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ESCRITOR

ASL homenageia hoje o escritor Abílio de Barros na Roda Acadêmica

Academia Sul-Mato-Grossense de Letras homenageia hoje o escritor na Roda Acadêmica, com apresentações musicais e exposição de artes visuais

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A Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL) realiza hoje mais uma edição de sua Roda Acadêmica. O homenageado deste mês é o imortal Abílio de Barros, reconhecido por seu trabalho essencial na preservação da memória histórica e cultural do Pantanal. O evento acontece presencialmente, a partir das 19h30min, no auditório da ASL, com entrada gratuita.

Escritor, advogado, filósofo e pecuarista, Abílio de Barros ocupou a cadeira de número 32 da Academia e deixou um legado literário marcado pela sensibilidade e o profundo compromisso com a cultura regional. Sua obra, composta por crônicas, memórias e reflexões sobre o Pantanal e a vida no interior, é descrita por seus pares como de estilo direto, observador e profundamente humano.

A tarefa de revisitar e apresentar a trajetória do acadêmico saudoso ficará a cargo de três imortais: Américo Calheiros, Marisa Serrano e Raquel Naveira, que estudaram e analisaram sua vida e obra.

HISTÓRIA

Corumbaense, Abílio Leite de Barros nasceu em 15 de janeiro de 1929, com uma diferença de 12 anos de seu irmão mais velho, o poeta Manoel de Barros. 

Abílio estudou Filosofia no Rio de Janeiro, onde conheceu a baiana Carolina Leite de Barros, com quem se casou e teve três filhos: Mercedes, Leonardo e Luciano.

Após o falecimento do pai de Barros, o casal se mudou para Corumbá para cuidar da fazenda da família. Com a mudança, Abílio e Carolina deixaram a carreira de professores universitários para se dedicarem ao campo.

Para dar suporte à educação dos filhos, Abílio e Carolina se mudaram depois de alguns anos para Campo Grande, onde o escritor escreveu suas primeiras crônicas para o jornal do sindicato rural do município.
A maior fonte de inspiração de sua escrita era o Pantanal, especialmente em razão do nível de desinformação que as pessoas tinham sobre o bioma. 

Foi criador do movimento com denúncias sobre a matança de jacarés na década de 1980 e é reconhecido como personalidade-chave na preservação, conhecido como o Guardião do Pantanal. Em abril de 2015, durante a abertura da Expogrande, foi homenageado com selo comemorativo dos Correios.

Abílio escreveu nove livros: “Gente Pantaneira”, “Uma Vila Centenária”, “Opinião”, “Histórias de Muito Antes”, “Pantanal – Pioneiros”, “Crônicas de Uma Nota Só (A Era Lula)”, “Recoluta”, “Poesia” e “A Crônica dos Quatro”, com Maria Adélia Menegazzo, Maria da Glória Sá Rosa e Theresa Hilcar.

O autor faleceu em 28 de outubro de 2019, aos 90 anos de idade, após passar duas semanas internado no CTI de um hospital, em Campo Grande.

ARTE

A noite de celebração cultural será ampliada com a Confraria Sociartista, que levará seu projeto Arte na Academia ao local, com uma exposição que destacará a produção de duas de suas integrantes: Adelaide Barbosa Martins e Ana Oiticica.

Adelaide, pintora, ceramista e fundadora da confraria, tem suas raízes nas tradicionais famílias Baís e Barbosa Martins. Sua trajetória artística começou na infância, passando pelo teatro e apresentações musicais em circos de Campo Grande. 

Já Ana Oiticica, professora aposentada, destaca-se em linguagens diversificadas, como pintura e estamparia em tecido, e na criação de bonecos, transitando entre diferentes suportes com grande expressividade.

MÚSICA

A música erudita também terá seu espaço, por meio da parceria entre a ASL e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), no projeto Música Erudita e Suas Fronteiras, do Movimento Concerto. Quem sobe ao palco é o doutor em Música Rafael Salgado, técnico e músico da UFMS e integrante do quarteto de violões Toccata e do duo Entrecordes.

Para finalizar a noite, após a palestra, o público poderá conferir uma apresentação musical no foyer com Alvani Calheiros, músico experiente que já participou de diversos grupos e gravações na cena local e fundou o grupo de estudos JazzLab.

O evento reforça o papel da ASL, que, em outubro, completará 54 anos como a mais alta e representativa entidade literária de Mato Grosso do Sul, de fomentar e celebrar a produção cultural do Estado.

SERVIÇO

Roda Acadêmica da ASL em homenagem a Abílio de Barros
Data: hoje, às 19h30min.
Local: Auditório da ASL – Av. 14 de Julho, nº 4.653, Altos do São Francisco.
 

