A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global em bioprodutos desenvolvidos a partir de eucaliptos, implementou uma solução inovadora e sustentável para enfrentar os desafios das mudanças climáticas em suas florestas plantadas.
A empresa passou a utilizar um colar de proteção feito de fibras de celulose, que ajuda a preservar a umidade do solo e controlar a temperatura ao redor das mudas de eucalipto, reduzindo a necessidade de irrigação e aumentando a taxa de sobrevivência das plantas.
Como funciona
O colar de proteção, patenteado pela Suzano e desenvolvido desde 2008, foi testado inicialmente em um projeto piloto no Maranhão em 2021.
Após os resultados positivos, a solução começou a ser aplicada em janeiro deste ano nas florestas plantadas da empresa no Mato Grosso do Sul.
Produzido com subprodutos da celulose processados na Central de Tratamento de Resíduos da companhia, o colar é biodegradável e forma uma camada protetora ao redor da base das mudas, o que reduz a evaporação da água, controla a temperatura do solo e previne danos às raízes causados por altas temperaturas.
Segundo a diretora de Operações Florestais da Suzano no Mato Grosso do Sul, Maria Carolina Zonete, o colar pode reduzir em mais de 10°C a temperatura do solo em dias quentes e diminuir em até 30% a necessidade de irrigação.
“Com o uso do colar de proteção, estamos melhorando a eficiência do manejo florestal e aumentando nossa contribuição com a sustentabilidade do processo, colocando em prática o nosso direcionador que diz que ‘só é bom para nós se for bom para o mundo’”, afirma.
Embora os resultados iniciais sejam promissores, Zonete destacou que as análises no Mato Grosso do Sul ainda estão em andamento devido às condições climáticas específicas da região.
“Será necessário tempo para avaliarmos completamente os benefícios dessa solução aqui. O mais importante são os ganhos sustentáveis que ela pode trazer tanto no curto quanto no longo prazo”, completou.
Florestas da Suzano
A Suzano possui uma área florestal total de 808 mil hectares no Mato Grosso do Sul, dos quais 250 mil são destinados à conservação da biodiversidade.
Em todas as regiões onde atua, a empresa planta cerca de 1,2 milhão de mudas de eucalipto por dia, sendo líder na bioeconomia e no combate às mudanças climáticas.
Em apenas um dos viveiros da empresa, inaugurado em setembro do ano passado em Ribas do Rio Pardo, foram investidos R$ 80 milhões para a produção de 35 mil eucaliptos por ano. Tudo isso em uma área de 21 hectares.
Além disso, outra iniciativa recente da indústria para auxiliar no pleno desenvolvimento das árvores de eucalipto foi a soltura de mais de 210 mil joaninhas nos estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Maranhão. A espécie Olla v-nigrum economiza mais de 17,1 mil quilos de agrotóxicos ao atuar no combate à praga psilídeo-de-concha (Glycaspis brimblecombei).