A ação foi realizada devido a grande demanda por atendimento no Sistema de Regulação (SISREG)
Para reduzir a longa fila por espera no atendimento psiquiátrico e psicológico, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) realiza neste sábado o Mutirão de Saúde Mental.
Os atendimentos acontecem no CAPS Infantil, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande. A ação tem como objetivo reavaliar e reclassificar mais de mil crianças e adolescentes que aguardam atendimento na fila do Sistema de Regulação (SISREG).
Segundo a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, a realização do mutirão é uma forma de agilizar o serviço para as crianças e adolescentes, tendo em vista o aumento de casos de transtorno mentais para esta faixa etária.
“Estamos qualificando essa fila extensa para identificar aqueles que necessitam de atendimento especializado imediato e os que podem ser encaminhados para a Atenção Primária. Não podemos deixar crianças e adolescentes esperando, principalmente diante do aumento alarmante de casos de transtornos mentais nessa faixa etária”, pontua Rosana.
De acordo com a Sesau, a ação além de realizar a triagem e a reclassificação dos pacientes também encaminha o acompanhamento contínuo com o retorno agendado.
Casos mais graves são encaminhados a centros de reabilitação parceiros, como Cotolengo, APAE, Juliano Varela e ISMAC.
A Sesau orienta para aqueles que não puderam comparecer ao mutirão neste sábado, a orientação é procurar a Unidade de Saúde da Família mais próxima ou o próprio CAPS Infantil, de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h. Para dar andamento no acompanhamento médico.
TRANSTORNOS
O aumento dos casos de transtorno tem preocupado especialistas. Além da depressão, um dos pontos mais alarmantes é o crescimento de auto lesões e tentativas de suicídio.
A coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial, médica psiquiatra Gislayne Budib Poleto, explica a importância da realização deste mutirão.
“O tempo médio de espera na fila era de um ano e meio a dois anos. Todas as crianças e adolescentes atendidos estão passando por uma equipe completa, composta por médicos psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais. Também estamos realizando exames laboratoriais e emitindo a carteirinha do TEA (Transtorno do Espectro Autista)”, destaca Gislayne.
A médica psiquiatra ressalta que fatores como excesso de tempo de tela, redes sociais e os impactos da pandemia têm agravado problemas como ansiedade e fobia social.
“Os pais se preocupam com quem os filhos estão saindo, mas muitas vezes não monitoram o que eles assistem ou em quais redes sociais estão. O conteúdo consumido e o tempo de exposição podem influenciar diretamente a saúde mental das crianças e adolescentes”, explica a médica.