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Sejusp e PRF identificam quase 500 veículos em protestos bolsonaristas em MS

Informações sobre participantes e financiadores foram enviadas para o STF; multa pode chegar a R$ 100 mil

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Em Mato Grosso do Sul, as autoridades federais e estaduais identificaram quase 500 veículos, entre carros, caminhonetes, caminhões e carretas, que participaram ou participam dos protestos bolsonaristas nas rodovias e nas vias urbanas das principais cidades em frente às unidades do Exército Brasileiro. 

As placas dos automóveis, a identificação dos proprietários e até mesmo imagens dos veículos de apoio dos protestos foram enviadas na semana passada ao Supremo Tribunal Federal (STF), em dossiê da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e em relatório da Polícia Rodoviária Federal (PRF), aos quais o Correio do Estado teve acesso exclusivo.

O processo que trata dos bloqueios de vias no Brasil é relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, que analisará os dados com sua equipe e poderá aplicar uma multa de até R$ 100 mil por hora em caso de bloqueio das vias.

Apesar de a Sejusp classificar seus quatro relatórios como restritos, o Correio do Estado verificou que os setores de inteligência das polícias Civil e Militar estiveram nos protestos para elaborar os dossiês.

Em todos eles, foram identificados 496 veículos, sendo 262 devidamente multados pela Polícia Rodoviária Federal nos primeiros dias de protestos, quando houve bloqueio de rodovias.

CMO

O maior dos protestos, segundo a Sejusp, é o que ocorre na Capital desde o dia 31 de outubro, na Avenida Duque de Caxias, em frente ao Comando Militar do Oeste (CMO). O relatório mais recente, feito na semana passada, identificou 151 veículos, entre carros, caminhões e caminhonetes. 

Entre os veículos está o trio elétrico Trovão Azul, pertencente a Jean Bezerra Moraes, e um caminhão munk de propriedade da empresa Concremax Transportes e Locações de Máquinas Ltda., que empresta sua estrutura para servir de mastro de uma bandeira do Brasil. 

Além de outros caminhões da Concremax, também foram identificadas carretas da empresa Concrelaje (pelo menos quatro), da Doc Transportes e da TransFutura, SUVs em nome de fazendas, como uma Mitsubishi Pajero em nome da Santa Eugênio Agropecuária, carros em nome de locadoras, um BMW X3 em nome de uma produtora rural, um Jaguar XF 2.0 Luxury, uma van em nome da Sociedade Beneficente Barão do Rio Branco e uma caminhonete da empresa Sementes Pastoforma. 

No relatório há a identificação de mais de 50 caminhonetes, a maioria delas dos modelos Toyota Hilux, Ram 2500, Ford Ranger e Chevrolet S10. Ainda foram identificados veículos das empresas Pirâmide Distribuidora, Centro Automotivo Mattos, NC Transportes, Marquete Transportes e Aço e Aço. 

Os banheiros químicos pertencem à Ativa Locação Ltda. O Correio do Estado apurou que uma diária de banheiro químico em Campo Grande não sai por menos de R$ 250. Há pelo menos quatro banheiros químicos em frente ao CMO.

Se fosse para um evento, apenas o custo da locação dos banheiros seria de aproximadamente R$ 16 mil. Na semana passada, a Sejusp informou que seu setor de inteligência continua monitorando as manifestações. 

INTERIOR

Nos primeiros relatórios que apuraram a incidência de protestos em frente a quartéis do Exército Brasileiro na Capital e no interior do Estado, a inteligência da Sejusp já havia identificado outros 101 veículos. 

Neste outro documento, as manifestações em frente ao CMO, em Campo Grande, e em frente à 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada de Dourados. Há ainda concentrações, em menor número, em frente às unidades do Exército Brasileiro nas cidades de Amambai, Aquidauana, Bela Vista, Coronel Sapucaia, Coxim, Corumbá, Jardim, Nioaque, Ponta Porã e Três Lagoas. 

RODOVIAS ESTADUAIS

Na primeira semana do mês, quando as rodovias ainda estavam bloqueadas, a Polícia Militar Rodoviária também atuou para pôr fim aos bloqueios nas rodovias estaduais de Mato Grosso do Sul.

Houve 16 pontos de bloqueio, no entanto, foram identificados e multados apenas os veículos que obstruíram a MS-306, em Cassilândia, com 31 autuações de caminhonetes e carretas. 

