Cidades

Porto Murtinho

Ponte Bioceânica deve ser inaugurada em agosto de 2026

De acordo com o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, as obras estão 75% concluídas e o cronograma está dentro do esperado

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As obras da Ponte Internacional da Rota Bioceânica, que deve ligar o município ide Porto Murtinho à cidade de Carmelo Peralta, no Paraguai, estão 75% concluídas, com estimativa para serem finalizadas no segundo semestre de 2026, conforme apresentado nesta quinta-feira (31), durante a 10ª Reunião da Comissão Mista da Ponte Bioceânica, realizada em Porto Murtinho. 

As obras de acesso à estrutura, que ocupa cerca de 13 quilômetros do solo brasileiro, deve ser entregues até o fim do próximo ano, estando 17% concluídos. Nesse trecho, estão sendo construídas quatro pontes intermediárias. Uma delas possui quase 700 metros de extensão, devido à travessia de uma área alagada. 

Estiveram presentes na reunião de hoje autoridades brasileiras e paraguaias, para alinhamento das etapas finais da obra. 

A reunião foi presidida pelo ministro-chefe do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Daniel Falcon, com a presença do ministro de Relações Exteriores do Paraguai, Bras Felip. Também estiveram presentes o secretário Jaime Verruck, da Semadesc, o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra e demais representantes do governo do Estado, da Receita Federal, Polícia Federal, do Corpo de Bombeiros, Marinha e Itaipu Binacional. 

Da comitiva paraguaia, estiveram presentes os técnicos dos ministérios de Obras e Transportes, além de representantes do consórcio PyBra, responsável pela construção da ponte no lado paraguaio. 

Também acompanharam o encontro, pela Semadesc, o secretário-executivo de Qualificação e Trabalho, Esaú Aguiar, e a assessora da Rota Bioceânica, Danniele Paiva.

A ponte é estratégica para a Rota Bioceânica, o Corredor Rodoviário de Capricórnio, que liga os portos de Antofagasta e Iquique no norte do Chile, passando pelo Paraguai e a Argentina, até chegar aos portos brasileiros, como o de Porto Murtinho e, futuramente, outros da costa leste do País. 

“Nós estamos, hoje, com 75% das obras concluídas, a previsão é que em agosto de 2026 tenhamos o término da obra da ponte. O cronograma tem corrido normalmente, o que é muito importante”, afirmou Jaime Verruck. 

O secretário também afirmou que as obras do lado paraguaio da ponte ainda não iniciaram, mas a previsão também é de entrega no mesmo prazo. 

Alfândega

Além destas estruturas, também está prevista a construção de infraestruturas alfandegárias dos dois lados da fronteira. 

De acordo com a Receita Federal, o fluxo inicial estimado de 250 caminhões por dia na rota, rota, com potencial para que o número aumente conforme a Rota for consolidada como alternativa logística de exportação e importação para o Mercosul e a Ásia. 

“Foi discutido na reunião o acordo alfandegário e a necessidade que, nas próximas três semanas, o governo paraguaio apresente os dados relativos às suas necessidades, suas demandas de infraestrutura, para que o governo brasileiro possa elaborar um projeto desse Centro Integrado de Alfândega”, explicou Verruck. 

A PRF já manifestou preocupação sobre a Rota Bioceânica ser uma rota alternativa para o tráfico. Como noticiado pelo Correio do Estado no final do ano passado, o policiamento de agentes rodoviários federais (PRF), tiraram de circulação quase  duas toneladas de entorpecentes, mostrando que a Ponte Bioceânica nem está pronta a cidade de 'Murtinho' já entra na rota do tráfico de drogas transnacional. 

Rota Bioceânica

A Rota Bioceânica é um corredor rodoviário internacional de mais de 2.400 km que conecta os oceanos Atlântico e Pacífico, passando por Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.

A iniciativa tem como objetivo reduzir o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre os países do Mercosul e os mercados asiáticos, via portos do norte do Chile.

