Após Ravy Luiz de Arruda Aldama morrer em um corredor, com apenas dois meses de idade, o pronto-socorro de Corumbá será alvo de sindicância, de inquérito policial e representação ao Conselho Regional de Medicina, conforme o Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
Como apontou o Correio do Estado, Ravy já chegou em estado crítico à unidade de saúde administrada pela Prefeitura de Corumbá.
Conforme os pais da criança, ele não teve avaliação médica especializada, e, ainda na segunda-feira (25) não resistiu.
Apurações
De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul - acionado ainda na terça-feira (26), pelos pais da criança -, a 5ª Promotoria de Justiça de Corumbá registrou o caso como notícia de fato.
Ainda, tanto o hospital quanto Secretaria de Saúde foram requisitados a apresentarem, ao MP, informações sobre o ocorrido.
Segundo o MP "serão analisadas as próximas providências como requisição de sindicância, de inquérito policial e representação ao CRM".
Entenda o caso
Numa maca, no corredor do pronto-socorro, Ravy passou seus últimos momentos com uma máscara de adulto que não parava em seu rosto.
Depois de o teste para Covid-19 ter sido negativo. Segundo a mãe do menino, Evelyn Amorim, somente após o falecimento de Ravy que foi diagnóstico positivo foi confirmado.
“Até quando iremos ter que chorar a morte de um filho por negligência desse hospital. Peço a todas as mãezinhas que me ajudem a fazer justiça. Meu filho foi abandonado para morrer no corredor do hospital. Ninguém quis se responsabilizar pela morte do meu filho", relatou a mãe de Ravy.
Antes que pudesse ser encaminhado para a UTI na Santa Casa de Corumbá, prédio que fica anexo ao pronto-socorro, ele morreu.
Relatos da mãe apontam que ela gritou por socorro, alertando aos médicos que o quadro respiratório do filho tinha piorado.
Ainda, o registro de óbito aponta para uma cardiopatia congênita, uma anormalidade na estrutura ou função do coração que surge durante a formação do órgão, nas primeiras 8 semanas da gestação.
Os familiares realizaram exame do coração, datado de 10 de maio de 2022, que apresentou normalidade do órgão com oxigenação maior ou igual a 95%.
Em resposta, a Prefeitura alega que a criança esteve o tempo todo sendo assistida pela equipe médica e de enfermagem, e que todos os protocolos foram seguidos.
“A equipe tentou reanimá-la inúmeras vezes, sendo que 4 médicos prestaram assistência, porém sem sucesso, infelizmente. O óbito foi constatado às 20h10, por insuficiência respiratória, choque e cardiopatia cardiogênica. A criança esteve a todo momento acompanhada pela mãe”, alegou o Executivo Municipal em nota.



