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ENSINO

Prefeitura cria escola para dar cursos de educação no trânsito à motoristas, pedestres e ciclistas

A escola vai promover capacitações, treinamentos, simuladores de situações de risco e atividades voltadas para crianças e adolescentes

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Coordenado pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Escola Municipal de Trânsito é criada em Campo Grande para capacitar motoristas, pedestres e ciclistas com cursos de educação nas vias públicas.

Com o objetivo de formar cidadãos mais conscientes e promover um trânsito seguro e sustentável, a Prefeitura de Campo Grande lançou, nesta sexta-feira (21), a Escola Municipal de Trânsito.

Esta iniciativa oferecerá cursos, treinamentos e atividades educativas, preparando desde crianças até condutores para uma convivência harmoniosa no trânsito.

Segundo a prefeitura de Campo Grande, a criação da escola integra o Plano de Governo da administração municipal, que define ações estratégicas para fortalecer a infraestrutura e aprimorar os serviços públicos ao longo dos próximos anos.

De acordo com o diretor-presidente da Agetran, Paulo Silva, o trabalho na unidade de educação para crianças e adolescentes abrangerá desde o ensino fundamental até o ensino médio, incluindo os 7º, 8º e 9º anos, bem como as escolas municipais que oferecem o ensino médio.

Já para os jovens e adultos a Escola de Trânsito contará com um espaço próprio, equipado com salas de aula para cursos que serão oferecidos à população pela gerência de trânsito em parceria com as escolas municipais.

"Nossa ideia é seguir um modelo semelhante ao adotado pelo Estado, que oferece, no ensino médio, um curso de trânsito que permite ao aluno, ao completar 18 anos, vencer algumas etapas das aulas teóricas exigidas na formação para a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Queremos implementar esse modelo no município, antecipando a conscientização sobre a segurança e o respeito no trânsito desde cedo", destacou Paulo Silva.

A Escola Municipal de Trânsito fica localizada na Avenida Gury Marques, 2395, no bairro Universitário, nas intermediações da sede da Agetran.

ESPAÇO EDUCACIONAL

Regina Duarte, Presidente do Conselho Estadual de Trânsito e presidente do Fórum Nacional dos Conselhos de Trânsito, comemorou o projeto e disse que a escola terá também um papel importante junto às empresas, indústrias, comércios, entre outros.

“É muito importante porque a administração de Campo Grande, pela primeira vez, se adéqua à legislação federal, já que a lei exige que todo órgão executivo municipal de trânsito tenha sua escola pública de trânsito e, agora, a cidade vai ter a sua. A escola vai atender não só na educação, mas toda a sociedade com a capacitação, o treinamento e as formações. É muito importante para a sociedade.”

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), destacou a frota veicular da capital como um indicativo da importância de se investir na educação dos motoristas no trânsito. 

"Em Campo Grande, há aproximadamente um veículo para cada 1,9 habitantes, o que evidencia o tamanho da nossa frota circulante. Se não investirmos em educação para o trânsito desde a base, começando pelas escolas municipais e conscientizando os cidadãos sobre a importância do cuidado e do respeito às regras viárias, enfrentaremos sérios problemas nos próximos anos. Observamos que, especialmente no centro e nos bairros próximos, os horários de pico já exigem atenção redobrada e reforçam a necessidade de pensar na mobilidade urbana e nas transformações que a cidade precisa. Os desafios são grandes, e é fundamental planejarmos um futuro mais seguro e organizado para o trânsito", afirmou Adriane.

MASCOTE DA ESCOLA

Durante o evento de inauguração da Escola Municipal de Trânsito foi revelado que a Arara-Canindé será o mascote da unidade educacional;

A Arara-Canindé estilizada como agente de trânsito, de acordo com a prefeitura, simboliza o compromisso da escola com a educação para o trânsito, e a preservação ambiental, sendo uma espécie nativa de Campo Grande e símbolo da biodiversidade urbana.

Segundo a Agetran, a Arara-Canindé é uma figura icônica em Campo Grande, e sua escolha como mascote reflete a identidade local e a missão da escola. A arara representa a sabedoria, a comunicação e o respeito à natureza, e ela será um elo de ligação entre o aprendizado sobre segurança viária e a conscientização ambiental.

operação

Esquema milionário trazia pneu ilegal para ser vendido em lojas da Capital

Mandados foram cumpridos em 5 lojas de Campo Grande, onde foram apreendidos 4,2 mil produtos, avaliados em R$ 5 milhões

17/04/2025 09h30

Policiais federais e agentes da Receita Federal ontem estiveram em várias lojas de Campo Grande

Policiais federais e agentes da Receita Federal ontem estiveram em várias lojas de Campo Grande Divulgação / Polícia Federal

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Operação da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal em Mato Grosso do Sul desmantelou um esquema milionário de venda de pneus trazidos do Paraguai sem o pagamento de tributos, portanto ilegais, em lojas de Campo Grande. Segundo a PF, cinco empresas foram alvo.

