Cidades

Situação de Emergência

Prefeitura decreta emergência para gripe e tenta verba da União para novos leitos em Campo Grande

Com o decreto publicado no Diogrande desta terça-feira (30), o município pode comprar insumos e abrir leitos sem necessidade de processo de licitação devido ao caráter emergencial

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande, decretou situação de emergência, na tarde desta terça-feira (30), por conta do aumento de casos de síndrome respiratória que acarretou superlotação nas Upas e Hospitais. Com duração de 90 dias, durante esse período o município pode adquirir remédios, equipamentos e outros insumos sem a necessidade de licitação. 

Para que a pasta da Saúde possa agir com maior celeridade, houve entenderam que seria necessário optar pelo Decreto, publicado em edição extra oficial, no Diogrande, a partir de então ficam autorizadas adoção de medidas administrativas necessárias ao atendimento emergencial.

Durante a tarde, a secretária de saúde do Município, Rosana Leite, explicou que a situação de superlotação levou o município a tomar a decisão de decretar emergência para pedir verba ao Ministério da Saúde.  Além do aumento da circulação do vírus sincicial respiratório e da Influenza, aumentou também o tempo da internação dos pacientes de cinco dias para quinze. 

"Também temos a possibilidade de fazer compras mais rápido porque aumentou a demanda, aumenta a necessidade do consumo não só dos nossos insumos, dos nossos medicamentos, mas também precisamos ampliar leitos. Então, é toda uma situação que enceja uma resolução muito rápida", pontuou Rosana.

Somente na segunda-feira (29), o número de atendimento passou de 5 mil atendimentos, conforme a secretária o município costuma atender uma demanda de 4 a 4,5 mil atendimentos por dia. Se comparado com a semana anterior, no mesmo dia em que foram 3.500 atendimentos, correspondendo a um aumento de  mais de 42.86%. 

"O Ministério da Saúde soltou uma portaria incentivando aos locais que estiverem nessa situação para enviar recursos financeiros para nós", disse  a secretária.

Nos próximos dias, conforme o boletim semanal da Infogripe, divulgado pela Fiocruz, Campo Grande está em uma curva de crescimento com 95% de aumento de pessoas infectadas pela síndrome gripal. "A gente sempre trabalha com o pior cenário, ou seja, temos nosso plano de contingência, todas as estratégias que podemos fazer", frisou a secretária.

 

 

Em trabalho conjunto com a Defesa Civil que irá realizar o levantamento por meio de um formulário de informação de desastre, com isso será feita a solicitação do pedido de verba para a saúde junto ao governo federal.

"Nesse formulário, nós vamos subsidiar a solicitação de alguns recursos para que as unidades de Saúde consigam conter esse desastre. O que pede esse formulário? Nesse formulário vemos o aumento brusco e significativo e transitório de uma doença infecciosa gerada por um vírus. Dentro dessa situação vamos colocar onde esse vírus está atuando, além disso, apontaremos as áreas do município que tenho a maior incidência", disse o coordenador municipal de proteção e defesa civil, Anderson Adolfo.

Após a produção dos relatórios que serão inseridos no sistema com dados como quantidade de mortos, unidades de saúde que receberão os benefícios e os serviços que o formulário irá emitir para a Defesa Civil Federal para buscar os recursos com o governo federal. 

A Defesa Civil iniciou a captação de dados ainda na segunda-feira e tem dez dias para realizar o levantamento e fornecer ao governo federal para que o recurso seja enviado pelo Ministério da Saúde. Até o momento não foi traçado um valor que a Prefeitura de Campo Grande precisará para atender a população.

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Cidades

STF: Gilmar e Dino votam para derrubar lei que validou marco temporal

Decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal

15/12/2025 13h35

Ministro Gilmar Mendes

Ministro Gilmar Mendes Andressa Anholete/STF

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta segunda-feira, 15, no plenário virtual, para reafirmar a decisão do plenário que declarou inconstitucional a tese do marco temporal, que limita a demarcação de terras indígenas. Ele foi acompanhado por Flávio Dino.

O decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal concluir todos os processos de demarcação pendentes.

"Passados mais de 35 anos da promulgação da Constituição Federal, parece-me que já transcorreu lapso suficiente para amadurecimento definitivo da questão, de modo que não há mais como remediar a solução desse problema, cabendo, dessa forma, ao Poder Executivo o devido equacionamento da matéria e finalização dos procedimentos demarcatórios em prazo razoável, porém peremptório", defendeu.

O julgamento no plenário virtual fica aberto até a próxima quinta-feira, 18, para os ministros juntarem os votos na plataforma online. Se houver pedido de vista (mais tempo de análise) ou de destaque (transferência do processo ao plenário presencial), a votação é interrompida.

A tese do marco temporal estabelece que povos indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

Em 2023, em uma decisão histórica, por 9 votos a 2, o STF derrubou a interpretação e definiu que o direito das comunidades a territórios que tradicionalmente ocupavam não depende de uma data fixa.

O tema voltou ao tribunal porque, logo em seguida, o Congresso aprovou um projeto de lei para restringir as demarcações com base no marco temporal. O presidente Lula vetou o texto, mas os vetos foram derrubados pelo Legislativo.