A expectativa é de uma redução de até 30% nos custos logísticos e de 15 dias no tempo de transporte em relação à rota marítima tradicional pelo Canal do Panamá.

Orçamento

Conforme o Governo de MS, R$40,6 milhões em obras foram destinados para Porto Murtinho nos últimos anos.

Também é citado os R$472 milhões investidos por parte da União, voltados para o acesso à Ponte Bioceânica, por meio da rodovia BR-267. 

A porta de entrada do Brasil será por Porto Murtinho, onde está sendo construída a ponte, na divisa com a cidade de Carmelo Peralta. Depois o corredor segue pelo norte do Paraguai, entra na Argentina e chega nos portos chilenos, encurtando o caminho ao Oceano Pacífico.
 

Cidades

STF: Gilmar e Dino votam para derrubar lei que validou marco temporal

Decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal

15/12/2025 13h35

Ministro Gilmar Mendes

Ministro Gilmar Mendes Andressa Anholete/STF

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta segunda-feira, 15, no plenário virtual, para reafirmar a decisão do plenário que declarou inconstitucional a tese do marco temporal, que limita a demarcação de terras indígenas. Ele foi acompanhado por Flávio Dino.

O decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal concluir todos os processos de demarcação pendentes.

"Passados mais de 35 anos da promulgação da Constituição Federal, parece-me que já transcorreu lapso suficiente para amadurecimento definitivo da questão, de modo que não há mais como remediar a solução desse problema, cabendo, dessa forma, ao Poder Executivo o devido equacionamento da matéria e finalização dos procedimentos demarcatórios em prazo razoável, porém peremptório", defendeu.

O julgamento no plenário virtual fica aberto até a próxima quinta-feira, 18, para os ministros juntarem os votos na plataforma online. Se houver pedido de vista (mais tempo de análise) ou de destaque (transferência do processo ao plenário presencial), a votação é interrompida.

A tese do marco temporal estabelece que povos indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

Em 2023, em uma decisão histórica, por 9 votos a 2, o STF derrubou a interpretação e definiu que o direito das comunidades a territórios que tradicionalmente ocupavam não depende de uma data fixa.

O tema voltou ao tribunal porque, logo em seguida, o Congresso aprovou um projeto de lei para restringir as demarcações com base no marco temporal. O presidente Lula vetou o texto, mas os vetos foram derrubados pelo Legislativo.

Em paralelo, o Senado provou um projeto de emenda à Constituição (PEC) no mesmo sentido. Com isso, os senadores buscam incluir o critério de demarcação na Constituição. O texto seguiu para análise da Câmara.

Em seu voto, Gilmar Mendes reafirmou a decisão do STF. O ministro afirmou que o tribunal "não pode se esquivar de sua missão constitucional" e, em um aceno ao Congresso, defendeu que a atuação da Corte não pode "ser considerada como afronta ao Poder Legislativo".

"A análise do Supremo Tribunal Federal, no exercício do controle de constitucionalidade, equivale à prevalência da Constituição sobre os poderes constituídos quando estes atuam em descompasso com os limites impostos pela própria Lei Maior e pelo papel contramajoritário das Cortes Constitucionais, no caso o direito natural à própria existência dos indígenas, na medida em que a imposição de determinado limite temporal distante no tempo equivale à vulneração de seu status protetivo constitucional", argumentou o ministro.

O decano ressaltou que a lei é desproporcional e gera insegurança jurídica ao impor um marco temporal de forma retroativa, atingindo comunidades que não dispõem de documentação formal de ocupação.

"Nossa sociedade não pode conviver com chagas abertas séculos atrás que ainda dependem de solução nos dias de hoje, demandando espírito público, republicano e humano de todos os cidadãos brasileiros (indígenas e não indígenas) e principalmente de todos os Poderes para compreender que precisamos escolher outras salvaguardas mínimas para conduzir o debate sobre o conflito no campo", diz outro trecho do voto.

