Cidades

CALOR EXTREMO

'Saiu para realizar um sonho e retorna morta', diz pai de fã morta em show de Taylor Swift

Familiares da universitária moram em Pedro Gomes, região norte de MS, e seguiram para o RJ na madrugada deste sábado para buscar o corpo

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A jovem Ana Clara Benevides, de 23 anos, era filha única e havia ganhado o ingresso para o show da cantora americana Taylor Swift de seu pai, Weiny Machado, de 53 anos, que falou à Folha por telefone na madrugada deste sábado (18).

Ana Clara morreu na noite da sexta-feira (17) após passar mal durante a apresentação da cantora no Estádio Nilton Santos, na cidade do Rio de Janeiro. Ela foi socorrida ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.

Consternados, familiares da jovem, que vivem no município de Pedro Gomes, em Mato Grosso do Sul (a cerca de 300 km de Campo Grande), partiram ainda na madrugada com destino à capital carioca para agilizarem o transporte do corpo de volta ao estado de origem.

Machado conversou com a reportagem da Folha, por telefone, horas antes de embarcar no voo ao Rio.

"Perdi minha única filha, menina feliz, inteligente. Estava para se formar em psicologia em abril próximo, guardando dinheiro. Não tenho palavras para expressar minha dor. Saiu de casa para realizar um sonho e volta morta", disse o pai às lagrimas.

Ana vivia em Rondonópolis, em Mato Grosso, onde concluía a faculdade. Segundo o pai, ela tinha muitos planos para o futuro e estava guardando dinheiro.

O pai, que é servidor público, relembrou momentos da infância da filha que, diz, "foi uma criança muito alegre e querida por todos ao seu redor. 
De acordo com a família, Benevides trazia da adolescência a idolatria pela música de Taylor Swift. O pai se recorda de citações que a filha extraia de canções da cantora e aplicada à vida.
Imerso no choque da má notícia, ele espera uma apuração concisa sobre o que ocorreu de fato momentos antes da morte da jovem.

"Quero que seja apurado, se de fato proibiram de entrar com água, se houve negligência no socorro. Sei que a cantora estava distribuindo água as fãs, e isso é absurdo para um evento desse porte. Nada vai trazer minha filha de volta, mas espero que, se confirmada a negligência, alguém seja punido, para que isso não aconteça com mais ninguém", disse.

Taylor Swift publicou em sua conta no Instagram uma mensagem sobre a morte da fã.
"Eu não posso acreditar que estou escrevendo essas palavras, mas é com meu coração devastado que eu digo que perdemos uma fã no começo desta noite, antes do meu show. Eu não posso nem acreditar o quão devastada eu estou por isso. Tenho pouquíssimas informações, mas sei que, de fato, ela era incrivelmente bonita e muito nova", publicou a cantora, em texto com a estética de uma carta escrita à mão.

PLANEJAMENTO

Gabriela Benevides, de 30 anos, prima da jovem, contou, em texto à Folha, que Ana planejou os mínimos detalhes para a ida ao Rio.

"Ela planejou cada detalhe, estava com medo dos arrastões, todos demos suporte pra ela e nunca imaginamos isso", disse.

"Foi a primeira vez que ela andou de avião, viajou sozinha. O pai dela e minha irmã saíram daqui de Pedro Gomes com destino ao Rio para trazê-la. 

Não da forma como queríamos. Nossa família está em choque. É inacreditável. Ela deixou uma grande marca na vida das pessoas que ela passou", relatou Estela Benevides, outra prima da jovem falecida.

A família espera, agora, que tudo corra bem com o retorno do corpo da jovem, mas teme não dispor de recursos.

A Folha tentou contato com a assessoria de comunicação dos organizadores do evento, mas não teve retorno até às 5h deste sábado.
 

Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremeçar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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