Cidades

CENÁRIO ECONÔMICO

Rico paga menos imposto que
pobre no Brasil, diz especialista

Rico paga menos imposto que
pobre no Brasil, diz especialista

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O rico paga menos imposto do que pobre no Brasil e essa questão precisa ser observada numa reforma tributária, disse nesta quinta-feira (28) Bernard Appy, diretor do CCIF (Centro de Cidadania Fiscal), em evento do escritório de advocacia FCR Law, em São Paulo.

Para tanto, Appy, que tem sido ouvido com atenção por todas as pré-candidaturas à presidência, propõe, dentre outros pontos, um benefício de aposentadoria universal às pessoas acima de 65 anos, equivalente ao salário mínimo e financiado por outros tributos, em especial aqueles que incidem sobre a renda.

Appy sugere ainda mudanças no regime de contratação de trabalhadores como pessoa jurídica -a chamada pejotização. O PJ, geralmente um trabalhador liberal que ganha salários mais altos, paga cerca de um terço dos tributos de um trabalhador com carteira assinada e a proposta é que ambos paguem a mesma alíquota de imposto, eliminando as distorções.

No desenho pensado para reduzir as iniquidades do sistema, Appy propõe ainda outras medidas, como a devolução de tributos cobrados no consumo dos mais pobres por meio de um sistema semelhante ao da nota fiscal paulista e interligado ao cadastro do Bolsa Família.

Seria uma forma de os mais pobres não pagarem imposto sobre alimentação, eliminado a necessidade de subsídios, como o hoje dado à cesta básica.

Segundo Appy, dos 28 milhões de declarantes do IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física), ano base 2016, 68 mil tinham renda acima de 160 salários mínimos. Cerca de 70% do rendimento do grupo, no entanto, foram isentos de tributação, em casos como heranças, lucros e dividendos e poupança.  

"Ou seja, quanto maior a renda, maior a fatia de rendimentos isentos no rendimento total. Claramente temos um problema aí", afirmou o ex-secretário de Política Econômica.

Appy disse, no entanto, que o sistema tributário deve ser olhado não apenas na sua parte distributiva, mas também em toda a sua complexidade -e a complexidade maior está na tributação de bens e serviços (ICMS).

Para combater o problema, Appy lidera uma proposta de reforma tributária que cria um imposto único sobre bens e serviços, substituindo o que hoje é cobrado por ICMS, ISS, IPI, PIS e Confins por uma alíquota única de 25%, em um período de transição de 10 anos.

"No Brasil, o sistema é tão ineficiente e desigual que daria para avançar nas duas direções", disse Appy.

REFORMA TRIBUTÁRIA E ELEIÇÕES

Appy disse que, ao lado de outros especialistas, foi chamado pelo deputado Rodrigo Maia para discutir a tributação da renda corporativa, e que em dois meses deve ter uma proposta delineada.

Quanto à proposta já desenhada, Appy avalia que ela poderia ser aprovada por um governo com capacidade de comando e capital político.

Também presente ao debate, Marcos Lisboa, presidente do Insper, acredita que hoje seria muito mais difícil emplacar uma reforma tributária porque ninguém está disposto a abrir mão de seus próprios privilégios.

Segundo ele, um emaranhado de casos particulares e regras pouco claras respondem não só aos pedidos de diversos grupos de interesse, citando como exemplo a Zona Franca de Manaus e incentivos fiscais às empresas. 

"A complexidade decorre não só de Brasília, mas do fato de Brasília responder ao país".
Para o especialista em tributação Eduardo Fleury, da FCR Law, seria importante olhar não só para uma agenda de reforma tributária, mas para uma agenda estratégica, de modo a lidar com a guerra comercial global.

Segundo ele, o caminho para isso seria reduzir a alíquota de IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e taxar a distribuição de lucros e dividendos, o que mexeria pouco na arrecadação, afetando menos a questão fiscal.

Além disso, disse ele, o país deveria deixar de tributar o lucro gerado por multinacionais brasileiras no exterior, de modo a favorecer a concorrência.

Dados apresentados por Fleury apontam que, na média, a alíquota do imposto de renda das empresas nos países da OCDE caiu de 27,4% em 2009 para 25,5% em 2018. Já o imposto sobre distribuição de dividendos subiu de 22,3% para 27,9%. O Brasil segue tributando as empresas em 34%, com isenção na distribuição de lucros e dividendos.

Receita Federal

Cocaína avaliada em R$ 1 milhão é encontrada em revestimento de piso

Além da apreensão de cocaína, os agentes da Receita Federal também encontraram, em outras operações, anabolizantes, medicamentos e mercadorias contrabandeadas

21/10/2024 19h00

Entorpecentes estavam escondidos em reverestimentos de piso em uma transportadora de Campo Grande

Entorpecentes estavam escondidos em reverestimentos de piso em uma transportadora de Campo Grande Fotos: Receita Federal

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Agentes da Receita Federal realizaram, neste final de semana, apreensões de pasta-base de cocaína, anabolizantes, medicamentos e mercadorias contrabandeadas nas cidades de Campo Grande, Corumbá e Mundo Novo. De acordo com as investigações, o prejuízo ao contrabando se aproxima dos R$ 2 milhões.

