Durante operação deflagrada na manhã desta terça-feira (26), a Polícia Federal brasileira mira combater o tráfico de drogas internacional executado pela quadrilha do homem conhecido como "Papai Urso".
Atuando no transporte de substâncias ilícitas, que vão desde maconha e também porções de cocaína, que vinham diretamente da Bolívia para ser "pulverizada" em território brasileiro, a quadrilha usa justamente a região fronteiriça de Corumbá para facilitar a logística.
Distante aproximadamente 427 km da Capital de Mato Grosso do Sul, a Vara Federal de Corumbá foi responsável por expedir os três mandados de buscas e apreensão totais que foram cumpridos pela PF na manhã de hoje (26).
Ainda, como bem evidencia a Polícia Federal em nota, durante a ação "foi dado cumprimento a um mandado de prisão preventiva em desfavor de um dos investigados".
Investigações dos setores especializados da PF indicam que, essa droga que era trazida pelo grupo não ficava concentrada apenas na Cidade Branca, sendo transportada também para diversas cidades brasileiras.
Além disso, a PF aponta que os mandados renderam como "frutos" a apreensão de mídias, que possuíam uma série de conteúdos digitais, provas essas que serão devidamente periciadas em análise e devem orientar os próximos passos das investigações.
Isso porque, segundo a Polícia Federal, esses materiais apreendidos podem identificar não somente os demais envolvidos na rede criminosa de distribuição, como também os alvos de compra e venda dos entorpecentes.
Importante explicar que, a operação batizada de "Urso" só recebe esse nome graças ao principal investigado, que é conhecido pela alcunha de "Papá Oso" que em tradução livre para o português significa "Papai Urso".
Fronteira sensível
Sendo uma área de fronteira seca, uma das ligações do território boliviano com o brasileiro se dá através da conhecida "Ruta 4" - uma rodovia boliviana com 1657 km de extensão que percorre o País vizinho de oeste a leste - que é sequenciada pela BR-262 em Corumbá.
Ainda em meados deste ano, o Correio do Estado bem abordou como a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), depois de dominar a fronteira com o Paraguai passou a se basear em território boliviano, a partir da cidade de Santa Cruz de la Sierra, distante pouco mais de 600km de Corumbá, o que reflete em aumento da criminalidade local.
Diante desse cenário, torna-se necessário um cuidado redobrado por parte das autoridades policiais, não só brasileiras como também bolivianas, com ações para impedir maior avanço desse tráfico transnacional.
Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), sobre apreensões de cocaína, mostram o crescente volume registrado desde antes da pandemia, quando em 2019 foram apreendidos 3.761 kg da substância.
Desde então os valores anotados, em kg, das apreensões anuais de cocaína na faixa de fronteira em Corumbá foram:
- 2020: 35.154
- 2021: 189.149
- 2022: 652.614
- 2023: 998.931
- *2024: 227.10
**Cabe apontar que os dados de 2024 estão incompletos, com compilado até o mês de novembro
Diante do aumento notado também no transporte de maconha, as policiais de MS e da Bolívia, como bem acomapanhou o Correio do Estado, traçaram estratégias para fechar o cerco contra o tráfico de drogas transnacional da região.
Se lançado olhar para as apreensões dessa substância, o salto anual é expressivo principalmente na passagem entre o ano passado e o total apreendido até então em 2024 na faixa de fronteira de Corumbá, como é possível conferir no recorte do Portal Estatístico da Sejusp.
Se no Brasil há apreensões feitas pela Polícia Rodoviária Federal; Militar; Exércio e até Receita Federal, no País vizinho a Força Especial e Luta contra o Narcotráfico (Felcn) é quem fica responsável pela intensificação das medidas de combate às facções.