Em um ano e meio, Campo Grande conseguiu economizar cerca de R$ 4,4 milhões em energia elétrica com a instalação de equipamentos de energia solar em 100 escolas municipais. Com esses parques de energia fotovoltaica, a prefeitura espera gerar potência suficiente para atender todas as 205 instituições de ensino da Capital.
De acordo com o chefe da divisão administrativa da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Assis Brasil Castro Decknis, de janeiro de 2024 até julho deste ano, o custo da energia foi de R$ 11,5 milhões.
Como as instalações dos parques de energia fotovoltaica, a prefeitura conseguiu reduzir em 38,2% a conta de energia elétrica neste período, mesmo antes de todas as instalações serem concluídas.
“Além da geração de energia limpa, houve uma grande economia aos cofres públicos, isso porque ainda tivemos oito unidades vandalizadas e tivemos que refazer a obra, então neste recorte a rede não estava 100%. Agora que terminamos de implantar, esperamos chegar a um consumo de 80% no ano, e com capacidade de chegar a 90% de economia nos próximos anos, avalia Assis.
Das 100 escolas com energia fotovoltaica, em 11 foram instaladas usinas que podem atender outras instituições. O maior parque está na Escola Municipal Celina Martins Jallad, localizada no Residencial Oiti, região norte de Campo Grande, onde estão 670 módulos de energia solar, que são capazes de atender até 15 outras instituições de ensino.
Outra instituição que também é uma grande usina de energia fotovoltaica é a Escola Municipal Professor José de Souza, no Bairro Oliveira II, onde há 594 módulos, com capacidade para atender mais de 10 outras localidades.
A instalação desses parques de energia solar nas escolas da Rede Municipal de Ensino (Reme) foi feita por meio da adesão a uma ata de registros de preços feita pelo Consórcio Público da Região Nordeste, do Espírito Santo.
Com isso, a Semed fechou contrato de R$ 34.966.189,39 com a empresa Nexsolar para instalação de equipamentos de energia em dezembro de 2023, e as instalações começaram em janeiro de 2024, sendo concluídas em agosto deste ano.
“Em seis anos, acreditamos que pagamos todo o investimento que fizemos para a instalação das placas solares e esse dinheiro da economia poderá ser utilizado para melhoria em outros setores das escolas, como ajudar a pagar a troca de mobiliário, que foi feita”, avalia Assis.
A justificativa da Prefeitura de Campo Grande para o investimento de R$ 34,9 milhões em equipamentos de energia solar é de que ao longo de 25 anos os cofres públicos vão economizar R$ 439 milhões com a redução das contas de energia nas 205 escolas da Reme.
“Mais de 90 unidades já contam com a tecnologia, o que garante economia no consumo de energia e permite novos investimentos em melhorias estruturais”, informa a Semed, em nota.
AR-CONDICIONADO
A instalação do parque de energia solar era o primeiro passo para outra promessa da Semed ser realizada, a instalação de ares-condicionados em todas as escolas de Campo Grande. De acordo com a Pasta, até agora, mais de 30 escolas municipais já contam com os aparelhos instalados em algumas salas. A prioridade vem sendo as salas modulares.
“Além disso, 32 escolas com rede elétrica adequada receberam aparelhos de ar-condicionado, levando mais conforto para alunos e professores”, diz a Semed.
Segundo o superintendente de Infraestrutura Escolar da Semed, Luan Leandro Moura, a equipe do setor tem visitado as escolas municipais para verificar quais têm a rede elétrica apta para receber aparelhos de ar-condicionado.
“Nossa intenção é passar por todas as escolas o mais breve possível, para identificar aquelas que têm rede elétrica apta ou não para receber o ar-condicionado, e as que tiverem a gente encaminha para a instalação. Essas 32 são as que estavam aptas a receber”, explica Moura.
Conforme o superintendente, no caso das outras escolas, que têm algum tipo de problema com a rede elétrica, foram feitas algumas orientações para que elas também entrem no programa.
“Naquelas que não estão com a rede 100%, encaminhados um documento com orientações para que elas pudessem entender quais eram as necessidades para que o ar-condicionado funcione e, se for coisa pequena a ser adaptada ou ajustada, fazer essa mudança para que a gente consiga continuar avançando com as instalações”, declara Moura.
“As demais escolas que tem uma rede elétrica mais debilitada, eu, junto do secretário, estamos fazendo um estudo para buscarmos um meio de a gente fazer a adequação geral da rede elétrica das escolas, tornando-as aptas para receber o aparelho de ar-condicionado. Como é um serviço com custo alto, ele demanda um planejamento e uma execução mais cuidadosa, consequentemente demora um pouco mais”, completa o superintendente.
Para esses casos, ainda de acordo com Luan Leandro Moura, ainda não há prazo para que a situação seja resolvida e os ares-condicionados instalados.
AR FRESCO
Um dos casos em que a rede elétrica estava apta a receber tanto o parque solar quanto os ares-condicionados foi o da Escola Municipal José Mauro Messias da Silva – Poeta das Moreninhas. Lá, segundo o diretor da instituição, Daniel Avalos Aguero, cerca de 600 alunos, de 1,6 mil, estão em salas com ar-condicionado.
Conforme o diretor, a instalação dos aparelhos foi feita em 10 salas modulares, neste mês, mas há previsão para ser expandida para todas as salas de aulas da escola.
“Tem sido excelente, sentimos que os alunos têm menos irritabilidade, mais concentração, mais interesse nas aulas e os professores têm mais qualidade de vida também, alguns tem problema de pressão”, conta o diretor. Antes da instalação dos ares, as salas modulares viviam a base de ventiladores para afastar o calor.
*SAIBA
A instalação de energia solar e aparelhos de ar-condicionado nas escolas de Campo Grande e as demais compras fazem parte de um pacote de investimentos de quase R$ 200 milhões no setor de educação, lançado em 2023.


