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DISCORDÂNCIA

Subnotificada, nova variante da Covid-19 já chegou em Mato Grosso do Sul, diz especialista

Afirmação, feita pelo infectologista, Dr. Júlio Croda, contraria o que foi informado pela Secretaria Estadual de Saúde e aponta que a presença da BQ1 já atingiu o Estado

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De acordo com o infectologista e Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Dr. Julio Henrique Rosa Croda, a subvariante da a Ômicron, a BQ1 já chegou ao estado de Mato Grosso do Sul.

Vale ressaltar que essa afirmação vai na contramão do que já foi informado pelo secretário estadual de saúde.

O Correio do Estado já havia questionado o secretário Estadual de Saúde, Flávio Brito, acerca de novas cepas da Covid-19, na ocasião, ele afirmou que não haviam casos confirmados de variantes no estado.

Ainda conforme Brito, existem cerca de 11 sentinelas responsáveis pelo monitoramento desses casos em Mato Grosso do Sul.

Diante disso, o Correio do Estado consultou o especialista Julio Croda e, questionado se seria questão de tempo para que a variante BQ1 chegasse ao estado, partindo do pressuposto de que outros estados brasileiros já têm registros de novas cepas da Covid-19, o especialista informa que:

“Na verdade, ela já chegou. Já tem um aumento no número de casos, a questão é que a gente não sequencia com uma frequência adequada. E (a BQ1) está sendo responsável pelo aumento de casos”, relata.

Conforme o boletim epidemiológico publicado - na última terça-feira (22) -  pela Secretaria Estadual de Saúde, entre os dias 15 e 22 de novembro, foram cerca de 946 novos casos registrados da Covid-19 em Mato Grosso do Sul.

Além disso, o pesquisador ainda diz que a variante já foi registrada em 14 estados do país e, se não há registros em Mato Grosso do Sul, é porque não há um devido monitoramento desta questão, “se você não procura você não acha”, informa.

Nessa conjuntura, e ainda conforme o especialista, é necessário uma mudança de atitude dos órgãos competentes, com a retomada de medidas protetivas que já foram recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como a utilização de máscaras em transportes públicos e ambientes fechados e, sobretudo, em transportes coletivos. 

Além disso, para ele, é importante a retomada de campanhas de vacinação, já que a vacina  constitui uma ferramenta indispensável de combate ao vírus, mesmo diante de novas cepas, a efetividade das vacinas é incontestável.

Cobertura Vacinal

 A Secretaria Municipal de Saúde informa que a procura pelas doses de reforço da vacina contra a Covid-19 ainda é muito baixa, mesmo diante do aumento de registros de casos.

“O país está novamente registrando aumento de casos, proveniente da circulação da nova subvariante da ômicron a BQ1. No momento, a principal recomendação é para que aqueles que ainda não tomaram a dose de reforço da vacina contra a covid-19 procurem uma unidade de saúde para concluir o esquema de imunização”, informa a assessoria.

Não há falta de vacinas em Campo Grande, a questão é a baixa adesão da população. 

“A cobertura vacinal para 2ª dose está em 80%; 3ª dose: 41,7%; 4ª dose: 15.8%. Por isso alertamos a população para quem ainda não tomou as doses de reforço que procure uma das nossas unidades de saúde”, aponta a secretaria.

Ainda, conforme a Secretaria Municipal, a vacinação contra covid-19 tem sido uma medida essencial para a redução da letalidade e internações.

Quanto ao estado de Mato Grosso do Sul, a Secretaria Estadual de Saúde (SES), informa que o estado possui vacinas suficientes para atender a população sul-mato-grossense, “nós recebemos recentemente 75 mil doses de vacina do Ministério da Saúde”, informa.

Vacina totalmente brasileira  

Na última sexta-feira (25), foi iniciado o teste em humanos da vacina SpiN-Tec MCTI, trata-se da primeira vacina contra a Covid-19 desenvolvida com insumos e tecnologias totalmente nacionais. A pesquisa é realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte (MG).

A vacina foi desenvolvida no Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da UFMG em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz de Minas Gerais (Fiocrus Minas). O investimento é de cerca de R$ 16 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), além de Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Conforme informações do MCTI, os testes serão realizados em três fases, sendo que as duas primeiras ocorrerão em Belo Horizonte, a primeira irá contar com 72 voluntários, enquanto que a segunda com 360.

Após a conclusão das primeiras fases, a Anvisa irá avaliar os resultados do imunizante brasileiro para que seja definida a última etapa dos testes, que chegará de quatro a cinco mil voluntários de diferentes partes do Brasil.

Para o infectologista, Julio Croda, é necessário que seja feito uma quantidade específica de testes para que, em determinado tempo, seja aprovada ou não a vacina. 

“É como qualquer outra vacina, né? Como foi a Astrazeneca, como foi a CoronaVac. Depois que termina a fase três, né? Que avalia eficácia e segurança final”, lembra.

