Cidades

NEGOCIAÇÃO

Temporada de reajustes começa com pedido de até 20% de aumento

Segundo sindicato, três reuniões com a Prefeitura de Campo Grande já foram realizadas para que se chegue a um acordo

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A temporada de reuniões entre a prefeitura da Capital e os sindicatos dos servidores públicos municipais começou já com pedidos de até 20% de reajuste salarial, vindos de representantes da categoria.

Sem alterações no ano passado e com apenas 5% de reajuste de forma linear em 2022, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Enfermagem do Município de Campo Grande (Sinte-PMCG), Ângelo Macedo, acredita que o reajuste deveria ser de no mínimo 20% neste ano.

“Considerando todo o retrocesso salarial dessa gestão, no mínimo 20%. Porque no ano passado foi zero de reajuste e em 2022, menos de 5% e ainda parcelado”, informou.

A categoria, que montou um acampamento desde a semana passada em frente ao Paço Municipal, também pede o pagamento dos adicionais de insalubridade e noturno, além do reajuste anual.

O direito aos benefícios já foi reconhecido pela Justiça, porém, a administração municipal entrou com recurso e aguarda decisão.

Ao lado dos enfermeiros, os guardas municipais também participam do protesto em frente à prefeitura. Reivindicando melhorias nas condições laborais, os servidores da Guarda Civil Metropolitana de Campo Grande (GCM) foram às ruas nesta segunda-feira.

*Saiba

No ano passado, segundo o presidente do Sisem, só houve avanço com o Poder Executivo municipal com relação aos penduricalhos, isto é, pendências. Porém, as reposições da inflação e o ganho real ainda estão sendo negociados.

A classe pede o pagamento do adicional de periculosidade, além da convocação de novos guardas, da promoção de servidores e do enquadramento salarial. O benefício também havia sido garantido pela Justiça, mas a prefeitura ainda não efetuou o pagamento.

O presidente do Sindicato dos Guardas Municipais de Campo Grande (SINDGM-CG), Hudson Bonfim, ressaltou que as exigências da categoria neste ano, além do pagamento do adicional de periculosidade, referem-se à reposição inflacionária, a qual não foi repassada no ano passado.

"Não foi repassada a inflação de 5,11% do ano passado, que neste ano está em 5%. Ou seja, essas reposições, tanto a de 2023 quanto a deste ano, nós estamos perdendo. Queremos a reposição dessa perda salarial", frisou.

Além dessa pauta, de acordo com o SINDGM-CG, existem outras demandas que o sindicato pede para serem cumpridas, como o cumprimento do plano de cargos e carreira da GCM e o enquadramento dos profissionais da gestão estratégica que tiverem requisito.

“O plano de carreiras e o enquadramento impacta 20% sobre o salário-base dos guardas civis metropolitanos, que estamos perdendo desde o dia 31 de janeiro deste ano”, acrescentou Bonfim.

Outras categorias

Por sua vez, o Sindicato dos Funcionários e Servidores Municipais de Campo Grande (Sisem) também vem realizando tratativas de negociação e se reunindo com o Poder Executivo da Capital.

Diferentemente de outras categoriais, que cobram porcentuais maiores, a entidade reivindica apenas a reposição da inflação.

De acordo com o presidente do Sisem, vereador Marcos Tabosa (PDT), o sindicato tem construído algumas tratativas com a prefeitura.

“O [reajuste] linear nós gostaríamos [que fosse] uma reposição da inflação mais o ganho real, porém, os servidores têm vários penduricalhos, e por isso estamos tratando de uma extensa pauta salarial”, declarou.

Tabosa luta por um acordo que seja a reposição da inflação mais um ganho real de até 5%, reajuste que pode chegar a valores acima de 9%. Conforme o sindicato, já foram feitas três reuniões com o Poder Executivo neste ano, a fim de negociar qual será o porcentual de aumento a ser praticado.

Por outro lado, o presidente do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP-MS), Gilvano Bronzoni, esclareceu que, em relação à pauta salarial, a entidade não tem novas exigências com a prefeitura.

“Nossa principal pauta é a retomada da carreira, porque a reposição do piso já repactuamos para 2024 com a prefeita”, explicou.

