Cidades

HOSPITAL EM CRISE

Santa Casa deve "estancar sangria" com R$ 25 milhões de emendas parlamentares

Dinheiro virá de emendas de 5 parlamentares e deverá dar alívio ao hospital, que, em crise financeira, paralisou procedimentos

Continue lendo...

Com cirurgias eletivas suspensas até que haja reajuste de contrato com o poder público, a Santa Casa de Campo Grande espera receber – tão logo o governo federal liberar – R$ 25 milhões em emendas parlamentares. Os recursos devem ajudar a “estancar a sangria” do hospital, que passa por uma crise financeira aguda e suspendeu cirurgias eletivas e várias consultas e procedimentos desde setembro do ano passado. 

O encaminhamento das emendas parlamentares foi revelado pelo titular da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Maurício Simões Corrêa, durante a audiência pública com o tema “A crise dos hospitais filantrópicos e o atendimento na Santa Casa de Campo Grande: debates e soluções”, realizada nesta segunda-feira, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems).

De acordo com o informado, os deputados federais Luiz Ovando (PP), Beto Pereira (PSDB), Geraldo Resende (PSDB) e Dagoberto Nogueira (PSDB) e a senadora Tereza Cristina (PP) deverão destinar emendas parlamentares, cujos valores serão depositados no Fundo Estadual de Saúde, para custear as despesas mais urgentes do hospital filantrópico.

“Eu apurei que em torno de R$ 25 milhões de emendas parlamentares serão destinados à Santa Casa. Ocorre que não temos a previsão orçamentária de transferir este valor de imediato, então, provavelmente teremos que parcelar, mas, a princípio, seriam recursos garantidos de transferência”, declarou o secretário durante a audiência pública.

Proposta pelo deputado estadual Pedrossian Neto (PSD), a audiência pública lotou o Plenário Júlio Maia e o Saguão Nelly Martins, na Alems, e teve participação de profissionais da saúde e representantes da Santa Casa e de outros hospitais filantrópicos.

Além das discussões para que município e Estado possam aumentar o valor de remuneração contratado com o hospital, foram apresentadas alternativas que poderiam mitigar a crise da Santa Casa, entre elas, projetos de lei de isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para hospitais filantrópicos e a criação de um grupo de trabalho para analisar novos modelos de contrato com hospitais do Estado.

“Essa é uma proposta que fizemos dentro de um projeto de lei para isentar de imposto estadual totalmente as aquisições feitas pelos hospitais filantrópicos e santas casas, zerando o ICMS de medicamentos, material médico, órteses, próteses, suplementos e equipamentos comprados por estes hospitais”, declarou Pedrossian Neto.

Sobre as emendas parlamentares, o deputado estadual declarou que o valor de R$ 25 milhões deve custear uma parte dos R$ 60 milhões de dívidas a serem pagas pela Santa Casa. 

“O valor [de R$ 25 milhões] é para que a gente estanque imediatamente estas dívidas do hospital. É um valor insuficiente, porque sabemos que as dívidas de curto prazo são de até R$ 60 milhões, então, tem aí um trabalho a ser feito de levantamento de recursos federais e estaduais. Vamos ver o que o município de Campo Grande pode fazer também”, acrescentou. 

NOVO CONTRATO

Em entrevista ao fim da audiência pública, a titular da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau), Rosana Leite de Melo, informou que o contrato atual de remuneração da prefeitura com a Santa Casa, de R$ 5 milhões por mês, que se encerrará no dia 31, será refeito com um incremento de R$ 1 milhão, repassando R$ 6 milhões por mês ao hospital.

“Agora vamos fazer este novo contrato que já foi pactuado. Nós analisamos pelas produções que é possível dar um incentivo de R$ 1 milhão para ajudar no custeio. Vamos ver como deve fechar o valor final, porque estamos na dependência para ver se o Estado consegue dar mais algum incentivo”, disse a secretária Rosana. 

Entre os incentivos de custeio mensal do poder público, a Prefeitura de Campo Grande tem o menor porcentual de remuneração à Santa Casa, de R$ 5,2 milhões, 26,18% do total.

O maior repasse é do governo do Estado, que custeia R$ 9 milhões por mês (45%). Já o governo federal repassa R$ 5,7 milhões por mês (28,6%) à Santa Casa. Os valores não incluem os pagamentos pelos procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS), que são verbas federais e representam mais da metade dos repasses para o hospital.

Somados os incentivos, o poder público remunera o hospital com R$ 32 milhões mensais. De acordo com o que foi apresentado pela Santa Casa, seriam necessários R$ 45 milhões de incentivos para corrigir o deficit financeiro mensal da instituição.

BALANÇO FINANCEIRO

Alegando situação financeira crítica, por conta de contrato deficitário com o município, gestor pleno dos recursos da Saúde, a Santa Casa opera com deficit de receita de R$ 158 milhões.

De acordo com informações do balanço financeiro da Santa Casa de Campo Grande de 2024, o hospital filantrópico recebeu R$ 383,5 milhões de receita entre janeiro e dezembro do ano passado, valor que inclui incentivos federais, estaduais e municipais.

Segundo os dados, os gastos operacionais do hospital chegaram à casa dos R$ 542,4 milhões, gerando um prejuízo de R$ 158 milhões anual e de R$ 13,2 milhões mensal.

A direção da Santa Casa alega que o contrato atual com o poder público municipal é “reiteradamente deficitário com a instituição”.

O aumento do deficit financeiro do hospital se agrava anualmente, em função da “inflação de materiais médicos e do valor da força médica, além da força de outras categorias, como enfermagem e fisioterapia, que tem aumentado ao longo do tempo, e isso também impacta bastante esse deficit”, informou a Santa Casa, em nota.

