Polícia

CRIME BRUTAL

Família pode ser punida por esconder suposto assassino de jogador?

Escondido em casa alugada por familiares após o crime, Danilo Alves Vieira é acusado de usar chácara que pertence ao pai para desovar corpo de Hugo Vinícius

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Danilo Alves Vieira é o último suspeito preso por envolvimento na morte de Hugo Skulny, sendo encontrado na tarde de quarta-feira (16), escondido em uma casa alugada pela família em Iguatemi, após a morte, esquartejamento e ocultação do cadáver do jogador, o que levanta a dúvida do que pode acontecer aos familiares por esconder o suposto criminoso. 

Vale lembrar ainda que, as partes do corpo de Hugo começaram a ser encontradas no Rio Iguatemi justamente na região em que se encontra uma chácara pertencente de Danilo Alves. 

Delegado titular em Tacuru, Mateus Crovador da Silva esclarece os pontos que envolvem a família de Danilo, que passam pelos artigos 349 e 181 do Código Penal, listados respectivamente como "favorecimento real" e "escusas absolutórias". 

"Tem um crime no código penal que chama 'favorecimento real', quando você abriga alguém, para que ele não sofra a punição da lei", diz Mateus. Conforme o CP, o art. 349  prevê pena de detenção, que pode variar de um a seis meses, e multa.

Entretanto, como esclarece Mateus Crovador, é necessário justamente averiguar quem foi que ofertou o abrigo, pela existência de uma "saída" contida no texto presente no artigo 181. 

"Porque tem outra situação chamada de escusa absolutória, por exemplo, se você for ascendente; descendente; irmão [para simplificar, parente em 1º grau] e escondeu a pessoa, você não responde criminalmente... se for um amigo, você já responde por favorecimento", complementa ele. 

Cabe ressaltar que, essas hipóteses do art. 181 se limitam a crimes contra o patrimônio, desde que esses não tenham sido cometidos com violência ou grave ameaça. Ainda, conforme portal jurídico especializado, a segunda parte do mesmo capitulo do CP trata uma modificação, que aponta não ser possível alegar escusas:

  • I se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
  • II ao estranho que participa do crime.
  • III se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. (Incluído pelo estatuto do idoso Lei n 10741/03).

Danilo, provavelmente, deverá responder por homicídio qualificado por motivo fútil, assim como pela impossibilidade de defesa da vítima.

Ainda, com base em seu entendimento jurídico, ele não descarta a possibilidade de, na hora da dosimetria da pena na sentença, que haja um "abrandamento", ou afrouxamento em relação ao indivíduo preso nesta semana. 

Importante destacar que, para que Danilo fosse interrogado nessa atual fase, seria necessário que o Ministério Público manifestasse o interesse. Crovador cita também que não há promotor, hoje, em Sete Quedas, já que a promotora responsável até o último mês foi removida. 

Com um promotor de Parnaíba respondendo pela comarca de Sete Quedas, Mateus Crovador pontua também que comunicou o assessor a necessidade da chamada "cota procedimental" caso houvesse interesse pelo interrogatório de Danilo.  

"É a cota que o Ministério Público [fiscal da atividade policial] pode determinar que nós façamos diligências. Como o inquérito terminou com o relatório, só poderia ouvi-lo por meio disso. E a resposta do promotor foi: 'nós só o ouviremos em juízo'", completa o delegado.

Envolvidos no crime

Listado como um dos envolvidos, Cleiton Torres Vobeto, o "Maninho", foi quem apontou o local usado para desovar o corpo esquartejado do ex-jogador, enquanto a própria Polícia Civil destacou que a casa onde Danilo foi encontrado foi alugada por familiares. 

"Há ocultação de cadáver, que eles também esquartejaram o corpo para que não fosse achado. Ele é o autor e a menina e o outro rapaz são partícipes e vão responder à medida da participação deles, claro que com menor influência no resultado, mas ainda assim vão ser responsabilizados por homicídio", explica o delegado. 

É importante esclarecer que a delegada responsável pela investigação, Lucélia Constantino de Oliveira, já relatou o inquérito, sendo esse o último ato que encerra o procedimento investigativo. 
 
Ou seja, atualmente não é possível colher o depoimento de Danilo Alves Vieira, preso em uma unidade da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) no município de Iguatemi, já que com o processo repassado para o Ministério Público, a polícia fica impedida de realizar qualquer "ato procedimental" sem que haja investigação em trâmite. 

