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Alternativa

Acupuntura também é feita sem agulhas

Acupuntura também é feita sem agulhas

Terra

28/03/2011 - 05h00
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Quando se fala de acupuntura muita gente torce o nariz por causa das agulhas. Apesar de os especialistas garantirem que elas não causam dor, medo e trauma podem afastar pacientes do alívio ou mesmo da cura dos seus males. Para essas pessoas, existe a acupuntura sem agulhas, que usa outros métodos de estimulação.

"Acupuntura sem agulhas significa usar os mesmos pontos da técnica milenar", disse o médico especialista na área, Ruy Tanigawa, presidente da Associação Médica Brasileira de Acupuntura (AMBA). A técnica faz parte da medicina tradicional chinesa praticada há milhares de anos e consiste no estímulo de determinados pontos (meridianos) a fim equilibrar as energias do corpo e mantê-lo saudável.

Um dos procedimentos que substituem as agulhas, segundo Tanigawa, é a moxabustão, cujo calor decorrente da queima de uma planta (artemísia) faz o estímulo igual ao da agulha. "O procedimento geralmente é feito com um bastão e com o cuidado de não queimar a pele."

Mais moderno, o laser de baixa potência também pode fazer as vezes das agulhas. Nesse caso, o estímulo ocorre por meio da absorção da radiação luminosa pelas células da pele no ponto que está sendo tratado.

A eletroestimulação também é usada para substituir as agulhas e é feita com um aparelho cujos imãs liberam cargas eletromagnéticas para estimular os meridianos da acupuntura tradicional.

Existe ainda um tipo de adesivo produzido com silício cristalizado e aglutinado com celulose vegetal (materiais 100% naturais). O silício é conhecido pela capacidade de ordenar ondas e frequências, o que permite a estimulação dos pontos, assim como as agulhas.

Segundo Tanigawa, a acupuntura, seja por meio de agulhas ou de outros métodos, é indicada para aliviar dores intensas (coluna, pernas, cabeça e rins, entre outros), como também para tratar as causas das doenças.

Indicação


A acupuntura sem agulhas ainda é pouco procurada em comparação com a tradicional, de acordo com o presidente da AMBA. Mesmo assim, há boas indicações, como demonstra o acupunturista Gilberto Agostinho, de São Paulo:

- pacientes agitados ou que tenham medo de agulhas (apesar de serem indolor, já que são extremamente finas, com diâmetro de 0,020 mm)
- pacientes com doenças mentais, pois podem retirar as agulhas durante a sessão
- crianças pequenas e agitadas
- bebês

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Cinema B+: Meu Pai, o Assassino BTK a filha que carrega o peso do nome

O documentário da Netflix dá voz à mulher que precisou se reconstruir depois de descobrir que o pai era um dos serial killers mais infames da América

08/11/2025 13h00

Cinema B+: Meu Pai, o Assassino BTK  a filha que carrega o peso do nome

Cinema B+: Meu Pai, o Assassino BTK a filha que carrega o peso do nome Foto: Divulgação

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Dentre os serial killers mais sádicos e temidos do século 20, Dennis Rader, conhecido como “BTK”, se destaca não apenas pela brutalidade e pelo número de vítimas, mas pelo tempo em que conseguiu matar sem ser descoberto — e pela forma quase banal como acabou sendo pego.

BTK começou a agir nos anos 1970, mas só foi preso em 2005. Duas décadas de impunidade chegaram ao fim por um erro quase anacrônico: orgulhoso da própria história, Rader mantinha contato com a polícia e acreditou que enviar uma mensagem em disquete o manteria anônimo. Não sabia que deixava rastros digitais. A partir desse detalhe, os investigadores chegaram até ele — e confirmaram sua identidade graças a uma amostra de DNA obtida a partir de um exame médico de sua filha, Kerri Rawson.

E é justamente Kerri quem hoje conta essa história, em entrevistas e no impactante documentário da Netflix My Father, the BTK Killer.

A filha que busca respostas

Há histórias de terror que não precisam ser inventadas — e poucas são tão devastadoras quanto a de Kerri Rawson.

