Cidades

FAUNA PROTEGIDA

Tamanduás 'órfãos do fogo' estão perto de serem reintegrados à natureza

Após meses de recuperação, animais deixaram o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) rumo ao Instituto Tamanduá, em Aquidauana

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Parte do projeto "Órfãos do Fogo", três tamanduás - dois bandeiras e um mirim - estão mais perto de voltarem a seus habitats naturais, depois de meses sob cuidados no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) em Campo Grande. 

Após passarem pelos cuidados do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), ainda na última semana, os três tamanduás foram levados ao Instituto Tamanduá, em Aquidauana, uma viagem de aproximadamente 145 km. 

Levados por equipes de veterinários e biólogos do Hospital Ayty, esse deve ser o último passo antes das três espécimes voltarem ao habitat natural, consistindo em um processo de adaptação, conforme o Imasul em nota. 

Jordana Toqueto é veterinária e acompanhou os três tamanduás em tratamento, destacando que a reabilitação não se resume a cuidados médicos, já que há um foco para que, mesmo em unidade médica especializada, eles mantivessem comportamentos naturais que são fundamentais para a sobrevivência. 

"Buscamos cupinzeiros na mata e os oferecemos aos tamanduás para que eles mantivessem o instinto de procurar alimento. Esse tipo de adaptação é essencial para que possam se alimentar sozinhos no futuro", afirma Jordana. 

Ela complementa dizendo que os tamanduás passaram por exames detalhados e, no Instituto Tamanduá, devem reaprender a sobreviver por conta própria antes da soltura em definitivo. 

Órfãos do fogo

O projeto batizado de "Órfãos do Fogo"  resgata não apenas animais que sofreram com as queimadas, mas também vítimas de atropelamentos e demais ameaças, como um dos três tamanduás, um da espécie bandeira encontrado sozinho sem sua  mãe, às margens de uma rodovia em Miranda. 

Já o segundo tamanduá-bandeira deu entrada no CRAS em novembro de 2024, diante de suspeita de uma doença grave chamada de "cinomose", que é altamente contagiosa e costuma afetar cães e ser fatal para os animais. 

Porém, o Imasul confirma que exames realizados no animal descartaram essa possibilidade e, sem a infecção, o espécime foi liberado para seguir rumo à última etapa antes da reintrodução. 

Já o mirim que faz parte do grupo foi achado na Capital de Mato Grosso do Sul, localizado por agentes da Polícia Militar Ambiental em um estado mais comprometedor do que os demais tamanduás. 

Diante desse estado, frágil e desorientado, foi necessária uma reabilitação cuidadosa para possibilitar a ação de reintrodução que, segundo o diretor-presidente do Imasul, André Borges, reflete o compromisso do Estado na proteção da fauna. 

"O projeto Órfãos do Fogo é essencial para garantir que esses animais, vítimas de tragédias ambientais, possam ter uma nova chance na natureza. A parceria entre o Imasul e o Instituto Tamanduá reforça nosso compromisso com a biodiversidade", cita. 

Frentes de trabalho

A gestora do CRAS e do Hospital Ayty, Aline Duarte, frisa como o trabalho conjunto das instituições é importante para a reintrodução das espécies na natureza. 

Como bem abordado pelo Correio do Estado, o Hospital Ayty atendeu quase 3 mil animais resgatados em Mato Grosso do Sul no período de aproximadamente um ano desde sua criação, em 14 de setembro de 2023. 

"No Hospital, eles receberam todos os cuidados necessários para a recuperação da saúde e fortalecimento físico, mas no Instituto Tamanduá eles terão a chance de desenvolver habilidades essenciais para a sobrevivência", comenta Aline.

Nessa "força-tarefa" de proteção animal, cabe destacar o trabalho de algumas instituições, como do Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap), além dos esforços de agentes do Corpo de Bombeiros e PMA. 
**(Com assessoria)
 

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Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremeçar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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