Rubia Joice de Oliver Luvisetto, ex-namorada de Hugo, foi presa em 03 de julho, sendo a responsável por apontar a participação de "Maninho". 

Segundo o advogado de Rubia, Felipe Azuma, relatou que está esperando o habeas corpus que pediu contra a prisão preventiva e que acredita que, com a prisão de Danilo, "a verdade possa vir à tona, de que Rubia não planejou nada do que ocorreu". 

Importante lembrar que a Polícia já descartou a versão de Rubia, que chegou a apontar que a morte do jogador foi em reação ao comportamento do rapaz, alegando que Hugo invadiu sua casa, encontrando ela na cama com outro homem (Danilo). 

Entretanto, durante a coletiva de hoje, a polícia classificou Rúbia como coautora do crime, não revelando mais detalhes sobre o assunto. 

Há a possibilidade de que Danilo seja transferido para penitenciária de Naviraí, permanecendo na unidade enquanto houver vigência da prisão preventiva

"Ele vai aguardar o julgamento preso. Só se, eventualmente, vier uma ordem de liberdade provisória através do Tribunal de Justiça, aí seria solto". 

Relembre

Hugo foi visto pela última vez pelos seus amigos, que o deixaram na casa da ex após saírem de uma festa em um posto do lado paraguaio da fronteira, no município de Pindoty Porã em 25 de junho. Já na segunda-feira (26 de junho), o registro do sumiço foi feito por sua mãe, Eliana Skulny.

De repercussão nacional, o caso da morte de Hugo tomou os noticiários nacionais logo após o sumiço do jovem, quando a conterrânea e conhecida da família, Ana Castela, usou suas redes sociais para engrossar as buscas, assim como pela brutalidade. 

Foram cerca de sete dias de busca até que o paradeiro e estado real do rapaz fossem descobertos. Morto com três tiros, o corpo de Hugo ainda foi esquartejado em pequenas partes antes de ser desovado em um trecho do Rio Iguatemi, que começaram a ser encontradas em 02 de julho. 

Pelo menos 22 oficiais policiais e outros 30 servidores da segurança Pública, de Sete Quedas - envolvendo com a participação das polícias Civil e Militar; Corpo de Bombeiros e Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron) - foram mobilizados para a busca pelos restos mortais de Hugo, que só teve o corpo identificado devido a uma tatuagem presente no baço localizado. 

Atleta, Hugo tinha carreira pelo futebol no município, jogando por vários clubes locais como o Projetinho/ Gelo7, e Conjunto Itaporã II, e disputando inclusive as semifinais do Municipal de Suíço, em Sete Quedas e participando até mesmo da chamada "Liga Terrão". 
*(Colaboraram Valesca Consolaro e Ketlen Gomes)

 

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TRÁFICO DE DROGAS

Sogro e genro são presos com 157 quilos de crack em Hilux

Sogro era responsável pelo transporte e logística do entorpecente na cidade, já o genro atuava como batedor e olheiro

11/12/2025 11h30

Tabletes de crack

Tabletes de crack Divulgação/Polícia Civil - MS

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Sogro, 49 anos e genro, de 40 anos foram presos em flagrante transportando 157 quilos de crack, nesta quarta-feira (10), na região do Parque dos Coqueiros em Dourados, município localizado a 226 quilômetros de Campo Grande.

Tabletes de crackTabletes de crack. Foto: Polícia Civil

Um terceiro possível envolvido também foi conduzido à unidade policial e será investigado pelas autoridades.

O entorpecente estava distribuído em tabletes e acondicionado em uma Toyota Hilux. Eles foram presos por policiais civis da Seção de Investigação Geral/Núcleo Regional de Inteligência (SIG/NRI) de Dourados.

Conforme apurado pela reportagem, o sogro era responsável pelo transporte e logística do entorpecente na cidade. Já o genro atuava como batedor (escoltando a droga) e olheiro (observando a presença de forças policiais).

A ação faz parte de uma investigação contra uma organização criminosa que atua na cidade e região da fronteira, abastecendo pontos de distribuição em Dourados e região.

TRÁFICO DE DROGAS

O tráfico de drogas é um problema crescente no Brasil.

