Cidades

sem prazo

Problemas estruturais após chuvas em Campo Grande permanecem sem solução

Grande volume de água registrado no mês de janeiro escancarou diversos problemas na infraestrutura do município

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Não é de hoje que as chuvas em Campo Grande escancaram problemas estruturais em diferentes pontos do município. Entre os casos mais recentes e que permanecem sem solução, a Avenida Filinto Muller, próxima ao Lago do Amor, está há quase um mês interditada em decorrência do desabamento de uma parte da via no dia 4 de janeiro. 

Com as chuvas desta semana, a ponte entre a Rua José Antônio com a Avenida Fernando Corrêa da Costa foi interditada por tempo indeterminado após o grande volume de água ocasionar uma erosão na parte do aterro sob a cabeceira.

Enquanto a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), tem como prioridade avançar na pavimentação e na drenagem dos municípios que integram o recém-criado Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável, as obras de reparação que precisam de mais atenção na Capital continuam sendo deixadas de lado. 

A cratera localizada na Avenida Ernesto Geisel, em frente ao Ginásio Poliesportivo Avelino dos Reis, o Guanandizão, já completou um ano e meio e até hoje nenhuma solução foi dada ao problema. O imbróglio começou no fim de setembro/início de outubro de 2021. 

Na época, a área foi sinalizada para que motoristas não caíssem no Rio Anhanduí, mas nenhuma obra de contenção da erosão foi feita pela Prefeitura de Campo Grande. O comparativo de uma foto feita pelo Correio do Estado no início de outubro de 2021 com uma obtida ontem mostra que a cratera só aumentou nesse período. 

Conforme noticiado pelo jornal, a ponte sobre o Córrego Lagoa, localizada na Avenida Panambi Vera, esquina com a Avenida Dr. Nasri Siufi (extensão da Avenida Prefeito Lúdio Martins Coelho), ficou por mais de um ano interditada.

À época, parte da estrutura foi comprometida em razão da força das chuvas, que provocaram erosão nas cabeceiras.

Na tarde de ontem, a equipe do Correio do Estado ainda flagrou um trecho da calçada em processo de erosão. Apenas as equipes da concessionária de água estavam presentes fazendo a manutenção do local. 

LAGO DO AMOR

A Prefeitura de Campo Grande informou que as obras no Lago do Amor estão previstas em caráter de urgência, modalidade que dispensa licitação. Entretanto, há trâmites legais que precisam ser cumpridos.

Em nota, o Executivo informou que a Defesa Civil emitiu o laudo que atesta a urgência e emergência da obra. A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) já deu autorização para a intervenção em área de seu domínio. 

“Estamos pendentes, agora, de licenciamento ambiental, já protocolado na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur), para contratação da empresa de engenharia para o imediato início das obras”, diz trecho da nota da prefeitura.

No dia 4 de janeiro, Campo Grande registrou acumulado de 124,4 mm. À época, entre 16h10min do dia 4 de janeiro e 16h10min do dia 5, houve um acúmulo de precipitação de 165,2 milímetros na Capital, segundo dados do Cemtec. 

PONTE INTERDITADA

Motoristas que descem a Rua José Antônio no cruzamento com a Avenida Fernando Corrêa da Costa estão impedidos de seguir reto por conta da cratera aberta abaixo da ponte na tarde de terça-feira (31). 

Isso acontece porque, enquanto as chuvas previstas para os próximos 10 dias durarem, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) fica impedida de começar obras de adequação no trecho. 

Além dos equipamentos de contenção, que bloqueiam a passagem de veículos e de pedestres pela ponte, a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) está no local com agentes, na esquina da Avenida Fernando Corrêa com a José Antônio e também posicionados no cruzamento da Fernando Corrêa onde começa a Rua Sebastião Lima. 

Na terça-feira, a Sisep apontou que o problema foi causado pela persistência das chuvas, gerando um deslizamento de cotas superior para inferior, provocando o afundamento do solo.

A prefeitura informou que, nesta quarta-feira, técnicos da Sisep fizeram vistoria no local para, por meio de cálculos estruturais, avaliar se há danos na ponte que possam demandar intervenção de engenharia. 

“Depois dessa investigação será possível determinar os trabalhos a serem realizados e os procedimentos técnicos e administrativos para que seja restabelecida a normalidade naquela estrutura”, afirma o Executivo em nota. 

CHUVAS EM JANEIRO

O primeiro mês do ano voltou a ser chuvoso em Campo Grande. De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o acumulado de chuvas entre os dias 1º e 31 foi de 328,6 mm, 57,69% a mais do que o volume de 208,8 mm registrado no mesmo período do ano passado. 

Dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima do Estado de Mato Grosso do Sul (Cemtec/Semagro) apontam que a estação de medição da Embrapa registrou, em todo o mês de janeiro, acumulado de chuva de 342,4 mm na Capital. 

De acordo com o meteorologista do Inmet Cleber Souza, a tendência de chuvas diárias deve permanecer durante o mês de fevereiro.

“Principalmente para este início do mês, teremos nos próximos dias a prevalência de muitas nuvens carregadas, com possibilidade de trovoadas isoladas”, destaca Souza. (Colaborou Leo Ribeiro)

Saiba: A Agência Municipal de Transporte e Trânsito orienta os motoristas que trafegam pela Rua José Antônio a pegar a Rua Joaquim Murtinho e, então, a Avenida Fernando Corrêa da Costa ou utilizar a Rua Pedro Celestino para cruzar o córrego.

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Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremessar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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