RODOVIAS FEDERAIS

No caso das rodovias federais, os bloqueios duraram pelo menos três dias. A Polícia Rodoviária Federal aplicou 213 multas em carretas, caminhonetes, ônibus e carros que obstruíram as rodovias BR-163, BR-060, BR-158 e BR-267. 

A maioria das multas foi aplicada em Caarapó (102), seguida por Campo Grande (54). A BR-163 também foi a rodovia com mais autuações, 168 ao todo.

Houve aplicações de multa em trechos de rodovias que passam pela Capital (BR-163, BR-262 e BR060), Dourados (BR-163), Paranaíba (BR-158), Caarapó (BR-163), Juti (BR-163), Guia Lopes da Laguna (BR-262 e BR-060), Maracaju (BR-267), Aparecida do Taboado (BR-158), Bandeirantes (BR-163) e Coxim (BR-163) .

MANIFESTAÇÕES

Os protestos começaram depois do anúncio do resultado oficial das eleições, no dia 30 de outubro. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o vencedor do pleito, com 60.345.999 votos (50,9%), e Jair Bolsonaro (PL) ficou em segundo, com 58.206.354 votos (49,1%).

Desde então, a ala mais radical dos eleitores de Jair Bolsonaro passou a se manifestar nas estradas e, posteriormente, em frente aos quartéis, clamando por “intervenção federal” e pedindo socorro às Forças Armadas, para que tomem alguma providência contra o resultado das urnas, o que é interpretado como um pedido de golpe, por isso, a classificação de antidemocrático. (Colaborou Alison Silva)

SAIBA 

Custo da manifestação

Com relação aos banheiros químicos que estão na Avenida Duque de Caxias, uma diária em Campo Grande não sai por menos de R$ 250. Há, pelo menos, quatro banheiros químicos no local. Se fosse para um evento, o custo da locação seria de aproximadamente R$ 16 mil. 

 

BOM, BONITO E BARATO

Desapega Campo Grande reúne 100 brechós com peças a partir de R$ 2

Serão vendidas desde peças simples à peças de grife; itens são usados, mas em ótimo estado de conservação

20/09/2024 10h25

Serão vendidos blusas, calças, saias, jaquetas, casacos, luvas, meias, cachecóis, toucas, sapatilhas, sandálias, tênis, salto, quadros, decorações em geral, livros, plantas, entre outros itens

Serão vendidos blusas, calças, saias, jaquetas, casacos, luvas, meias, cachecóis, toucas, sapatilhas, sandálias, tênis, salto, quadros, decorações em geral, livros, plantas, entre outros itens DIVULGAÇÃO

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Quinta edição do Desapega Campo Grande ocorre neste sábado (21), das 8h às 16h, no Parque Ayrton Senna, localizado na rua Jornalista Valdir Lago, número 512, bairro Aero Rancho, em Campo Grande.

O evento reunirá mais de 100 expositores. Centenas de roupas, sapatos, acessórios e itens de decoração estarão à venda no local: blusas, calças, saias, jaquetas, casacos, luvas, meias, cachecóis, toucas, sapatilhas, sandálias, tênis, salto, quadros, decorações em geral, livros, plantas, entre outros itens.

O preço mínimo é de R$ 2,00. Serão vendidas desde peças simples à peças de grife. Os itens são usados, mas em ótimo estado de conservação.

O objetivo é incentivar a moda sustentável, reduzir o desperdício têxtil, preservar o meio ambiente, diminuir o impacto ambiental causado pela produção de roupas novas, apoiar empreendedores locais e quebrar preconceitos.

O evento é realizado todo mês e reúne milhares de pessoas e vende milhares de itens. De acordo com a coordenadora do coletivo, o evento promove a moda circular, consumo sustentável e geração de renda.

"O Desapega CG não é só uma feira, é um movimento que transforma a relação das pessoas com o consumo. A cada edição, mostramos como é possível renovar não só o guarda-roupas, mas também vários outros itens do dia a dia, sem pesar no bolso e ajudando a reduzir o impacto ambiental", salientou a coordenadora.

