Cidades

Operação Cartão Vermelho

Preso, Cezário deixa o comando da Federação de Futebol para "preservar" instituição

Até então presidente da FFMS é alvo de operação que investiga desvio de mais de R$ 6 milhões

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Menos de uma semana após ser preso, o até então presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), Francisco Cezário, pediu licença de seu cargo na instituição.

Segundo nota oficial, divulgada pela defesa de Cezário, o afastamento se deve porque "o investigado deseja preservar a FFMS, seus filiados e campconatos de eventuais transtornos (...) com o objetivo de garantir a continuidade das atividades da Federação e respectivos campeonatos, sem prejuízo para conveniência das investigações e instrução processual".

Francisco Cezário foi um dos alvos da Operação Cartão Vermelho, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público Estadual, que investiga o desvio de mais de R$ 6 milhões da Federação de Futebol de MS, somente entre os anos de 2018 e 2023.

Na casa de Cezário foram apreendidos mais de R$ 800 mil. Ele foi preso na manhã do dia 21 de maio, mas o posicionamento a respeito de seu cargo na FFMS só foi divulgado nesta segunda-feira (27).

Ainda não há a confirmação de quem deve assumir a presidência da FFMS.

Confira a nota na íntegra:

"Francisco Cezário de Oliveira registra o compromisso de permanente respeito com o futebol, sociedade e autoridades públicas de Mato Grosso do Sul e do Brasil, em razão da repercussão e boatos sobre a operação denominada "Cartão Vermelho".
Esclarece-se que a verdade dos fatos será demonstrada no curso das investigações e processo, até que provado a total legalidade dos atos praticados como Presidente da Federação de Futebol deste Estado.
Para tanto, Francisco Cezário de Oliveira permanece obediente ao ordenamento legal e determinações judiciais, enquanto aguarda providências estatutárias para seu formal licenciamento das funções de Presidente da FFMS, que honradamente foram confiadas pela família de companheiros do futebol estadual.
Neste momento, o investigado deseja preservar a FFMS, seus filiados e campconatos de eventuais transtornos, anunciando sua licença nos termos do Estatuto da FFMS, tudo com o objetivo de garantir a continuidade das atividades da Federação e respectivos campeonatos, sem prejuízo para conveniência das investigações e instrução processual."

Histórico

Oficialmente, Cezário comandou a entidade futebolística pela primeira vez em 1987, 37 anos atrás. 

Neste período, ele ficou, em tese, fora do do comando da associação por quatro anos, entre 2001 a 2004, quando assumiu a prefeitura de Rio Negro, cidade distante 150 quilômetros de Campo Grande. Mesmo assim, controlava a Federação.

Cezário tentou reeleger-se prefeito, mas não conseguiu. Ele voltou para a FFMS e não saiu mais. Normalmente, ele concorre sozinho, sem adversários.

Votam nas eleições da FFMS dirigentes de associações (clubes profissionais), associações (clubes praticantes do futebol amador da capital e do interior) e ligas municipais amadoras. Em torno de 35 pessoas participam do pleito.

Segunda vez

A operação Cartão Vermelho não chega a ser uma novidade no histórico de Francisco Cesário. Ele já havia sido condenado, em 2009 em primeira instáncia e em 2010 a 2ª Turma Criminal do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) ratificou a decisão para que cumprisse pena de quatro anos e cinco meses, em regime semiaberto, por desviar algo em torno de R$ 56 mil Federação de Futebol.

De acordo com a assessoria de imprensa do TJ, Cezario foi denunciado pelo Ministério Público por ter supostamente transferido recursos da FFMS para a conta particular.

Dizia ainda a denúncia que parte do dinheiro o presidente investiu em campanha política, quando era candidato a prefeito da cidade de Rio Negro, no fim da década de 90.

Na época, a denúncia foi baseada em provas levantadas pela PF em meio a uma CPI que investigou as relações entre a CBF e a Nike.