Comércio, transporte e armazenamento de cocaína, maconha, crack, LSD e haxixe são proibidos no território brasileiro, de acordo com a Lei nº 11.343/2006.

Mas, mesmo proibidos, ainda ocorrem em larga escala em Mato Grosso do Sul. O Estado é conhecido como um vasto corredor no Brasil, devido à sua extensa fronteira com outros países. Com isso, é uma das principais rotas utilizadas para a entrada de substâncias ilícitas no país. 

O tráfico resulta em diversos crimes direta e indiretamente, como furto, roubo, receptação e homicídios.

Dados divulgados pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que 13.130 quilos de cocaína, 502.682 quilos de maconha e 378 quilos de outras drogas foram apreendidos, entre 1º de janeiro e 11 de dezembro de 2025, em Mato Grosso do Sul.

As forças de segurança responsáveis em apreender entorpecentes são Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), Polícia Militar (PMMS), Polícia Civil (PCMS) e Guarda Civil Metropolitana (GCM).

 

HOMICÍDIO E TRÁFICO

Mulher foge de violência doméstica em MG e é morta por ordem da prima em MS

Mulher encontrada morta na tarde de quarta-feira (3), na BR-262, estava cansada de apanhar do marido em Minas Gerais e veio buscar abrigo na casa da prima em MS, que a abandonou

05/12/2025 11h45

Titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodrigo Daltro, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (5)

Titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodrigo Daltro, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (5) Foto: Naiara Camargo

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Maria de Fátima Alves, de 40 anos, encontrada morta na tarde de quarta-feira (3) no anel viário da BR-262, saiu de Minas Gerais para Mato Grosso do Sul para fugir de violência doméstica que sofria do marido. Ela deixou três filhos no estado mineiro.

Ela veio para Campo Grande (MS), há três meses, procurar abrigo na casa da prima, que prometeu acolhê-la em sua casa, localizada no bairro Moreninhas. Mas, não foi o que aconteceu. Sua prima, de 32 anos, recusou o abrigo, pegou seus documentos por motivos ainda desconhecidos e a abandonou nas ruas.

Ela se tornou moradora de rua, passou a fazer uso exagerado de bebidas alcoólicas e foi abrigada no Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua (CENTRO POP), em Campo Grande.

Titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodrigo Daltro, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (5)Vítima, Maria de Fátima Alves, de 40 anos

Na tarde de terça-feira (2), Maria de Fátima pegou uma bicicleta emprestada e foi buscar seus documentos na casa da prima, pois queria arrumar um emprego. De acordo com a vítima, sua prima seria uma pessoa “muito perigosa”.

Ao chegar no endereço, a prima se negou a devolver os documentos. Em seguida, Maria de Fátima foi até o quarto, abriu o guarda-roupa e flagrou diversos tabletes de cocaína dentro do móvel e, curiosa, começou a manuseá-los.

Com receio de ser denunciada, a prima repreendeu a vítima e a colocou dentro de um Hyundai HB20 com ajuda de um comparsa, de 41 anos. Em seguida, a levaram até o anel viário da BR-262, onde a executaram com um tiro na cabeça e outro no ombro. Após o crime, eles fugiram e o corpo ficou abandonado.

O titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodrigo Daltro, acredita que a vítima tenha sido morta pelo rapaz e não pela prima.

Titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodrigo Daltro, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (5)Prima, de 32 anos e seu comparsa, de 41 anos

“Ele assumiu que a droga era dele, mas negou a questão de ser o coautor do homicídio. Todo o tempo ele negou o homicídio e sempre confessou o tráfico de drogas. Na cabeça deles, o tráfico é mais fácil obter a liberdade.

Na tarde de quarta-feira (3), a Polícia Militar recebeu uma denúncia que havia um cadáver, às margens do anel viário da BR-262, saída para Terenos/Rochedo.

Viaturas se deslocaram até a rodovia e os militares constataram que se tratava de uma mulher, sem identificação até então. Polícia Civil e Polícia Científica estiveram no local para recolher os indícios do assassinato e retirar o corpo.

A prima, de 32 anos e seu comparsa, de 41 anos, estão presos preventivamente pelos crimes de homicídio qualificado, tráfico de drogas e associação para o tráfico.

A mulher é empresária, possui transportadoras e não tem passagens pela polícia. O homem tem passagens por tráfico de drogas.

O caso continua sendo investigado pela DHPP.

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