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Solução para o transporte está parada há 100 dias no Tribunal

Órgão chegou a notificar envolvidos por não cumprir termo assinado em 2020, mas não houve sanções

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Há mais de cem dias, o processo que promete trazer soluções para o transporte coletivo de Campo Grande e que tramita no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) está emperrado no órgão. 

A paralisação ocorreu menos de um mês após o conselheiro relator ser alvo de investigação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul por possível venda de decisão.  

Em novembro de 2020, as partes envolvidas no serviço – Prefeitura de Campo Grande, Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande (Agereg), Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e Consórcio Guaicurus – assinaram um Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) no TCE-MS, com o objetivo de realizarem ações de melhoria do transporte público na Capital.

O documento, que conta com 12 pontos para serem cumpridos, entre gestão municipal e empresas, deveria ser supervisionado pelo TCE-MS.  

Entretanto, nada tem sido feito para estabelecer melhorias no serviço. A última ação de fiscalização por parte do TCE-MS aconteceu no dia 11 de maio deste ano, quando o órgão encontrou irregularidades no cumprimento de alguns pontos do TAG, desde então nada foi feito quanto às penalidades aos envolvidos ou a novas determinações.  

Na ocasião, foi instituída uma comissão para pactuar pontos que não estavam sendo seguidos, porém, o TAG segue sendo descumprido e não fiscalizado.  

A equipe de reportagem tentou entrar em contato com o conselheiro relator da ação, Waldir Neves, a respeito do andamento dos trabalhos, mas não obteve resposta.  

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CONSEQUÊNCIA  

Entre as determinações apontadas pelo Tribunal de Contas que não estariam sendo cumpridas está a revisão da idade média dos ônibus do transporte coletivo, que atualmente é de 5 anos e não é respeitada pelo Consórcio, que mantém média acima de 7 anos.  

Conforme matéria publicada pelo Correio do Estado no dia 16 de agosto, as empresas responsáveis pelo serviço de transporte coletivo da Capital descumprem pelo menos quatro cláusulas do contrato de concessão em vigor, pactuado em 2012, sendo a idade da frota um dos problemas.  

As determinações do cumprimento do contrato cabem ao TCE-MS, mas também ao Executivo, que tem como dever fiscalizar a execução dos contratos em vigor. Ontem, ao ser questionado sobre as irregularidades constatadas, o prefeito Marcos Trad (PSD) apontou que a agência reguladora “havia ficado com isso [fiscalização]”.  

O Consórcio mantém 239 veículos acima do limite permitido, o que resulta em 43% da frota de 550 veículos.  

Outro ponto do contrato tratado no TAG e que também é descumprido pelo Consórcio diz respeito ao seguro obrigatório dos carros, que cobre também danos pessoais, morais ou materiais decorrentes da prestação do serviço aos usuários, incluindo os causados por eventuais acidentes de trânsito. A multa aplicada sobre isso nem sequer foi paga.

O reequilíbrio econômico-financeiro também deveria ser supervisionado pelo TCE-MS, contudo, a Agereg segue sem apresentar resultados e o órgão sem determinar ações quanto à insatisfação da população com o serviço prestado.  

Além do recuo do Tribunal, ação movida pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), em razão da falta de medidas de biossegurança nos ônibus e nos terminais, continua estacionada na Justiça, à espera de uma decisão.  

Por esses e outros problemas, vereadores de Campo Grande apontaram a necessidade da abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para fiscalizar o serviço na Câmara Municipal, mas a Procuradoria-Geral da Casa de Leis não aprovou a investigação por avaliar que no texto não havia um “fato determinado”.  

INVESTIGAÇÃO  

Responsável por fiscalizar o serviço e determinar o andamento dos trabalhos, o conselheiro Waldir Neves Barbosa é investigado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro, desvio de dinheiro público, organização criminosa, suposta venda de decisões, entre outros.

No início de junho deste ano, a Operação Mineração de Ouro foi deflagrada e endereços do conselheiro e de outros três colegas foram alvos de busca e apreensão. Além de Neves, são investigados Ronaldo Chadid e Osmar Domingues Jeronymo.