Dessa forma, ainda conforme o especialista, os dados dos testes são encaminhados para a Anvisa, para que o órgão avalie se a vacina tem os critérios mínimos necessários para sua aprovação. É importante garantir pelo menos cinquenta por cento de proteção e, neste caso, a vacina “está sendo testada como dose de recurso então esse estudo busca identificar se você tem um aumento robusto da resposta imunológica”, lembra. (Colaborou Bianka Macário).

 

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Previsão do tempo

Confira a previsão do tempo para o final de semana em Campo Grande e demais regiões de MS

Frente fria avança sobre o MS com chuva em diversas cidades

20/09/2024 13h30

Chove em boa parte do estado nesta sexta-feira (20)

Chove em boa parte do estado nesta sexta-feira (20) Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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A previsão para o final de semana indica tempo seco e temperaturas acima da média, porém existe a possibilidade de ocorrência de chuvas entre sexta-feira (20) e sábado (21), com maior probabilidade para a metade sul e para a região oeste do Mato Grosso do Sul.

A possibilidade de chuva está associada ao avanço de uma frente fria, porém não promete queda significativa de temperatura, apenas uma leve queda nas temperaturas máximas. Ademais, as temperaturas ficam bem elevadas com valores entre 38°C e 41°C, principalmente na região pantaneira.

Em relação a umidade relativa do ar, há uma melhora nas regiões onde tem possibilidade de chuva e nas demais regiões o tempo seco é destaque, com previsão de baixos valores de umidade relativa do ar, entre 10% e 30%.

Confira abaixo a previsão do tempo para cada região do estado: 

  • Para Campo Grande, estão previstas temperaturas mínimas entre 24°C e 26°C e máximas entre 34°C e 36°C. Chove na sexta.
  • A região do Pantanal deve registrar temperaturas mínimas entre 24ºC e 29°C e máximas entre 36°C e 40°C. Pode chover na sexta.
  • Em Porto Murtinho são esperadas mínimas entre 26°C e 28°C e máximas entre 39ºC e 41°C. Chove na sexta.
  • O Norte do estado deve registrar temperaturas mínimas entre 24°C e 26°C e máximas entre 36°C e 40°C.
  • As cidades da região do Bolsão, no leste do estado, terão temperaturas mínimas entre 22°C e 23°C e máximas entre 34°C e 39°C.
  • Anaurilândia terá mínimas de 22°C e 23°C e máximas entre 32°C e 37°C. Deve chover na sexta.
  • A região da Grande Dourados deve registrar mínimas de 20°C e 21°C e máximas entre 34°C e 37°C. Chove na sexta.
  • Estão previstas para Ponta Porã temperaturas mínimas entre 21°C e 23°C e máximas entre 32°C e 34°C. Há previsão de chuva na sexta.
  • Já a região de Iguatemi terá temperatura mínimas de 20°C e 21°C e máximas entre 31°C e 35°C. Pode chover na sexta.

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porto murtinho

Começa finalmente a obra de acesso à ponte da rota bioceânica

Trabalhos tiveram início nesta sexta-feira (20), conforme anúncio feito pela ministra do Planejamento, Simone Tebe, em evento na Fiems. Previsão é de que obra seja concluída em 24 meses

20/09/2024 13h10

Simone Tabet afirmou que a previsão é de que obra dure dois anos e de que o presidente Lula venha para a inauguração

Simone Tabet afirmou que a previsão é de que obra dure dois anos e de que o presidente Lula venha para a inauguração Marcelo Victor

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Orçadas em R$ 472 milhões, as obras do complexo aduaneiro e do trecho de 13 quilômetros de rodovia para interligar a BR-267 à ponte sobre o Rio Paraguai, em Porto Murtinho, começaram nesta sexta-feira (20), conforme anúncio feito pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, durante evento na sede da Federação das Indústrias, em Campo Grande. 

“Eu fiz questão de vir hoje aqui na Fiems, porque é pé quente. Exatamente hoje começou a obra da alça dos 13 quilômetros. É importante lembrar que é uma alça, ela é suspensa tanto no início quanto no final da ponte, então ela tem uma complexidade. A ordem de serviço a gente deu em dezembro e a previsão era que as obras começassem em março. Mas o importante é que hoje iniciou”.

Segundo ela, a previsão é de que os trabalhos se estendam por dois anos e a meta é que ainda antes do final de seu terceiro mandato o presidente Lula venha a Porto Murtinho para inaugurar tanto a alça de acesso quanto a ponte.

Os R$ 472 milhões estão sendo bancados integralmente pelo governo federal e a obra da ponte, que deve custar pouco mais de meio bilhão de reais, está sendo custeada com recursos da hidrelétrica de Itaipu. 

A partir da conclusão destas obras, acredita a ministra, “abre um leque de possibilidades que nem nós nem vocês imaginamos para Mato Grosso do Sul ou para o centro-oeste. A vida inteira o Brasil ficou de costas para a América do Sul. E quem está perdendo é o Brasil. Nós estamos perdendo dinheiro, emprego, renda, crescimento econômico, com o turismo, a cultura e uma série de coisas. A gente fala sempre do comércio com a China, mas a gente esquece que o comércio com os países vizinhos será o principal beneficiado”, destacou a ministra.

