Polícia

Cartão Vermelho

Justiça mantém liberdade de Cezário e concede soltura aos presos no esquema de corrupção

TJMS concede liberdade a seis presos na operação da Gaeco que apontou esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, na federação estadual; todos terão que fazer uso de tornozeleira eletrônica

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O  presidente afastado da  Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), Francisco Cezário de Oliveira, de 78 anos, seguirá solto com uso de tornozeleira eletrônica,  conforme decisão da 1ª Câmara do Tribunal de Justiça que também determinou que os outros presos na operação "Cartão Vermelho" respondam ao processo em liberdade.

Após analisar o hábeas corpus, a  1ª Câmara do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, entendeu pela decisão de manter a liberdade de Cezário, e determinou a soltura dos outros seis presos por meio da operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco)

Como Cezário os presos liberados também terão que fazer uso da tornozeleira eletrônica:

  • Aparecido Alves Pereira;
  • Valdir Alves Pereira;
  • Umberto Alves de Oliveira;
  • Francisco Carlos Pereira;
  • Marcelo Mitsuo Ezoe Pereira;
  • Rudson Bogarin Barbosa.

No dia 31 de maio, segundo noticiado pelo Correi do Estado, Valdir Alves Pereira, sobrinho de Cezário, entrou com pedido de revogação de prisão. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), recomendou que o juiz mantivesse a dentenção dele. 

Problema de saúde

Após ter ficado preso por cerca de 15 dias, e, dado entrada no Hospital da Cassemas, com suspeita de princípio de infarto, o presidente afastado da FFMS, Francisco Cezário de Oliveira, de 78 anos, foi colocado em liberdade, por decisão da desembargadora Elizabete Anache, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Enquanto esteve preso Cezário teve um pedido de soltura negado pela desembargadora, período em que a irmã dele faleceu, em decorrência da situação de saúde, a decisão foi revista, tendo sido especificado no despacho que o presidente afastado não poderia ter contato com os acusados ou testemunhas assim como ficou estabelecido o uso da tornozeleira pelo período de 90 dias.

"Imperador" do campeonato estadual

A investigação apontou para o maior esquema de corrupção no futebol de Mato Grosso do Sul. Cezário era uma figura apontada como "imperador" do futebol estadual. Chegou a ser prefeito de Rio Negro.

Dinheiro encontrado na casa de Cezario / Divulgação Gaeco

Quando o Gaeco deflagrou a operação denominada "Cartão Vermelho", que indica o desvio de mais de R$ 6 milhões da Federação, somente entre 2018 e o ano passado, o presidente afastado foi um dos presos. Na residência de Cezário os agentes apreenderam amsi de R$ 800 mil. 

Ao todo foram sete mandados de prisão e 14 de busca e apreensão. Além de Cezário, quatro sobrinhos de Cezário foram presos e o filho de um deles. 

Francisco Cezário está à frente da Federação faz cerca de três décadas e seu sétimo mandato só terminaria em 2027. Em nota divulgada no dia da operação, ele e os outros envolvidos fizeram mais de 1.2 mil saques, sempre de até R$ 5 mil, para tentar driblar uma possível investigação nas contas da Federação. 

Investigação

Segundo o balanço, divulgado pelo Gaeco, as investigações tiveram início há 20 meses, e constataram que foi instalada na Federação uma organização criminosa que desviava valores recebidos do Governo do Estado (via convênio, subvenção ou termo de fomento) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A quantia desviada era utilizada para benefício dos envolvidos no grupo, e não chegava a ser investido no futebol estadual.

"Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul FFMS, em valores não superiores a R$ 5.000,00, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema", diz nota do Gaeco.

Usando desse mecanismo, os integrantes da organização realizaram mais de 1.200 saques, que somados ultrapassaram o valor de R$ 3 milhões.

A investigação também aponta que os suspeitos também possuíam um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

"Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul", explicou o Gaeco.

De setembro de 2018 a fevereiro de 2023, foram desviados da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul mais de R$ 6 milhões.

A operação batizada como "Cartão Vermelho" cumpriu 7 mandados de prisão preventiva, além de 14 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Somente nesta manhã, foram apreendidos mais de 800 mil reais.

Saiba: O nome da operação, Cartão Vermelho, é autoexplicativo e faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.

** Colaborou Nery Kaspary e Alanis Netto

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OPERAÇÃO

Jovem de Campo Grande chefiava quadrilha que disseminava ódio e violência entre adolescentes

A organização criminosa que agia pela internet foi desmantelada com a "Operação Adolescência Segura"

16/04/2025 13h30

Adolescente de 14 anos, apesar de confessar a prática de crimes para a polícia, não foi apreendido por falta de flagrante delito. 

Adolescente de 14 anos, apesar de confessar a prática de crimes para a polícia, não foi apreendido por falta de flagrante delito.  Reprodução/PCMS

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De acordo com a delegada do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), Ana Claudia Medina, um adolescente de 14 anos suspeito de chefiar uma quadrilha que disseminava ódio e violência entre adolescentes, atuava como administrador do grupo, participando de decisões e programando desafios violentos.