SERVIÇO

Evento: Desapega Campo Grande 3ª Edição
Data: Sábado, 21 de setembro de 2024
Horário: Das 8h às 16h
Local: Parque Ayrton Senna
Endereço: Rua Jornalista Valdir Lago, nº 512, no bairro Aero Rancho, em Campo Grande
Preços: A partir de R$ 2,00

INVESTIGAÇÃO

Vereador de Pernambuco comandava tráfico de drogas na fronteira de MS

Com ligações com o PCC, parlamentar seria chefe de quadrilha que buscava cocaína em Ponta Porã

20/09/2024 09h45

Policiais cumpriram mandado de busca e apreensão na Câmara Municipal do interior de Pernambuco

Policiais cumpriram mandado de busca e apreensão na Câmara Municipal do interior de Pernambuco Foto: Divulgação/pf

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Um vereador de João Alfredo, município localizado no agreste de Pernambuco, seria o chefe de uma organização criminosa que atuava no tráfico transnacional de drogas, a partir de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, levando os entorpecentes para vários estados do País.

De acordo com a Polícia Federal (PF), as investigações que culminaram na Operação Olho de Vidro, deflagrada ontem, tiveram início em maio de 2022, após apreensão de um caminhão carregado com maconha e cocaína (cerca de 400 kg), que estava em Ponta Porã. 

“A partir desta ocorrência, foi identificada a atuação de uma organização criminosa”, diz a PF em nota.
Segundo apurado pelo Correio do Estado, o líder da quadrilha seria o vereador pernambucano José Joacir Cristóvão da Silva (Podemos), que é conhecido como Oim por ter um olho de vidro, motivo do nome da operação. 

Durante a operação foram cumpridos 12 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão em nove cidades de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina e Goiás, incluindo a interdição de duas empresas e a apreensão de veículos, imóveis e valores em contas bancárias dos 17 investigados.

Ao Correio do Estado, a PF afirmou que dos 12 mandados de prisão, sete foram cumpridos em Mato Grosso do Sul, além de mais sete prisões em flagrante por posse irregular de arma de fogo de uso restrito e tráfico de drogas. Foram apreendidos quatro pistolas, uma escopeta, cocaína e maconha.

Em João Alfredo, a PF também cumpriu busca e apreensão na Câmara Municipal do município, onde o vereador trabalhava. O líder do grupo, segundo confirmação da PF, não foi preso e seguia foragido até o fim da tarde de ontem.

Oim já tem passagens por receptação qualificada e tráfico de drogas, além de ter ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

“Além das prisões e buscas realizadas, duas empresas foram interditadas, inúmeros veículos foram apreendidos e grande numerário de valores foi bloqueado nas contas dos investigados”, diz nota da PF.

LOGÍSTICA

De acordo com informações da PF, a droga era adquirida em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e adentrava o território brasileiro por Ponta Porã. De lá, os caminhões seguiam aos seus destinos finais.

A droga era encaminhada “para todo o País, [onde] haviam distribuidores em todas as regiões”, apenas por meio de caminhões.
“Existem várias apreensões relacionadas, mas ainda sem uma quantidade a ser informada”, afirmou a PF à reportagem.

VEREADOR

José Joacir Cristóvão da Silva está no terceiro mandato na Câmara Municipal de João Alfredo. Ele foi eleito pela primeira vez em 2016 e chegou a ser presidente da Câmara Municipal da cidade durante o biênio 2019-2020.

Segundo o advogado do vereador, Ydigoras Ribeiro Junior, em entrevista ao Diario de Pernambuco, ele afirmou que ficou surpreso com a ação policial e disse que ainda não teve acesso aos autos.

“É de total e absoluto interesse do vereador que os fatos sejam devidamente esclarecidos. Ainda mais, por ter absoluta certeza que as imputações que foram veiculadas no dia de hoje não possuem qualquer elemento de veracidade, o que pode afirmar de maneira peremptória”, disse o advogado ao jornal pernambucano.

A mulher dele, Edivania Laura da Silva, conhecida como Vânia de Oim, também seria uma das investigadas pela PF. Ela é uma das candidatas à prefeitura de João Alfredo.Um dos mandados de busca e apreensão, inclusive, teria sido cumprido na residência do casal.

Saiba

A Operação Olho de Vidro, deflagrada ontem pela Polícia Federal, cumpriu sete mandados de prisão temporária em Mato Grosso do Sul e mais sete prisões em flagrante realizadas por posse irregular de arma de fogo de uso restrito e tráfico de drogas. No cumprimento dos mandados, foram apreendidas armas, munições e drogas.

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