O primeiro flagrante deste final de semana foi a maior apreensão de drogas em Campo Grande. Durante a fiscalização, os agentes encontraram mais de R$ 1 milhão em cocaína disfarçada como rejunte para piso, em uma transportadora. De acordo com as investigações, a droga, que teria saído de Corumbá, tinha como destino a cidade de Jundiaí (SP).

Após receber uma denúncia anônima, os agentes da Receita Federal foram até uma transportadora em Campo Grande e, por meio de uma análise de risco, juntamente com a Alfândega, encontraram 15 pacotes de 2 kg cada um, escondidos em meio ao rejunte de piso.

Para uma melhor verificação, foram utilizados cães farejadores, que constataram que as embalagens encontradas continham cocaína pura, avaliada em R$ 1 milhão.

Os entorpecentes apreendidos foram encaminhados à Receita Federal do Brasil e, em seguida, devem ser levados à Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar).

Entorpecentes estavam escondidos em reverestimentos de piso em uma transportadora de Campo GrandeReceita Federal/ Imagens

Mais apreensões 

A segunda apreensão deste final de semana ocorreu na cidade de Corumbá, localizada a 427 quilômetros de Campo Grande.

Após receberem denúncias anônimas sobre entorpecentes em hotéis do município, agentes da Receita Federal apreenderam 6,5 kg de pasta-base de cocaína em um hotel no centro da cidade. 

Em busca de respostas sobre quem seria o dono da mercadoria, os agentes realizaram fiscalizações e acompanharam um veículo, descobrindo um transporte irregular de mercadorias. Durante a abordagem, encontraram duas mochilas com cocaína, avaliada em R$275 mil.

Apreensões de Anabolizantes 

Em Mundo Novo, a 463 quilômetros de Campo Grande, os agentes encontraram um veículo na BR-272 que transportava anabolizantes e eletrônicos de forma irregular, avaliados em quase meio milhão de reais.

Outras apreensões ocorreram na cidade de Dourados, a 221 quilômetros de Campo Grande, onde os agentes encontraram vestuários e medicamentos avaliados em R$10 mil.

Além da Receita Federal, a operação conta com a participação de diversas instituições de segurança pública, fiscalização e defesa, como o Exército Brasileiro, a Marinha do Brasil, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, as Polícias Rodoviárias Estaduais, a Polícia Militar, a Polícia Civil e o MAPA. Essas instituições atuam de forma conjunta nas fronteiras terrestres de todo o país.

 

 

 

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Cidades

Moradores precisam evacuar comunidade e escola ribeirinha após incêndio avançar no Pantanal

A linha de fogo cresceu no domingo (20) e nesta segunda ficou a cerca de 300 metros de atingir casas

21/10/2024 18h45

Incêndio avançou no Pantanal

Incêndio avançou no Pantanal Foto: Divulgação / Prevfogo Ibama

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Um incêndio de grande proporção na região do Pantanal Paraguai obrigou que moradores da comunidade Aterro do Binega e funcionários de escola municipal instalada no local precisassem sair em emergência. A linha de fogo cresceu no domingo (20) e nesta segunda ficou a cerca de 300 metros de atingir casas.

Parte dsse incêndio é, aparentemente, uma continuação do que vem sendo registrado desde a semana retrasada nessa região, que fica a 200 km de Corumbá, rio Paraguai acima, entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Esse incêndio também ameaçou a comunidade indígena Barra do São Lourenço. As chamas foram reduzidas na sexta-feira à noite, porque houve uma chuva. No sábado, a temperatura ficou mais baixa do que os 40⁰. Mas neste domingo, as temperaturas altas voltaram naquela área e o fogo acabou crescendo durante a noite de domingo.

Durante a noite deste dia 20, brigadistas da Brigada Alto Pantanal e do Prevfogo/Ibama navegaram pelo rio Paraguai e deram suporte para a comunidade. Eles monitoraram a área do fogo e fizeram orientação. Logo nas primeiras horas de segunda, os brigadistas retornaram ao local e como o fogo avançava, moradores decidiram deixar as casas.

O fogo de turfa, que é esse fogo subterrâneo, foi apontado como o principal fator para ainda ter incêndio, mesmo após chuva. O volume de água que caiu não foi suficiente para resfriar a terra.

Nessa região do Pantanal, que não tem energia elétrica a não ser por sistema solar ou gerador, há muita fumaça há mais de uma semana, de forma ininterrupta. São mais de 100 pessoas que vivem nas duas comunidades afetadas pelos incêndios. 

A Brigada Alto Pantanal, do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), o Prevfogo/Ibama e os Bombeiros de MS estão fazendo combate, que foi reforçado por uma pequena chuva que caiu no final da tarde. 

Ainda assim, não há previsão para retorno dos moradores em condições de segurança. Muitos deles estão em outra comunidade,  a Amolar, que não tem registro de incêndios graves. Eles estão com parentes e amigos.

Como a região é perto da divisa com MT, tem também brigadistas do ICMBio, que estão atuando na área do Parque Nacional do Pantanal Matogrossense.

A área aproximadamente  afetada nesse território pelo fogo dos últimos sete dias ultrapassa os 500 km², conforme dados do Firms/NASA.

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