Reajuste feito

Conforme Bronzoni, o reajuste recente, que foi acordado pela atual gestão municipal, ocorreu no início de dezembro do ano passado, quando a Prefeitura de Campo Grande sancionou o reajuste no salário dos professores.

Trata-se do Projeto de Lei n.º 11.139/2023, isto é, a repactuação da lei referente à integralização do valor do piso nacional do magistério por 20 horas.

Com a aprovação, serão repassados 14,95% referentes ao reajuste do piso nacional, sendo 5% pagos em outubro de 2023 e mais 5%, em janeiro deste ano. Outros 4,95% devem ser repassados em maio.

De acordo com a prefeitura, em setembro, será incorporado a reposição de 30% do reajuste anual do piso nacional para este ano. Já em dezembro ocorrerá a reposição de 70% do reajuste anual do piso nacional para o ano que vem.

Para o presidente da ACP, a sanção do reajuste foi uma sinalização de valorização da categoria pelo Poder Executivo campo-grandense.

 

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Corrupção no Judiciário

STJ suspende 1ª decisão de esquema de venda de sentenças em MS

Golpe em compra de fazenda milionária no Pantanal, validado por magistrados alvos da Operação Última Ratio, da Polícia Federal, foi suspenso na Corte Superior

18/12/2025 05h00

Desembargadores Alexandre Bastos, Sideni Soncini Pimentel e Vladimir Abreu, decisivos em acórdão que validou golpe na compra de fazenda, suspenso pelo STJ

Desembargadores Alexandre Bastos, Sideni Soncini Pimentel e Vladimir Abreu, decisivos em acórdão que validou golpe na compra de fazenda, suspenso pelo STJ Arquivo

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O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Raul Araújo, reverteu o acórdão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul que validou um golpe milionário na compra da Fazenda Vai quem Quer, no município de Corumbá.

Trata-se da primeira decisão da corte superior que suspende os efeitos de decisões sob suspeitas de corrupção, investigadas pela Polícia Federal na Operação Ultima Ratio, que tem como alvo desembargadores aposentados e em atividade no tribunal sul-mato-grossense. 

O acórdão do TJMS suspenso pelo STJ indicava uma atuação conjunta dos desembargadores de Mato Grosso do Sul, Sideni Pimentel, Alexandre Bastos e Vladimir Abreu da Silva, para manter a propriedade rural de 5,6 mil hectares, no Pantanal de MS, com um casal acusado aplicar um golpe no vendedor da propriedade. A fazenda é avaliada em mais de R$ 15 milhões. 

Na liminar concedida há aproximadamente 20 dias, o ministro Raul Araújo mandou suspender o acórdão sob suspeita de corrupção que manteve a Fazenda Vai Quem Quer com os compradores Lydio de Souza Rodrigues e Neiva Rodrigues Torres, e ainda mandou averbar a existência de ação de rescisão contratual nas matrículas dos imóveis. 

O casal é acusado na esfera criminal, pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, de crime de estelionato, justamente por omitir vícios da fazenda localizada no Vale do Ribeira, no Estado de São Paulo, no ato da permuta com Ricardo Pereira Cavassa, produtor rural vítima do golpe. 

No pedido de tutela provisória ajuizado no STJ, Ricardo Pereira Cavassa havia pedido também a reintegração da posse da fazenda Vai quem Quer, mas não houve determinação para isso na sentença do ministro Raul Araújo. Ao mesmo tempo, o magistrado do STJ também não negou o pedido do fazendeiro supostamente lesado pelo casal paulista, o que pode abrir brecha para um futuro embargo de declaração. 

“E no presente caso, ao menos aparentemente, os requeridos não forneceram informações claras e objetivas sobre o contrato, ao omitir dolosamente que não eram proprietários de uma das matrículas permutadas, que fora adjudicada a terceiros em ação judicial; pendiam gravames sobre três das matrículas que, ressalte-se, não foram registrados na matrícula dos imóveis; e pendiam sobre uma das matrículas diversas multas ambientais”, argumentou o ministro do STJ ao fundamentar a liminar.

