Cidades

PANTANAL

Rio Paraguai mostra sinal de recuperação após dois anos em que seca foi extrema

Neste ano, chuvas chegaram a elevar o rio para maior volume dos últimos dois anos, mas ainda longe de períodos de cheia

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Regulador da “saúde” aquática do Pantanal, o Rio Paraguai sinalizou que, neste ano, conseguiu dar sinais de mais vigor e a estiagem severa foi regulada com níveis maiores de água do que foi registrado nos últimos três anos.  

A ponderação é que esses números ainda não se aproximaram dos anos em que houve cheias consideráveis, como ocorreu em 2017 e 2018.  

Além disso, neste mês, o nível voltou a ficar abaixo de 1 m. A marca de 1,50 m representa situação crítica para a navegação comercial.

Essa condição é acompanhada de perto por pesquisadores e outros órgãos a partir de Ladário, porque esse trecho é marcado por maior movimentação comercial, com o transporte de minério, e ainda repercute em negociações comerciais internacionais com a Bolívia.

Sem ainda ter cheia considerável, ainda há vários monitoramentos em andamento para averiguar o nível que o rio alcançará neste ano.  

A partir de setembro, conforme histórico de 2017 para cá, o nível começa a recuar com maior intensidade até atingir marcas mais baixas em novembro e início de dezembro.  

Conforme os dados da Marinha do Brasil, a partir da medição de régua no Comando do 6º Distrito Naval, em Ladário, o Rio Paraguai caminha para recuar mais drasticamente a partir desta semana.

Até 21 de setembro, o nível ainda estava em 1 m, porém ele passou a cair e nesta sexta-feira atingiu 94 centímetros. O nível mais baixo registrado em 2022 foi de 75 centímetros, em 1º de janeiro.

A máxima alcançada em 2022 conseguiu ser a melhor dos últimos dois anos: chegou a 2,64 m há pouco mais de dois meses.  

Neste ano, conforme os dados da Marinha, o Rio Paraguai sinalizou que conseguiu se recuperar um pouco da forte estiagem de 2020 e 2021 em razão das chuvas que foram registradas principalmente no estado de Mato Grosso, na região de Cáceres.

“Foram observados acumulados de chuva de aproximadamente 8 mm na bacia do Rio Paraguai, com destaque na sub-bacia do Rio Aquidauana. Em Cáceres, o rio apresenta uma tendência de recuperação. Nas demais localidades, o Rio Paraguai apresenta níveis compatíveis com aqueles considerados normais para este período do ano. A tendência dos rios é de continuidade do processo de vazante nas próximas semanas”, identificou relatório do Sistema de Alerta Hidrológico (SAH) da bacia do Rio Paraguai, divulgado nesta sexta-feira (23).

Esse documento, assinado por Marcus Suassuna Santos, Marcelo Parente Henriques e Artur José Soares Matos, pesquisadores em geociências e hidrologia do SAH, acrescentou que há sinais na previsão do tempo que a tendência de seca mais forte pode ter uma trégua e ainda em setembro mais chuva pode ocorrer.  

No caso de essa previsão se consolidar, a situação do nível do Rio Paraguai pode se manter equilibrada em termos de redução drástica.

“Para as próximas duas semanas, são previstos acumulados de chuva em torno de 50 mm na bacia, apresentando uma maior incidência na última semana do mês de setembro”, identificou o boletim dos pesquisadores.

O desenvolvimento do cenário da chuva e o comportamento do nível do Rio Paraguai estão sendo acompanhados neste ano para haver comparação com relação ao período em que ocorre a cheia.

ESTUDO DAS ÁGUAS

O MapBiomas identificou que o “reino das águas” está com seu ciclo muito alterado e a tradicional abundância de água deu lugar a outro cenário.  

Neste ano, no fim de agosto, a rede colaborativa de pesquisadores diagnosticou que os picos de cheias estão sendo alterados no período de 30 anos de análise.  

Enquanto em 1988, quando houve um grande pico de cheia, o bioma ficou com água transbordando pelo período de seis meses, esse processo não está se repetindo.  

Em 2018, quando houve outro pico de cheia – entre 13 e 16 de junho, o nível na régua em Ladário alcançou 5,35 m –, esse ciclo durou apenas dois meses.