O esquema foi descoberto após uma primeira operação, a Wrong Tires, realizada em novembro de 2023, quando 6 mil pneus importados ilegalmente foram apreendidos no cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão.

“Esta nova fase teve início a partir de informações colhidas em decorrência da prisão em flagrante de dois motoristas por estarem transportando grande quantidade de pneumáticos descaminhados, que seriam entregues em centros automotivos na cidade de Campo Grande. Em diligências posteriores, foi possível identificar os encomendantes e responsáveis pelos pagamentos”, explicou a Receita Federal, em nota.

A Polícia Federal relatou que essas cargas de pneus trazidas do Paraguai pela fronteira vinham para Campo Grande por meio de “freteiros”, contratados para trazer o produto para algumas lojas. Para “otimizar” o espaço e poder trazer mais produtos, os “freteiros” colocavam um produto dentro do outro, formando uma espécie de bola.

Policiais federais e agentes da Receita Federal ontem estiveram em várias lojas de Campo GrandeProduto ilegal trazido do Paraguai vinha em “bolas”, o que resultava em deformação dos pneus 

“Os investigados utilizam-se da técnica chamada ‘bola de pneus’ para introduzirem de forma clandestina as mercadorias no Brasil, por isso, ao colocarem os pneus uns dentro dos outros, conseguem aumentar em até cinco vezes a quantidade transportada. Enfatize-se que, apesar de novos, os pneus apresentam deformidades e ondulações e, nessas condições, colocam em risco a segurança de motoristas e pedestres”, declarou Receita Federal.

Em diversas fotos e vídeos feitos pela PF e Receita, é possível reparar o estado dos pneus, com deformações e completamente tortos.

“Além da insegurança no trânsito, decorrente da má qualidade do produto, a entrada de pneus clandestinos em nosso território traz danos ao meio ambiente, tendo em vista o não cumprimento da legislação vigente, e à economia brasileira, por promoverem uma competição desleal com o produto nacional, que recolhe os seus tributos devidos à União, aos estados e aos municípios”, afirmou a Receita.

Durante as operações Tatu-Bola e Bad Tires, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão, determinados pela 3ª Vara Federal de Campo Grande, e 4.269 pneus foram apreendidos, sendo avaliados pela Receita Federal em mais de R$ 5 milhões. 

Uma pessoa foi presa durante a ação, segundo a PF, por posse irregular de arma de fogo. Além dos pneus, também foram apreendidos 4 aparelhos celulares, 1 revólver calibre 32, 10 munições calibre 32 e diversos documentos.

Os mandados foram cumpridos em Campo Grande, apenas um foi destinado ao município de Bonito.
Participaram da operação 22 auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal e 66 policiais federais.

Ao Correio do Estado, a Polícia Federal informou que o esquema envolvia cinco pessoas e que ainda investiga quanto o grupo movimentou com a atividade ilícita. Os produtos apreendidos foram levados para a Receita Federal.

WRONG TIRES

Em novembro de 2023 a Polícia Federal e a Receita Federal também se voltaram contra o descaminho de pneus vindos do Paraguai. Na época, de acordo com as investigações, os pneus eram trazidos do país vizinho e armazenados em um depósito localizado em Campo Grande, de onde, posteriormente, eram distribuídos a empresas do mesmo grupo para comercialização.

“Além da baixa qualidade, constatou-se que os pneus não possuem garantia e não há informações sobre sua procedência, o que coloca em risco a segurança do condutor do veículo que os adquire e de terceiros”, frisou a Receita.

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Bonito

Inserção de espécie exótica pode causar desequilíbrio ambiental em Bonito

Ibama busca por peixes invasores que feriram banhistas em balneário particular no município; fiscalização é feita pela preocupação da presença desse animais

17/04/2025 09h00

Mergulhador faz buscas por peixes desde a terça-feira no Balneário Praia da Figueira, em Bonito, onde os acidentes aconteceram

Mergulhador faz buscas por peixes desde a terça-feira no Balneário Praia da Figueira, em Bonito, onde os acidentes aconteceram Divulgação / Ibama

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Preocupado com casos recentes de acidentes causados por mordida de peixes, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realiza busca por espécies exóticas em um dos balneários de Bonito. Se confirmadas as suspeitas de peixes de fora da bacia pantaneira, o receio do órgão é de que isso possa desequilibrar o meio ambiente, destruindo a vegetação aquática da região.