Os indícios de corrupção na turma cível da qual faziam parte os desembargadores Sideni Pimentel (afastado após a operação e aposentado neste ano) e Alexandre Bastos (afastado desde a operação, em outubro de 2024), também foram usados por Ricardo Cavassa para fundamentar seu pedido ao ministro do STJ. 

"Para fundamentar seu pedido de efeito suspensivo, a parte requerente (...) afirma haver indícios de corrupção e “venda de sentença” no julgamento do acórdão recorrido, com referência ao Inquérito n. 4.982 no Supremo Tribunal Federal (Operação “Ultima Ratio”) e à abertura de procedimento disciplinar no Conselho Nacional de Justiça contra desembargador que participou do julgamento”, relatou o ministro Raul Araújo. 

“Alega que o acórdão teria sido proferido contra a prova dos autos, com fundamentos juridicamente insustentáveis, inovação recursal e desconsideração de fatos supervenientes (regularização das matrículas da Fazenda Vai Quem Quer em nome do requerente, apontada nos embargos de declaração), reforçando a plausibilidade jurídica do pedido”, complementou o ministro.

O magistrado da Corte Superior ainda levou em consideração o princípio do princípio da demora, por causa do risco de os compradores se desfazerem de parte da fazenda no Pantanal. 

O casal favorecido pelos desembargadores afastados por corrupção já firmaram promessa de compra e venda com terceiros envolvendo parte do imóvel e ainda anunciaram a venda de outra parte em site especializado de vendas de imóveis rurais, conforme expõe o ministro do STJ. 

Entenda o caso

A decisão de três desembargadores do TJMS reformou sentença de primeira instância que havia anulado um negócio imobiliário considerado fraudulento e contrariou uma ação criminal de estelionato movida pelo Ministério Público contra os compradores da Fazenda Vai Quem Quer. 

O casal Lydio de Souza Rodrigues e Neiva Rodrigues Torres é acusado de aplicar um golpe no vendedor, Ricardo Pereira Cavassa.

Segundo o MPMS, as quatro fazendas em Iguape (SP) oferecidas na permuta estavam carregadas de gravames, bloqueios judiciais e passivos ambientais, além de terem área menor do que a anunciada. 

Após descobrir as irregularidades e o uso de documentos falsos, Cavassa acionou a Justiça na área cível e obteve vitória em primeira instância, com rescisão do contrato e reintegração de posse da fazenda.

Em segunda instância, porém, os desembargadores Alexandre Bastos, Sideni Soncini Pimentel e Vladimir Abreu da Silva mudaram o desfecho do caso e validaram o negócio. A Polícia Federal aponta que Bastos havia elaborado uma minuta de voto mantendo a sentença de primeira instância, que anulava a permuta das fazendas e devolvia a propriedade à Ricardo Cavassa, mas alterou seu posicionamento no julgamento, sob fundamentos considerados frágeis pelos investigadores.

Minutas de votos divergentes do próprio Alexandre Bastos foram encontrados pela Polícia Federal nos áudios apreendidos no celular de Sideni Pimentel, durante a Operação Última Ratio. O conteúdo indica possível articulação prévia para reverter a decisão. Em um dos áudios, o desembargador pede a elaboração de um voto divergente para evitar a rescisão do contrato, antes mesmo da sessão de julgamento, o que reforça suspeitas de venda de sentença.

No outro processo que responde, o criminal, o casal se recusou - em outubro último - a devolver a fazenda à Ricardo Cavassa, condição estabelecida pelo Ministério Público para livrá-los de uma condenação por estelionato. 

O caso só será julgado daqui a um ano, segundo decidiu o juiz da 1ª Vara Criminal Residual.

“Considerando a recusa do acusado e seu defensor à proposta de suspensão condicional do processo, dou seguimento ao feito e designo audiência de instrução e julgamento para o dia 12 de novembro de 2026”, decidiu o juiz criminal de Campo Grande, Roberto Ferreira Filho.

Operação

Desencadeada em 24 de outubro de 2024, a Operação Ultima Ratio investiga esquema de corrupção no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Ela resultou, na época, no afastamento de Sideni Pimentel, Alexandre Bastos, Vladimir Abreu, Marcos José de Brito Rodrigues e Sérgio Martins. Os aposentados, Divoncir Schreiner Maran e Júlio Roberto Siqueira Cardoso, também estão entre os alvos. 

