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Sequelas cognitivas surgem em casos leves da Covid-19

Pacientes relatam de perda de memória a dificuldade de concentração após a Covid-19

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Além das sequelas físicas que a Covid-19 pode deixar em quem se infectou com o coronavírus, pacientes têm apresentado disfunções cognitivas, como perda de memória, confusão mental, indisposição, dificuldade de concentração, lentidão no raciocínio e dificuldade para realizar atividades rotineiras. 

Essas sequelas são sentidas até em pessoas que tiveram a forma mais leve da doença.

Como explicou a supervisora do Ambulatório Pós-Covid-19 do Centro Especializado em Reabilitação (CER) da Apae de Campo Grande, Sarita dos Santos, as queixas dos pacientes para esses problemas cognitivos se tornaram comuns.

“Atualmente, estamos observando que a Covid-19 pode deixar disfunções cognitivas, mesmo naqueles pacientes que tiveram a forma branda da doença, a forma mais leve, não só aqueles pacientes que ficaram internados, intubados. Às vezes, a gente pensa que pode ser em pacientes que sejam mais graves, mas não, atendemos também pacientes que tiveram a Covid-19 da forma mais branda”, explica Sarita.

Os relatos das pessoas que sofreram esse tipo de sequela são variados. Há casos mais leves, como esquecer a chave ou o celular em casa, desde tonturas que provocaram tombos. “Há pacientes que não estão dirigindo mais por receio de esquecer caminho ou até o próprio ato de dirigir, que era tão automático de realizar”, afirma Sarita.

Dores

A servidora pública Dayani da Silva Patinho, de 25 anos, se infectou com o vírus e se recuperou em isolamento domiciliar. Ela sofre com asma e depois de se curar da Covid-19 apresentou muita falta de ar, cansaço e dores nas pernas. “Mas o pior é o esquecimento, meu Deus, é horrível”, aponta.

Ela relata que começou a ter dificuldades de realizar tarefas no trabalho que antes realizava todos os dias. “Sentei para fazer o documento que minha chefe mandou, que eu sou acostumada a fazer, e esqueci o que era aquilo”.

Ela mora em Sidrolândia, mas faz faculdade em Campo Grade, trajeto intermunicipal que sempre realizou de carro. “Eu sempre vou, sempre entro na mesma rua, e dessa vez eu entrei errado”. Apesar disso, Dayani relatou melhoras. “Mas ainda sinto falta de ar e muito cansaço”, ressalta.

Uma leitora do Correio do Estado, de 55 anos, que preferiu não se identificar, se infectou com o coronavírus por duas vezes, mas só sentiu efeitos das sequelas na segunda vez que ficou doente.

“Comecei a sentir como se minha cabeça fosse maior que meu corpo, achava que poderia ser a pressão, mas aí ia medir e estava boa. Eu já tive duas vezes. Da primeira, não me deu nada, mas da segunda, depois que saí do isolamento, comecei a esquecer coisas corriqueiras. Ia para o trabalho sem meu telefone, passava meu número de celular errado e agora não tenho mais ânimo para nada, e sempre fui muito ativa”, disse.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

A supervisora Sarita apontou que qualquer tipo de sequela requer um acompanhamento e que alguns pacientes que procuraram o atendimento na CER/Apae conseguiram se recuperar.

“Há pacientes que recuperaram a memória com rapidez, que iniciaram o tratamento com essa queixa de perda de memória, confusão mental, mas que rapidamente conseguiram recuperar. Já há casos que essa estabilização exige um período mais longo, há pacientes que iniciaram aqui conosco no ambulatório e ainda estão em acompanhamento”.  

Como é o caso do estoquista Cézar Aquino, de 58 anos. Ele procurou ajuda depois de apresentar lapsos de memória, confusão mental e tontura.

“Depois de uns cinco dias que tive alta, eu comecei a sentir tontura, como se eu tivesse bêbado, não conseguia andar direito. Eu imaginava umas coisas que não estavam acontecendo aqui em casa. Prato e copo eu quebrei bastante, porque eu achava que a mesa estava próxima, aí ia colocar em cima e ia direto para o chão”, explicou.

As tonturas causaram problemas mais graves, como tombos. “Aqui em casa, eu levei quatro tombos, um que foi sério. Eu estava tomando banho e caí no banheiro, só deu tempo de desviar do vaso. Aí para me proteger coloquei meu braço e ele deslocou, também quebrei um dente”.

“Até dirigindo o carro eu comecei a ficar estranho, eu largava o carro no meio da rua, descia como se estivesse certo”, completou.

Ele não tinha nenhuma comorbidade e se infectou com o coronavírus em maio de 2020. Chegou a ficar internado por 13 dias, mas não foi intubado. Quando começou a sentir as sequelas, procurou ajuda e começou a ser atendido pela equipe da CER/Apae, onde faz o tratamento até hoje.

