Cidades

MPL

Protesto por reforma agrária ocupa Incra em Campo Grande e rodovias de MS

Multidão foi vista descendo em 'peregrinação' pela avenida Rui Barbosa até chegarem à sede do Instituto, presentes até em trechos rodoviários pelo interior do Estado

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Manifestantes em busca de reforma agrária protestaram na manhã de hoje (24) em Mato Grosso do Sul, com a ocupação de trechos rodoviários no interior do Estado e a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) após longa caminhada em Campo Grande. 

Quem passou pela Rui Barbosa nas primeiras horas desta segunda-feira (24) se deparou com o grupo, formado em maioria por integrantes do chamado Movimento Popular de Luta (MPL), que marcharam com bandeiras e faixas rumo ao prédio do Incra na Capital. 

Reivindicando que o Governo Federal faça o assentamento, as famílias do movimento se dizem "cansadas de tantas promessas".

"Os trabalhadores sem terra de Naviraí, mundo novo, Anaurilândia, nova Alvorada do Sul, Campo grande, cobram agenda com o presidente Lula e assentamento das famílias no MS", expõe o MPL em nota.

Reflexos dos protestos

Além do leve transtorno causado na Rui Barbosa em Campo Grande, graças ao engarrafamento causado ainda que os manifestantes seguissem em uma única faixa próximos ao meio fio, os protestos se espalharam por alguns pontos do interior do Estado. 

Como por exemplo a altura do quilômetro 112 da rodovia MS-395, segundo informações da Polícia Militar Rodoviária (PMR), que liga Anaurilândia ao município de Bataguassu, bloqueada nas primeiras horas da manhã. 

Com a maioria desses manifestantes pertencendo ao assentamento Florestan Fernandes, localizado em Anaurilândia, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) indicou que até antes do horário do almoço esse trecho citado já havia sido liberado dos pneus e bloqueios colocados. 

Além desse ponto, as duas principais rodovias de Mato Grosso do Sul também receberam pontos de interdição, sendo a BR-267 em Nova Alvorada do Sul e ponto da BR-163 em Naviraí, ocupado por volta de 04h, que ainda se manteve após sete horas de duração. 

Há cerca de um ano, em 16 de abril de 2024, esse mesmo movimento realizou a ocupação do Incra em Campo Grande com a mesma finalidade: chamar atenção dos representantes do Instituto e tirar a reforma agrária do papel. 

MPL

O Movimento Popular de Luta foi inaugurado em 2017, sendo que em junho de 2023 cerca de 400 famílias já se acomodavam à beira da BR-262, no anel viário de Campo Grande, classificado pelos internos como uma "insatisfação dos vários movimentos existentes", surgindo com o papel de denunciar e reivindicar terras improdutivas. 

Aproximadamente seis anos após sua fundação, o MPL já contava com cerca de oito acampamentos e em torno de duas mil famílias acampadas à época, com o acampamento de Campo Grande dividido em seis grupos com coordenadores e sistema de organização próprio, como acompanhado pelo Correio do Estado. 

"Sabemos que o capitalista diz não ser preciso ter reforma agrária, seu projeto traz misericórdia milhões de sem terra jogados na estrada, com medo de ir para cidade enfrentar favela, fome e desemprego sair dessa situação e segurar na de outro companheiro", cita hoje o Movimento em publicação nas redes sociais.

 

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MEIO AMBIENTE

Pacto Pantanal deve englobar a recuperação de rios e estradas

Governo apresenta hoje projeto que promete ações de infraestrutura, educação e combate a incêndios

27/03/2025 09h30

Recentemente, o Pantanal de MS se tornou patrimônio nacional, por meio de emenda constitucional

Recentemente, o Pantanal de MS se tornou patrimônio nacional, por meio de emenda constitucional Foto: Divulgação/IHP

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O governo do Estado lança na manhã de hoje o Pacto Pantanal, projeto que tem sido gestado pela administração estadual desde o ano passado e que deve abarcar propostas relacionadas à recuperação de rios, à infraestrutura, à mobilidade na região, à educação do povo ribeirinho e também ao pagamento por serviços ambientais (PSA) no bioma.

Segundo fontes do Correio do Estado, entre os principais projetos, além do lançamento do PSA, estaria a recuperação de bacias hidrográficas, entre elas o desassoreamento do Rio Taquari – um projeto de décadas. Para isso, a proposta teria sido elaborada em parceria com o Instituto Taquari Vivo.

Apesar de não ter confirmação do governo estadual, na edição de ontem do Diário Oficial Eletrônico de Mato Grosso do Sul (DOE), foi publicada a desapropriação de duas áreas de terra da Fazenda Taquari. Medindo ao todo 121 hectares de extensão, as terras serão destinadas a integrar o Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari.

A execução da expropriação ficará sob a responsabilidade do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), em conjunto com a Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul (PGE-MS). Os atuais proprietários das terras deverão receber indenização.

