Cidades

SAÚDE

Sesau lança plano de emergência de saúde pública para Campo Grande

O plano tem como objetivo ditar as diretrizes e estabelece metas em relação às medidas de contenção de doenças

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A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) divulgou nesta quarta-feira (19) através do Diário Oficial de Campo Grande, um Plano de Emergências de Saúde Pública para o município. Conforme a secretaria, o objetivo geral do documento é fortalecer a coordenação e a capacidade de resposta do Sistema único de Saúde (SUS) para reduzir os casos de mortalidade na Capital.

Ao Correio do Estado, a Sesau informou que o plano, de forma geral, dita as diretrizes e estabelece metas em relação às medidas de contenção de todas as chamadas emergências em saúde coletiva, como surtos, epidemias, entre outros episódios. 

Campo Grande está passando por um surto de epidemia e doença transmissíveis, como a Covid-19, por exemplo, só na última semana a Capital registrou três mortes e 284 novos casos, assim como 1.072 notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Em relação à dengue, Campo Grande já soma 4.069 casos confirmados da doença e 14 casos prováveis de chikungunya.

Desse modo, entre as medidas do plano de emergência estão: definir estratégia de vigilância em saúde; estabelecer processos de trabalho adequado com resposta coordenada, eficaz, eficiente e oportuna às emergências; organização e articulação entre os setores regionais de saúde; estabelecer interação entre os meios de comunicação; planejamento em relação aos recursos públicos; reforçar a vigilância laboratorial dos vírus respiratórios; entre outros.

Conforme a Sesau, todas as áreas da secretaria municipal de saúde, de acordo com suas competências, têm a responsabilidade de identificar, caracterizar e analisar ameaças e vulnerabilidades que podem se tornar emergência em saúde pública.

“Essa leitura inicial possibilita a elaboração de mapas simples ou complexos, que identificam regiões com maior ou menor probabilidade de serem afetadas, orientando sobre medidas a serem desenvolvidas em cada local”, destaca a secretaria.

O documento chama atenção também para a importância da comunicação de risco entre os municípios sobre os problemas que afetam a saúde pública, a troca de informações e opiniões entre os indivíduos, grupos, instituições, cientistas e governo.

“A comunicação de risco não deve ser apenas um cálculo matemático e científico. Essa ação comunicativa deve ser iniciada desde o momento da constatação de evidências sobre o fenômeno observado e, para atingir os objetivos, deve ser clara e eficaz. Todo esse processo necessita de recursos e técnicas adequadas, mas, sobretudo, de sensibilidade e envolvimento com o problema, para que não se distorça os fatos gerando crises ou pânico”

Comitê de monitoramento

No documento, a secretaria reforça o trabalho de órgãos responsáveis em manter a regularidade das discussões técnicas e das tomadas de decisão frente às emergências que envolvem a saúde pública, como o Comitê de Monitoramento de Eventos (CME),

“É um órgão colegiado de natureza consultiva institucional que promove o debate sistemático do resultado do monitoramento dos eventos de interesse da saúde pública, realizado pelo Cievs e pela Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) e Sesau”.

A Sesau afirma que a estruturação e funcionamento do CME são pressupostos para melhoria da qualidade das intervenções da vigilância, bem como da racionalização dos processos de trabalho e otimização de recursos, além disso é a partir das informações do comitê que são definidas medidas de enfrentamento às emergências.

Entre as principais finalidades do comitê a Sesau destaca:

  • Discutir o resultado do monitoramento sistemático de risco e agravos à saúde, objetivando o aprimoramento das capacidades de detecção e resposta da vigilância em saúde;
  • Compartilhar com demais áreas da Sesau e discutir os resultados dos monitoramentos municipais, nacionais e internacionais;
  • Promover articulação e integração das áreas técnicas da SVS e demais áreas da Sesau;
  • Racionalizar ações e recursos envolvidos a situações de emergências em saúde pública;
  • Fornecer subsídio para a tomada de decisão diante de eventos de saúde pública;
  • Fornecer elementos técnicos para elaboração e emissão de alertas quando necessário;
     

Matriz de risco

De acordo com a Sesau, as medidas restritivas às atividades econômicas e sociais devem ser estabelecidas de acordo com as classificações de risco. Desse modo, foi adotada uma Matriz de Risco composta por dois eixos: Capacidade do Sistema de Saúde, e Evolução da Epidemia. 

O primeiro eixo será composto por indicadores que mensuram o nível de comportamento da estrutura de atendimento assistencial aos pacientes, já o segundo eixo indica a situação, direção e velocidade de propagação da doença na população, assim como a capacidade de diagnóstico de casos.

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Cidades

STF: Gilmar e Dino votam para derrubar lei que validou marco temporal

Decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal

15/12/2025 13h35

Ministro Gilmar Mendes

Ministro Gilmar Mendes Andressa Anholete/STF

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta segunda-feira, 15, no plenário virtual, para reafirmar a decisão do plenário que declarou inconstitucional a tese do marco temporal, que limita a demarcação de terras indígenas. Ele foi acompanhado por Flávio Dino.

O decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal concluir todos os processos de demarcação pendentes.

"Passados mais de 35 anos da promulgação da Constituição Federal, parece-me que já transcorreu lapso suficiente para amadurecimento definitivo da questão, de modo que não há mais como remediar a solução desse problema, cabendo, dessa forma, ao Poder Executivo o devido equacionamento da matéria e finalização dos procedimentos demarcatórios em prazo razoável, porém peremptório", defendeu.

O julgamento no plenário virtual fica aberto até a próxima quinta-feira, 18, para os ministros juntarem os votos na plataforma online. Se houver pedido de vista (mais tempo de análise) ou de destaque (transferência do processo ao plenário presencial), a votação é interrompida.

