Cidades

INVESTIGAÇÃO

Prisão de gerente "encerra" operação de cigarreiros ilegais

Na semana passada, a Polícia Federal anunciou a prisão de integrante de uma grande quadrilha voltada ao tráfico de cigarros estrangeiros na fronteira de MS

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Seis anos depois que 30 pessoas de quadrilhas voltadas ao contrabando de cigarros foram presas, a Polícia Federal (PF) anunciou, na semana passada, a prisão do gerente de logística de um dos grupos, que ainda estava solto. Segundo a corporação, o preso seria responsável por coordenar a entrada do produto ilegal em Mato Grosso do Sul.

De acordo com informações obtidas pelo Correio do Estado, o gerente de logística da quadrilha estava solto desde 2019, quando a PF deflagrou a Operação Teçá, com o objetivo de desarticular organizações criminosas especializadas em contrabando de cigarros de origem estrangeira en Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Norte. 

Segundo a investigação, quatro grupos atuavam no esquema, agindo de forma independente, mas cooperando entre si. Com ampla rede de envolvidos, a logística era complexa. 

Os grupos contavam com olheiros, batedores, motoristas e até freelancers, que trabalhavam conforme demanda das quadrilhas e eram responsáveis por passar informações sobre barreiras de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

As quadrilhas contavam inclusive com o apoio de um policial rodoviário federal, que, conforme as investigações, teria sido subornado para deixar passar os caminhões carregados de cigarros. Identificado como Wilson Luiz, o policial atuava no posto rodoviário de Rio Brilhante.

Na época da operação, o policial rodoviário federal foi preso e exonerado do cargo.

GERENTE

No caso do gerente preso no dia 8, a Polícia Federal relatou que ele comandava uma rede de olheiros e batedores com atuação nos municípios de Iguatemi, Eldorado e Juti, “mantendo contato direto com fornecedores no Paraguai, inclusive com vínculos a unidades de produção irregular de cigarros”.

“Apurou-se ainda que o investigado foi responsável pela logística do transporte de cargas ilícitas, pela orientação de subordinados e pelo repasse de informações para dirigentes de hierarquia superior dentro da organização criminosa”, diz trecho de nota da PF.

O homem era um dos procurados na Operação Teçá, que, na época, cumpriu mais de 30 mandados de prisão, dos 40 que haviam sido expedidos.

“A ação reforça o comprometimento da Polícia Federal no enfrentamento das organizações criminosas, sobretudo nas faixas de fronteira”, finaliza a nota da Polícia Federal.

OPERAÇÃO TEÇÁ

De acordo com as investigações da PF, essas quatro organizações criminosas tinham como base territorial Mato Grosso do Sul e, daqui, “articularam uma aprimorada rede para transporte de cigarros estrangeiros no território nacional, os quais ingressavam no Brasil pela região da fronteira com o Paraguai”.

A PF também identificou que o grupo tinha “significativa capacidade logística, a qual era utilizada principalmente para a introdução e o transporte de cigarros de origem estrangeira em Mato Grosso do Sul e estados vizinhos com destino a outras localidades do País”.

As investigações para a operação começaram em 2018, e, durante a apuração, foram apreendidos pela Polícia Federal e outras forças 155 veículos utilizados para o transporte de cigarros de origem estrangeira, tendo sido presas 75 pessoas envolvidas.

A maior apreensão foi em Ivinhema, no dia 15 de junho de 2018, quando, em uma única oportunidade, 11 carretas carregadas de cigarros de origem paraguaia foram detidas. Nove motoristas foram presos em flagrante.

A carga, conforme contabilização da Polícia Federal, totalizava 1 milhão de maços de cigarros, avaliados, em conjunto com os veículos apreendidos, em R$ 10 milhões na época.

Ao todo, 130 policiais federais buscaram cumprir 73 ordens judiciais expedidas pela 1ª Vara Federal de Naviraí no dia 8 de agosto de 2018. Foram 40 mandados de prisão preventiva e 33 mandados de busca e apreensão nas cidades de Eldorado, Mundo Novo, Japorã, Amambai, Iguatemi, São Gabriel do Oeste, Rio Brilhante, Maringá (PR), Umuarama (PR) e Mossoró (RN).