O resultado da licitação das obras de acesso foi oficializado pelo DNIT em 16 de novembro do ano passado e o vencedor foi um consórcio denominado PDC Fronteira, formado pelas empreiteiras Caiapó, Paulitec e DP Barros, de Goiás e São Paulo, que venceram por terem oferecido o menor preço. 

A previsão é de que sejam gerados , inicialmente, 280 postos de trabalho diretos e 160 indiretos. O canteiro de obras já estava sendo montado desde o começo de setembro próximo à cidade de Porto Murtinho. 

POR QUE MEIO BILHÃO?

Mas o que explica esse alto valor para uma obra de apenas 13 quilômetros de asfalto e que também prevê a construção de uma estrutura aduaneira? Conforme a proposta vencedora, o item mais caro será a terraplanagem, que vai consumir impressionantes R$ 145,9 milhões. 

A obra é no meio do Pantanal, região sujeita a inundações pelo Rio Paraguai. Por isso, os 13 quilômetros terão de ser construídos sobre uma espécie de dique para que fique acima do nível de possíveis inundações. 

A cidade de Porto Murtinho, por exemplo, é protegida por um dique de 11 metros de altura, construído depois de uma grande cheia em 1982, quando boa parte da cidade ficou submersa. Depois disso, na maior cheia que se tem registo, a de 1988, quando o nível do Rio Paraguai atingiu 6,64 metros na régua de Ladário, a cidade ficou a salvo por causa desta barragem. 

E não é somente a estrada que terá de ser construída no alto. O aterro também vai abrigar toda a obra da aduana. E é exatamente esse centro aduaneiro que terá o segundo maior custo de todo o projeto. Dos R$ 472,4 milhões, um total de R$ 126,6 milhões serão somente para essa estrutura. 

Outro item do edital que chama a atenção são as chamadas “obras de arte especiais”, as quais vão consumir R$ 101,5 milhões. O edital não especifica o que serão exatamente essas obras. 

Mas, parte deste dinheiro deve ser destinado a uma grande área de estacionamento para caminhões, já que existe a previsão de que centenas de veículos de carga passem diariamente pela rota bioceânica, indo ou vindo do Paraguai, Argentina e Chile. 

Somente estes três itens (terraplenagem, aduana e obras de arte) vão consumir 79,2% do montante da obra. Ainda de acordo com a licitação, a pavimentação propriamente dita dos 13 quilômetros vai custar “apenas” R$ 23,3 milhões, o que corresponde a 4,9% do custo total. 

A ponte sobre o Rio Paraguai terá 1,3 mil metros e cerca de 60% dos trabalhos estão concluídos. E, por conta do atraso de seis Meses no início dos trabalhos do acesso, é provável que a ponte fique pronta bem antes via de acesso. O governo paraguaio acredita que as obras da ponte sejam concluídas até o fim do próximo ano, um ano antes da conclusão do acesso. 

Simone Tabet afirmou que a previsão é de que obra dure dois anos e de que o presidente Lula venha para a inauguraçãoCerca de 60% dos trabalhos da ponte em Porto Murtinho já estão concluídos e previsão é de que estejam pronto até o fim do próximo ano

O cumprimento do cronograma da obra do contorno vai depender de vários fatores, dentre os quais o climático. O trecho rodoviário a ser implantado é em terreno plano do Pantanal (solo argiloso) e o período de chuvas na região ocorre, normalmente, entre setembro e fevereiro, com possibilidade de ocorrência de cheia do Rio Paraguai e inundações. Por essa razão, o projeto de engenharia prevê a construção de seis pontes de concreto para vazão da água. 

A obra do lado brasileiro não será a única pendência da infraestrutura logística da rota. No Paraguai,  façta pavimentar o terceiro e último trecho da rodovia-tronco do corredor, de 224 km, entre Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo, já na fronteira com a Argentina. É provável que esse trecho seja concluído somente em 2026.

ROTA

A Rota Bioceânica é um corredor rodoviário com extensão de 2,4 mil quilômetros que ligará os dois maiores oceanos do planeta, Atlântico e Pacífico, partindo do Brasil e chegando aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando pelo Paraguai e pela Argentina.

O projeto que começou a ser debatido em 2014 e que iniciou em 2017 tem a promessa de ampliar a relação comercial do Estado com países asiáticos e sul-americanos.

Conforme estudo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), os custos para o envio da produção sul-mato-grossense serão reduzidos, além do tempo de viagem, que será encurtado em até 17 dias rumo ao mercado asiático.
A Rota Bioceânica, conforme os mais otimistas, terá potencial para movimentar US$ 1,5 bilhão por ano em exportações de carnes, açúcar, farelo de soja e couros para os outros países por onde passará. 
 

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