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MATO GROSSO DO SUL

Batalhão de Choque é enviado para acabar com protesto indígena por falta d'água

Povos Jaguapiru e Bororó bloquearam trechos da rodovia MS-156, que liga Itaporã a Dourados, desde a última segunda-feira (25)

27/11/2024 10h42

Vídeos que mostram uma dezena de policiais perfilados com escudos, enquanto quatro agentes, que estavam completamente paramentados, tentam imobilizar um indígena e outro realiza disparos contra as mulheres

Vídeos que mostram uma dezena de policiais perfilados com escudos, enquanto quatro agentes, que estavam completamente paramentados, tentam imobilizar um indígena e outro realiza disparos contra as mulheres Reprodução

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Ao adentrar no terceiro dia do protesto contra a falta d'água nas aldeias dos povos Jaguapiru e Bororó, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul empregou forças policiais para acabar com os pontos de bloqueio da rodovia MS-156 que foram colocados pelos indígenas.  

Sendo que desde a última segunda-feira (25), o protesto indígena contra falta d'água implementou pontos de bloqueio da rodovia, pelos quais só estavam liberados passar os veículos de emergência, o Batalhão de Choque confirmou que as equipes se deslocaram para o local já nas primeiras horas de hoje (27). 

Não demorou para que as imagens da atuação do Choque na região começasse a tomar as redes, com vídeos que mostram uma dezena de policiais perfilados com escudos, enquanto quatro agentes, que estavam completamente paramentados, tentam imobilizar um indígena e outro realiza disparos contra as mulheres que tentavam conter a onda de violência. Confira: 

Conforme a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Mato Grosso do Sul, a Polícia Militar agiu para desobstruir as rodovias estaduais que estavam bloqueadas após "todas as vias de negociação" se esgotarem. 

"As forças de segurança manterão efetivo para garantir paz em todo território sul-mato-grossense. O governo estadual reforça seu compromisso com a transparência, refutando iniciativas político-eleitoreiras, e age em prol de um caminho de justiça e respeito.

Em tempo, o governo de MS, por meio da SEC, se manteve em contínuo diálogo com todos os envolvidos em busca, sempre, de uma solução pacífica, e lamenta episódios de agressões e enfrentamentos", cita trecho divulgado. 

Entenda

Os protestos com pontos de bloqueio começaram ainda na segunda-feira (25), quando os povos originários da região de Dourados e Itaporã, cansados da desassistência de água potável que enfrentam há décadas, obstruíram inicialmente três pontos da MS-156. 

  • Na divisa Dourados/Itaporã,
  • No trecho da rotatória em frente às mercearias e
  • No trecho em frente à Planacon 

Segundo a Sejusp, com apoio de equipes da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), a "força-tarefa" montada pelo Governo do Estado começou a desobstruir os trechos na manhã de hoje (27), removendo os entulhos dos trechos da rodovia. 

Movido pelo medo de ficarem desabastecidos faltando um mês para as festividades do final de ano, o receio desses povos Jaguapiru e Bororó é que, pouco seja dado agora de imediato diante da pressão e, depois disso, as comunidades acabem desabastecidas sem a continuidade do serviço ou alguma medida definitiva. 

Segundo os indígenas, promessas já foram feitas, desde que poços seriam furados, até mesmo o fornecimento dos caminhões pipas, porém o que eles cobram é algo formalizado por escrito, para que o benefício não seja apenas por palavras, no famoso "boca a boca".

Ontem (26), os indígenas chegaram a receber uma proposta de que, nos próximos 60 dias, poços artesianos seriam furados nas aldeias, o que foi rejeitado pelos povos Jaguapiru e Bororó. 

Sendo que essa falta d'água afeta aproximadamente 20 mil habitantes sul-mato-grossenses, os indígenas consideram pouco o valor de R$ 250 mil viabilizado pela Secretaria Estadual da Cidadania e exigem o início imediato das obras.

"MS Água para Todos"? 

