Cidades

CASO SOPHIA

Tratamento da equipe médica com mãe de Sophia contribuiu para morte da menina, dizem pais

Casal aponta que o tratamento da equipe médico foi mais cauteloso quando a menina foi levada à uma unidade de saúde pelo marido do pai

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Entre as negligências constatadas pelo pai de Sophia Ocampo, Jean Carlos Ocampo e por seu marido, Igor de Andrade, está a falta de questionamento das equipes médicas quando Stephanie de Jesus da Silva, mãe da criança, a levava às unidades de saúde com marcas de agressões. 

Ao Correio do Estado, Igor apontou que no histórico médico solicitado pelo casal para a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau) não há registros de que a criança chegou nas consultas médicas pelas quais passou com sinais de agressão. Além disso, conforme o relatado, Stephanie sempre contava versões para justificar os hematomas e outros sinais de violência. 

De acordo com as datas levantando pelo Correio do Estado, no dia 16 de novembro de 2022, Sophia foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Coronel Antonino por sua mãe, onde chegou com marcas roxas pelo corpo e arranhões, o que não foi anotado no prontuário médico. 

Neste dia, apenas foi registrado que Sophia estava com dor na barriga e com um quadro de vômito, o que foi justificado pela mãe como sendo algo normal. Para os arranhões, a mãe disse que a menina havia brincado com um gato que vivia na residência. 

Já no dia 18 de novembro, a criança deu entrada mais uma vez na mesma unidade de saúde, de onde saiu com a perna engessada. De acordo com a mãe, Sophia teria caído no banheiro, momento em que quebrou a tíbia, um osso que faz parte da estrutura do joelho. 

“Eles foram pelo que a mãe estava falando e não se dispuseram a agir como profissional e olhar essa criança e ver o que ela tem”, destacou Igor. 

Igor ainda lembrou que na audiência pública realizada na quarta-feira (15), na Câmara Municipal de Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes (Patriota), afirmou que a Capital é a cidade que mais notifica situações de violência contra crianças, já que, de acordo com ela, a Sesau tem um equipe preparada para receber situações deste tipo. 

Em relação a isso, Igor ainda disse que a fala de Lopes não condiz com a realidade porque todas as vezes que Stephanie levava Sophia cheia de hematoma à alguma unidade de saúde, enfermeiros e médicos não a questionavam. 

Igor, que se declara pai de coração de Sophia, recordou do tratamento que recebeu de uma equipe médica, também em uma emergência pública, quando levou Sophia para ser atendida após  a menina se acidentar com uma garrafa de café. 

“No dia 12 de janeiro, eu fui no posto com a neném. Eu levei ela no posto porque no dia anterior, acidentalmente a neném pegou a garrafa de café para levar pra mim mãe, nisso queimou o bracinho dela. Entramos em pânico e corremos pro posto”, conta. 

Ainda de acordo com ele, quando chegaram à unidade de saúde, a primeira coisa que fizeram foi perguntar qual era a ligação dele com Sophia e desde quando ela estava aos cuidados dele. 

“Ele [o médico] começou a me interrogar, colocou ela deitada, viu a barriguinha, perguntou se ela estava sentindo outra coisa e foi uma tensão. Parece que teve uma atenção a mais porque era um homem com uma menina. Por que não tiveram o mesmo empenho quando ela estava com a genitora”, questiona. 

E completa: “É isso que a gente não entende. Dá a impressão que pelo fato de ser mãe, dá a impressão de que é a melhor pessoa do mundo e não é assim. A gente teve a prova com nossa filha”. 

O casal ainda lembra que a prefeitura segue alegando que as equipes das unidades de saúde deram todo o apoio necessário para que Sophia fosse atendida. 

Ao Correio do Estado, a Sesau afirmou que “em nenhum dos atendimentos anteriores ao dia do óbito da criança foram identificados sinais de violência à criança”.