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B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz

"Não é influência positiva, é propaganda de misoginia". Especialista em relacionamentos, a Dra. em psicologia Vanessa Abdo explica como a ideologia do movimento afeta nos direitos das mulheres e contribui para o incentivo à violência

13/12/2025 17h00

B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz

B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz Foto: Divulgação

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O termo “red pill” tem gerado em muitos debates nas redes sociais devido à denúncia de agressão e tentativa de estupro de Thiago Schutz, conhecido como “Calvo do Campari”. O coach foi detido em Salto (SP) no último dia 29 de novembro, após ser denunciado para a Polícia Civil pela namorada. Thiago Schutz é considerado influenciador do movimento “red pill”, por produzir conteúdos e ser autor de livro que aborda o tema.

Mas afinal, você sabe o que significa o movimento “red pill” e por que ele afeta violentamente as mulheres? Para responder a essa pergunta e esclarecer outras dúvidas sobre o tema, conversamos com a doutora em Psicologia Vanessa Abdo.

Sobre o termo

O nome “red pill” (pílula vermelha, em português) vem de um conceito fictício do filme “Matrix” (1999), em que a pílula vermelha seria a escolha para "despertar" e ganhar "consciência" da realidade do mundo.

Com essa narrativa, o movimento red pill passou a criar teorias da conspiração que incentivassem os homens a “acordem para a realidade” e não serem “dominados” pelas mulheres.

“O red pill se apresenta como uma ‘verdade sobre as relações’, mas na prática é um conjunto de ideias que reduz mulheres a objetos, corpos, funções ou serviços e coloca os homens como dominantes e superiores. É uma ideologia que traveste controle e desprezo como se fossem ‘ciência comportamental’. Quando os nossos corpos são objetificados, não tem graça. Isso não é sobre relacionamento, é sobre poder”, afirma a psicóloga Dra. Vanessa Abdo.

Qual a relação do red pill com a misoginia?

“A base do red pill é a crença de que as mulheres valem menos, sentem menos, pensam menos ou merecem menos. Isso é misoginia. O movimento estimula o desprezo pelas mulheres, especialmente as fortes e independentes, justamente porque homens que aderem a esse discurso precisam de parceiras vulneráveis para manter no seu controle. A misoginia não é efeito colateral do red pill, é sua espinha dorsal.”

Por que o red pill é tão perigoso para toda a sociedade, principalmente para as mulheres?

“Porque ele normaliza a violência. Quando você cria uma cultura em que mulheres são tratadas como objetos descartáveis, a linha entre opinião e agressão se dissolve. Esse tipo de discurso incentiva violências físicas, psicológicas, sexuais e digitais, que são camufladas como humor ou “liberdade de expressão”. Uma sociedade que naturaliza o desprezo por mulheres adoece, retrocede e coloca todas em risco.” 

Nas redes sociais, muitos homens fazem uso de um discurso de ódio às mulheres disfarçado de humor. Qual a diferença da piada para a incitação à violência?

“A piada provoca riso, não medo. A piada não tira a humanidade do outro. Quando o ‘humor’ reforça estereótipos, desumaniza mulheres e legitima agressões, ele deixa de ser brincadeira e se torna uma arma. A diferença está na intenção e no efeito. Se incentiva o desrespeito, a dominância ou a violência, não é humor, é incitação.

É importante reforçar que combater a misoginia não é sobre guerra dos sexos, é defesa da vida. Toda vez que normalizamos piadas que objetificam mulheres, abrimos espaço para violências maiores. Precisamos ensinar homens, especialmente jovens, a construir relações baseadas em respeito, não em dominação. E precisamos dizer claramente que humor não pode ser usado como máscara para ódio.”

Na internet, muitas pessoas consideram quem prolifera o movimento red pill como “influenciadores digitais”. Qual a sua opinião sobre isso?

“Influenciadores pressupõem responsabilidade social. Quem difunde ódio e objetificação influencia, sim, mas influencia para o pior. Não podemos romantizar a figura de alguém que lucra reforçando violência simbólica e emocional contra mulheres. É preciso nomear corretamente: isso não é influência positiva, é propaganda de misoginia.”

Sobre o caso de Thiago Schutz, surgiram muitos julgamentos sobre as mulheres que tiveram um relacionamento com ele mesmo cientes do posicionamento que ele adota nas redes sociais. Como você avalia isso?

“Culpar mulheres é repetir a lógica da violência. O discurso misógino desses movimentos é sedutor exatamente porque se disfarça de humor, lógica ou ‘verdade inconveniente’. Relacionamentos abusivos não começam abusivos, eles começam carismáticos. Além disso, mesmo quando uma mulher percebe sinais de risco, ela pode estar emocionalmente envolvida, vulnerável ou acreditar que será diferente com ela. O foco não deve ser questionar as mulheres, mas responsabilizar quem propaga discursos que desumanizam e ferem.”

Como uma mulher pode identificar um homem misógino?

“Existem sinais claros:

* Desprezo por mulheres fortes ou independentes.

* Humor que sempre diminui o feminino.

* A crença de que mulheres devem ser controladas ou colocadas ‘no seu lugar’.

* Incômodo com a autonomia da parceira.

* Falas generalizantes, como ‘mulher é assim’ ou ‘toda mulher quer…’.