O que os pesquisadores ainda não sabem pontuar é se esse encurtamento do tempo de cheia é algo pontual ou se essa condição pode perdurar.  

Também ainda serão avaliados os impactos que isso causa para a fauna, a flora e o sistema produtivo que existe no Pantanal. Justamente pelas respostas que ainda não se têm, o atual cenário de movimento da chuva e o nível do rio estão em análise.

“As alterações causadas pela ação do homem entre 1985 e 2021 foram muito intensas, elas correspondem a um terço [33%] de toda a área antropizada do País. Nesse período, o Brasil passou de 76% de cobertura da terra de vegetação nativa [florestas, savanas e outras formações não florestais] para 66%”, informou o MapBiomas, no fim de agosto deste ano.

Estudos que balizam essas pesquisas apontam que o que ocorre na Amazônia, por exemplo, gera repercussão no Pantanal, principalmente em se tratando de volume de chuva, que vai determinar a cheia ou não.  

Nesse ponto, a floresta está ainda sendo muito atingida por conta das alterações no seu desenho de cobertura da vegetação.  

“As causas que vêm sendo comentadas pelo meio científico [sobre seca mais severa afetando o Pantanal] envolvem relação com as alterações antrópicas na Amazônia, embora essa relação esteja sendo revista por alguns cientistas. Variações climáticas naturais são também uma possibilidade, haja vista que já ocorreu estiagem mais severa e longa de 1962 a 1973”, comentou o pesquisador da Embrapa Pantanal Carlos Padovani, em avaliação feita neste ano.

A situação atual do Rio Paraguai e da bacia está sendo monitorada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), pelo Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Embrapa Pantanal.

INTERNACIONAL

Voo da FAB com 229 brasileiros deixa o Líbano

Aeronave fará escala em Portugal antes de seguir viagem

05/10/2024 20h00

Foto: Divulgação/FAB

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A aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou de Beirute, capital libanesa. às 13h18 (horário de Brasília) deste sábado (5) com 229 brasileiros e 3 pets a bordo.

De acordo com nota do governo federal, está prevista uma escala em Lisboa (Portugal) para reabastecimento antes da decolagem para o Brasil. 

A aeronave deve pousar na manhã deste domingo (6), por volta das 10h, na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, onde os repatriados serão recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

O voo faz parte da primeira fase da Operação Raízes do Cedro, do governo federal, de repatriação de brasileiros. 

A aeronave chegou a Beirute às 11h22 (no horário de Brasília). O avião partiu de Lisboa, em Portugal, no início da manhã. 

Estima-se que 20 mil brasileiros morem em território libanês. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) contabiliza cerca de 3 mil brasileiros que desejam deixar o país, em meio à escalada das operações militares das Forças Armadas de Israel.

A repatriação estava prevista para sexta-feira (4), mas foi adiada para análise das condições de segurança. Na noite de quinta, os bombardeios israelenses em direção ao Líbano foram intensificados. Até mesmo áreas próximas do aeroporto de Beirute chegaram a ser atingidas.

*Com informações da Agência Brasil

LICENCIAMENTO

Em MS, 49% de 1,8 mi de veículos estão irregulares, diz Detran

Segundo departamento de trânsito, 884,8 mil estão com licenciamento irregular, enquanto apenas 931 mil já realizaram o débito; outubro é o mês destinado ao veículos com placas de final 0

05/10/2024 14h45

884 mil veículos não estão regulares em MS

884 mil veículos não estão regulares em MS Gerson Oliveira / Arquivo

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O Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) divulgou que 48,7% dos carros, motos e caminhões do estado estão em débito em 2024 quando o assunto é o licenciamento anual. Segundo o órgão, 931.840 de 1.816.735 veículos sul-mato-grossenses estão devidamente regularizados, enquanto 884.895 estão irregulares.

Partindo para os dados específicos de cada placa, aquelas com final zero são as com a maior parcela de veículos "ilegais", 149.057 não pagos de 184.915 totais. 

Vale ressaltar que o prazo para os automóveis com placas de final zero pagarem o licenciamento anual iniciou na última terça-feira (1º) e segue por todo o mês de abril, com valor de R$ 222,23 para quem fizer o pagamento dentro do prazo, enquanto o pagamento com atraso é de 288,59. Após pagar o licenciamento, os proprietários devem emitir um novo Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV).

