Cidades

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PRF faz outra grande apreensão de cocaína e tende a pulverizar recorde de 2022

As interceptações nestes primeiros meses são 85% maiores que as descobertas de igual período do ano passado

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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) fez a apreensão de mais um grande carregamento de cocaína em Mato Grosso do sul, elevando para 5.760 quilos o volume interceptado desde o começo, conforme levantamento ainda parcial. Isso representa aumento da ordem de 85% na comparação com os 3.093 quilos retidos no primeiro quadrimestre de 2022. 

O total do ano passado, que foi recorde histórico, ficou em 10,7 toneladas. E, se as interceptações seguirem neste ritmo, a tendência é de que o recorde será rapidamente superado.

A última descoberta ocorreu próximo a Paranaíba, cerca de 750 quilômetros depois de a droga ter entrado no Brasil, possivelmente pela região de Ponta Porã. Em meio a um carregamento de carne bovina in natura refrigerada, os agentes da PRF descobriram 484 quilos da droga. 

Conforme a assessoria da PRF, o entorpecente foi descoberto porque o caminhão apresentava excesso de peso, sendo necessária a vistoria e transbordo da carga. Por ser carga especial, que é lacrada na hora do embarque, o caminhão foi encaminhado a um frigorífico em Paranaíba para checagem. Após a abertura do compartimento de carga, a equipe descobriu vários fardos com tabletes de cocaína. 

A PRF não informou a cidade em que a droga foi carregada, mas informou que o condutor disse ter sido contratado para levar a droga até o estado de São Paulo, sem saber o destino exato. Ele informou, também, que receberia R$ 200 mil pelo transporte, o que é um valor muito acima daquele que a maioria dos motoristas informa que receberia pelo transporte de entorpecentes. 

O curioso é que volume descoberto nesta terça-feira (484 kg) é praticamente igual ao carregamento interceptado no dia 9 de abril, em Bataguassu, quando 485 quilos foram descobertos em meio a um carregamento de óleo de soja. 

Mas a apreensão que está influenciado as estatísticas desde começo de ano ocorreu no dia 27 de fevereiro, quando os agentes da PRF descobriram 1,86 tonelada de cocaína próximo a Sidrolândia. À época, a polícia informou que o motorista preso, de 44 anos, informou que receberia R$ 20 mil pelo transporte. 

VALORES ESTRATOSFÉRICOS

De acordo com a PRF, o carregamento interceptado em Sidrolândia foi avaliado em R$ 334 milhões, o que equivale a R$ 179,5 mil por quilo. Então, multiplicando as quase seis toneladas descobertas neste ano, os agentes impediram que os proprietários dos 5.760  quilos faturassem um pouco mais de um bilhão de reais. 

Ao longo de todo o ano passado, a corporação apreendeu somente em Mato Grosso do Sul 10,7 toneladas de cocaína e cloridrato de cocaína, estimados em 1,9 bilhão de reais. No ano anterior foram 5,2 toneladas, o que equivale a R$ 936 milhões de prejuízo ao narcotráfico. Em 2020, foram 5.041 quilos. 

Os números comprovam que Mato Grosso do Sul, que até há alguns anos era rota da maconha Paraguaia, foi definitivamente transformada também em rota da cocaína. E não é só a PRF que está batendo recordes de apreensões. 

No dia 13 de abril, a Polícia Militar fez a maior apreensão da droga na história da Capital. Num galpão na saída de Campo Grande para São paulo foram descobertos 839 quilos do entorpecente.  


 

Cidades

STF: Gilmar e Dino votam para derrubar lei que validou marco temporal

Decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal

15/12/2025 13h35

Ministro Gilmar Mendes

Ministro Gilmar Mendes Andressa Anholete/STF

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta segunda-feira, 15, no plenário virtual, para reafirmar a decisão do plenário que declarou inconstitucional a tese do marco temporal, que limita a demarcação de terras indígenas. Ele foi acompanhado por Flávio Dino.

O decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal concluir todos os processos de demarcação pendentes.

"Passados mais de 35 anos da promulgação da Constituição Federal, parece-me que já transcorreu lapso suficiente para amadurecimento definitivo da questão, de modo que não há mais como remediar a solução desse problema, cabendo, dessa forma, ao Poder Executivo o devido equacionamento da matéria e finalização dos procedimentos demarcatórios em prazo razoável, porém peremptório", defendeu.

O julgamento no plenário virtual fica aberto até a próxima quinta-feira, 18, para os ministros juntarem os votos na plataforma online. Se houver pedido de vista (mais tempo de análise) ou de destaque (transferência do processo ao plenário presencial), a votação é interrompida.

A tese do marco temporal estabelece que povos indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

Em 2023, em uma decisão histórica, por 9 votos a 2, o STF derrubou a interpretação e definiu que o direito das comunidades a territórios que tradicionalmente ocupavam não depende de uma data fixa.

O tema voltou ao tribunal porque, logo em seguida, o Congresso aprovou um projeto de lei para restringir as demarcações com base no marco temporal. O presidente Lula vetou o texto, mas os vetos foram derrubados pelo Legislativo.