Dentre os envolvidos, somente Sérgio Martins voltou ao trabalho. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, levou em consideração a informação de que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) não noticiou transações suspeitas em relação ao desembargador e que não houve registros de outras transações fraudulentas que corroborassem a hipótese inicial da investigação.

Neste ano, o caso voltou ao Superior Tribunal de Justiça. Os magistrados também foram alvos de representações no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e são elas que mantêm Bastos, Abreu e Brito Rodrigues afastados de seus gabinetes.

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Fórum Criminal

Adriane doa terreno de R$ 13,4 milhões ao Tribunal de Justiça

Imóvel, de 5,5 mil metros quadrados, está localizado na esquina da rua Barão do Rio Branco com a Bahia, onde funciona o Batalhão de Trânsito

17/12/2025 19h00

Polícia de Trânsito será

Polícia de Trânsito será "despejada" do endereço onde funciona há cerca de duas décadas para dar lugar ao Fórum Criminal Gerson Oliveira

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A prefeitura de Campo Grande oficializou nesta quarta-feira (17) a doação de um terreno de 5,59 mil metros quadrados, avaliado em R$ 13.489.788,28, para o Governo do Estado. No local, esquina das ruas Barão do Rio Branco com a Bahia, será construído o Fórum Criminal. 

No terreno que ainda pertencia à prefeitura funciona, há cerca de duas décadas, o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, que terá de ser transferido para novo endereço assim que as obras começarem, possivelmente no próximo ano. O novo local ainda não foi definido.

O terreno, onde até o final do século passado estava instalado o Dersul (Agesul), tem 12,22 mil metros quadrados. E como somente parte foi doada, os orgãos da saúde municipal e estadual continuarão no mesmo endereço. 

A aprovação da doação terreno ocorreu no último dia 10, em meio à resistência de parte dos vereadores, já que entendiam que a prefeitura, em crise financeira, deveria vender o imóvel. Porém, a proposta da prefeita Adriane Lopes acabou obtendo o número de votos necessário para a doação.  

Conforme a previsão do Tribunal de Justiça, para o novo prédio serão transferidas as seis varas criminais e as duas do tribunal do júri. Entre as propostas está a construção de auditórios maiores para acomodar a platéia durante estes julgamentos. 

Até a conclusão da obra serão necessários em torno de R$ 100 milhões. Porém, no orçamento do próximo ano o Tribunal de Justiça destinou apenas R$ 1.635.000,00, valor que deve ser suficiente apenas para bancar os trabalhos iniciais de elaboração do projeto executivo do novo prédio, a não ser que o Executivo banque os custos da construção. 

A prioridade do TJ,  por enquanto, é a construção do anexo e refeitório do prédio do gabinete dos desembargadores. Para este projeto estão sendo destinados R$ 8,9 milhões na proposta orçamentária do próximo ano do TJMS.

Um dos argumentos utilizados pelo presidente do Tribunal,  Dorival Renato Pavan, é de que o prédio atual do fórum de Campo Grande, inaugurado no final de 2022, ficou pequeno para abrigar juízes, servidores, advogados e usuários dos serviços do Judiciário. 

Além disso, argumenta o magistrado, é necessário separar as varas cíveis das criminais para garantir maior seguranças às milhares de pessoas que diariamente entram e saem do prédio. 

Para aliviar esta suposta superlotação, já está sendo construído  o Fórum da Mulher, da Criança e do Idoso, ao lado da Casa da Mulher Brasileira, nas imediações do aeroporto internacional de Campo Grande. O investimento inicial é de R$ 10 milhões.

A construção do fórum atual se arrastou ao longo de nove anos, com alguns períodos de interrupção total  dos trabalhos. Ele tem 21,7 mil metros quadrados de área construída substituiu o fórum que antes funcionava na Fernando Corrêa da Costa. 

Conforme a previsão, o novo prédio terá menos da metade do tamano, da ordem de 11 mil metros quadrados. Porém, também não sairá do papel de um dia para o outro. A previsão é de que a obra se arraste por até cinco anos, se houver disponibilidade de recursos. 
 

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