Operação Cartão Vermelho

Na manhã de 21 de maio, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, passou sete horas na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul em ação para deflagrar a Operação Cartão Vermelho, que tinha como alvo não apenas o presidente da FFMS, Francisco Cezário, mas também demais integrantes de uma suposta organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro.

Segundo o balanço, divulgado pelo Gaeco, as investigações tiveram início há 20 meses, e constataram que foi instalada na Federação uma organização criminosa que desviava valores recebidos do Governo do Estado (via convênio, subvenção ou termo de fomento) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A quantia desviada era utilizada para benefício dos envolvidos no grupo, e não chegava a ser investido no futebol estadual.

"Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul – FFMS, em valores não superiores a R$ 5.000,00, para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema", diz nota do Gaeco.

Usando desse mecanismo, os integrantes da organização realizaram mais de 1.200 saques, que somados ultrapassaram o valor de R$ 3 milhões.

A investigação também aponta que os suspeitos também possuíam um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

"Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul", explicou o Gaeco.

De setembro de 2018 a fevereiro de 2023, foram desviados da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul mais de R$ 6 milhões.

A operação batizada como “Cartão Vermelho” cumpriu 7 mandados de prisão preventiva, além de 14 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Somente nesta manhã, foram apreendidos mais de 800 mil reais.

Saiba: O nome da operação, Cartão Vermelho, é autoexplicativo e faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.

Colaborou: Neri Kaspary e Naiara Camargo

MATO GROSSO DO SUL

Trecho de ponte da futura Rota Bioceânica segue totalmente interditado

Km 556 da BR-267 foi alagado devido às chuvas no final de semana e aguarda análise de engenheiros do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit)

22/04/2025 12h05

Trecho foi interditado no final de semana e km 533 começou a ter um desvio aberto na manhã de hoje (22). 

Trecho foi interditado no final de semana e km 533 começou a ter um desvio aberto na manhã de hoje (22).  Reprodução/PRF

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Mais de 48 horas após a interdição de trecho da BR-267 devido às chuvas, a Polícia Rodoviária Federal confirma que o quilômetro de ponte da futura Rota Bioceânica segue totalmente interditado na manhã desta terça-feira (22), o que exige desvio por parte dos motoristas. 

Conforme repassado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Mato Grosso do Sul, o quilômetro 530 agora conta com desvio para passagem de todos os veículos, entretanto, o 556 (da ponte) ainda segue totalmente interditado. 

"Então de toda forma o trecho Jardim/Alto Caracol/Porto Murtinho continua interrompido via BR 267", expõe a PRF em nota. 

Informações indicam que o trecho da ponte deverá passar por análise, já que as fortes chuvas e alagamentos podem ter comprometido o ponto, o que deve ser feito por parte do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que ficou encarregado também do desvio no km 530. 

O km 533 da BR-267, entre as rotatórias da Apaporé e do Calcário Bodoquena, totalmente interditado durante o final de semana, começou a ter um desvio aberto no trecho na manhã de hoje (22). 

Orientações

Diante desse cenário, a PRF repassa orientações aos motoristas que precisam passar pela região, como quem vai em direção a alguma fazenda até o km 556, que nesse caso pode optar em seguir pela rodovia BR-267. 

Já para quem tem como destino Porto Murtinho, Alto Caracol ou as fazendas depois do Km 533, a orientação é pegar a BR-060 até o município de Bela Vista, indo em seguida para a MS-384 que encontra com a BR-267 quando chega no quilômetro 612. 

Além disso, segundo a PRF, o desvio para quem vai ou sai de Porto Murtinha deve ser para os municípios de Bela Vista e Caracol para que possam seguir viagem. 

Relembre

Da madrugada de sexta para sábado (18 e 19 de abril), Mato Grosso do Sul enfrentou fortes chuvas em todos os municípios, o que não poupou a BR-167 em seus 683 quilômetros de extensão. 

Desde os primeiros momentos foi apontado risco iminente de desmoronamento, graças à erosão causada pelos temporais, o que levou o Dnit a decidir pela interdição.  