Educação

Senado aprova proibição de celular nas escolas; medida por valer para 2025

Proibição foi aprovada no Senado e texto foi encaminhado para a sanção de Lula

18/12/2024 20h38

Celulares serão proibidos nas escolas

Celulares serão proibidos nas escolas Agência Brasil

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O plenário do Senado aprovou, nesta quarta-feira (18), o texto-base do projeto de lei que proíbe o uso de celulares em escolas públicas e privadas de todo o país. A proposta foi aprovada de forma simbólica, sem a contagem de votos no painel, e segue agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A proposta ganhou apoio no Congresso Nacional após o Ministério da Educação endossar a mudança. A expectativa do governo federal é que a lei entre em vigor no início do próximo ano letivo.

O projeto passou com grande apoio em um intervalo de uma semana. Na Câmara dos Deputados, o texto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) de forma terminativa, dispensando a votação no plenário. No Senado, a oposição se dividiu quanto à proposta.

A proibição abrange o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos móveis, como tablets e relógios conectados à internet, em toda a área escolar, incluindo aulas, recreios, intervalos e atividades extracurriculares.

O relator da proposta, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), afirmou que a medida tem mostrado resultados positivos em outros locais. “Em todos os lugares onde se implementou a medida de restrição ao uso de aparelhos celulares, você teve uma melhoria no desempenho escolar, na disciplina nas escolas e na redução de bullying”, declarou.

Renan Ferreirinha (PSD-RJ), secretário municipal de Educação do Rio de Janeiro, reassumiu seu mandato de deputado federal para relatar o projeto na Câmara. Ele acompanhou a votação no Senado, sendo o Rio de Janeiro uma das cidades pioneiras na proibição de celulares em escolas, desde o início deste ano.

São Paulo também aprovou uma legislação similar. A norma paulista é mais específica quanto ao armazenamento dos aparelhos, determinando que devem ser guardados de maneira que os alunos não tenham acesso a eles, o que exclui o uso de mochilas ou armários individuais.

O projeto de lei nacional, por sua vez, não define regras específicas para o armazenamento dos dispositivos. Esse aspecto poderá ser regulamentado posteriormente em nível nacional ou por legislações locais.

Denis Mizne, CEO da Fundação Lemann, ressaltou que o celular não tem lugar na sala de aula. “Ele gera enormes distrações para o processo de aprendizagem e prejudica não só o relacionamento com o professor, mas também com os colegas”, afirmou. Mizne também destacou que a tecnologia pode ser benéfica para a educação quando usada de forma adequada, orientada pelos professores.

“O que estamos discutindo não é a tecnologia na educação, mas o uso indiscriminado do celular dentro do ambiente escolar”, concluiu.
 

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Cidades

Brasileiros relatam menor renda e insegurança alimentar após pandemia

Mais pobres e casas chefiadas por mulheres tiveram maior impacto

18/12/2024 20h00

Foto: Agência Brasil

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A pesquisa Epicovid 2.0: Inquérito nacional para avaliação da real dimensão da pandemia de Covid-19 no Brasil, realizada pelo Ministério da Saúde, mostra que 48,6% dos brasileiros relataram redução na renda devido à pandemia e 47,4% enfrentaram insegurança alimentar, ou seja, pessoas que não tinham a garantia de prover seu alimento diariamente. 

Os impactos foram mais frequentes nos mais pobres e nos domicílios chefiados por mulheres. Cerca de 34,9% das pessoas perderam o emprego e 21,5% interromperam os estudos durante a pandemia. Segundo o estudo, 14,7% dos entrevistados registraram morte de um familiar devido à Covid-19. 

A pesquisa mostra que mais de 28% da população brasileira, o equivalente a 60 milhões de pessoas, relatou ter sido infectada pela doença. 

Pesquisa

O Epicovid 2.0 foi conduzido em 133 cidades brasileiras, com uma amostra de 33.250 entrevistas. As pessoas entrevistadas foram selecionadas aleatoriamente, com apenas uma pessoa por residência respondendo ao questionário.  

Sob coordenação do Ministério da Saúde, a pesquisa foi realizada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com participação da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Fundação Getúlio Vargas (FGV). 

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