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Redução de 60% no tapa-buraco deixou Campo Grande esburacada

Desde o início da pandemia de Covid-19, em 2020, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos reduziu de 15 para 10 as equipes de manutenção da malha asfáltica no município

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A operação de manutenção das vias pavimentadas, feita pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), apresentou 60% de redução do serviço por conta do período chuvoso em Campo Grande. Como consequência, a cidade vive uma nova onda de buracos.

“Por razões de ordem técnica, esse serviço em períodos chuvosos é prejudicado, pois a massa asfáltica usada para tapar os buracos precisa do tempo seco para aderir ao asfalto existente”, informou a secretaria, em nota.

O serviço conhecido como tapa buracos é realizado durante todo o ano a partir de um planejamento, feito por técnicos da Sisep, com base em critérios de avaliação das vias.

Atualmente, de acordo com o cronograma mensal da operação tapa buracos, ao qual a reportagem do Correio do Estado teve acesso, 10 equipes da secretaria estão empenhadas nesse tipo de manutenção das ruas. Há quatro anos, entretanto, o número de trabalhadores que realizava essa mesma atividade era alocado em, pelo menos, 15 grupos.

A decisão para essa redução foi tomada em 2020 a fim de poupar cerca de R$ 1 milhão por mês, com o objetivo de realocar os recursos no enfrentamento da crise sanitária da pandemia de Covid-19.

Segundo a Sisep, com a redução das chuvas, a capacidade da operação já volta aos padrões normais, quando são tapados cerca de 1.600 buracos diariamente nas ruas da cidade.

Na semana passada, o cronograma de serviços se concentrou, principalmente, nos bairros Aero Rancho, Jardim Centenário, Vila Olinda, Vila Progresso, Cabreúva, Vila Planalto, Taveirópolis, Carandá Bosque, Vivendas Bosque, Vila Nasser, Piratininga, Universitário e Jardim Itamaracá.

RUAS PRECÁRIAS

A equipe de reportagem do Correio do Estado percorreu alguns outros bairros de Campo Grande e verificou que a infraestrutura das vias é precária, com desnivelamento de asfalto, rachaduras, buracos e remendos.

Conforme o apurado, alguns dos endereços com asfalto danificado são: Rua Brasília, no Jardim Imá; Avenida 26 de Agosto, no Centro; Avenida Petrópolis, nos bairros Caiçara e Oliveira; Rua Campos Sales, no Bairro Caiçara; Rua Antônio Abdo, no Bairro Taveirópolis; e Avenida General Alberto Carlos Mendonça Lima, no Jardim Santa Emília.

Campo-grandenses têm tentado fugir dos buracos por conta própria, completando com terra, areia, pedra ou até mesmo cimento. Há quem, no intuito de prevenir acidentes, opte por sinalizar as aberturas com galhos, paus, madeiras e outros objetos.

A dona de casa Valdirene Alves afirmou que já parou de andar em certas ruas de seu bairro por medo de tropeçar na “peneira” que se tornaram certas vias.

“Eu desisti de caminhar e de dirigir na Rua Campos Sales, entre a Rua dos Marimbas e a Avenida Lúdio Martins Coelho, porque ali parece uma peneira, de tanto buraco que tem”, disse.

Motoristas fazem manobras para desviar dessas aberturas e, muitas vezes, precisam invadir a contramão da via para evitar que os pneus dos automóveis caiam nessas depressões. Neste caso, o condutor poderá estar cometendo uma infração de trânsito.

O servidor público estadual Victor Moraes Honório já teve um prejuízo de R$ 320 em seu veículo por conta de buracos.

“Estava de noite e, sem querer, passei de carro correndo em um buraco. Eu não o vi. Meu pneu furou na hora e a roda simplesmente amassou. Tive de solicitar ajuda em uma borracharia 24 horas”, contou Honório.

As ruas citadas, Campos Sales e Antônio Abdo, ambas localizadas no Bairro Taveirópolis, constam na programação da Sisep como locais onde a equipe de tapa buracos já passou neste mês (do dia 6 ao dia 11).

Questionada se a operação aconteceu de fato nessas vias, a Sisep confirmou que “a equipe responsável pela região estava paralisada em razão das chuvas”, mas que “voltará aos trabalhos na segunda-feira [hoje]”.

Ainda de acordo com o posicionamento da secretaria, no início desta semana, um grupo de trabalhadores passará pelas ruas Campos Sales e Antônio Abdo, que já estavam na programação anterior.

PROGRAMAÇÃO 

A equipe de reportagem do Correio do Estado obteve acesso à programação da operação tapa buracos de Campo Grande para este mês. Segundo a Sisep, o cronograma é passível de alterações, seja em razão das chuvas, seja por urgências de manutenção que podem aparecer durante o período.

De hoje a sábado, está previsto que grupos do serviço de tapa buracos realizem a manutenção das vias em 19 bairros, incluindo Caiçara, Jardim Leblon, Jardim Noroeste, Parque dos Novos Estados, Taquaral Bosque, São Caetano, North Park, Monte Castelo, São Francisco, Cruzeiro, Vila Progresso, Taveirópolis, Monte Castelo e Jardim Imá.

A região do Anhanduizinho receberá o maior número de reparos, 10 locais no total. Já no Bairro Guanandi está programado para a equipe comparecer nas ruas Piriá, Jatobá, Pirituba e Parecis.

Na Vila Progresso, as ruas São Cosme e Damião e Frei Coimbra, além da Avenida Progresso, receberão o trabalho da Sisep. A operação tapa buracos também passará nesta semana pelo Jardim América, percorrendo as ruas Américo Carlos da Costa, Paraguaia e Portugal.

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Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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