O adolescente é morador do Jardim Carioca, em Campo Grande, e foi identificado durante a Operação Adolescência Segura, deflagrada na última terça-feira (15), pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, com apoio da DRACCO - (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. O menor não foi apreendido, por falta de flagrante delito.

Conforme a delegada responsável pelo caso, o jovem coordenava a organização dos crimes, promovendo desafios violentos, disseminação de ódio e incentivo a automutilação e ao nazismo. Além disso, após o cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do jovem, e recolhimento de computadores celulares e documentos, ficou comprovado que ele participava da decisão e programação de desafios e tinha conhecimento de alguns eventos criminosos.

Conforme já foi divulgado pelo Correio do Estado, a "Operação Adolescência Segura" contou com a participação de agentes policiais de Mato Grosso do Sul para combate de um grupo focado em  extremismo, automutilação, aliciamento e incitação à violência entre adolescentes. Foram cumpridos cerca de 20 mandados de busca e apreensão.

Além de Mato Grosso do Sul, as ações policiais foram executadas em Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás, e resultou em duas prisões temporárias de adultos e sete internações provisórias de menores.

OPERAÇÃO

A Polícia Civil do Rio de Janeiro (RJ) liderou, nesta terça-feira (15), a operação Adolescência Segura e desarticulou uma organização que praticava crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes. O grupo promovia radicalização e disseminação de ódio e incentivava a automutilação e atos de violência.

O diretor de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), do MJSP, Rodney da Silva, ressalta que, além da investigação dos alvos identificados, a ação também visa fortalecer ações preventivas e de conscientização sobre os perigos da radicalização de jovens nas redes, reforçando a importância da atuação integrada entre as instituições de segurança pública.

“Atuamos de forma cirúrgica para desarticular uma rede que cooptava jovens para práticas criminosas no ambiente virtual. Nosso objetivo principal é proteger adolescentes e a sociedade de ações que se iniciam no mundo digital, mas que geram graves reflexos no mundo real”, explica Rodney da Silva

Durante as investigações, a polícia identificou um grupo criminoso que se articulava principalmente por meio de plataformas de comunicação criptografadas, como Discord e Telegram, além de redes sociais populares. Eles utilizavam esses canais para aliciar adolescentes e estimulá-los a práticas de automutilação coletiva, crueldade contra animais, incitação ao ódio e discussões sobre potenciais ataques violentos. Os criminosos promoviam competições internas e recompensas como forma de incentivar a participação ativa nas atividades ilícitas.

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POLÍCIA

Pais de bebê que chegou morta a UPA são presos em flagrante por negligência e homicídio

Os outros dois filhos do casal foram levados para um abrigo

14/04/2025 18h30

Fachada da DEPCA - (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente)

Fachada da DEPCA - (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente) FOTO: Divulgação PCMS

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No início da tarde desta segunda-feira (14), o delegado Roberto Carlos Morgado Filho, decretou a prisão em flagrante por homicídio culposo dos pais da bebê de 10 meses que chegou morta a UPA- (Unidade de Pronto Atendimento), do bairro Universitário, no começo do dia. O casal tinha outros dois filhos de 3 e 6 anos que serão encaminhados para um abrigo.

Conforme apurado pela reportagem, a criança foi levada ao batalhão do Corpo de Bombeiros no Bairro Tijuca, próximo a casa em que morava com os pais. No local, os militares tentaram reanimar a menina, mas logo na sequência, constataram o óbito. Então, o Corpo de Bombeiros acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para o encaminhamento da criança a UPA.

A Polícia Militar foi acionada e conduziu os envolvidos para a DEPCA - (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente), que deu início à investigação, se deslocando imediatamente  até a residência da família, no bairro Tijuca, que segundo a polícia, foi encontrada em condições insalubres, com muita sujeira e desorganização.

O prontuário médico hospitalar da vítima também foi analisado e verificou-se que na última sexta-feira (11), a criança já havia apresentado dificuldades respiratórias e foi levada pelos pais a uma unidade de saúde. O audo preliminar do órgão oficial de perícia apontou que a causa da morte foi insuficiência respiratória decorrente de broncopneumonia.

Após atendimento inicial e realização de exames na UPA Universitário, a criança foi colocada em observação, no entanto, os pais a retiraram do local sem autorização médica, mesmo diante da gravidade do quadro clínico. Desde então, a menina não foi mais levada a nenhuma unidade de saúde e permaneceu em casa até a data de hoje, quando já chegou desfalecida na unidade do Corpo de Bombeiros. Uma testemunha relatou à polícia que os pais seriam usuários de drogas e negligentes nos cuidados com os filhos.

Diante da situação, o  delegado Roberto Carlos Morgado Filho, decretou a prisão em  flagrante do casal, que deverá passar por audiência de custódia. Ainda segundo o delegado, foi instaurado um inquérito policial que também deverá apurar o crime de  maus tratos.

Em nota a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que a menina chegou à unidade de saúde sem vida encaminhada pelo Corpo de Bombeiros e sem qualquer responsável legal. O corpo foi recolhido pela funerária responsável e a polícia acionada.

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