A tese do marco temporal estabelece que povos indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

Em 2023, em uma decisão histórica, por 9 votos a 2, o STF derrubou a interpretação e definiu que o direito das comunidades a territórios que tradicionalmente ocupavam não depende de uma data fixa.

O tema voltou ao tribunal porque, logo em seguida, o Congresso aprovou um projeto de lei para restringir as demarcações com base no marco temporal. O presidente Lula vetou o texto, mas os vetos foram derrubados pelo Legislativo.

Em paralelo, o Senado provou um projeto de emenda à Constituição (PEC) no mesmo sentido. Com isso, os senadores buscam incluir o critério de demarcação na Constituição. O texto seguiu para análise da Câmara.

Em seu voto, Gilmar Mendes reafirmou a decisão do STF. O ministro afirmou que o tribunal "não pode se esquivar de sua missão constitucional" e, em um aceno ao Congresso, defendeu que a atuação da Corte não pode "ser considerada como afronta ao Poder Legislativo".

"A análise do Supremo Tribunal Federal, no exercício do controle de constitucionalidade, equivale à prevalência da Constituição sobre os poderes constituídos quando estes atuam em descompasso com os limites impostos pela própria Lei Maior e pelo papel contramajoritário das Cortes Constitucionais, no caso o direito natural à própria existência dos indígenas, na medida em que a imposição de determinado limite temporal distante no tempo equivale à vulneração de seu status protetivo constitucional", argumentou o ministro.

O decano ressaltou que a lei é desproporcional e gera insegurança jurídica ao impor um marco temporal de forma retroativa, atingindo comunidades que não dispõem de documentação formal de ocupação.

"Nossa sociedade não pode conviver com chagas abertas séculos atrás que ainda dependem de solução nos dias de hoje, demandando espírito público, republicano e humano de todos os cidadãos brasileiros (indígenas e não indígenas) e principalmente de todos os Poderes para compreender que precisamos escolher outras salvaguardas mínimas para conduzir o debate sobre o conflito no campo", diz outro trecho do voto.

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TRANSPORTE PÚBLICO

Prefeitura nega que esteja devendo Consórcio Guaicurus

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes

15/12/2025 12h30

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo FOTO: Divulgação

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Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (15), no plenarinho da Prefeitura de Campo Grande, representantes da administração municipal afirmaram que o Executivo não possui qualquer dívida com o Consórcio Guaicurus. 

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes, que delegou a fala a integrantes de sua equipe.

A coletiva também foi marcada por restrições à imprensa, equipes de diversos veículos, entre eles o Correio do Estado, foram barradas de acompanhar o pronunciamento logo ao chegar no local. 

Apesar disso, a reportagem teve acesso a áudios da entrevista, nos quais aparecem as declarações de Otávio Figueiró, diretor-executivo da Agereg; Ulysses Rocha, chefe de gabinete da Prefeitura; e Cecília Saad Cruz Rizkallah, procuradora-geral do Município, que reforçaram a versão oficial de que não há débitos pendentes com o consórcio.

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo e, em alguns casos, de forma antecipada. De acordo com Figueiró, apenas em 2025 o município transferiu mais de R$ 35 milhões ao consórcio, somando subsídios, vale-transporte e pagamentos de gratuidades. 

“Um contrato que hoje tem 197 ônibus com a idade acima da média que não deveriam estar circulando na cidade de Campo Grande, inclusive já tem duas multas preparadas pela agência de regulação. A agência de regulação aplicou uma multa de R$ 12 milhões e eles, no outro dia, contrataram o seguro. O que comprova que não é somente a falta de dinheiro”, afirmou.

Durante a coletiva, os representantes do município ressaltaram que, na semana passada, a prefeita Adriane Lopes autorizou a antecipação de cerca de R$ 3 milhões referentes a subsídios e valores que só venceriam ao longo do mês de dezembro. A medida teve como objetivo garantir fluxo de caixa ao consórcio para o pagamento dos salários dos trabalhadores e impedir a paralisação do serviço.

“Esse pagamento ainda não estava vencido e foi antecipado dentro do limite legal”, disse o diretor-executivo. Conforme a explicação apresentada, o valor máximo permitido por lei para repasses neste período, de aproximadamente R$ 19,5 milhões, já foi integralmente transferido ao consórcio, não havendo pendências financeiras por parte do município.

A administração municipal também destacou que a paralisação ocorreu apesar de decisão judicial que estabelece regras para greves em serviços essenciais. A procuradora-geral do Município explicou que há determinação para manutenção mínima de 70% da frota em circulação, com reforço nos horários de pico, o que não teria sido cumprido. “A paralisação total caracteriza abusividade”, afirmou.

Diante do descumprimento, a Agência de Regulação (Agereg) notificou o consórcio e iniciou os trâmites para aplicação de multa. Segundo Figueiró, a penalidade já estava em fase de formalização e deveria ser entregue ainda nesta segunda-feira. A Procuradoria-Geral do Município também informou que atua no processo judicial e acompanha audiência marcada para esta terça-feira (16).

Questionados sobre um possível rompimento contratual, os representantes do Executivo afirmaram que a medida exige cautela e não pode ser adotada de forma imediata. Cecília e Figueiró explicaram que há etapas administrativas e jurídicas a serem cumpridas, incluindo notificações, prazos de defesa e análise técnica, além da necessidade de garantir a continuidade do serviço.

Por fim, a Prefeitura reiterou que a prioridade é restabelecer o transporte coletivo. “O município cumpriu suas obrigações financeiras. O consórcio, como empresa privada regulada, também precisa cumprir com as suas responsabilidades perante a população”, declararam.

Segundo dados apresentados, a paralisação afetou cerca de 110 mil usuários do sistema e aproximadamente mil trabalhadores do transporte coletivo.

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