Além da recuperação de bacias, o projeto também englobará diversas outras ações, algumas que já estão em andamento, conforme o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck.

“O eixo central é o lançamento do PSA, o resto são ações de bombeiros. E isso vai englobar todas as ações que todas as secretarias [de Estado] estão desenvolvendo no Pantanal”, afirmou Verruck ao Correio do Estado na semana passada.

Apesar de não ter entrado em detalhes, o secretário também confirmou a apresentação de um projeto ligado à infraestrutura da região pantaneira e que será apresentado com o intuito de captar recursos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Há dois anos, os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já tinham iniciado tratativas para a proposta chamada BID Pantanal, que investiria US$ 400 milhões no bioma, divididos entre as duas unidades da Federação.

Esse projeto, porém, não foi para frente, e agora apenas o governo sul-mato-grossense estaria tentando desenvolver a parceria.

Estão previstos ainda investimentos em escolas – uma delas será construída pela Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) –, em pelo menos três aeródromos pavimentados e no acesso à internet para 13 bases avançadas do Corpo de Bombeiros.

PSA

O pagamento por serviços ambientais no Pantanal foi criado com a instituição da Lei do Pantanal, que entrou em vigor no ano passado, e a criação do Fundo Clima Pantanal, ferramenta que tem por objetivo pagar aos produtores pelo excedente de preservação ambiental da região.

Com um aporte de R$ 40 milhões feito pelo governo do Estado, o lançamento de hoje deve dar o start nos programas aos quais os fazendeiros poderão se inscrever.

De acordo com matéria do Correio do Estado, os interessados em aderir ao PSA poderão ser remunerados com até R$ 100 mil por ano por ações de preservação do meio ambiente. Apesar de o valor não ter sido confirmado oficialmente, fontes da equipe de reportagem informaram que esse deve ser o teto dos projetos.

SAIBA

De acordo com o governo do Estado, o Pacto Pantanal está focado no “desenvolvimento sustentável, priorizando a preservação ambiental e a qualidade de vida para os habitantes do Pantanal, mostrando como é possível haver crescimento econômico respeitando a natureza e valorizando a tradição pantaneira”.

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SEMED

Ex-secretária de educação é condenada por compra irregular de livros

Irregularidade aconteceu há uma década, na gestão de Gilmar Olarte, e atualmente Ângela Maria gere pasta da educação em Três Lagoas

27/03/2025 09h05

Responsáveis pela compra ilegal receberam pena de detenção, que varia de cinco a seis anos, além de pagamento de multas em atendimento ao recurso do Ministério Público.

Responsáveis pela compra ilegal receberam pena de detenção, que varia de cinco a seis anos, além de pagamento de multas em atendimento ao recurso do Ministério Público. Arquivo/Correio do Estado/Valdenir Rezende/ReproduçãoSemec

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Ângela Maria de Brito, ex-secretária de Educação de Campo Grande, recebeu a maior sentença entre os três condenados por envolvimento em esquema de compra de livros sem licitação há mais de uma década na Capital. 

Conforme o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, a decisão de 2º grau obtida junto à 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado "reformou a sentença de primeiro anterior". 

Esse acórdão, segundo o MPMS em nota, veio à público em 20 de março e trouxe a condenação de seis pessoas, sendo a ex-secretária de Educação a que recebeu a maior pena pelas compras de livros paradidáticos sem licitação, o que favorecia uma gráfica específica.

A ex-secretária recebeu sentença de 6 anos e 3 meses de detenção, além de penalizada ao pagamento de 26 dias-multa.

Entre os 10 réus totais envolvidos nesse esquema estava o dono da Gráfica Alvorada, que morreu em 2021 enquanto o processo ainda estava em andamento.  

Entenda

Gilmar Antunes Olarte foi prefeito de Campo Grande entre março de 2014 e agosto de 2015, após a ação de  Impeachment de Alcides Bernal, com oito compras diretas da Secretaria Municipal de Educação (Semed) que foram feitas à época sem respeitar a "lei das licitações" sendo a denúncia estopim do desmanche desse esquema. 

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) ficou encarregado das investigações, apontando que os procedimentos de dispensa de licitação, a chamada inexigibilidade, foi conduzida de forma irregular e ressaltou um prejuízo significativo aos cofres públicos. 

Houve comprovação de que as compras foram feitas sem justificativa plausível, segundo o Ministério Público, e "em quantidade superior à necessária para abastecer as bibliotecas das escolas municipais". 

A peça de acusação apontou que não houve estudo prévio comparativo, o que evidencia o direcionamento de compras em benefício da Gráfica Alvorada. 

Os responsáveis pela compra ilegal receberam pena de detenção, que varia de cinco a seis anos, além de pagamento de multas em atendimento ao recurso do Ministério Público. 

Atualmente, a professora Ângela Maria de Brito ocupa o cargo de Secretária Municipal de Educação e Cultura (SEMEC) no município de Três Lagoas, longe cerca de 326 km de Campo Grande. 
**(Com informações da assessoria)

 

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