SAIBA

Secretário quer ampliar atendimento

Maurício Simões Corrêa também informou, durante a audiência, que a SES deverá apresentar projetos para o governador do Estado e para a prefeita de Campo Grande com soluções para que cidades do interior tenham condições de absorver atendimentos hospitalares de média a alta complexidade, serviços oferecidos pela Santa Casa.

Assine o Correio do Estado

Cidades

Pai e filho são presos por roubarem e sequestrarem idoso em MS

Um dos suspeitos já estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, mas havia instalado dois bloqueadores de sinal para dificultar o monitoramento pela AGEPEN

20/03/2025 17h00

Pai e filho são presos por roubarem e sequestrarem idoso em MS

Pai e filho são presos por roubarem e sequestrarem idoso em MS Divulgação

Continue Lendo...

Três homens, incluindo pai e filho, foram presos por envolvimento em um roubo cometido contra um idoso de 66 anos no município de Miranda, ocorrido na noite do dia 18 de março de 2025.

Na ocasião, os homens invadiram uma conveniência em Miranda, onde, além de subtrair jóias e outros pertences da vítima, mantiveram o idoso sob ameaça, utilizando uma arma de fogo. Após tomar conhecimento do crime, o DRACCO iniciou as investigações para identificar os responsáveis, recuperar os objetos roubados e apreender a arma usada no crime.

A operação contou com a troca de informações entre as equipes do DRACCO e as Polícias Civil e Militar de Bonito. Após diligências, os policiais identificaram três suspeitos: I.P.O. (50), líder do grupo, seu filho W.F.O.L. (26) e J.S.R.J. (34).

Já na tarde da última quarta-feira (19), o líder do grupo foi localizado enquanto se deslocava para Campo Grande, dirigindo um veículo GM/Onix de cor prata. Durante a busca no veículo, os policiais encontraram as jóias roubadas, que foram prontamente reconhecidas pela vítima.

Além disso, foi constatado que o suspeito estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, mas havia instalado dois bloqueadores de sinal para dificultar o monitoramento pela AGEPEN/MS.

Dando continuidade às investigações, policiais civis e militares de Bonito conseguiram prender W.F.O.L. e J.S.R.J. e apreenderam a arma usada no crime um revólver calibre .38 além de roupas e outros objetos relacionados ao crime.

Os três suspeitos foram autuados em flagrante pelos crimes de roubo contra pessoa idosa, com as qualificadoras de concurso de agentes, emprego de arma de fogo e restrição da liberdade da vítima. Vale ressaltar que tanto I.P.O. quanto seu filho W.F.O.L. possuem passagens na polícia, por crimes como roubos e extorsão mediante sequestro.

Assine o Correio do Estado

Cidades

Polícia indicia "falsa biomédica" que deformou paciente em Campo Grande

A suspeita, que não possui nível superior, foi investigada após quatro mulheres que passaram por procedimentos estéticos irem parar no hospital, e uma delas ficar com deformidades

20/03/2025 15h33

Crédito: Freepik

Continue Lendo...

Uma mulher de 27 anos, que atendia pacientes se passando por biomédica e esteticista e levou pacientes a diversas internações após o atendimento, foi indiciada pela Polícia Civil de Campo Grande.

A investigação teve início quando quatro mulheres que foram atendidas pela suspeita, que atuava em um espaço de coworking, apresentaram sintomas graves após um tratamento estético de preenchimento labial em setembro de 2024.

A suspeita sequer possui formação superior e, ainda assim, se apresentava para as clientes como biomédica e esteticista.

Para se ter ideia, depois de realizar o procedimento, as vítimas foram parar no hospital, passaram por atendimento médico e, em um dos casos, uma paciente precisou ser submetida a uma traqueostomia.

Os laudos do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) indicaram que, ocorreram lesões de natureza gravíssima, já que uma vítima acabou com deformidade permanente na região da mandíbula em decorrência de fibrose.

Investigação

Policiais da Segunda Delegacia de Polícia (2ª DP) apreenderam, na residência da investigada, medicamentos de uso estético que só podem ser utilizados por profissionais formados em medicina, odontologia e biomedicina.

Além disso, a medicação não estava armazenada da maneira indicada. Outro ponto é que os produtos não possuíam registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e foram importados ilegalmente.

Na casa da “falsa biomédica”, a equipe localizou um diploma de estética falsificado em nome de uma faculdade de Campo Grande, o que, segundo a investigação, foi utilizado para induzir os pacientes ao erro, já que confiavam na suposta formação técnica da profissional.

Ao analisarem o certificado, os peritos constataram que o documento era falso.

Com isso, a Polícia Civil acionou a Justiça, que proibiu a mulher de continuar atuando como esteticista. A suspeita foi indiciada por lesão corporal de natureza gravíssima, uso de produto medicinal sem registro na Anvisa, indução do consumidor a erro e uso de documento falso.

O próximo passo fica a cargo do Ministério Público, que definirá por quais crimes ela será denunciada. Para se ter ideia, somando apenas as penas mínimas dos delitos cometidos, a reclusão ultrapassa dez anos e pode chegar a mais de 25 anos no máximo.

“São, em geral, métodos invasivos, com injeção de medicação além da derme”, explica a delegada que atuou no caso, Bárbara Alves. “São procedimentos caros, então o interessado deve sempre desconfiar de preços muito promocionais e pesquisar antes se o profissional possui registro no conselho de sua categoria”, alertou a Polícia Civil.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail marketing@correiodoestado.com.br na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).