Em paralelo, o Senado provou um projeto de emenda à Constituição (PEC) no mesmo sentido. Com isso, os senadores buscam incluir o critério de demarcação na Constituição. O texto seguiu para análise da Câmara.

Em seu voto, Gilmar Mendes reafirmou a decisão do STF. O ministro afirmou que o tribunal "não pode se esquivar de sua missão constitucional" e, em um aceno ao Congresso, defendeu que a atuação da Corte não pode "ser considerada como afronta ao Poder Legislativo".

"A análise do Supremo Tribunal Federal, no exercício do controle de constitucionalidade, equivale à prevalência da Constituição sobre os poderes constituídos quando estes atuam em descompasso com os limites impostos pela própria Lei Maior e pelo papel contramajoritário das Cortes Constitucionais, no caso o direito natural à própria existência dos indígenas, na medida em que a imposição de determinado limite temporal distante no tempo equivale à vulneração de seu status protetivo constitucional", argumentou o ministro.

O decano ressaltou que a lei é desproporcional e gera insegurança jurídica ao impor um marco temporal de forma retroativa, atingindo comunidades que não dispõem de documentação formal de ocupação.

"Nossa sociedade não pode conviver com chagas abertas séculos atrás que ainda dependem de solução nos dias de hoje, demandando espírito público, republicano e humano de todos os cidadãos brasileiros (indígenas e não indígenas) e principalmente de todos os Poderes para compreender que precisamos escolher outras salvaguardas mínimas para conduzir o debate sobre o conflito no campo", diz outro trecho do voto.

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TRANSPORTE PÚBLICO

Prefeitura nega que esteja devendo Consórcio Guaicurus

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes

15/12/2025 12h30

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo FOTO: Divulgação

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Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (15), no plenarinho da Prefeitura de Campo Grande, representantes da administração municipal afirmaram que o Executivo não possui qualquer dívida com o Consórcio Guaicurus. 

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes, que delegou a fala a integrantes de sua equipe.

A coletiva também foi marcada por restrições à imprensa, equipes de diversos veículos, entre eles o Correio do Estado, foram barradas de acompanhar o pronunciamento logo ao chegar no local. 

Apesar disso, a reportagem teve acesso a áudios da entrevista, nos quais aparecem as declarações de Otávio Figueiró, diretor-executivo da Agereg; Ulysses Rocha, chefe de gabinete da Prefeitura; e Cecília Saad Cruz Rizkallah, procuradora-geral do Município, que reforçaram a versão oficial de que não há débitos pendentes com o consórcio.

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo e, em alguns casos, de forma antecipada. De acordo com Figueiró, apenas em 2025 o município transferiu mais de R$ 35 milhões ao consórcio, somando subsídios, vale-transporte e pagamentos de gratuidades. 

“Um contrato que hoje tem 197 ônibus com a idade acima da média que não deveriam estar circulando na cidade de Campo Grande, inclusive já tem duas multas preparadas pela agência de regulação. A agência de regulação aplicou uma multa de R$ 12 milhões e eles, no outro dia, contrataram o seguro. O que comprova que não é somente a falta de dinheiro”, afirmou.

Durante a coletiva, os representantes do município ressaltaram que, na semana passada, a prefeita Adriane Lopes autorizou a antecipação de cerca de R$ 3 milhões referentes a subsídios e valores que só venceriam ao longo do mês de dezembro. A medida teve como objetivo garantir fluxo de caixa ao consórcio para o pagamento dos salários dos trabalhadores e impedir a paralisação do serviço.

“Esse pagamento ainda não estava vencido e foi antecipado dentro do limite legal”, disse o diretor-executivo. Conforme a explicação apresentada, o valor máximo permitido por lei para repasses neste período, de aproximadamente R$ 19,5 milhões, já foi integralmente transferido ao consórcio, não havendo pendências financeiras por parte do município.

A administração municipal também destacou que a paralisação ocorreu apesar de decisão judicial que estabelece regras para greves em serviços essenciais. A procuradora-geral do Município explicou que há determinação para manutenção mínima de 70% da frota em circulação, com reforço nos horários de pico, o que não teria sido cumprido. “A paralisação total caracteriza abusividade”, afirmou.

Diante do descumprimento, a Agência de Regulação (Agereg) notificou o consórcio e iniciou os trâmites para aplicação de multa. Segundo Figueiró, a penalidade já estava em fase de formalização e deveria ser entregue ainda nesta segunda-feira. A Procuradoria-Geral do Município também informou que atua no processo judicial e acompanha audiência marcada para esta terça-feira (16).

Questionados sobre um possível rompimento contratual, os representantes do Executivo afirmaram que a medida exige cautela e não pode ser adotada de forma imediata. Cecília e Figueiró explicaram que há etapas administrativas e jurídicas a serem cumpridas, incluindo notificações, prazos de defesa e análise técnica, além da necessidade de garantir a continuidade do serviço.

Por fim, a Prefeitura reiterou que a prioridade é restabelecer o transporte coletivo. “O município cumpriu suas obrigações financeiras. O consórcio, como empresa privada regulada, também precisa cumprir com as suas responsabilidades perante a população”, declararam.

Segundo dados apresentados, a paralisação afetou cerca de 110 mil usuários do sistema e aproximadamente mil trabalhadores do transporte coletivo.

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