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Saúde

Por que os hospitais estão sempre lotados e faltam leitos?

O Correio do Estado conversou com médicos que vivenciam diariamente a rotina dos hospitais, a fim de entender o porquê da superlotação

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O sistema de saúde apresenta sinais de colapso devido a um novo avanço da pandemia de Covid-19 em Campo Grande. A superlotação nos hospitais e a falta de leitos é uma triste realidade vivida em todo país. Ao procurar atendimento, a população se depara com filas e falta de estrutura para os cuidados com a saúde. A demanda por internações de pacientes com Covid-19 tem aumentado expressivamente nas últimas semanas, agravando ainda mais a situação das unidades de saúde. 

O Correio do Estado conversou com médicos que vivenciam diariamente a rotina dos hospitais, de modo a entender se a sobrecarga dos hospitais se deve a pandemia ou eles sempre estiveram lotados.

O clínico geral Renato Figueiredo, que compõe a diretoria do Sinmed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), explicou que a superlotação dos hospitais e a falta de leitos necessários é uma realidade recorrente, que se agravou devido à pandemia do novo coronavírus.

“Os hospitais públicos sempre estiveram lotados, sempre acima de suas capacidades, infelizmente essa é uma realidade recorrente que veio à tona com a pandemia. Infelizmente no Brasil ainda falta uma boa estrutura no SUS (Sistema Único de Saúde) para atender a população”, destacou o médico. 

A Santa Casa registrou na terça-feira (05) taxa de ocupação de 130%, seis salas cirúrgicas estão interditadas para abrigar os pacientes que compõem os 30% excedentes das vagas.

Figueiredo avalia que a superlotação dos hospitais provoca o aumento no tempo de espera pelo primeiro atendimento, além de elevar o risco de agravo às condições de saúde dos pacientes.

“Diversos hospitais de Campo Grande estão com superlotação, isso é algo recorrente, as pessoas precisam entender que a saúde não se pode trabalhar com o número limite. Um exemplo está acontecendo em relação à pandemia, ninguém esperava isso, e agora temos pacientes desassistidos, não é possível atender todo mundo”, alertou Figueredo.  

A médica neuropediatra Maria José Maldonado explica que nos últimos meses a população relaxou em relação às medidas de biossegurança, como se a pandemia tivesse passado. 

“É possível notar que na primeira onda que tivemos, não foi registrada a falta de leitos, porque tivemos o lockdown. Nas últimas semanas, milhares de casos foram confirmados e um número muito expressivo de mortes, as pessoas relaxaram, o hospital de campanha foi desmontado, a ideia era que o vírus tinha ido embora, quando, na verdade, a segunda veio, e veio forte”, destacou a médica.  

O médico intensivista Rafael Duarte alerta que o cenário da pandemia no Estado ainda preocupa, e que não é o momento para planejamento de confraternizações ou aglomerações. Os hospitais estão atendendo em situação limite.  

“Os hospitais públicos sempre tiveram superlotação, nunca tivemos leitos de UTI sobrando, a realidade é os prontos socorros superlotados, com excesso de pacientes, pacientes em corredores, isso sempre foi uma rotina no serviço público, e agora temos muitos casos em Campo Grande, a situação pede cuidado. As pessoas precisam ter cada vez mais consciência disso”, ressaltou o médico intensivista.

 Conforme o clínico geral Renato Figueiredo, as unidades de saúde se aproximam do colapso, sendo necessário ampliar restrições para tentar frear o contágio da covid-19  

 “A Santa Casa, Hospital Regional, HU e outros hospitais da rede privada estão com superlotação, o que poderia ser feito para resolver isso é aumentar o número de leitos, é necessário entender que na saúde não se pode trabalhar com o número limite, ou teremos pacientes desassistidos. A situação está tão no limite que quando temos uma situação emergencial ou alguma fatalidade, não é possível atender todo mundo, temos que pensar em soluções para conter a situação”.  