Segundo a investigação, as quadrilhas tinham atuação, além de Mato Grosso do Sul, no Paraná e no Rio Grande do Norte.

Na época, o Exército Brasileiro e a Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal colaboram nas ações vinculadas à deflagração da operação.

CONTRABANDO

O Correio do Estado tem mostrado a intensa atuação das quadrilhas de contrabando de cigarros em Mato Grosso do Sul.

Segundo estimativa do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), com base nos dados do Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), nos últimos seis anos, R$ 2,7 bilhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) deixaram de ser arrecadados em Mato Grosso do Sul em razão da venda ilegal de cigarros contrabandeados.

A mesma estimativa mostra que, no Estado, a 10 cada maços vendidos, 7 são de marcas paraguaias.

SAIBA

Segundo dados da Receita Federal, de janeiro a dezembro de 2023, a PF e a PRF apreenderam 27.090.650 maços de cigarros contrabandeados em Mato Grosso do Sul. Em 2024, as forças policiais apreenderam 20.044.645 de maços.

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ENTREVISTA - ROSANA ANUNCIAÇÃO

"Nosso Estado e o Brasil são ricos em leis, a gente precisa tirá-las da gaveta e executar"

Núcleo de Igualdade Racial faz parte da Secretaria de Assistência Social; chefe da instância conversou com o Correio do Estado sobre questão racial e combate ao racismo no município

19/04/2025 09h30

Rosana Anunciação concedeu entrevista exclusiva ao Correio do Estado

Rosana Anunciação concedeu entrevista exclusiva ao Correio do Estado Foto: Bárbara Cavalcanti

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Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano passado apontam que Mato Grosso do Sul tem uma população estimada em 2.901.895. Dessas, 1.293.797 pessoas se autodeclaram pardas e 179.101, pretas. Somados os habitantes autodeclarados pardos e pretos, o número representa aproximadamente 50,7% da população sul-mato-grossense. 

Na Capital, a quantidade é de 407.905 de moradores autodeclarados pardos e 64.997 pretos. Com uma estimativa total de 954.537 em 2024, conforme o IBGE, a proporção municipal segue o Estado, com pardos e pretos somados sendo 49,6% dos habitantes. 

O desafio de Rosana Anunciação como chefe do Núcleo de Igualdade Racial de Campo Grande é promover a igualdade racial para praticamente metade da cidade. Ela explicou ao Correio do Estado sobre todo o contexto histórico e social da população negra, assim como o desenvolvimento do combate ao racismo e às desigualdades.

Como se deu a formação racial de Mato Grosso do Sul? Poderia contar sobre a presença negra no Estado e como é hoje?

Nós falamos a nível de Campo Grande, mesmo sabendo que Campo Grande não foi a primeira Capital do Estado a se formar aqui. Quando José Antônio chegou aqui, já tinham algumas outras localidades do município com a presença de pessoas [negras]. Nós sempre falamos que a pessoa preta, a pessoa negra, sempre esteve aqui, mas invisibilizada. 

Nós temos como grande referência aqui em Campo Grande a Comunidade Tia Eva, porque Tia Eva chegou aqui praticamente com o fundador de Campo Grande, mas ela não é colocada dentro do nosso histórico de reconhecimento. Temos esse vínculo por conta de Tia Eva, a fé que ela traz, toda resistência, toda história da implementação como uma mulher preta, fortalecendo e resistindo a todas as dificuldades que aconteceram na época, para manter e fortalecer a família. 

No estado de Mato Grosso do Sul, em um contexto geral, somamos que a população negra é mais de 50%.

Muitas vezes nós nos perguntamos onde está essa população negra, se na maioria das vezes andamos no Centro da cidade e não vemos essas pessoas. Isso é um problema sério que precisa ser resolvido, e que só será a partir dessas estruturas governamentais, por meio das políticas públicas e de ações de combate à discriminação.

Qual é o perfil da população negra e parda atualmente em Mato Grosso do Sul, em termos de acesso aos direitos, e o que esses dados revelam?