Na última quinta-feira (21), mesmo que a oficialização da demarcação da Terra Indígena (TI) Ñande Ru Marangatu, em Antônio João, tenha sido adiada para início de dezembro, a ministra dos Sonia Guajajara esteve em Ponta Porã em cumprimento de agenda Federal. 
 
Na ocasião, o Governo de Mato Grosso do Sul celebrou convênios com a Itaipu Binacional com três principais eixos: 

  • Transferência de renda;
  • Acesso a serviços públicos;
  • Inclusão produtiva.

Justamente nesse segundo eixo está inserido o  Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Água - MS Água para Todos, que conta com investimento de cerca de R$ 60 milhões, R$ 45 mi de Itaipu Binacional e R$ 15 mi aportados pelo Governo do Estado. 

Através desse projeto, a previsão é beneficiar cerca de 35,6 mil pessoas de oito aldeias ou TI's das etnias guarani-kaiowá de seis municípios: 

  1. Amambai
  2. Caarapó
  3. Japorã
  4. Juti
  5. Paranhos
  6. Tacuru

Guajajara destacou a insuficiência da abragência, afirmando que o mandato não deve terminar sem que a questão da falta do acesso à água seja resolvida, apontando locais que, como os indígenas em protesto, ficaram de fora do pacote. 

"Temos um projeto para levar água a outros territórios, incluindo Dourados, o que já está no nosso planejamento", completou Guajajara. 

 

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IMPOSTO

Estado publica valor dos veículos para cálculo do IPVA 2025: veja tabela

No ano passado foram lançados pouco mais de 880 mil boletos e a previsão de faturamento foi de R$ 1,2 bilhão

27/11/2024 09h56

IPVA é o segundo mais importante imposto próprio das administração estadual e incide sobre cerca de 900 mil veículos em MS

IPVA é o segundo mais importante imposto próprio das administração estadual e incide sobre cerca de 900 mil veículos em MS

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Em uma edição extra de quase 1,5 mil páginas do diário oficial, o Governo do Estado publicou nesta quarta-feira (27) a tabela de avaliação dos veículos com base na qual será feita a cobrança do IPVA do próximo ano. Conforme a publicação, a primeira parcela ou o prazo para quitação do imposto à vista vence em 31 de janeiro, assim como nos anos anteriores. 

Quem fizer o pagamento à vista terá direito a desconto de 15%. Mas, existe a possibilidade de parcelamento em até cinco vezes, sendo a data de vencimento sempre no último dia dos cinco primeiros meses do ano. 

A alíquota para veículos de passeio segue em 3%, embora a lei estadual permita até 5%. Para caminhões, ônibus e micro-ônibus, motorhome, o percentual é de 1,5% sobre o valor venal. Proprietários de motocicletas pagam 2% sobre valor definido pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) 

Procurada, a secretaria de finanças não informou a previsão de faturamento do segundo mais importante imposto próprio dos cofres estaduais. Também não informou a data de entrega dos boletos de cobrança. Mas, no ano passado foram lançados 880,5 mil boletos, com previsão de R$ 1,2 bilhão em faturamento. 

Conforme dados disponíveis no site do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) relativos aos oito primeiros meses do ano, o IPVA havia rendido R$ 993 milhões aos cofres estaduais, o que representa aumento de 5,5% ante os R$ 941 milhões em igual período do ano anterior. Metade do dinheiro vai para os municípios onde estão registrados os veículos. 

Nos quatro últimos meses do ano, levando em consideração o desempenho de anos anteriores, devem entrar outros R$ 160 milhões, já que muitos contribuintes pagam em dezembro o imposto que só vence no ano seguinte. Sendo assim, a previsão 

É importante lembra que quem não pagar o imposto, o que ocorre com cerca de 10% da frota tributável,  não pode transferir e nem licenciar o veículo, correndo risco de apreensão caso passe por uma blitz de trânsito. 

Na tabela publicada nesta quarta feira existem milhares de modelos. E os valores venais, segundo a Fipe, são definidos conforme o valor de revenda. Tem modelo de carro chinês, por exemplo, que está 18% mais em conta do que há um ano. Em média, porém, os preços estão em torno de 6% mais em conta que há um ano, sem levar em consideração a inflação do período. 
 

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