Cidades

CÂNCER

Técnica israelita congela
e retira tumor sem cortes

Prática poderá impedir o paciente de se submeter a quimioterapia

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Técnica israelita que possibilita a retirada de pequenos tumores de mama por meio de agulha já é realidade no Brasil. Trata-se da crioablação guiada por imagem, uma técnica que consiste na introdução de um crioprobe (um tipo de agulha) no interior do tumor, onde são injetados gases nobres: o argônio, para congelar; e o hélio, para descongelar. Agulha fina congela o tecido lesionado e impede que o saudável seja atingido, a prática poderá impedir o paciente de se submeter a mastectomia e a quimioterapia.

“Com a orientação de imagens, como a tomografia, podemos introduzir e guiar a agulha precisamente dentro do corpo até o ponto central do tumor e fazer circular um gás que forma uma ‘bola’ de gelo com temperaturas de até -140 oC”, explica o dr. Marcos Menezes, radiologista intervencionista e coordenador do Centro de Intervenção Guiado por Imagem do Hospital Sírio-Libanês. “A essa temperatura, destruímos de forma localizada todas as células tumorais”, acrescenta.

Em uso no Brasil desde 2007, a crioablação é indicada principalmente para pequenos tumores renais, onde o efeito desse congelamento tem-se mostrado tão eficaz como a cirurgia. “Os tumores nos rins são os que respondem melhor a esse tratamento porque geralmente conseguimos diagnosticá-los em estágios iniciais e com tamanhos inferiores a 4 cm, conseguindo assim a cura”, ressalta Menezes.

O médico ortopedista Renê Ramos dos Santos, de 62 anos de idade, se beneficiou dessa técnica. Ele teve que extrair um rim por conta de um tumor maligno e dez anos depois descobriu estar com tumor no outro rim. No entanto, dessa vez conseguiu fazer o tratamento com crioablação. “Fui internado em um dia e recebi alta no outro”, conta. “A cirurgia foi muito rápida e os resultados, excelentes. Não tem nem comparação com a técnica convencional”, acrescenta o paciente.

Embora seja mais indicada para pequenos tumores renais, a crioablação pode ser utilizada também para alguns tipos de tumores nos pulmões e nos ossos, como é o caso da psicóloga Nádia Bechara Lacerda, de 64 anos de idade.

Nádia foi diagnosticada com um tumor no osso esterno, situado na parte anterior do tórax (entre o coração e os pulmões), em decorrência de uma metástase de um câncer de mama. Na ocasião, ela foi tratada com radioterapia, mas em 2014 o tumor reapareceu. Por ser pequeno, foi possível usar a crioablação.

“Estou certa que foi a melhor opção para meu caso. Recebi alta rapidamente e não tive nenhum incômodo depois do procedimento”, conta a psicóloga. “Sei que na cirurgia convencional o tempo de recuperação pode ser longo. Isso influencia muito em nossa qualidade de vida”, acrescenta.

SEM CORTES

Por ser um procedimento de congelamento do tumor, a crioablação não exige cortes no paciente. Isso representa menor risco de complicações e morbidade em comparação à cirurgia convencional. O tratamento dura entre duas e três horas, e o paciente recebe alta hospitalar no dia seguinte.

A crioablação pode ser usada também em pacientes com câncer associado a outras doenças, como a síndrome de von Hippel-Lindau e a esclerose tuberosa. Ela é uma ótima opção ainda para o tratamento dos seguintes tipos de pacientes:

Com rim único, cujo comprometimento funcional requer a máxima preservação de tecido viável.
Com comorbidades clínicas que inviabilizem o procedimento cirúrgico.
Com predisposição ao desenvolvimento de múltiplos tumores renais.
Com restrições psicológicas a cirurgias invasivas.
Que se recusam a receber o tratamento cirúrgico convencional.
Embora sejam raros, os efeitos secundários da crioablação incluem sangramento, infecção e possível dano ao tecido ao redor do local do tumor.

Além do tamanho do tumor, outro aspecto que pode influenciar no sucesso da crioablação é a experiência e a infraestrutura técnica dos diferentes centros.

O Hospital Sírio-Libanês foi pioneiro no País na criação de um centro de intervenção guiada por imagem e na realização da crioablação para o tratamento de tumores renais. O hospital conta com modernos equipamentos e equipe multiprofissional dedicada para a realização de diversos procedimentos minimamente invasivos guiados por imagem.

De 2010 a 2015, de acordo com informações do Hospital Sírio Libanês, mais de duzentos pacientes foram submetidos à crioablação para tumores renais no hospital. 

*Informações são do site www.siriolibanes.org.br

Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremessar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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