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TRANSPORTE PÚBLICO

Prefeitura nega que esteja devendo Consórcio Guaicurus

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes

15/12/2025 12h30

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo FOTO: Divulgação

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Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (15), no plenarinho da Prefeitura de Campo Grande, representantes da administração municipal afirmaram que o Executivo não possui qualquer dívida com o Consórcio Guaicurus. 

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes, que delegou a fala a integrantes de sua equipe.

A coletiva também foi marcada por restrições à imprensa, equipes de diversos veículos, entre eles o Correio do Estado, foram barradas de acompanhar o pronunciamento logo ao chegar no local. 

Apesar disso, a reportagem teve acesso a áudios da entrevista, nos quais aparecem as declarações de Otávio Figueiró, diretor-executivo da Agereg; Ulysses Rocha, chefe de gabinete da Prefeitura; e Cecília Saad Cruz Rizkallah, procuradora-geral do Município, que reforçaram a versão oficial de que não há débitos pendentes com o consórcio.

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo e, em alguns casos, de forma antecipada. De acordo com Figueiró, apenas em 2025 o município transferiu mais de R$ 35 milhões ao consórcio, somando subsídios, vale-transporte e pagamentos de gratuidades. 

“Um contrato que hoje tem 197 ônibus com a idade acima da média que não deveriam estar circulando na cidade de Campo Grande, inclusive já tem duas multas preparadas pela agência de regulação. A agência de regulação aplicou uma multa de R$ 12 milhões e eles, no outro dia, contrataram o seguro. O que comprova que não é somente a falta de dinheiro”, afirmou.

Durante a coletiva, os representantes do município ressaltaram que, na semana passada, a prefeita Adriane Lopes autorizou a antecipação de cerca de R$ 3 milhões referentes a subsídios e valores que só venceriam ao longo do mês de dezembro. A medida teve como objetivo garantir fluxo de caixa ao consórcio para o pagamento dos salários dos trabalhadores e impedir a paralisação do serviço.

“Esse pagamento ainda não estava vencido e foi antecipado dentro do limite legal”, disse o diretor-executivo. Conforme a explicação apresentada, o valor máximo permitido por lei para repasses neste período, de aproximadamente R$ 19,5 milhões, já foi integralmente transferido ao consórcio, não havendo pendências financeiras por parte do município.

A administração municipal também destacou que a paralisação ocorreu apesar de decisão judicial que estabelece regras para greves em serviços essenciais. A procuradora-geral do Município explicou que há determinação para manutenção mínima de 70% da frota em circulação, com reforço nos horários de pico, o que não teria sido cumprido. “A paralisação total caracteriza abusividade”, afirmou.

Diante do descumprimento, a Agência de Regulação (Agereg) notificou o consórcio e iniciou os trâmites para aplicação de multa. Segundo Figueiró, a penalidade já estava em fase de formalização e deveria ser entregue ainda nesta segunda-feira. A Procuradoria-Geral do Município também informou que atua no processo judicial e acompanha audiência marcada para esta terça-feira (16).

Questionados sobre um possível rompimento contratual, os representantes do Executivo afirmaram que a medida exige cautela e não pode ser adotada de forma imediata. Cecília e Figueiró explicaram que há etapas administrativas e jurídicas a serem cumpridas, incluindo notificações, prazos de defesa e análise técnica, além da necessidade de garantir a continuidade do serviço.

Por fim, a Prefeitura reiterou que a prioridade é restabelecer o transporte coletivo. “O município cumpriu suas obrigações financeiras. O consórcio, como empresa privada regulada, também precisa cumprir com as suas responsabilidades perante a população”, declararam.

Segundo dados apresentados, a paralisação afetou cerca de 110 mil usuários do sistema e aproximadamente mil trabalhadores do transporte coletivo.

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