Por meio do IBGE, temos instituído as diferenças raciais, o que é preto, pardo, amarelo, enfim. A gente sempre fala que a população negra é o resultado da preta e da parda que está lá no IBGE. Nós não separamos [pretos e pardos].

O racismo acontece por conta da cor da pele. Quando a pessoa vê, quando ela observa. Por isso que você [se referindo à repórter], tendo a sua tez mais clara, não sente tanto na pele um racismo assim em relação a uma outra pessoa como eu, por exemplo, que tenho uma tez mais escura. Então, quando a gente fala desse panorama social, de como está a nossa sociedade, nós percebemos que, infelizmente, ainda é muito forte o racismo em relação às pessoas pretas e negras do que às pessoas pardas.

Elas [as pardas] também sofrem, mas como o racismo se manifesta na cor, na visão, no que a pessoa está vendo, se você tem a tez mais clara, o racista acha que você não está “do outro lado”, está “do lado deles”, como se houvesse um lado. A desigualdade ainda é muito forte. Ainda está muito presente na nossa sociedade.

Infelizmente, a linha da pobreza ainda é muito grande. Do total que está abaixo da linha da pobreza, estimamos que aproximadamente 73% é população negra em extrema pobreza. Essa questão da renda familiar ainda é muito gritante. Exemplo: a pessoa preta ainda recebe menos que a pessoa branca, na questão da valorização salarial, na valorização do seu serviço. Ainda é muito sério por conta da cor da pele, por conta da questão estrutural do racismo e como ele se manifesta em vários locais. E quando a gente fala de mulher, é maior ainda. A mulher ainda recebe menos que o homem, e a mulher negra menos que a mulher branca.

De acordo com o último relatório do Conselho Nacional de Justiça divulgado no ano passado, estamos diante de um cenário preocupante aqui no Estado: MS aparece como um dos estados com crescimento bem significativo de denúncias. Na sua avaliação, isso acontece por quê?

Eu vejo pelo lado que o racismo sempre esteve presente. Sempre. Tem pessoas que pensam que em épocas passadas não era assim, que podia fazer piada, podia isso ou aquilo. Não, não podia, mas você fazia, porque a maioria das pessoas não tinha conhecimento e a política pública não era tão efetiva assim. Hoje é efetiva, então hoje não pode por, hoje nós temos leis. E mesmo com as inúmeras leis que nós temos, a maioria não sai do papel. É justamente o que nós buscamos fazer: levar o conhecimento à população, garantir que ela seja sabedora e conhecedora de seus direitos. 

Eu vejo muito que talvez não seja o avanço em relação à desigualdade, mas justamente, as pessoas, quando elas estão bem sabedoras, conhecedoras dos seus direitos, elas tendem a denunciar. Então assim, mesmo que no cenário nacional fale que aqui teve uma crescente, essa crescente, eu digo que as pessoas estão denunciando mais, elas estão falando mais a respeito.

Inclusive, nossos relatórios incluem até casos que não foram denunciados à polícia. Nós sabemos, conhecemos, somos uma comunidade, as pessoas fazem relatos para a gente, mas elas não foram denunciar.

Então, nós colocamos isso nos nossos números e encaminhamos à nível nacional, porque não está no registro da polícia, mas acontece de fato. São piadas, brincadeiras, são coisas que as pessoas acham. 

E outro ponto também que eu vejo, não falando mal, não colocando aqui A ou B ou C, mas, quando nós temos uma liderança nacional que se comporta de uma maneira muito agressiva em relação a várias questões que são polêmicas, principalmente ao que tange à nossa população carente, isso faz com que as outras pessoas também sejam impulsionadas a isso.

Hoje nós temos crimes cibernéticos, temos crimes nas redes sociais, as pessoas não tem “papas na língua”, elas falam o que elas querem falar, mas por conta de um líder que começa a falar, elas querem também falar. Isso é muito sério. Sempre houve, mas as pessoas sempre esconderam. Então acaba sendo um pouco dos dois. Quando a população começa a falar que quer seus direitos, que começa a entender, o outro lado começa também a querer sair, digamos assim, “da gaveta”.

