pelo menos é o que apontam relatórios de investigações da Polícia Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco-SP), que o Portal Correio do Estado teve acesso.

'Sintonia' é o nome dado entre os integrantes da facção aos líderes que possuem certa autonomia para controlar o dinheiro do fluxo do tráfico de drogas e armas, além de decidir desde investimentos, traçar a logística do transporte de produtos ilícitos e até execuções de desafetos e policiais.

A função era ocupada até meados de fevereiro por Elton Leonel Rumich da Silva, o Galã, preso na última terça-feira (27) em um estúdio de tatuagem no Ipanema, bairro de alto padrão da zona sul do Rio de Janeiro.

Na avaliação do Gaeco-SP, a prisão de Galã rompe de vez os vínculos da cúpula do PCC com Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, executado pela facção no Ceará na última semana junto de Fabiano Alves de Souza, o Paca. Ambos eram os integrantes mais poderosos da quadrilha em liberdade.

Assim como Galã foi premiado pela chefia da facção por planejar e colocar em prática a execução de Jorge Rafaat, em junho de 2016, Fuminho sobe na hierarquia da organização criminosa por investigar e denunciar os desvios de dinheiro e gastos exorbitantes de Gegê e seus asseclas, que giravam em torno de R$ 50 milhões, entre mansões e carros importados, pelo que apurou a reportagem.

Como exemplo, Galã foi preso no Rio com um BMW, seis relógios de marca e R$ 100 mil em dinheiro. O filho de Paca, por exemplo, ganha mesada de R$ 50 mil e mora e estuda na Inglaterra.

NOVO CHEFÃO

Foi na época dos atentados que surgiu a figura de Fuminho em terras paraguaias. Desde o início de 2017 ele trabalha para Marcola como intermediário nas fazendas nos países vizinhos. E viraram sócios em empreendimentos agrícolas usados parta lavar dinheiro do tráfico. O Gaeco-SP e a Polícia Federal investigam empresas de Mato Grosso do Sul que podem ser de fachada para a dupla.

A amizade e respeito do chefão da facção com seu subordinado cresceu após ele chegar a Pedro Juan Caballero com a fuga de Galã. Foi quando descobriu os desvios de dinheio e principalmente o repasse de mercadoria a grupos inimigos, que incluiriam até a milícia do Rio de Janeiro.

Segundo relatório do Departamento Estadual de Investigações Criminais de São Paulo (Deic), Fuminho ganhou motivação pessoal para executar Gegê quando o 'torre', mesmo da Bolívia, passou a obrigar motoristas funcionários seu a pagarem o prejuízo pelas drogas apreendidas pelas polícias sul-mato-grossenses. Um deles, de absoluta confiança de Santos, foi torturado e morto no Paraguai, em área de fronteira, sem autorização de Marcola e Vida Loka.  

Com a autorização do plano e a execução dos rivais bem executada, Fuminho torna-se o membro do PCC mais poderoso fora dos presídios. Ele é procurado pela Justiça Federal desde 2014, quando arquitetou o resgate de Marcola de um presídio de segurança máxima de São Paulo. 

De funcionário exemplar, hoje o homem mais procurado pelas polícias do País controla um lucro líquido de R$ 22 milhões só com a venda de maconha em São Paulo, além de gerenciar a exportação de cocaína para Europa e Ásia, em esquema que se iniciaria em Corumbá, segundo aponta a PF.

CRESCIMENTO

A presença de Gegê, Paca e Galã circulando entre Bolívia e Paraguai, nas fronteiras com Mato Grosso do Sul, significou aumento de rendimento para o PCC, com maior poder de exportação das drogas, mas desagradou os cultivadores.

Após a execução de Rafaat, o trio tinha como meta centralizar toda a produção principal de maconha e cocaína, além de investir também em contrabando e até casas de prostituição, o que desagradou aliados históricos da facção, como o sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão, que ajudou no assassinato de Rafaat. 

Pavão hoje está em um presídio federal em Mossoró (RN), depois de ter sido extraditado pelo Paraguai.

"A presença de dois líderes na região do Paraguai, da Bolívia, propiciou um ganho muito grande para facção em termos do aumento da quantidade de droga que realmente a facção pôde exportar, inclusive para a Europa", disse o promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco-SP.

Os indícios de insatisfação não demoraram a surgir. Galã, que morava em Pedro Juan Caballero, que faz divisa com Ponta Porã, sofreu um atentado a tiros em julho do ano passado durante inauguração de uma casa noturna.

Dois membros do PCC que estavam no local como seus seguranças morreram. 

Gegê e Paca se mudaram para Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, com ordem de Marcola e Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, segundo na hierarquia da facção. 

Não poderia haver casos de 'torres' (como são chamados os integrantes da alta cúpulas) mortos em área de instabilidade, como é a fronteira com Ponta Porã.

Cidades

Estado recebe 440 mil doses de vacina e monta "força-tarefa" para combater gripe

Vacinação também conta com drive-thru a partir desta quarta-feira (2)

31/03/2025 16h00

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Continue Lendo...

Após receber 440 mil doses de vacina contra a Influenza, o Governo do Estado montou uma “força-tarefa” para frear o crescimento dos casos gripais em Mato Grosso do Sul. A distribuição do novo lote de imunizantes acontece já nesta terça-feira (1º). Com a nova remessa, o Estado já totaliza 524 mil doses recebidas em 2025.