Alguns dos impactos da superlotação dos hospitais:

  • Aumento no tempo de espera pelo primeiro atendimento;
  • Agravo à saúde de pacientes na fila de espera;
  • Aumento na quantidade de situações de crise e no tempo dedicado para solucioná-las.
  • Sobrecarga de profissionais de saúde;
  • Queda na qualidade do atendimento;
  • Escassez de recursos materiais.

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TEMPO

Capital amanhece nublada e com chuvas que se estendem por todo Estado

Inmet registrou somente pela manhã mais de 140 milímetros de chuva apenas em Campo Grande

16/12/2025 11h03

Campo Grande amanhece nublada e chuvosa, previsão indica que semana seguirá da mesma forma

Campo Grande amanhece nublada e chuvosa, previsão indica que semana seguirá da mesma forma Gerson Oliveira

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Em meio ao clima natalino, greves e paralisações, Mato Grosso do Sul a 5 dias para o verão enfrenta grandes volumes de chuvas e trovoadas. Na manhã desta terça-feira (16), na Capital já foram registrados mais de 140 milímetros desde o início da manhã.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Campo Grande registra chuva desde às 4h, com 147,8 milímetros até o momento. Na região da estação Santa Luzia foram 52 milímetros, já no Universitário foram registrados até agora 39,6 milímetros, e 56,2 milímetros na região do Panamá.

Ainda de acordo com o Inmet, na região do Anhanduizinho não houve registros de chuva nessa manhã, até o momento de publicação da matéria.

A previsão, de acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec/MS), é que a chuva não pare ao longo do dia e nem durante a semana.

Interior

Pelo Estado, as cidades do interior também registraram números expressivos de volume de chuva durante a última segunda-feira (15). Na região sudoeste, Guia Lopes da Laguna registrou 84,8 milímetros, Maracaju com 60,2 milímetros e Rio Brilhante que registrou 20,4mm com ventos a 54,8 km/h.

Na região Leste, Bataguassu também registrou ventos fortes, que chegaram a 55,1 km/h, com 31 milímetros de chuva. Em Dourados, na região Sul, foram registrados 30,2 milímetros e em Paranhos, faixa de fronteira e região Cone-Sul, também cena de estragos noticiado pelo Correio do Estado nos últimos dias, registrou ontem 36,5 milímetros.

Anteriormente, a cidade chegou a registrar 181 milímetros em apenas 14h, e deixou ponte caída, além de ruas interditadas por alagamento.

Apenas na região pantaneira, desde o início do dia de hoje, já foram registrados 101,6 milímetros de chuva em Corumbá.

Previsão

Segundo o mapa do Inmet, hoje as condições de chuva perduram ao longo da tarde e também durante a noite por todo o Estado.

Para a tarde, a chuva continua em todo o estado. Na parte de cima, na região Pantaneira, além de Campo Grande e regiões Centro-Norte, Norte e Bolsão, as condições são de muitas nuvens, com pancadas de chuvas e trovoadas isoladas. O restante segue com tempo fechado e chuvas isoladas.

Já à noite, as condições se mantêm as mesmas na região Norte e Centro-Norte, em Campo Grande, e chega também o tempo fechado com pancadas de chuvas e trovoadas isoladas nas regiões do Bolsão, Leste, Grande Dourados e Cone-Sul. O restante segue com chuvas isoladas e tempo fechado.

