Cidades

Demarcação de terras

Regra de Raposa Serra do Sol não vale para outros casos, diz STF

Regra de Raposa Serra do Sol não vale para outros casos, diz STF

Folhapress

23/10/2013 - 17h52
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Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) julgaram seis dos sete recursos apresentados no processo de demarcação das terras indígenas da Raposa Serra do Sol, em Roraima, e decidiram que as condicionantes impostas para a demarcação contínua não serão aplicadas automaticamente a outras reservas.

Quando o STF decidiu em 2009 pela demarcação, 19 ressalvas foram feitas para, entre outras coisas, garantir a presença da União nas terras, que poderá ingressar livremente no território com as Forças Armadas ou com a Polícia Federal, instalar e dar manutenção a serviços públicos e ver relativizado o direito do usufruto das terras pelos índios sempre que houver relevante interesse público.

Entre os recursos apresentados, havia questionamentos sobre a validade da decisão sobre Raposa Serra do Sol para outras reservas e pedidos de esclarecimentos de como as condicionantes deveriam ser seguidas.

O relator da matéria no STF, Luís Roberto Barroso, aceitou em parte os recursos somente para deixar mais claro como as condicionantes afetariam a reserva, mas não modificou os itens e afirmou que elas só valem para a Raposa Serra do Sol.

"Considero que as condicionantes fazem coisa julgada no presente julgamento, mas não têm força formal para além do caso aqui decidido", explicou.

Apesar disso, Barroso disse que, por se tratar de uma decisão do STF, elas apontam numa decisão de jurisprudência que deverá ser observada por outros tribunais quando forem analisar novos processos na Justiça.

"Embora não tenha efeitos vinculantes em sentido formal, o acórdão (decisão do julgamento) ostenta força de uma decisão da mais alta corte do país."

Barroso foi acompanhado pela maioria dos ministros. Foram contrários à visão do relator os ministros Marco Aurélio Mello e o presidente da corte, Joaquim Barbosa.

Ele acreditam que o STF extrapolou suas atividades e cumpriu o papel de legislador ao criar as 19 condicionantes, por isso votaram no sentido de derrubá-las.

"O tribunal extrapolou e traçou parâmetros abstratos e alheios ao proposto originariamente (...) o tribunal atuou como legislador", disse Barbosa.

As críticas dos dois ministros foram rebatidas por Barroso. Ele admitiu que a criação das salvaguardas foram uma situação atípica, mas foram fundamentais para garantir a eficácia da demarcação das terras.

"Houve atuação atípica, uma sentença quase aditiva (...) houve excesso de normatização abstrata, mas não estaríamos celebrando (...) se não tivesse essa ousadia", ponderou.

Condicionantes
Em seu voto, acompanhado pela maioria, Barroso também disse que miscigenados e pessoas que vivem em situação marital com índios podem permanecer nas terras. O mesmo vale para líderes religiosos e templos pertencentes a denominações não indígenas. 

Ele destacou, no entanto, que os religiosos não podem interferir nas religiões indígenas. "Não se legitima a presença de indivíduos que tenham como propósito interferir com a religião dos índios (...) nem por isso deve ir para o equívoco oposto, do isolamento incondicional. Nessa matéria o maior erro é imaginar que caberia a alguém que não os próprios índios decidir pelo seu presente e pelo seu futuro", disse.

O ministro também garantiu o livre trânsito na rodovia que corta a reserva e liga a capital Boa Vista ao município de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela. O trânsito também está garantido na estrada de Normandia a Pacaraima. 

SEGURANÇA PÚBLICA

Avião brasileiro e meia tonelada de cocaína são apreendidos na fronteira

Entorpecente interceptado é avaliado em quase US$ 1,5 milhão; Bolívia passou a fazer monitoramento do espaço aéreo na região

23/11/2024 08h50

Governo boliviano apresentou algumas pessoas presas em coletiva sobre a operação, mas não confirmou se elas tem relação com a cocaína

Governo boliviano apresentou algumas pessoas presas em coletiva sobre a operação, mas não confirmou se elas tem relação com a cocaína Foto: Divulgação

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Uma aeronave brasileira com matrícula PS-LEO foi encontrada em território boliviano, e a principal suspeita é de que ela seria usada para fazer o transporte de cocaína.

Na pista clandestina onde estava o avião, um Cessna Aircraft ano 1975, policiais do país vizinho acabaram encontrando 451 quilos de cloridrato de cocaína.

O entorpecente é avaliado no mercado ilegal em US$ 1.437.300 (o equivalente a mais de R$ 8,33 milhões), porém, esse valor acaba sendo multiplicado depois que a droga sai da Bolívia e vem para Mato Grosso do Sul. A região onde estava o entorpecente e o avião fica a cerca de 450 quilômetros de Corumbá.

A investigação e a operação que resultaram na localização da pista de pouso foram feitas por agentes da Fuerza Especial de Lucha Contra el Crimen (Felcn). 

O Grupo de Inteligencia y Operaciones Especiales (Gioe) Amazonía, destacamento especializado da Felcn, está atuando para tentar monitorar os aviões que entram em espaço aéreo boliviano sem autorização, trabalhando em conjunto com os Diablos Rojos, da Força Aérea Boliviana. 

No Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o Cessna PS-LEO apreendido na Bolívia, com capacidade para cinco passageiros, foi adquirido em 11 de maio de 2023. A aeronave pode transportar até 1,7 mil quilos e teve negado o pedido para operar como táxi-aéreo. 

Além disso, o certificado de aeronavegabilidade venceu no dia 11 de julho deste ano e não foi renovado. A Polícia Boliviana não detalhou se havia identificado registro de furto ou roubo da aeronave e ainda vai trocar informações com as autoridades brasileiras.

A operação recebeu atenção especial do governo federal do país vizinho, e o ministro de Governo, Eduardo del Castillo, deu detalhes sobre a apreensão pessoalmente, durante coletiva realizada em Santa Cruz de la Sierra, no fim da tarde desta quinta-feira.

A apreensão ocorreu após três dias de ações em região de difícil acesso que fica próxima da divisa de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bolívia. 

“Dentro do plano de operações Alas del Oriente, em 16 de novembro, às 14h, houve uma apreensão na província Velasco de Santa Cruz de uma aeronave procedente do Brasil com três reservatórios de 60 litros de combustível de aviação e uma arma de fogo tipo carabina, calibre 10,40 mm”, detalhou o ministro, por meio de nota oficial. 

“Em 17 de novembro, por volta das 13h, depois da realização de rastreio, a uma distância de 4 km da pista foi encontrada uma canaleta onde havia 15 volumes retangulares. Em 18 de novembro, continuando a operação, às 8h30min, com a presença do Ministério Público, houve a abertura das bolsas e, ao se realizar a prova, deu resultado positivo para cocaína”, completou.

Todos os materiais apreendidos foram encaminhados para Santa Cruz de la Sierra. O avião brasileiro foi levado da zona rural de Velasco para o Aeroporto El Trompillo, que fica na capital do departamento, em Santa Cruz. 

A reportagem averiguou que no Brasil ainda não havia comunicação oficial sobre essa operação, ao menos até o começo da tarde desta sexta-feira. 

Aviões ilegais e combate aéreo

Aviões com registro no Brasil e que acabam roubados ou furtados estão inseridos em um outro comércio ilegal para atender a narcotraficantes.

Investigações de forças de segurança, como o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), de Mato Grosso do Sul, identificaram que esses aviões chegam a ser negociadas por R$ 300 mil, quando modelos no comércio legal poderiam custar mais de R$ 1 milhão. Essa prática abastece não só a Bolívia, mas também o Peru e a Colômbia.

Na Bolívia, desde março deste ano, a Felcn recebeu um aparelhamento com armas e aeronaves para aumentar a fiscalização do espaço aéreo na fronteira com o Brasil e tentar combater o narcotráfico.

Saiba

No Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o Cessna PS-LEO apreendido na Bolívia, com capacidade para cinco passageiros, foi adquirido em 11 de maio de 2023.

A aeronave pode transportar até 1,7 mil quilos e teve negado o pedido para operar como táxi-aéreo. Além disso, o certificado de aeronavegabilidade venceu no dia 11 de julho deste ano e não foi renovado.

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Previsão do tempo

Confira a previsão do tempo para hoje (23) em Campo Grande e demais regiões de Mato Grosso do Sul

Temperaturas estarão em elevação

23/11/2024 04h30

Céu com nuvens

Céu com nuvens Marcelo Victor / Correio do Estado

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Neste sábado (23), em grande parte do estado, a previsão indica tempo mais firme com sol e variação de nebulosidade devido a atuação de um sistema de alta pressão atmosférica.

Até o início da próxima semana as temperaturas estarão em elevação, podendo atingir valores próximos aos 37°C e 39°C. Além disso, esperam-se baixos valores de umidade relativa do ar, entre 15% e 45%.

Porém não se descartam chuvas e tempestades nas regiões norte, noroeste e nordeste do estado. Essa situação meteorológica ocorre devido a convergência de umidade.

Os ventos atuam do quadrante leste com valores entre 30 km/h e 50 km/h. Pontualmente, podem ocorrer rajadas de vento acima de 50 km/h.

Confira abaixo a previsão do tempo para cada região do estado: 

  • Para Campo Grande, estão previstas temperatura mínima de 23°C e máxima de 32°C. 
  • A região do Pantanal deve registrar temperaturas entre 24°C e 34°C. Há previsão de chuva.
  • Em Porto Murtinho é esperada a mínima de 24°C e a máxima de 36°C. 
  • O Norte do estado deve registrar temperatura mínima de 23°C e máxima de 33°C. Há probabilidade de chuva.
  • As cidades da região do Bolsão, no leste do estado, terão temperaturas entre 24°C e 34°C. Chove.
  • Anaurilândia terá mínima de 22°C e máxima de 34°C. 
  • A região da Grande Dourados deve registrar mínima de 22°C e máxima de 34°C. 
  • Estão previstas para Ponta Porã temperaturas entre 22°C e 32°C. 
  • Já a região de Iguatemi terá temperatura mínima de 22°C e máxima de 34°C. 

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