Uma mulher transexual identificada como Yara, suspeita de participar do incêndio que deixou outra transexual gravemente ferida, na madrugada desse domingo (19), também participou do caso do caminhoneiro Jeferson Pontes Barbosa, de 33 anos.
O caminhoneiro foi encontrado morto no dia 8 de janeiro, em um motel na Vila Taveirópolis, em Campo Grande. Poucos minutos antes de morrer, o caminhoneiro teria discutido com Yara e com um garoto de programa no local.
Segundo o delegado da 6ª Delegacia de Polícia Civil (DP), Sam Ricardo - que investiga o caso - tudo começou após um problema no pagamento do programa. A briga entre Jeferson e a travesti aconteceu por causa de uma dívida de R$ 100.
Conforme o boletim de ocorrência, Jeferson teria excedido seu limite de transferência via Pix, e por isso, não conseguiu pagar pelo serviço utilizado integralmente. Uma câmera de segurança do motel registrou o momento em que Jeferson entra em vias de fato com Yara. Veja o vídeo:
Entenda o caso
Uma mulher transexual teve o corpo queimado e a casa incendiada, após briga em boate, na noite deste domingo (19), na Vila Carvalho, em Campo Grande.
Conforme apurado pela reportagem, a vítima discutiu com outra trans, identificada como “Baby”, em uma boate, frequentada por garotas de programa, na noite de sábado (18). A confusão de seu por conta de serviços de prostituição e programas sexuais que elas praticam.
Como vingança, “Baby” teria ido até a Vila Carvalho, onde a transexual mora, para “acertar as contas”, na manhã de domingo (19).
Em posse de galão de gasolina e isqueiro e na companhia de Yara, outra transexual, despejou o líquido por debaixo das portas e pelas frestas do muro, ateou fogo no local, saiu correndo e foi embora.
O fogo se alastrou rapidamente pela residência e a vítima, que estava dentro de casa, sofreu queimaduras profundas e gravíssimas, tendo 90% do corpo queimado.
O vizinho, que estava na frente da casa, viu a autora ateando fogo contra a casa da transexual, pegou o extintor de incêndio de sua casa e de seu carro para socorrer a vítima e acionou o Corpo de Bombeiros.
Neste momento, a autora do crime viu que a vítima estava sendo socorrida e tentou esfaqueá-la, mas o vizinho não permitiu e saiu correndo.
Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS) e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) socorreram e encaminharam a mulher trans, com diversas queimaduras pelo corpo inteiro, para o Hospital Santa Casa em estado gravíssimo.
O Correio do Estado entrou em contato com a assessoria de imprensa da Santa Casa para saber o estado de saúde dela, mas, até o fechamento desta reportagem, não foi respondido. O espaço segue aberto para resposta.
Polícia Militar (PMMS) e Polícia Científica (Perícia) também estiveram no local dos fatos para acompanhar a dinâmica e investigação do incêndio criminoso.
A PM fez rondas pela região mas não conseguiu encontrar as autoras do crime na noite de sábado (18), que se evadiram do local.
Mas, na madrugada desta segunda-feira (20), a Polícia Civil localizou e prendeu as duas criminosas que atearam fogo na casa e no corpo da vítima. Elas estavam em uma pensão para transexuais no bairro Amambaí.
Foram autuadas pelo crime de Homicídio qualificado por motivo fútil e com emprego de fogo, na forma tentada (artigo 121, § 2º, II e III, c/c artigo 14, II, todos do CP) e estão na Unidade Policial aguardando a audiência de Custódia.


