Cidades

CAMPO GRANDE

Presidente da Câmara diz que clube de tiro é instituição de ensino e quer flexibilizar funcionamento

Em conversa com o Correio do Estado, vereador se esquivou e disse que qualquer fala que compare escolas com clubes de tiro não é de autoria dele.

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Sob a justificativa de que não existe uma regulamentação municipal para os clubes de tiro, na sessão desta quinta-feira (5), a Câmara dos Vereadores de Campo Grande aprovou, em primeira discussão, um projeto de lei que altera regras para que estes estabelecimentos tenham mais flexibilidade para o funcionamento. 

De acordo com o projeto de autoria do vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão, presidente da Casa de Leis, a regulamentação municipal é uma necessidade, já que, de acordo com ele, apenas o decreto federal n° 11.615/23 não é capaz de ditar as regras para que os locais deste tipo funcione. 

Ao Correio do Estado, o vereador explicou que a intenção não é flexionar as regras, apenas estabelecer um caminho para que prefeitura possa regularizar o funcionamento, no entanto, a lei, que ainda depende de sanção da prefeitura,, é clara ao dizer que "as entidades de tiro desportivo, poderão estabelecer horários próprios de funcionamento", ou seja, se aprovada, os clubes poderão não seguir o decreto federal já que, pela regra, esses locais só podem funcionar entre às 6h00 e 22h00. 

Outro ponto que a nova lei visa deixar a critério do clube são os locais de funcionamento, que pelo decreto devem ser em espaços afastados de escolas, creches e hospitais. Mas, com a lei municipal, esses lugares "não estão sujeitos a distanciamento mínimo de qualquer outro estabelecimento ou atividades na circunscrição territorial do município". 

Mesmo com o texto apresentando essas flexibilizações, ao Correio do Estado, o vereador destaca que é a prefeitura que vai ditar qual será a distância e os horários de funcionamento porque conhece a cidade e sabe onde pode e não pode ter essa atividade.

Na justificativa da proposta, o parlamentar reforçou a ideia de que os clubes de tiros precisam de mais liberdade para funcionarem, tanto de local como de horário em que podem receber os atiradores desportivos

Conforme o exposto, a restrição de localidade e horário de funcionamento ditados pela União interfere na competência municipal de legislar sobre o assunto. No entanto, o vereador aponta que esses locais ainda estarão sob a vistoria do Exército Brasileiro como também da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur).

Ainda no texto que justifica o projeto de lei, o vereador aponta que clubes de tiro ensinam a atirar por meio de instrutores, o que o coloca como "instituição de ensino" e não se pode decretar distância mínima entre outros estabelecimentos que atuam no mesmo ramo, ficando subentendido que, por ensinar a usar armas, esses locais se equiparam à escolas e creches. 

"Além disso, as entidades de tiro e caça, por ensinar alunos por intermédio de instrutores, é uma instituição de ensino e distanciar atividades que atuam no mesmo ramo ofende a liberdade econômica, ainda mais sob o questionável argumento de segurança pública, o que carece de dados mínimos, estatísticas e justificativas concretas sob essa finalidade", diz a argumentação apresentada junto com o projeto de lei. 

Fac-simile destaca a justificativa apresentada e assinada pelo vereador Carlão

Em conversa com o Correio do Estado, Carlão disse que as falas que apontam semelhança entre os clubes e escolas não são de responsabilidade dele, embora a justificativa leve sua assinatura. 

"Se tiver alguma fala de comparar clube de tiro com escola, não é minha. Eu não tenho essa fala", disse. 

Já em relação ao horário de funcionamento, o vereador aponta que limitar esse aspecto também é uma forma de intervenção na competência municipal para legislar. Além disso, o parlamentar ainda pontua que restringir o tempo em que pode ficar aberto limita o acesso ao esporte, o que pode prejudicar os empresários do ramo, já que, conforme a justificativa do parlamentar, é uma modalidade que vem se popularizando. 

Na mesma conversa, o vereador disse que a intenção não é mudar as regras, mas abrir caminho para ter uma legislação municipal sobre o assunto. 

"Eu fui procurado pelos clubes de tiro e eles não tem uma regulamentação, porque quem dá as regras é o Exército. O governo federal fez o decreto porque os municípios não regularizam, então, vários estão criando leis para não fechar", afirmou.

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Fórum Criminal

Adriane doa terreno de R$ 13,4 milhões ao Tribunal de Justiça

Imóvel, de 5,5 mil metros quadrados, está localizado na esquina da rua Barão do Rio Branco com a Bahia, onde funciona o Batalhão de Trânsito

17/12/2025 19h00

Polícia de Trânsito será

Polícia de Trânsito será "despejada" do endereço onde funciona há cerca de duas décadas para dar lugar ao Fórum Criminal Gerson Oliveira

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A prefeitura de Campo Grande oficializou nesta quarta-feira (17) a doação de um terreno de 5,59 mil metros quadrados, avaliado em R$ 13.489.788,28, para o Governo do Estado. No local, esquina das ruas Barão do Rio Branco com a Bahia, será construído o Fórum Criminal. 

No terreno que ainda pertencia à prefeitura funciona, há cerca de duas décadas, o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, que terá de ser transferido para novo endereço assim que as obras começarem, possivelmente no próximo ano. O novo local ainda não foi definido.

