O Instituto SOS Pantanal publicou nesta quinta-feira (4), em comemoração ao Dia Internacional do Bombeiro e do Combatente de Incêndios Florestais, o relatório "Ações do Manejo Integrado do Fogo do SOS Pantanal: Programa Brigadas Pantaneiras e Atividades Emergenciais".
De acordo com o relatório, houve uma redução de cerca de 88% de área queimada em suas áreas de atuação. Apesar dos incêndios continuarem a existir, a diminuição permite a recuperação de áreas degradadas pelo fogo, assim como a proteção de áreas poupadas.
O levantamento sobre a região é realizado pelo Instituto desde 2020 com objetivo de registrar o processo de prevenção, preparação e resposta aos incêndios na região da Bacia do Alto Paraguai. Além de detalhar as informações como tipo de vegetação, áreas de proteção, incidência, recorrência e impacto das queimadas naturais ou criminosas.
No ano de 2021 teve uma queda de quase 49,7% de áreas consumidas pelas chamas no bioma. Comparando os 1.945.150 hectares (12,6% do bioma) consumidos pelas chamas em 2021 aos 3.909.075 hectares (26% do bioma) queimados em 2020, observa-se uma melhora significativa.
O documento também evidencia a necessidade de investimentos em tecnologias de monitoramento, do aumento da capacitação e disseminação de conhecimento entre as comunidades locais, além de projetos de recuperação de áreas atingidas pelos incêndios.
Brigadas Pantaneiras
No ano de 2022, foi a criado o programa Brigadas Pantaneiras, que tem por princípio a valorização dos envolvidos na prevenção de incêndios em larga escala, o respeito à cultura local, a proteção e conservação da biodiversidade, o embasamento técnico do manejo integrado do fogo, a educação ambiental e a recuperação de áreas degradadas.
O BPAN tem o apoio fundamental do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e do Ibama PrevFogo, especialmente na realização dos treinamentos e na integração para rápida resposta.
Atualmente, o programa cobre uma área de 655.377,68 hectares (917 mil campos de futebol) em 24 regiões na Bacia do Alto Paraguai. Segundo o relatório, suas ações, somadas a outros esforços da sociedade civil e do poder público, resultaram em grande redução das taxas de incêndio e na área de queimada.
As brigadas também são responsáveis pelo monitoramento, pelo planejamento, pela qualificação e estruturação das comunidades pantaneiras para prevenir e combater o fogo descontrolado.
Manejo Integrado do Fogo
O Manejo Integrado do Fogo (MIF) é um modelo de planejamento e gestão que conecta aspectos ecológicos, culturais, socioeconômicos e técnicos estabelecendo instrumentos, diretrizes e regulamentos que visam orientar, prevenir e combater os incêndios florestais.
O modelo reconhece a utilização do fogo em práticas dos povos indígenas e das comunidades tradicionais e, por isso, deve ser integrado às políticas ambientais para que seja reduzida a incidência de focos de fogo pela ação humana. O planejamento prevê a capacitação e formação de brigadas voluntárias.
O instituto também alocou 12 tanques pipas, 2969 equipamentos de proteção individual, 941 equipamentos de combate e ferramentas e apoiou a realização de 36 cursos de formação de brigadas (432h de conhecimento fornecidos sobre combate e prevenção aos incêndios). Durante o ano de 2022, com a criação da rede de monitoramento, foram gerados 368 alarmes de fogo e 180 boletins meteorológicos.
Instituto SOS Pantanal
Fundado em 2009, o SOS Pantanal é uma instituição, sem fins lucrativos, que promove a conservação e o desenvolvimento sustentável do Pantanal por meio da gestão do conhecimento e a disseminação de informações do bioma para governantes, formadores de opinião, grandes empreendedores, fazendeiros e pequenos proprietários de terras da região, assim como para a população em geral.