Em 2005, ela vivia uma vida tranquila no subúrbio, recém-casada e à espera do primeiro filho, quando a polícia bateu à sua porta com uma notícia impossível de compreender: seu pai era o BTK Killer, o assassino em série que havia aterrorizado o Kansas por quase vinte anos.

“BTK” — sigla para Bind, Torture, Kill (amarrar, torturar, matar) — era o nome que o próprio Rader usava em cartas e enigmas enviados à imprensa, enquanto se escondia sob a fachada de um cidadão exemplar: líder da igreja local, escoteiro, marido e pai dedicado.

O documentário, dirigido por Skye Borgman (American Murder: The Family Next Door), é menos sobre os crimes em si e mais sobre o abismo deixado por eles. A produção mergulha na jornada de Kerri — não como herdeira da infâmia, mas como uma mulher tentando compreender quem é depois que tudo o que acreditava sobre o amor, a fé e a família foram destruídas.

Com delicadeza e empatia, Borgman constrói um retrato íntimo de Kerri, que durante anos viveu entre o silêncio e a exposição involuntária.

“Ela passou boa parte da vida sob o peso dos crimes do pai e é compreensivelmente cautelosa com quem entra nesse espaço”,
disse a diretora.

Ganhar sua confiança exigiu mais do que entrevistas — exigiu cuidado, escuta e respeito pelos limites que Kerri aprendeu a erguer.

No documentário, Kerri revisita lembranças de infância que hoje soam como presságios: terrores noturnos, medo do escuro, uma sensação constante de ameaça. Ela se pergunta se, de algum modo, sua mente infantil já pressentia o monstro escondido atrás da figura paterna.

Ao revisitar o passado, Kerri também ajuda investigadores a reabrir casos antigos que podem estar ligados a Rader — uma busca moral e dolorosa, pois cada nova pista reacende feridas que ela tenta cicatrizar há vinte anos.

Entre o amor e o horror

“Meu papel era criar uma estrutura de cuidado e integridade em torno de uma narrativa que tantas vezes foi contada por outros”,
explica Borgman.

E o que se revela é o paradoxo cruel de Kerri: amar o pai e odiar o que ele representa.

O documentário mostra um raro encontro entre os dois, em 2023, após quase duas décadas sem contato. Frente a frente, ela tenta arrancar dele a verdade sobre possíveis novas vítimas — e sobre lembranças pessoais perturbadoras —, mas Rader se esquiva.

“Quero conversar como pai e filha”, diz ele.

É um momento sufocante. Kerri percebe que a única verdade que o pai pode oferecer é o silêncio.

Desde então, ela cortou todo contato. É a sua forma de sobreviver.

“Essa história não é sobre um crime”, diz Borgman. “É sobre uma mulher tentando reconciliar amor, traição e herança familiar.”

Cinema B+: Meu Pai, o Assassino BTK  a filha que carrega o peso do nomeCinema B+: Meu Pai, o Assassino BTK — a filha que carrega o peso do nome - Divulgação

Uma vida reconstruída

Hoje, Kerri tenta viver longe do eco do nome BTK. Trabalha com vítimas de trauma, ajuda investigadores quando pode, mas aprendeu que sua cura não depende das confissões do pai.

“Eu só quero ser eu mesma”, diz, em uma das falas mais comoventes do filme.

Depois de anos se escondendo, ela aceitou se colocar diante das câmeras — não para reviver o horror, mas para encerrá-lo.
My Father, the BTK Killer é, para Kerri, um rito de passagem: o ponto final que se transforma em recomeço.

Um retrato de coragem

Assistir ao documentário é confrontar uma pergunta impossível: até onde o amor resiste quando a verdade destrói tudo o que

sabíamos?

A resposta de Kerri não é simples — mas é profundamente humana.

É o retrato de uma mulher que se recusa a ser definida pelo monstro que gerou, e que encontrou, na própria dor, um caminho para libertar-se.

My Father, the BTK Killer está disponível na Netflix.