Além dos grupos prioritários já previstos no Calendário Nacional de Vacinação, como crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e idosos a partir de 60 anos, a estratégia de vacinação também inclui:

  • trabalhadores da Saúde;
  • puérperas; professores dos ensinos básico e superior;
  • povos indígenas;
  • pessoas em situação de rua;
  • profissionais das forças de segurança e de salvamento;
  • profissionais das Forças Armadas;
  • pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
  • pessoas com deficiência permanente;
  • caminhoneiros;
  • trabalhadores dos Correios;
  • trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);
  • trabalhadores portuários;
  • funcionários do sistema penitenciário, detentos e  adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos).

Na última semana, foram entregues 84 mil doses, garantindo o abastecimento de 77 das 79 cidades do estado, vacina que já contém as seguintes cepas: H1N1, H3N2 e B.
A SES também está repassando mais de 1,1 milhão de seringas e agulhas para garantir a infraestrutura necessária à imunização.

Os coordenadores municipais já foram orientados sobre a estratégia da campanha e podem iniciar a vacinação assim que receberem os imunizantes, conforme as diretrizes do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Oficialmente, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza terá início oficial em 7 de abril, com o Dia D programado para 10 de maio. 

"O envio dessas 440 mil doses reforça o compromisso do Governo do Estado com a proteção da população contra a Influenza. Nossa prioridade é garantir que todos os municípios recebam os imunizantes o mais rápido possível, permitindo que a vacinação avance sem interrupções. A imunização é fundamental para reduzir internações e complicações decorrentes do vírus, especialmente entre os grupos prioritários. Contamos com o engajamento da população para proteger a saúde coletiva”, afirma o gerente de Imunização da SES, Frederico Moraes.

A influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório e é altamente transmissível. A estratégia estadual é reduzir internações, complicações e óbitos na população-alvo, além de vacinar 90% dos grupos prioritários do Calendário Nacional de Vacinação, que inclui crianças, gestantes e idosos.

Drive-thru da vacinação 

Outra alternativa para imunizar a população de forma mais rápida, é o drive-thru da imunização articulado também pela SES, e que tem início nesta quarta-feira (2) e se estende até o dia 17 de abril. O drive funcionará no Quartel do Corpo de Bombeiros da Rua 14 de Julho, em Campo Grande.

O horário de atendimento de segunda a sexta-feira será das 18h às 22h; e aos sábados e domingos em dois períodos: das 7h às 11h e das 13h às 17h. A iniciativa conta com a parceria do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul.

Assine o Correio do Estado

Controle biológico

Suzano usa joaninhas para combater pragas em eucaliptos de MS

Empresa abriu laboratório em Ribas do Rio Pardo para aumentar capacidade produtiva do inseto

31/03/2025 15h30

Joaninhas consomem até mil ovos da praga psilídeo-de-concha por dia

Joaninhas consomem até mil ovos da praga psilídeo-de-concha por dia Divulgação

Continue Lendo...

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global em bioprodutos de eucalipto, está revolucionando o manejo florestal no Brasil com uma iniciativa pioneira: o uso de joaninhas no controle biológico de pragas.

Em 2024, a empresa liberou mais de 210 mil joaninhas da espécie Olla v-nigrum em suas florestas nos estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Maranhão, cobrindo uma área total de 57 mil hectares.

A estratégia permitiu evitar o uso de 17,1 mil quilos de defensivos agrícolas, resultando em uma economia superior a R$ 3 milhões para a companhia.

A espécie

A joaninha Olla v-nigrum foi escolhida por sua eficácia contra o psilídeo-de-concha (Glycaspis brimblecombei), uma das pragas mais prejudiciais ao cultivo de eucalipto.

O inseto predador é capaz de consumir até mil ovos da praga por dia, contribuindo para um equilíbrio natural no ambiente sem causar superpopulação.

Para garantir o sucesso da iniciativa, a Suzano realizou dois anos de estudos detalhados sobre o comportamento do inseto, incluindo sua adaptação a diferentes temperaturas e dietas. As pesquisas foram conduzidas em parceria com instituições renomadas como a UNESP, Embrapa Florestas e Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Impactos ambientais e econômicos

Além de reduzir significativamente o uso de pesticidas químicos, o projeto fortalece a biodiversidade local e promove práticas agrícolas mais sustentáveis.

Segundo Maurício Magalhães Domingues, pesquisador da Suzano, "inovação e sustentabilidade caminham juntas na companhia". Ele ressalta que a iniciativa não apenas contribui para a preservação ambiental, mas também gera benefícios sociais como a valorização da ciência e a criação de empregos relacionados à produção dos insetos em laboratórios.

Resultados

Desde o início das pesquisas em 2022 até a liberação em larga escala em 2024, os resultados têm sido satisfatórios. A técnica já está sendo aplicada em diversas unidades florestais da Suzano, com planos de expansão para 2025.

A empresa pretende aumentar a capacidade produtiva das joaninhas em seu novo laboratório em Ribas do Rio Pardo (MS) e ampliar o número de hectares cobertos pelo controle biológico.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail marketing@correiodoestado.com.br na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).