Tivemos alguns avanços legislativos recentes no combate ao racismo. Quais leis ou mudanças têm impacto direto aqui em MS?

Nós tivemos, não é muito recente, mas é algo que impacta positivamente, a Lei nº 10.639, que é a lei voltada à educação, que é uma lei de autoria do Ben-Hur Ferreira, deputado federal aqui do nosso estado, com outras pessoas, que alguns anos atrás construíram essa lei que vem a mudar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

O que infelizmente o nosso poder público e os nossos diretores ainda não entenderam, é entender como essa lei é na prática como disciplina, o enfrentamento ao racismo. Hoje em dia, as escolas trabalham datas comemorativas, e isso ainda não é a prática. Nós falamos que essa lei não é aplicada de fato. Em 2023, fizemos 20 anos dessa lei e ela ainda não é implementada na sua totalidade.

Também temos as leis de crimes raciais, que é uma lei antiga, mas foi reformulada. O crime de racismo é imprescritível. Antes, se falava que só tinha seis meses para denunciar. Hoje não. Hoje pode ter um ano, dois anos, se você tem provas, você tem testemunhas, você pode denunciar a qualquer tempo. Então, isso, para mim, é um avanço em relação à igualdade, em relação aos direitos.

Então, por exemplo, hoje você pode não ter força para denunciar, mas daqui dois anos, daqui seis meses, daqui um tempo você tem, e você ainda tem a testemunha para poder buscar isso pra você, então, isso vem a somar. Eu digo que nosso estado e nosso Brasil estão ricos em leis, nós não precisamos de mais leis, mas a gente precisa tirar essas leis da gaveta, colocar em prática e executar.

Quais ações o Núcleo de Igualdade Racial tem desenvolvido para o combate ao racismo?

Nós temos um Plano Municipal, que direciona as ações do município, tanto na área da saúde, da educação, da moradia, enfim, em todas as áreas, trabalho, emprego e renda, e que fala qual é a dificuldade que a população negra tem, e o que nós, enquanto município de Campo Grande, podemos e precisamos fazer. Nós trabalhamos muito de forma transversal, de forma que todas as secretarias conversem entre si, mas que é todo um trabalho do Núcleo, de buscar essas informações com as diferentes secretarias. 

Hoje, o Núcleo está dentro da SAS [Secretaria de Assistência Social do Município]. As nossas ações são de retomada das ações do ano passado e do ano retrasado. E, neste ano, a gente tem também a reformulação do Plano. Então, até o fim do ano, a gente vai fazer a reformulação desse plano para a realidade atual. 

Uma das coisas que estamos debruçados neste ano é instituir, tirar do papel, porque já é lei, o programa SOS Racismo, criando um serviço em que a pessoa que é vítima de violência, vítima de discriminação racial, pode acessar esse serviço e receber toda orientação e encaminhamento necessário e até o atendimento psicológico para as vítimas de racismo. Então, a gente precisa ter isso na prática, realmente acontecendo, para que a nossa população seja assegurada.

O que precisaria mudar, não apenas em estrutura, mas em mentalidade também, para que Mato Grosso do Sul se tornasse um estado antirracista?

Eu vejo que o que está faltando mesmo é no próprio cidadão, a partir das pequenas ações, começando dentro de casa. Eu falo isso muito nas minhas palestras. As pessoas que já estão adultas, elas ainda têm certos resquícios daquilo que foi no passado. Mas quando você trabalha a educação lá na base, trabalha isso com a criança desde pequena, você consegue colocar nela essa questão da igualdade de uma forma muito forte, muito presente. Então, eu vejo que o que falta, além das políticas públicas, é a mãe, o pai, o tio, a tia, o professor, são as pessoas desde dentro de casa a começar a falar sobre isso. 

Nas minhas palestras, eu falo sobre um olhar para dentro, um olhar para dentro das estruturas, mas para além disso, um olhar para dentro de cada um de nós. Então, se a gente não trabalhar o respeito, o amor e a empatia para que esteja presente verdadeiramente nas nossas relações pessoais, a gente não vai conseguir mudar. Não vai ter lei, não vai ter política pública, não vai ter nada que faça isso mudar, se não começar verdadeiramente dentro de cada um de nós.