GASTRONOMIA

Chef Bárbara Frazão aprendeu a cozinhar com a mãe e hoje ensina os filhos

Chef Bárbara Frazão aprendeu a cozinhar com a mãe e hoje ensina os filhos; a campeã do MasterChef Pro revela que envolver os pequenos na cozinha desenvolve autonomia, melhora a alimentação e fortalece vínculos familiares

08/11/2025 10h00

A chef Bárbara Frazão; à direita, com os filhos Marina e Felipe

A chef Bárbara Frazão; à direita, com os filhos Marina e Felipe Foto: Divulgação / Romulo Juracy

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Para a chef Bárbara Frazão, cozinhar é muito mais do que uma profissão, é uma tradição de família. Desde pequena, ela cresceu na cozinha ao lado da mãe, Marinalva Frazão, que sempre fez questão de reunir todo mundo à mesa e ensinar a filha a mexer com panelas, ingredientes e temperos.

Essa experiência na cozinha não apenas moldou a carreira de Babi, como também é carinhosamente conhecida a campeã do MasterChef Profissionais 2023 e proprietária de um restaurante em Brasília, mas também reforça a importância de envolver as crianças no universo culinário.

Agora, aos 33 anos de idade, a própria Babi repete essa tradição em casa. Seus filhos, Marina e Felipe, desenvolvem habilidades culinárias sob a orientação da mãe, perpetuando o ciclo de afeto e aprendizado.

E Babi tem credencial de sobra para ensinar: é professora de um curso superior de gastronomia, em que teve, inclusive, uma aluna para lá de especial, a sua mãe Marinalva, fechando o círculo dessa bela história de família.

“Aprender a cozinhar desde cedo, sempre com supervisão adequada, vai muito além da preparação de alimentos. Trata-se de tornar as crianças mais independentes e preparadas para um futuro adulto, desenvolvendo responsabilidade, individualidade e consciência sobre boa nutrição. Cozinhar proporciona autonomia, convivência familiar, socialização e a oportunidade de participar ativamente das decisões sobre o que comer, permitindo inclusive que as crianças proponham e ajudem a criar cardápios”, salienta Babi.

ESCOLHAS MAIS SAUDÁVEIS

Dados recentes tornam ainda mais urgente a necessidade de envolver crianças no universo da cozinha e da alimentação consciente. Segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2024, divulgado pela Federação Mundial de Obesidade, o Brasil pode ter até 50% das crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos com obesidade ou sobrepeso em 2035.

Além disso, pesquisa da Universidade de Alberta, no Canadá, de 2012, comprovou que crianças que cozinham ou ajudam no preparo das refeições se alimentam melhor, pois passam a descobrir ingredientes e entender como as refeições são preparadas, compreendendo a importância da seleção e do aproveitamento correto dos alimentos.

Para a chef brasiliense, isso reforça que a participação ativa na cozinha não é apenas uma atividade lúdica, mas uma estratégia eficaz de educação nutricional.

“Ensinar crianças a cozinhar, sempre com a supervisão de adultos, especialmente os pais, é uma prática enriquecedora que vai muito além da simples preparação de alimentos. Ao seguir receitas, medir ingredientes e lidar com utensílios, a criança aprimora sua coordenação motora, raciocínio lógico e até habilidades matemáticas e científicas, como proporções, tempo e reações químicas”, afirma ela.

Babi ressalta ainda que essa educação alimentar mais consciente ainda previne futuros problemas de saúde.

“Crianças que participam do preparo das refeições tendem a entender melhor o que estão comendo, fazer escolhas mais saudáveis e demonstrar menos resistência a experimentar novos sabores, especialmente frutas, legumes e pratos variados. Isso contribui para hábitos alimentares mais equilibrados ao longo da vida, contribuindo para evitar o sobrepeso, a obesidade ou mesmo a desnutrição”.

A chef também enfatiza o fortalecimento dos vínculos familiares, pois o tempo compartilhado na cozinha cria memórias afetivas, estimula o diálogo e permite que tradições culinárias sejam transmitidas de geração em geração, desenvolvendo o aprendizado mútuo e a criatividade.

“A criança pode experimentar combinações, criar receitas e expressar seu gosto pessoal. Ver os outros saboreando algo que ela mesma preparou é uma experiência poderosa de valorização e confiança”, destaca.

