Cidades

investigação

Queimada, mutilada e dopada: adolescente passou 5 dias sendo torturada na Capital

Jovem de 17 anos foi agredida com panela de pressão e faca; após ser encontrada, ela foi levada para a Santa Casa

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Adolescente de 17 anos mantida em cárcere privado por mais de cinco dias foi dopada e torturada pelo namorado em uma quitinete nas Moreninhas, em Campo Grande.

O caso foi descoberto por moradores do bairro na tarde de ontem, após o suspeito da agressão, identificado como Samuel Góes dos Santos, de 27 anos, ter deixado a chave da casa nas mãos do administrador do residencial, informando que sairia da cidade e iria para a casa de familiares, em Sidrolândia.

Desconfiado do comportamento de Samuel, o administrador foi até o residencial com outro morador e, ao chegarem na casa, que estava com a porta aberta, eles se depararam com a adolescente sentada no sofá, dopada com remédios.

Samuel Góes foi preso por policiais civis do GOI nas últimas horas.

Os moradores que foram ao local identificaram que a adolescente estava com queimaduras pelo corpo, ferimentos no rosto e com o cabelo cortado, aparentemente com uma faca. Uma panela de pressão teria sido usada para desferir golpes contra jovem.

A casa estava toda revirada, com sinais de que plástico queimado havia sido jogado na vítima, e manchas de sangue estavam no chão e em roupas.

A situação da adolescente, que estava dopada, aparentava ser muito grave, em razão das agressões que teriam ocorrido por vários dias.

Segundo apuração do Correio do Estado, familiares da menina estiveram na quitinete pouco tempo depois e a levaram para ser atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Joel Rodrigues da Rocha, que fica nas Moreninhas.

Informações alegam que a adolescente chegou a ter uma faca introduzida em suas partes íntimas, o que teria causado uma hemorragia na vítima.

Todas essas agressões podem ter sido facilitadas, segundo testemunhas, pelo fato de a adolescente ter sido dopada. Medicamentos como clonazepam (rivotril) foram encontrados na casa. Este medicamento é usado para prevenir e tratar convulsões, transtorno do pânico e de ansiedade, mas também como tranquilizante.

A Polícia Militar (PM) foi acionada pelos familiares da vítima, que buscaram a adolescente na UPA e a levaram até a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).

Tanto a PM quando a Polícia Civil estiveram no local onde ocorreram as agressões. A PM ainda chegou a fazer uma busca pelo bairro para tentar encontrar o agressor, porém, ele ainda segue foragido.
Após a vítima prestar depoimento na Deam, ela foi encaminhada para a Santa Casa de Campo Grande para exames.

A equipe de reportagem entrou em contato com a Santa Casa para verificar o estado de saúde da vítima, no entanto, a família optou por não fornecer informações.

A vítima morava com o Samuel Góes há pelo menos um mês, em uma região em desenvolvimento nas Moreninhas onde várias casas estão sendo construídas.

USUÁRIO DE DROGAS

O irmão de Samuel Góes revelou com exclusividade ao Correio do Estado que o suspeito faz uso de crack há 12 anos e já passou por pelo menos 14 internações.

“Aos 13 anos ele foi diagnosticado com uma mancha preta no cérebro, indicando esquizofrenia. Aos 13 anos ele começou a usar maconha, aos 15 começou a usar cocaína e, na sequência, já começou a usar crack”, disse o irmão de Samuel.

O irmão do foragido ainda informou que a família sofre há muito tempo com a condição de Samuel e tenta ajudá-lo na luta contra a dependência química. Segundo o irmão de Samuel, ele teria passado mais tempo recluso nas clínicas do que vivendo em sociedade.

Além disso, Samuel também teria tentado trabalhar em escolta armada, passando por curso de armamento. No entanto, segundo o irmão do suspeito, ele nunca chegou a portar uma arma ou a efetivamente atuar na profissão, por conta das drogas e do afastamento pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
“O meu irmão não consegue trabalhar, a maioria do tempo de vida que ele teve até hoje foi internado em clínica, em São Paulo, aqui em Campo Grande”, acrescentou.
Samuel mantinha o relacionamento com a adolescente de 17 há pelo menos um ano.

De acordo com os familiares, Samuel estaria sem emprego fixo por ter diagnóstico médico que afirmava que o suspeito teria insanidade mental, quadros de labilidade emocional e histórico de tentativa de suicídio.
Foragido, a família afirma que não foi contatada pelo suspeito desde que tomou conhecimento do crime e que Samuel costumava “sumir” quando voltava a usar entorpecentes.

“Ele tinha saído da clínica recentemente, e tinha ficado bastante tempo lá, um ano e pouco. E teve alta, só que ele não consegue ficar nem um mês sem usar droga e, quando ele tem o primeiro contato com a droga, e isso é normal para todo usuário, ele ‘inverna’, vamos dizer assim, ele some, desaparece usando muita droga”, declarou o irmão do suspeito.

SAIBA

Com o caso em investigação pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), a Polícia Civil informou que se pronunciará oficialmente a partir desta sexta-feira, durante coletiva de imprensa.

Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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