Essa transformação precisa partir de cada um de nós. Respeitar a individualidade do outro, a essência que ele tem, de onde ele veio e a forma que ele é, é tão simples. Um pouco mais de vontade, um pouco mais de respeito, um pouco mais de abertura, trabalhar o verdadeiro respeito, o amor e a empatia. São coisas simples na nossa vida diária que vão resolver muitos problemas futuros.

Perfil - Rosana Anunciação

Nasceu e cresceu na Comunidade Negra São João Batista. Professora, fez magistério em 1995, concluiu o curso de Letras em 2005 e se formou em Serviço Social em 2020, pela Uniderp. Em 2001, assumiu a coordenação dos Projetos Sociais da Comunidade Negra São João Batista. Em 2017, assumiu a Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial na Prefeitura de Campo Grande.

Foi convidada a fazer parte da Academia de Letras do Brasil, seccional Campo Grande, e é Embaixadora da Paz. Em 2023, recebeu o título de doutora honoris causa. Neste ano, foi nomeada chefe do Núcleo de Igualdade Racial da Superintendência de Direitos Humanos de Campo Grande.

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FIES

Inscrições para vagas remanescentes do FIES começam nesta terça-feira (22)

A ordem de classificação e a pré-seleção dos candidatos será divulgada no dia 6 de maio

19/04/2025 09h15

Estudantes podem se inscrever nas vagas remanescentes a partir de terça-feira (22)

Estudantes podem se inscrever nas vagas remanescentes a partir de terça-feira (22) Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Para aqueles que desejam ingressar em uma faculdade privada ainda no primeiro semestre de 2025, começa nesta terça-feira (22) e segue até o dia 29 de abril, as inscrições para as vagas remanescentes do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).

Conforme o edital, a ordem de classificação e a pré-seleção dos candidatos será divulgada no dia 6 de maio. A publicação será feita em chamada única, com posterior formação de lista de espera. Os interessados devem realizar a inscrição por meio do Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.

Os pré-selecionados deverão comparecer à Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento da instituição de ensino superior nos dias 7 e 8 de maio para comprovação das informações fornecidas na inscrição.

Cabe ressaltar que, segundo o MEC – (Ministério da Educação), as vagas remanescentes do Fies referem-se às oportunidades de financiamento que não foram preenchidas durante as etapas regulares de seleção do programa.

Além disso, elas são destinadas aos estudantes que tenham condições de atingir a frequência mínima exigida para concluir o primeiro semestre letivo de 2025, na opção de curso, turno e local de oferta para os quais se inscreveram.

Do total de vagas, 50% são reservadas a estudantes com renda familiar per capita de até meio salário mínimo e inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.

Já os candidatos autodeclarados pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência terão direito a vagas proporcionais à população da unidade da federação onde está localizada a instituição de ensino, conforme dados do último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

FIES

O Fundo de Financiamento Estudantil(Fies) é um programa do Ministério da Educação destinado a financiar a graduação na educação superior de estudantes matriculados em cursos superiores não gratuitas na forma da Lei 10.260/2001. Podem recorrer ao financiamento os estudantes matriculados em cursos superiores que tenham avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação.

Em 2010, o FIES passou a funcionar em um novo formato: a taxa de juros do financiamento passou a ser de 3,4% a.a., o período de carência passou para 18 meses e o período de amortização para 3 (três) vezes o período de duração regular do curso + 12 meses. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) passou a ser o Agente Operador do Programa para contratos formalizados a partir de 2010. Além disso, o percentual de financiamento subiu para até 100% e as inscrições passaram a ser feitas em fluxo contínuo, permitindo ao estudante o solicitar do financiamento em qualquer período do ano.

A partir do segundo semestre de 2015, os financiamentos concedidos com recursos do Fies passaram a ter taxa de juros de 6,5% ao ano com vistas a contribuir para a sustentabilidade do programa, possibilitando sua continuidade enquanto política pública perene de inclusão social e de democratização do ensino superior. O intuito é de também realizar um realinhamento da taxa de juros às condições existentes no ao cenário econômico e à necessidade de ajuste fiscal.

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