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Suspensão nos testes de vacina não deve atrasar estudo em Mato Grosso do Sul

Vacinação com o imunizante da Johnson & Johnson foi suspensa para uma investigação; pesquisador explica que intercorrências como essas são comuns

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A vacina da farmacêutica belga Janssen-Cilag, unidade da Johnson & Johnson, foi suspensa por um “evento adverso grave”. A situação não deve afetar o início dos testes em Mato Grosso do Sul. 

Segundo um dos pesquisadores responsáveis pela testagem no Estado, o médico infectologista Rivaldo Venâncio, eles acompanharão a avaliação que será feita em razão da intercorrência.

A previsão inicial era de que na próxima semana fosse iniciada a captação de voluntários para o estudo, que pretende vacinar 2 mil pessoas em Mato Grosso do Sul com o imunizante Ad26.COV2.S, da empresa. 

No primeiro grupo serão vacinadas pessoas entre 18 e 58 anos, dando preferência para profissionais da saúde e de segurança pública.

Porém, ontem a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu comunicado oficial da empresa Johnson & Johnson informando ter interrompido temporariamente o estudo clínico que investiga a segurança e eficácia de sua vacina contra a Covid-19.

De acordo com o comunicado da Anvisa, “o estudo foi temporariamente interrompido devido a um evento adverso grave ocorrido em um voluntário no exterior”. 

A gigante americana disse apenas que o voluntário teria desenvolvido uma “doença inexplicada”, mas não detalhou qual enfermidade seria, já que o estado de saúde do voluntário está sob sigilo.

Conforme Venâncio, que é pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os pesquisadores de Mato Grosso do Sul acompanharão o resultado da avaliação, que é feita pelo Comitê Independente de Segurança, enquanto a pesquisa fica suspensa. 

Se essa investigação for longa, aí, sim, a pesquisa desenvolvida no Estado poderá ter mudanças no seu cronograma.

“No Brasil, a inclusão do primeiro voluntário no estudo ocorreu em 9 de outubro, e novas inclusões só poderão ocorrer quando houver autorização da Anvisa, que procederá com a análise dos dados da investigação e decidirá pela continuidade ou interrupção”, diz a Agência.

 

INVESTIGAÇÃO

Segundo o médico infectologista Julio Croda, que também é pesquisador da Fiocruz, esse tipo de intercorrência nessas pesquisas é comum e quem tem interesse em se candidatar não precisa se preocupar. 

Isso porque a liberação para a continuação da testagem só ocorre caso fique comprovado que o imunizante não foi determinante para a doença do voluntário.

“A maioria dos protocolos de vacina, como é um produto novo, eles ficam bem atentos a qualquer evento adverso grave, que vem a ser qualquer evento que leve o paciente a uma condição de incapacidade ou morte", explicou Croda. 

"Por exemplo, o evento da AstraZeneca, o paciente teve uma mielite transversa, ou seja, poderia ficar sem os movimentos da perna, então é um evento potencialmente grave. Se esse evento está ou não ligado à vacina, tem que ser investigado”, completou.

No caso da vacina da AstraZeneca, fabricada em parceria com a Universidade de Oxford, a pesquisa do imunizante ficou suspensa por quatro dias, em decorrência de um evento adverso grave.

Além da investigação sobre o caso em si, outros fatos são revisados, conforme o pesquisador, para ver se não há outras pessoas no estudo que relataram o mesmo sintoma.  

“Se identifica que não, que o paciente teria essa doença específica ou poderia evoluir com esse sintoma específico independentemente da vacina, os estudos são retomados", declarou o pesquisador. 

"A interrupção é uma garantia que vai ser revisado com calma, por um comitê independente, que não está ligado a quem está executando o projeto”, disse o médico.

Em nota, a Johnson & Johnson disse que está seguindo suas diretrizes e que a doença do participante “está sendo analisada e avaliada pelo Conselho de Monitoramento de Segurança de Dados Independente ENSEMBLE (DSMB)”.

OUTRAS VACINAS

Além do imunizante da Johnson & Johnson, Mato Grosso do Sul também assinou convênio para a testagem do imunizante fabricado pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo.

A vacinação da Coronavac – nome dado à vacina – nos 1 mil voluntários no Estado deve começar na próxima semana, também sobre o comando de Venâncio, com a pesquisadora Ana Lúcia Lyrio. Todos os participantes serão profissionais de saúde.

Já na segunda-feira (19), tem início a revacinação de profissionais de saúde com a BCG (usada para a tuberculose). O estudo também será feito com funcionários da saúde e é comandado em Campo Grande pelo médico Julio Croda.

ALIMENTOS-DISPERDÍCIO

Mundo joga fora mais de 1 bilhão de refeições por dia, diz ONU

Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido, "uma tragédia global"

27/03/2024 21h00

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos Crédito: Freepik

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A humanidade desperdiçou por dia o equivalente a um bilhão de refeições em 2022, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).

Esse cálculo é provisório e a quantidade de alimentos desperdiçados pode ser muito maior, apontam os responsáveis pelo Índice de Desperdício de Alimentos.
Embora ainda existam 800 milhões de pessoas que sofrem com a fome, o mundo desperdiçou mais de um bilhão de toneladas de alimentos em 2022, o equivalente a mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,21 trilhões na cotação da época).

Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido, "uma tragédia global", diz o texto.

"Milhões de pessoas passarão fome hoje enquanto os alimentos são desperdiçados em todo o mundo", afirma Inger Andersen, diretora-executiva do Pnuma. E esse não é apenas um fracasso moral, mas também ambiental, destaca ela.

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos.

O relatório, em conjunto com a organização sem fins lucrativos Wrap, é o segundo sobre desperdício global de alimentos elaborado pela ONU.

À medida que a coleta de dados melhora, a verdadeira magnitude do problema se torna mais clara, diz Clementine O'Connor, também do Pnuma.

"Para mim, é simplesmente assustador", reforça Richard Swannell, do Wrap. "Seria realmente possível alimentar todas as pessoas atualmente famintas no mundo com uma refeição por dia, apenas com a comida que é desperdiçada a cada ano."

Restaurantes, refeitórios e hotéis foram responsáveis por 28% do total de desperdício de alimentos em 2022, enquanto o comércio varejista, como açougues e mercearias, descartou 12%. Os maiores culpados foram os lares, que representaram 60%, cerca de 631 milhões de toneladas.

Muito disso ocorre porque as pessoas simplesmente compram mais alimentos do que precisam, calculam mal o tamanho das porções e não comem sobras, diz Swannell.
Outro problema são as datas de validade. Existem produtos perfeitamente bons que são jogados fora porque as pessoas supõem, incorretamente, que eles estragaram.
O relatório explica também que muitos alimentos, especialmente no mundo em desenvolvimento, se perdem no transporte ou estragam devido à falta de refrigeração.

Ao contrário da crença popular, o desperdício alimentar não é um problema apenas dos países ricos e pode ser observado em todo o mundo.

Os países com climas mais quentes também geram mais resíduos, possivelmente devido ao maior consumo de alimentos frescos.

Efeitos devastadores

As empresas também contribuem para o problema porque é barato descartar produtos não utilizados graças aos aterros. "É mais rápido e fácil descartar atualmente porque a taxação do lixo é zero ou muito baixa", diz O'Connor.
O desperdício de alimentos tem "efeitos devastadores" para as pessoas e o planeta, conclui o relatório.

A conversão de ecossistemas naturais em agricultura é uma das principais causas da perda de habitat, e o desperdício de alimentos ocupa o equivalente a quase 30% da terra destinada ao uso agrícola.

"Se o desperdício de alimentos fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, atrás dos Estados Unidos e da China", ressalta Swannell.

NO BRASIL 

O Índice de Desperdício de Alimentos calcula que, no Brasil, a taxa, na etapa de consumo familiar, esteja em 94 kg per capita ao ano.

Essa estimativa leva em conta somente o consumo doméstico de alimentos no país, com base em um estudo piloto realizado em 2023 em cinco regiões da cidade do Rio de Janeiro, com diferentes perfis socioeconômicos.

"Embora seja um estudo restrito ao Rio de Janeiro, os dados mostram que o desperdício ocorre mesmo em bairros de classe média baixa. Os fatores que levam ao desperdício precisam ser explorados em pesquisas qualitativas. É importante destacar que o montante de 94 kg por pessoa ao ano leva em conta tanto sobras de refeições, tais como arroz e feijão, quanto cascas de frutas e ossos", diz Gustavo Porpino, analista da Embrapa Alimentos e Territórios, que atuou como revisor do índice, em comunicado.

"A metodologia do Pnuma não categoriza o desperdício em evitável e inevitável, porque considera relevante reduzir o descarte de resíduos orgânicos como um todo", explica.

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PAC Saúde

Com investimento de R$ 89,5 milhões, municípios de MS irão receber novas Unidades Básicas de Saúde

Com as novas unidades o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária

27/03/2024 17h30

Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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O Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC Saúde) disponibilizou R$ 89,5 milhões para investimento em construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 37 municípios de Mato Grosso do Sul.

Entre os municípios estão Campo Grande (R$ 4.945.820,90), Dourados (R$ 4.945.820,90) e Corumbá (R$ 2.276.907,66). Em todo país serão construídas 1,8 mil unidades em mais de 1,5 mil municípios. Com isso, o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária. 

Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde, com as novas UBS haverá a necessidade de ampliação no quadro das equipes de Saúde da Família (eSF), se Saúde Bucal (eSB), multiprofissionais  (eMulti) e de Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

A pasta informou que o investimento feito é de R$ 4,2 bilhões, sendo que os valores das novas UBS apresentam a variação de R$1,8 e R$6,6 milhões, de acordo com a região e o tamanho da unidade. 

Ainda, de acordo com o Ministério, os dez pedidos entre equipamentos e obras que o Novo Pac Saúde contempla, novas UBS representam o maior número de propostas apresentadas pelos municípios, um total de 5.665 propostas, referentes a 3.001 territórios.

Veja a relação dos municípios

Para a escolha dos municípios a receber as novas UBS foram vulnerabilidades socioeconômica; ausência assistencial na Atenção Primária; locais com baixo índice de cobertura e Estratégia de Saúde da Família.

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