Segundo a equipe ambiental do Ibama, composta também pelo professor convidado José Sabino, doutor em Ecologia e especialista em peixes, as suspeitas são de que as espécies tambaqui e tambacu – essa última que é derivada do cruzamento dos peixes pacu e tambaqui – causaram os acidentes registrados no Balneário Praia da Figueira.

Em entrevista para o Correio do Estado, a analista ambiental do Ibama Fabiane Souza informou que é preocupante o impacto ambiental com uma possível dispersão dessas espécies na biodiversidade de Bonito.

“Existe uma grande possibilidade de impacto não só com os acidentes com humanos, mas também com a biodiversidade, porque essas espécies vão competir por comida com outros animais locais. A lagoa é um sistema fechado, mas caso ocorra uma enchente ou um acidente de extravasar, esses peixes podem cair nos rios da região”, disse Fabiane.

“Os peixes exóticos interferem na cadeia alimentar de peixes nativos e em nascentes, como o Rio Sucuri, e poderiam destruir essa vegetação aquática em busca de alimento”, acrescentou.

Sobre os acidentes, Fabiane explicou que os dentes das espécies tambacu e tambaqui, por meio de suas mordidas, podem causar feridas. Em alguns casos, esses machucados necessitam de pontos para serem fechados.

“Esses animais têm uma dentição que é própria para quebrar coco, sementes, então é uma dentição muito forte e que pode ocorrer os acidentes com pessoas, por meio da oferta de alimentos ou da ceva, que é proibida por lei estadual”, frisou.

Das 20 ocorrências no balneário, registradas de janeiro a março, 11 envolviam ataques de peixes, sendo cinco amputações de falanges dos dedos das mãos.

O tambaqui é uma espécie da Bacia Amazônica na qual só é permitida a sua criação para aquicultura em sistema fechado. Mesmo sendo uma espécie exótica na Bacia do Rio Paraguai, sua presença no Rio Paraguai ocorre desde 1998. Já o híbrido com o pacu, o tambacu, não é permitido nem sequer para criação em aquicultura na Bacia do Rio Paraguai, conforme informou o Ibama.

BUSCAS

Após os frequentes registros de acidentes com mordida de peixes no Balneário Praia da Figueira, em Bonito, equipes do Ibama estão no lago desde esta terça-feira, a fim de realizar buscas das espécies supostamente causadoras dos acidentes.

Os objetivos principais do Ibama no balneário é identificar as espécies que habitam na lagoa e como chegaram lá, averiguando a necessidade de retirada de peixes e as condições associadas que podem caracterizar bioinvasão de espécies.

Caso sejam encontradas espécies exóticas de peixes no local, o Ibama deve aplicar uma multa aos responsáveis pelo balneário.

Por conta dos acidentes, o ponto turístico chegou a ser fechado no dia 26/3, após uma decisão assinada pelo diretor-presidente do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), André Borges, que suspendeu a licença de operação. Porém, três dias depois, o órgão estadual decidiu autorizar a reabertura parcial do empreendimento.

As atividades turísticas voltaram a ser realizadas por conta da instalação de uma grade de contenção para impedir o acesso dos peixes de médio e grande porte à área destinada ao banho.

TURISMO

O caso causou repercussão e trouxe preocupação às autoridades de turismo do Estado e de Bonito. De acordo com Bruno Wendling, diretor-presidente da Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul (Fundtur), esse é um caso isolado de um atrativo que não estava cumprindo as normas ambientais.

“Estamos sim [preocupados]. Esse atrativo não tem cumprido com as normas ambientais nem de segurança. Bonito é um destino seguro, responsável e que oferece atrativos naturais, com controle de carga e segurança nas atividades de natureza. Estamos atentos, [inclusive para] que o atrativo se adéque”, declarou Wendling.
Em nota, a prefeitura de Bonito, por meio da sua Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico, informou que encaminhou um ofício ao Imasul relatando a situação.

“O Imasul tomou as providências necessárias com o atrativo, que já realizou as adequações cabíveis para garantir a segurança dos visitantes. Ressaltamos que estamos sempre atentos a situações pontuais que possam surgir, com o objetivo de aprimorar continuamente a qualidade da experiência dos turistas em nosso município”, comunicou.

“Bonito tem implementado o sistema de gestão de segurança (SGS) visando adotar práticas consagradas de segurança em ecoturismo e turismo de aventura no Brasil, proporcionando uma experiência ainda mais segura e positiva aos visitantes que escolhem Bonito como destino”, completou a nota.

Saiba

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), no fim de fevereiro, instaurou um inquérito civil para investigar o Balneário Praia da Figueira por desvio de água do Rio Formoso 
para abastecimento de açude do local.

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