O ano letivo de 2023 começa em poucos dias para os alunos de Mato Grosso do Sul. Para aqueles matriculados na Rede Estadual de Ensino (SED), as aulas começam no dia 6 de fevereiro, e para os alunos da Rede Municipal de Ensino (REME), no dia 8.
Segundo a Associação Brasileira de Fabricantes, no ano de 2023, os pais ou responsáveis podem notar um aumento de até 30% no valor dos itens da lista de materiais escolares. Muitos acabam reservando, desde meses anteriores, parte da renda para este período do ano, que acaba resultando em um gasto além do orçamento.
A triste realidade é a de que muitos alunos começam o ano sem possuir o básico do material escolar. Pensando em algumas destas crianças, Patrícia Lombardi Pereira, de 33 anos, deu início a uma campanha para arrecadar materiais escolares, podendo ser novos, pouco utilizados ou utilizados em bom estado.
Os itens pedidos pela campanha são os mais simples: lápis, borracha, apontador e cadernos.
A ação, que é uma extensão do projeto “Tropa da Quadrinha”, pretende beneficiar cerca de 60 crianças, que fazem parte de projetos sociais atendidos por Patrícia.
Para doar, basta entrar em contato com o número (67) 9 9157-8028 (telefone ou WhatsApp), para combinar a entrega dos materiais.
Além dos itens escolares, Patrícia também recebe doações de roupas, calçados e alimentos, e reforça que aceita receber de tudo, já que "o que não serve para uns, serve para outros".
“Tropa da Quadrinha”
Com formação de Vigilante, Patrícia Lombardi atua com trabalhos sociais no geral, atendendo principalmente crianças. Seu projeto, chamado “Tropa da Quadrinha”, teve início a aproximadamente 1 ano, no início de 2022.
Na época, a filha de Patrícia havia entrado para um time de futebol feminino de indígenas, e ela foi convidada para treinar a equipe, que disputaria os Jogos Indígenas.
Como a competição seria realizada em uma quadra, e não em gramados, Patrícia e as atletas foram procurar por algum espaço público que pudessem realizar as aulas de futsal.

“Nós fomos para a quadra do Santa Emília, e conseguimos um espaço entre os meninos frequentadores da quadra”, comentou, “os meninos me viram treinar as meninas, começar a prepará-las para os jogos indígenas, e perguntaram se eu não queria treinar eles para a competição”, relatou ao Correio do Estado.
Foi assim que surgiu a "Tropa da Quadrinha”: a partir de um grupo de amigos que precisava de uma treinadora para assumir o time de futebol.
Patrícia deu inicio a campanhas para arrecadar itens esportivos, roupas e alimentos, para ajudar as crianças, suas famílias e demais pessoas em situação de vulnerabilidade.
Neste primeiro ano de projeto, já foram realizadas diversas ações, como um torneio de futebol para a Páscoa, que teve patrocinadores - para a compra de troféu - e cobrava barras de chocolate de atletas inscritos. Ao final da competição, o chocolate arrecadado foi utilizado para fazer ovos de Páscoa para as crianças.
Atualmente, o projeto "Tropa da Quadrinha" conta com 20 crianças e adolescentes. Além dele, Patrícia também arrecada doações para 20 crianças do projeto de judô, e mais 20 crianças de um clube de mães.
Todas as ações são realizadas sem fins lucrativos, e todas as pessoas que se envolvem com o projeto oferecem trabalho voluntário.
O projeto vai além do futebol, dos treinos e da bola. Segundo a organizadora, o principal foco é tirar as crianças da rua.
“A finalidade do nosso projeto é tirar as crianças da rua, é abrir oportunidade para as crianças. Nós sonhamos que uma criança pode sair dali um jogador, ganhando uma bolsa em uma escola particular, uma escola boa, ou ganhando uma bolsa em uma escolhinha (de futebol) que pode se tornar um jogador profissional. Mas o fator primordial do nosso trabalho é tirar as crianças da rua”, explicou.
Para os interessados em conhecer mais sobre o projeto, Patrícia os convida a fazer uma visita à quadra aos sábados de manhã, período em que a Tropa se reúne.