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CAMPO GRANDE

Fercomércio lamenta prejuízo e culpa Consórcio e Prefeitura por greve de ônibus

Com transporte coletivo servindo mais de 100 mil passageiros por dia, impactos são imediatos e abrangentes, indo além de afetar inclusive milhares de funcionários impedidos de chegar aos seus locais de trabalho

16/12/2025 10h10

greve do transporte coletivo na Cidade Morena, que entra em seu segundo dia nesta terça-feira (16), já é a maior das últimas três décadas,

greve do transporte coletivo na Cidade Morena, que entra em seu segundo dia nesta terça-feira (16), já é a maior das últimas três décadas, Marcelo Victor/Correio do Estado

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Diante de um cenário de greve em Campo Grande, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul emitiu uma nota nesta terça-feira (16) em que lamenta o prejuízo, alegando que a falta de ônibus afeta a população de inúmeras formas, e colocando a culpa dessa paralisação sobre o Consórcio Guaicurus e a Prefeitura da Capital. 

Essa greve do transporte coletivo na Cidade Morena, que entra em seu segundo dia nesta terça-feira (16), já é a maior das últimas três décadas, desde que os ônibus ficaram parados por três dias em 1994, sendo que a atual paralisação reivindica: 

  • Pagamento do 5º dia útil, que deveria ter sido depositado em 5 de dezembro – foi depositado apenas 50% - está atrasado
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

Em nota, a Fecomércio chama atenção para os reflexos da paralisação em pleno período que antecede as celebrações de fim de ano, bem pontuada como a época anual de maior movimentação econômica, em um cenário classificado como "de grave crise" e com prejuízos que se alastram por toda a comunidade. 

Para a Federação, uma vez que o transporte coletivo de Campo Grande serve um número acima de 100 mil passageiros por dia, os impactos são imediatos e abrangentes, indo além de afetar inclusive milhares de funcionários impedidos de chegar aos seus locais de trabalho. 

"Resultando em faltas, redução da produtividade e perdas salariais. Para muitos, a ausência de ônibus significa a impossibilidade de manter o emprego, afetando o sustento de suas famílias", cita.

Além disso, o texto não deixa de destacar o quanto o período que antecede o Natal é crucial para o comércio de Campo Grande, com a própria dificuldade no deslocamento em si sendo responsável por derrubar o fluxo de possíveis consumidores. 

Para a Fecomércio, a falta de ônibus na Cidade Morena impacta ainda o custo de vida diante do "aumento exorbitante nos preços das corridas por aplicativos e táxis", que aumentam os gastos não somente para quem vai às compras, mas para qualquer família que necessite de deslocamento para atendimento em postos de saúde e hospitais, por exemplo. 

Culpa de quem? 

Em complemento, o texto que mede os impactos da greve lista ainda o que a Fecomércio-MS cita como atores responsáveis por levar ao colapso do sistema por não cumprirem com seus deveres. 

Segundo a Federação, o Consórcio Guaicurus por um lado atribui parte de seus problemas à falta de repasses da Prefeitura de Campo Grande, o que faz a concessionária passar por uma crise financeira e dificuldades em obter crédito 

"No entanto, o atraso sistemático no pagamento dos trabalhadores, em um serviço público essencial, demonstra uma falha grave de gestão e compromisso", diz o texto. 

Para a Fecomercio, o segundo responsável seria justamente o poder concedente, nesse caso quem é responsável pelo município: a Prefeitura, que afirma estar em dia com os repasses e critica a falta de comunicação formal sobre a greve. 

"Contudo, a crise do transporte coletivo não é um evento isolado, e a omissão na fiscalização rigorosa do contrato de concessão, ou na busca por soluções preventivas para problemas administrativos alertados na Câmara Municipal, torna o poder público co-responsável pelo caos instalado". 

Por fim, a Federação lembra o atual momento "sensível para a economia e para a vida social da Capital", dizendo ser inadmissível que a população seja penalizada pela falta de atitude e descumprimento de obrigações básicas por parte do Consórcio e pela falta de ação efetiva do poder Executivo. 

"Exigimos uma solução imediata e definitiva para que o serviço seja restabelecido com urgência, garantindo os direitos dos trabalhadores e a mobilidade da população, a fim de minimizar os danos causados por esta crise de gestão e responsabilidade".
**(Colaborou Naiara Camargo)

 

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