Em seguida, estão os proprietários de veículos com placas de final 9, com 103.005 não pagos de 182.623 totais, que deveriam ter sido regularizados no mês de setembro. Confira a tabela completa enviada pelo Detran-MS a reportagem do Correio do Estado:

884 mil veículos não estão regulares em MS
Veículos com licenciamento regular e irregular em MS - Fonte: Detran-MS

Inadimplentes e notificações passadas

Em junho deste ano, o Correio do Estado reportou que 55% dos veículos (naquela época apenas com placas com final 1, 2 ou 3) estavam em débito com o estado. Segundo o Detran-MS, um total de 107.109 não haviam pago o licenciamento na capital e outros 186.434 deixaram de pagar nas cidades do interior.

Em suma, 293.543 mil veículos com placas terminadas em 1, 2 e 3 estavam com o licenciamento irregular, de um total de 540.441 mil, ou seja, aproximadamente 55% inadimplentes. Juntos, eles deviam cerca de R$ 83,5 milhões ao Detran.

Em janeiro, uma notificação inicial já tinha sido enviada pelo órgão, referentes aos anos de 2018 a 2022, que soma uma dívida de R$ 416 milhões, sem considerar as inadimplências do ano passado.

Nesta primeira carta enviada aos proprietários de área urbana com três ou mais anos de atraso, 205,2 mil foram notificados e orientados para o pagamento da dívida até dia 29 de fevereiro. Porém, apenas 3% desses milhares regularizaram total ou parcialmente.

Em março, antes de começar novamente o processo anual de licenciamento, o Detran-MS notificou novamente os proprietários com atraso no pagamento, cerca de 216 mil donos de veículos, desta vez incluindo os proprietários localizados em endereço de área rural. Cada dívida chegou ao valor de R$ 854,10 reais.

Licenciamento de veículos

O licenciamento é um procedimento anual e obrigatório que autoriza o veículo a circular pelas vias, atestando que o automóvel encontra-se em conformidade com as normas de segurança e ambiental para o setor automotivo.

Detran alerta para que cada proprietário se atente ao prazo de pagamento para sua placa, pois trafegar com o veículo não licenciado é uma infração gravíssima, com aplicação de multa de R$ 293,47 e 7 pontos na carteira nacional de habilitação (CNH), além da medida administrativa de remoção do veículo ao pátio.

Para este ano, foi anunciado um novo procedimento para o pagamento dos débitos. Agora, todas as situações com licenciamento irregular serão enviadas à PGE, a fim da inclusão na dívida ativa.

Pagamento

Para efetuar o pagamento, o proprietário do veículo pode imprimir a guia no site do Detran-MS, sem a necessidade de se deslocar até uma agência. 

A taxa de licenciamento pode ser paga pelo autoatendimento, no portal de serviços Meu Detran ou pelo aplicativo Detran MS. Ou o cidadão pode buscar atendimento presencial em uma agência do Detran-MS.

Quem realiza o pagamento em dia pode parcelar no cartão de crédito em até 12 vezes, com a regularização imediata da situação do veículo.

Com a quitação do licenciamento, proprietário pode emitir o Certificado de Registro Veicular (CRV) e o Certificado de Registro de Licenciamento de Veículos (CRLV).

O porte do CRLV é obrigatório e deverá ser apresentado à autoridade de trânsito sempre que solicitado, seja o documento físico impresso ou digital por meio da CDT (Carteira Digital de Trânsito).

Motorista que não efetuar o pagamento e for flagrado com veículo não licenciado comete infração gravíssima.

O Detran-MS alerta que, neste ano, iniciou o processo de cobrança dos débitos de licenciamento pendentes. Os débitos não regularizados foram enviados à Procuradoria Geral do Estado (PGE) para inclusão em dívida ativa.

A medida atende uma orientação da Controladoria Geral do Estado (CGE) que identificou um alto índice de inadimplência no pagamento das taxas anuais nos últimos 5 anos. 

*Colaborou Alanis Netto, Glaucea Vaccari e Neri Kaspary

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