Já recebeu ajuda de fisioterapeutas, cardiologistas e otorrinolaringologista, porque começou a perder um lado da audição. “Essa doença é muito, muito séria”.

“Quando sara uma coisa aparece outra. Tipo agora, deu infecção no meu sangue, que pode dar trombose, meu pé está inchado e ainda não estou conseguindo nem colocar meu peso nele. Aí eu fiz uns exames e a médica da Apae falou que ia me acompanhar”.

“Graças a Deus estou bem melhor, bem melhor mesmo. O único problema que estou tendo agora é o braço que está deslocado, por causa do tombo, meu ouvido, que estava perdendo, e meu peito, que deu problema no meu coração também”.

MULTIPROFISSIONAL 

A equipe multiprofissional responsável pelo atendimento dos pacientes no CER/Apae é composta por psicólogo, terapeuta, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudióloga, enfermeiro, serviço social. Além da equipe médica, com cardiologista, fisiatra, pediatra, neurologista e oftalmologista.

Também integram o grupo pessoal da Residência Multiprofissional em Reabilitação Física, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

As atividades de recuperação dependem de cada paciente, mas para os casos de deficits cognitivos, existem exercícios de memorização específicos além da indicação de atividades físicas. “O exercício aeróbico auxilia na oxigenação global do paciente e melhora muito na recuperação”, afirma Sarita.

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Em 14h, chuva de 181 mm derruba pontes em Paranhos

Água tranbordou em pontos do município na zona rural e na zona urbana

13/12/2025 10h30

Reprodução

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Um forte temporal atingiu a região de Paranhos, a 462 km de Campo Grande, e deixou um rastro de destruição no município ao longo da última sexta-feira (12).

Conforme registrado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) a região de Paranhos registrou, entre as 4h e as 18h de ontem, uma precipitação acumulada de 181,6 mm.

Queda de pontes

A intensidade das chuvas causou a queda da ponte de madeira que passa sobre o Rio Destino e dava acesso ao Assentamento Beira Rio e às aldeias Ypo`i e Sete Cerros na zona rural do município.

Em outro ponto do mesmo rio, uma ponte de concreto foi completamente carregada pelas águas. A estrutura dava acesso à Fazenda Itapuã e ao Assentamento Vicente de Paula e Silva.

Para acessar a cidade, moradores de ambas as regiões afetadas pela queda das pontes terão dar a volta pela Rodovia MS-165, pela linha internacional que separa Brasil e Paraguai.

Água transbordou

Com o grande volume de chuva, o Rio Iguatemi chegou a transbordar encobrindo uma ponte, na altura que liga a cidade de Paranhos a Rodovia MS-156, entre Amambai e Tacuru,

Outra inundação ocorreu na zona urbana de Paranhos, onde o Lago Municipal encheu por completo.

Veja os registros dos estragos:

Vídeo: Reprodução/A Gazeta News 

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Cantor que passou mal antes do show é submetido a cirurgia cardíaca

Clemente Nascimento, pioneiro na cena do punk brasileiro, passou pelo procedimento nesta sexta-feira (12), na Santa Casa de Campo Grande

13/12/2025 09h54

Clemente Nascimento, das bandas Inocentes e Plebe Rude, teve um mal-estar momentos antes de subir ao palco no Bosque Expo

Clemente Nascimento, das bandas Inocentes e Plebe Rude, teve um mal-estar momentos antes de subir ao palco no Bosque Expo Reprodução Instagram

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O ícone do punk rock nacional, Clemente Nascimento, passou mal momentos antes do show e, na tarde de sexta-feira (12), precisou passar por uma cirurgia cardíaca na Santa Casa de Campo Grande.

O cantor e guitarrista das bandas Inocentes e Plebe Rude iria se apresentar no dia 11 de dezembro, quando sofreu um mal-estar e precisou receber atendimento médico.

O organizador do evento destacou o artista, de 62 anos, como a principal atração musical, que ocorreria no Bosque Expo, no Shopping Bosque dos Ipês.

Por meio de nota nas redes sociais, a família comunicou que Clemente Nascimento passou por uma cirurgia complexa no coração e estava em recuperação.

Confira a nota:

“A família Nascimento, o Inocentes e a Plebe Rude informam que, na noite de ontem, 11/12, em Campo Grande (MS), momentos antes de um show, Clemente Nascimento sentiu um mal-estar e precisou ser internado na Santa Casa da cidade.

Clemente foi submetido, durante a tarde de hoje, a uma cirurgia de emergência complexa no coração e está em recuperação.”
 

 

 

 

Referência no cenário punk

Um dos ícones da cena musical do punk e do rock brasileiro, Clemente Nascimento iniciou, em 1981, sua trajetória com os Inocentes, banda que teve papel importante na consolidação do gênero no país.

Em 2004, passou a integrar a banda Plebe Rude, que surgiu em Brasília na década de 1980, período efervescente que marcou vários outros nomes da música brasileira.
 

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