Desconfie de homens que desprezam mulheres, especialmente as fortes. Eles precisam que a mulher seja vulnerável para se sentir poderosos.”

Como uma mulher pode identificar que está dentro de um relacionamento abusivo?

“O abuso aparece em forma de controle, medo e diminuição. Se a mulher começa a mudar sua vida, roupas, amizades ou rotina para evitar conflitos, se se sente culpada o tempo inteiro; se vive pisando em ovos, se sua autoestima está sendo corroída, se há chantagem, humilhação, manipulação ou isolamento, isso é abuso. Não precisa haver agressão física para ser violência.”

Como podemos ajudar uma mulher que é vítima de um relacionamento abusivo?

“O principal é acolher, não julgar e não pressionar. Ela já vive em um ambiente de medo e culpa. Oferecer apoio prático, ouvir, ajudar a montar uma rede de proteção, encaminhar para serviços especializados e incentivar ajuda profissional é mais efetivo do que dizer: ‘saia desse relacionamento’. O rompimento precisa ser planejado. Segurança vem antes de tudo.”

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Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento

Médica-veterinária explica que cães e gatos não têm o mesmo comportamento alimentar dos humanos e aponta possíveis razões para recusarem a ração

13/12/2025 15h30

Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento

Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento Foto: Divulgação

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Não é raro os responsáveis por pets observarem que seu animalzinho perdeu o interesse pelo alimento oferecido, e a primeira coisa a se pensar é que ele enjoou da ração. Afinal, a ideia de comer a mesma coisa todos os dias, em todas as refeições, não parece muito atrativa para nós, seres humanos. E como os pets, de modo geral, costumam ter uma única fonte de alimento, o desinteresse seria um sinal de que está na hora de trocá-lo.

Para quem se pergunta se o animal de companhia “enjoa” da ração, a resposta, do ponto de vista biológico, é que cães e gatos não precisam de trocas frequentes de alimentos apenas por variedade de sabor. Estudos mostram que os cães têm menos botões gustativos do que os humanos e são muito mais influenciados pelo olfato, pela textura e pela forma como o alimento é apresentado do que pela “novidade” do sabor em si.

Já os gatos são reconhecidamente mais seletivos, especialmente em relação ao aroma, à textura, à crocância e ao formato do alimento, o que ajuda a explicar por que podem recusar determinadas rações com mais facilidade.

“Enquanto os cães têm o olfato e a audição muito apurados em comparação aos seres humanos, o paladar é menos desenvolvido, de modo que eles tendem a aceitar bem uma dieta constante, sem necessidade de trocas frequentes apenas para evitar um suposto “enjoo”. Já os gatos, por serem mais exigentes quanto ao aroma e à textura, podem recusar o alimento quando há mudanças na formulação, no formato ou na crocância”, explica a médica-veterinária Amanda Arsoli.

Outro ponto importante é que os alimentos de qualidade são formulados para oferecer alta palatabilidade, uma combinação de fatores que envolve o aroma, a textura, o sabor e até a forma como é processado e apresentado. Esse conjunto de características estimula o consumo e garante que cães e gatos se alimentem de forma adequada, mantendo sua saúde e vitalidade.

Mas se os pets não costumam enjoar do alimento, por que então podem passar a recusá-lo? Amanda Arsoli explica que a falta de apetite é um sinal de alerta. “A redução ou até a recusa da alimentação pode estar ligada a fatores como estresse, alguma doença, mudanças no ambiente ou na rotina, chegada de outro animal ao convívio ou ainda alterações na formulação do alimento.

Diante de uma recusa persistente, é importante consultar o médico-veterinário de confiança, para que avalie o histórico do animal, realize os exames físicos e laboratoriais necessários e oriente, de forma adequada, sobre a necessidade – ou não – de mudança do alimento”.

Para complementar, Amanda Arsoli lista algumas razões que podem fazer com que o pet passe a recusar o alimento oferecido:

- Armazenamento incorreto, o que pode fazer com que o alimento perca aroma e outras características importantes. O ideal é que a ração seja mantida na embalagem original, pois ela foi desenvolvida para preservar as propriedades do produto. Além disso, a embalagem deve estar bem fechada e em local fresco e arejado, longe da luz, umidade e de produtos químicos;

- O comedouro estar em local inadequado, como ambientes muito quentes ou próximo de onde o animal faz suas necessidades;

- O alimento ficar muito tempo exposto no comedouro, perdendo suas características e atraindo pragas que possam contaminá-lo;

- Em dias muito quentes, o animal pode não ter vontade de comer nos horários de costume. O ideal é oferecer o alimento pela manhã e final do dia, por serem horários mais frescos;

- Oferecer petiscos em excesso, o que pode prejudicar o apetite e fazer com que o pet rejeite a ração.

 

Entender o comportamento alimentar dos pets, ficar atento ao quanto o animal está ingerindo diariamente e manter consultas periódicas ao médico-veterinário são atitudes essenciais para preservar a saúde e o bem-estar de cães e gatos ao longo de toda a vida.

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