O terreno, onde até o final do século passado estava instalado o Dersul (Agesul), tem 12,22 mil metros quadrados. E como somente parte foi doada, os orgãos da saúde municipal e estadual continuarão no mesmo endereço. 

A aprovação da doação terreno ocorreu no último dia 10, em meio à resistência de parte dos vereadores, já que entendiam que a prefeitura, em crise financeira, deveria vender o imóvel. Porém, a proposta da prefeita Adriane Lopes acabou obtendo o número de votos necessário para a doação.  

Conforme a previsão do Tribunal de Justiça, para o novo prédio serão transferidas as seis varas criminais e as duas do tribunal do júri. Entre as propostas está a construção de auditórios maiores para acomodar a platéia durante estes julgamentos. 

Até a conclusão da obra serão necessários em torno de R$ 100 milhões. Porém, no orçamento do próximo ano o Tribunal de Justiça destinou apenas R$ 1.635.000,00, valor que deve ser suficiente apenas para bancar os trabalhos iniciais de elaboração do projeto executivo do novo prédio, a não ser que o Executivo banque os custos da construção. 

A prioridade do TJ,  por enquanto, é a construção do anexo e refeitório do prédio do gabinete dos desembargadores. Para este projeto estão sendo destinados R$ 8,9 milhões na proposta orçamentária do próximo ano do TJMS.

Um dos argumentos utilizados pelo presidente do Tribunal,  Dorival Renato Pavan, é de que o prédio atual do fórum de Campo Grande, inaugurado no final de 2022, ficou pequeno para abrigar juízes, servidores, advogados e usuários dos serviços do Judiciário. 

Além disso, argumenta o magistrado, é necessário separar as varas cíveis das criminais para garantir maior seguranças às milhares de pessoas que diariamente entram e saem do prédio. 

Para aliviar esta suposta superlotação, já está sendo construído  o Fórum da Mulher, da Criança e do Idoso, ao lado da Casa da Mulher Brasileira, nas imediações do aeroporto internacional de Campo Grande. O investimento inicial é de R$ 10 milhões.

A construção do fórum atual se arrastou ao longo de nove anos, com alguns períodos de interrupção total  dos trabalhos. Ele tem 21,7 mil metros quadrados de área construída substituiu o fórum que antes funcionava na Fernando Corrêa da Costa. 

Conforme a previsão, o novo prédio terá menos da metade do tamano, da ordem de 11 mil metros quadrados. Porém, também não sairá do papel de um dia para o outro. A previsão é de que a obra se arraste por até cinco anos, se houver disponibilidade de recursos. 
 

Cidades

Em meio a greve, vereador sugere regulamentação de vans como transporte coletivo

Beto Avelar (PP) prepara um pedido para que o Executivo autorize, de forma emergencial e provisória, a proposta que prevê as vans como uma alternativa para a população

17/12/2025 18h55

Beto Avelar (PP), vereador de Campo Grande

Beto Avelar (PP), vereador de Campo Grande

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Diante do paralisação dos ônibus que Campo Grande vive nos últimos dias, o Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul determinou a intervenção da Prefeitura Municipal na gestão do Consórcio Guaicurus. Com esse cenário, o vereador Beto Avelar (PP) prepara um pedido para que o Executivo autorize, de forma emergencial e provisória, a regulamentação do uso de vans como alternativa de transporte. 

"Campo Grande não pode parar. Uma capital desse porte não pode ficar sem transporte coletivo nem por um único dia. O transporte de vans é uma alternativa que é sugerida com recorrência. E, agora, diante da emergência da greve, uma solução provisória para milhares de passageiros que dependem do ônibus, mas que não contam com o serviço neste momento", destacou o parlamentar.

Para o vereador, a medida judicial confirma que a crise no sistema não é pontual, mas resultado de falhas graves e recorrentes. 

"O que foi decidido mostra que o problema é estrutural e exige providências imediatas. A população não pode continuar sendo penalizada. Quando não é pelo alto preço da passagem ou pela má qualidade dos ônibus, o Consórcio provoca situações como uma greve. Além disso, de maneira recorrente, acusa a Prefeitura pelo não pagamento de repasses, mesmo quando a Prefeitura promove a isenção de impostos ou efetua o repasse. Sem falar no descaso com os próprios trabalhadores do Consórcio que alegam estar sem pagamento", afirmou.

Decisão da Justiça

A decisão determina que, em até 30 dias, o Município instaure um processo administrativo de intervenção no contrato com o Consórcio, além de nomear um interventor e apresentar um plano de ação com cronograma para a regularização da situação do Transporte Urbano, sob pena de multa diária de R$ 300 mil. 

A Tutela de Urgência foi deferida pelo juiz Eduardo Lacerda Trevisan, na ação ajuizada pelo advogado e ex-candidato a prefeito Luso Queiroz (PT) em desfavor da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Agência Municipal de Transportes e Trânsito (Agetran), Consórcio Guaicurus SA e Município de Campo Grande. 

Outra alternativa

O vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) reforçou que, para melhorar o serviço, é necessário pensar em novos modelos de transporte público, além de novas formas de gestão que possam garantir um sistema mais ágil e eficiente.

Para ele, a implementação do VLT (veículo leve sobre trilho) poderia aliviar o trânsito, diminuir a poluição e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. 

Além disso, Ronilço sugeriu que o município busque novos recursos e parcerias para financiar melhorias no transporte coletivo, como a captação de investimentos por meio de instituições financeiras internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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