Diversos estragos foram contabilizados em Campo Grande, como pane em semáforos; buracos em ruas e avenidas; lamaçal; inundação de casas e comércios; queda de árvores; alagamento do Lago do Amor e aumento do nível dos córregos.

Em Jardim, Guia Lopes da Laguna e Nioaque, por exemplo, os estragos também atingiram dimensões que trouxeram preocupação à população, como alagamentos, queda de energia, inundação de casas e aumento do nível dos rios. 

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SEMANA SANTA/TIRADENTES

MS registra uma morte e 27 acidentes em rodovias no feriadão

Operação Semana Santa/Tiradentes 2025 da Polícia Rodoviária Federal (PRF) começou dia 17 de abril e encerrou no final desta segunda-feira (21)

22/04/2025 11h15

Operação Semana Santa/Tiradentes 2025 termina com 27 acidentes e uma morte em MS

Operação Semana Santa/Tiradentes 2025 termina com 27 acidentes e uma morte em MS Foto: Divulgação/PRF

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Nesta terça-feira (22), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou o balanço da Operação Semana Santa/Tiradentes 2025, que começou na última quinta-feira (17) e foi até ontem, dia 21 de abril.

Ao todo, 27 acidentes aconteceram em rodovias federais durante o feriadão, sendo seis considerados graves, do qual 34 pessoas ficaram feridas e uma morreu.

Essa morte foi registrada na madrugada deste domingo (20), em Caarapó, quando um homem de 54 anos, identificado como Salvador de Mello, foi encontrado sem vida às margens da BR-163, sob suspeita de atropelamento.

O acidente aconteceu nas proximidades de um motel da cidade, no Km 209, e a equipe policial foi acionada por volta das 02h30, que constatou a morte do homem assim que chegou no local. 

Ainda em investigação, a suspeita é que Salvador foi atropelado por um motorista que fugiu sem prestar socorro. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Dourados para exames necroscópicos.

Destrinchando o balanço da operação, a PRF registrou 1.693 infrações, com crimes de não uso do cinto de segurança, transporte de crianças fora dos dispositivos de segurança e ultrapassagens aqueles com mais frequência. Ademais, foram realizados 3.882 testes de alcoolemia, com três condutores presos por excesso de álcool no sangue.

ANUÁRIO 2024 DA PRF

No ano passado, 182 pessoas morreram e 1.940 ficaram feridas em acidentes registrados nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul, segundo dados do Anuário da Polícia Rodoviária Federal, divulgados nesta quinta-feira (17). Com relação aos óbitos, em média, houve uma morte a cada dois dias.

De janeiro a dezembro de 2024, foram 1.803 acidentes. Dentre os feridos, 1.393 tiveram ferimentos leves e 547 foram graves.

O tipo de veículo em que os acidentes mais resultaram em mortes foram os de passeio. Na sequência, aparecem caminhões, motos e ônibus.

No Estado, são 4.109,2 quilômetros de rodovias federais, segundo a PRF, e a maioria dos acidentes aconteceram na BR-163, conhecida como rodovia da morte.

A PRF também flagrou imprudência nas estradas em 2024, quando 228. 602 autos de infrações foram emitidos em Mato Grosso do Sul.

Dentre as condutas mais observadas no Estado estão o excesso de velocidade (125.630), as ultrapassagens indevidas (14.578) e o não uso do cinto de segurança (6.003).

Com relação a embriaguez ao volante, foram constatados 517 casos, além de 1.585 motoristas que se recusaram a fazer o teste de alcoolemia.

A BR-163 também foi a rodovia do Estado que concentrou a maioria dos flagrantes de infrações, com 143.349.

No ano, foram 835.165 pessoas fiscalizadas, 854.465 veículos e realizados 172.671 testes de alcoolemia.

A BR-101, no Rio de Janeiro (1.174.194), a BR-116, em São Paulo (883.880), e a BR-101, no Espírito Santo (695.947), lideram as estatísticas de infrações.

*Colaborou Glaucea Vaccari

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