Em paralelo, o Senado provou um projeto de emenda à Constituição (PEC) no mesmo sentido. Com isso, os senadores buscam incluir o critério de demarcação na Constituição. O texto seguiu para análise da Câmara.

Em seu voto, Gilmar Mendes reafirmou a decisão do STF. O ministro afirmou que o tribunal "não pode se esquivar de sua missão constitucional" e, em um aceno ao Congresso, defendeu que a atuação da Corte não pode "ser considerada como afronta ao Poder Legislativo".

"A análise do Supremo Tribunal Federal, no exercício do controle de constitucionalidade, equivale à prevalência da Constituição sobre os poderes constituídos quando estes atuam em descompasso com os limites impostos pela própria Lei Maior e pelo papel contramajoritário das Cortes Constitucionais, no caso o direito natural à própria existência dos indígenas, na medida em que a imposição de determinado limite temporal distante no tempo equivale à vulneração de seu status protetivo constitucional", argumentou o ministro.

O decano ressaltou que a lei é desproporcional e gera insegurança jurídica ao impor um marco temporal de forma retroativa, atingindo comunidades que não dispõem de documentação formal de ocupação.

"Nossa sociedade não pode conviver com chagas abertas séculos atrás que ainda dependem de solução nos dias de hoje, demandando espírito público, republicano e humano de todos os cidadãos brasileiros (indígenas e não indígenas) e principalmente de todos os Poderes para compreender que precisamos escolher outras salvaguardas mínimas para conduzir o debate sobre o conflito no campo", diz outro trecho do voto.

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TRANSPORTE PÚBLICO

Prefeitura nega que esteja devendo Consórcio Guaicurus

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes

15/12/2025 12h30

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo FOTO: Divulgação

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Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (15), no plenarinho da Prefeitura de Campo Grande, representantes da administração municipal afirmaram que o Executivo não possui qualquer dívida com o Consórcio Guaicurus. 

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes, que delegou a fala a integrantes de sua equipe.

A coletiva também foi marcada por restrições à imprensa, equipes de diversos veículos, entre eles o Correio do Estado, foram barradas de acompanhar o pronunciamento logo ao chegar no local. 

Apesar disso, a reportagem teve acesso a áudios da entrevista, nos quais aparecem as declarações de Otávio Figueiró, diretor-executivo da Agereg; Ulysses Rocha, chefe de gabinete da Prefeitura; e Cecília Saad Cruz Rizkallah, procuradora-geral do Município, que reforçaram a versão oficial de que não há débitos pendentes com o consórcio.

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo e, em alguns casos, de forma antecipada. De acordo com Figueiró, apenas em 2025 o município transferiu mais de R$ 35 milhões ao consórcio, somando subsídios, vale-transporte e pagamentos de gratuidades. 

“Um contrato que hoje tem 197 ônibus com a idade acima da média que não deveriam estar circulando na cidade de Campo Grande, inclusive já tem duas multas preparadas pela agência de regulação. A agência de regulação aplicou uma multa de R$ 12 milhões e eles, no outro dia, contrataram o seguro. O que comprova que não é somente a falta de dinheiro”, afirmou.

Durante a coletiva, os representantes do município ressaltaram que, na semana passada, a prefeita Adriane Lopes autorizou a antecipação de cerca de R$ 3 milhões referentes a subsídios e valores que só venceriam ao longo do mês de dezembro. A medida teve como objetivo garantir fluxo de caixa ao consórcio para o pagamento dos salários dos trabalhadores e impedir a paralisação do serviço.

“Esse pagamento ainda não estava vencido e foi antecipado dentro do limite legal”, disse o diretor-executivo. Conforme a explicação apresentada, o valor máximo permitido por lei para repasses neste período, de aproximadamente R$ 19,5 milhões, já foi integralmente transferido ao consórcio, não havendo pendências financeiras por parte do município.

A administração municipal também destacou que a paralisação ocorreu apesar de decisão judicial que estabelece regras para greves em serviços essenciais. A procuradora-geral do Município explicou que há determinação para manutenção mínima de 70% da frota em circulação, com reforço nos horários de pico, o que não teria sido cumprido. “A paralisação total caracteriza abusividade”, afirmou.

Diante do descumprimento, a Agência de Regulação (Agereg) notificou o consórcio e iniciou os trâmites para aplicação de multa. Segundo Figueiró, a penalidade já estava em fase de formalização e deveria ser entregue ainda nesta segunda-feira. A Procuradoria-Geral do Município também informou que atua no processo judicial e acompanha audiência marcada para esta terça-feira (16).

Questionados sobre um possível rompimento contratual, os representantes do Executivo afirmaram que a medida exige cautela e não pode ser adotada de forma imediata. Cecília e Figueiró explicaram que há etapas administrativas e jurídicas a serem cumpridas, incluindo notificações, prazos de defesa e análise técnica, além da necessidade de garantir a continuidade do serviço.

Por fim, a Prefeitura reiterou que a prioridade é restabelecer o transporte coletivo. “O município cumpriu suas obrigações financeiras. O consórcio, como empresa privada regulada, também precisa cumprir com as suas responsabilidades perante a população”, declararam.

Segundo dados apresentados, a paralisação afetou cerca de 110 mil usuários do sistema e aproximadamente mil trabalhadores do transporte coletivo.

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