Confira alguns cuidados essenciais para crianças na cozinha.

ACOMPANHAMENTO

Ao aprender a cozinhar, as crianças devem ser orientadas com carinho e atenção para garantir uma experiência segura, educativa e prazerosa.

“Em primeiro lugar, é essencial que a criança esteja sempre acompanhada por um adulto responsável. A supervisão constante ajuda a prevenir acidentes e permite que o adulto intervenha rapidamente em situações de risco. Utensílios cortantes, como facas, devem ser usados apenas com orientação, e preferencialmente por pré-adolescentes ou com versões adaptadas para segurança”, diz Babi.

A chef Bárbara Frazão; à direita, com os filhos Marina e Felipe

HIGIENE

A higiene é outro aspecto essencial. Antes de começar, a criança deve lavar bem as mãos e aprender a manter os alimentos e superfícies limpas.

Isso inclui evitar a contaminação cruzada, como não usar a mesma faca para carne crua e vegetais sem lavar, e não provar alimentos com os dedos ou utensílios que serão usados novamente.

UTENSÍLIOS

Utensílios e equipamentos são preparados para adultos. Usar itens menores e adequados ao tamanho das pequenas mãos – como espátulas, tigelas e panelas menores – pode ajudar no início.

Em vez de facas, é recomendável utilizar espátulas sem serra ou lâminas. Isso funciona bem para alimentos mais macios e é uma ótima maneira de iniciar o aprendizado.

FOGO

É fundamental ter cuidado com o fogo e o calor. Panelas quentes, forno e fogão representam riscos de queimaduras. Por isso, o adulto deve ensinar a criança a reconhecer esses perigos e, dependendo da idade, limitar o acesso direto a essas fontes de calor.

“Também é importante explicar que roupas largas, cabelos soltos e mangas compridas podem se aproximar do fogo e causar acidentes. Prender o cabelo e usar avental são boas práticas”, alerta a chef.

ORGANIZAÇÃO

Além disso, é essencial ensinar a organização e o cuidado com a ordem no espaço. Manter a bancada limpa, guardar ingredientes e utensílios após o uso e evitar deixar objetos espalhados ajuda a criar um ambiente mais seguro e funcional.

Também é bom reforçar que não se deve correr ou brincar na cozinha, pois isso aumenta o risco de quedas e colisões.

ADAPTANDO

Por fim, o adulto deve adaptar as tarefas à idade e à maturidade da criança. “Começar com tarefas simples e evoluir conforme a idade é uma forma segura e divertida de introduzir o aprendizado de cozinhar”, pondera Babi.

BOLINHO DE BANANA

A chef compartilha uma receita deliciosa para preparar com as crianças: bolinho de banana com aveia.

“Fácil, divertida e perfeita, esses bolinhos são saudáveis, não levam açúcar refinado e são feitos com as mãos. É quase como brincar de massinha, só que comestível”, afirma Babi.

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Bolinhos de Banana com Aveia

A chef Bárbara Frazão; à direita, com os filhos Marina e Felipe

Ingredientes:

> 2 bananas maduras;
1 xícara (chá) de aveia em flocos;
> 1 colher (sopa) de cacau em pó (opcional);
> 1 colher (chá) de canela;
> 1 colher (chá) de fermento em pó;
> 1 ovo (ou 1 colher de sopa de chia hidratada em 3 colheres de sopa de água, para versão vegana);
> 1 punhado de gotas de chocolate ou uvas-passas (opcional).

Modo de Preparo:

Amasse bem as bananas com um garfo em uma tigela grande;
Adicione o ovo (ou chia hidratada na versão vegana) e misture;
Acrescente a aveia, o cacau, a canela e o fermento. Misture tudo até formar uma massa homogênea;
Se quiser, adicione gotas de chocolate ou uvas-passas;
Com as mãos ou com uma colher, modele pequenos bolinhos e coloque em uma assadeira untada ou forrada com papel manteiga;
Leve ao forno pré-aquecido a 180 °C por cerca de 20min, ou até dourar.

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