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GASTRONOMIA

Bife ancho e escondido, confira duas receitas deliciosas para o fim de semana

Um vem da muito apreciada tradição das carnes argentinas, o outro tem uma origem possivelmente no Nordeste brasileiro, mas já ganhou o restante do País faz tempo: na aventura do sabor deste fim de semana, você poderá se esbaldar com bife ancho acompanhado

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Um dos cortes mais tradicionais e suculentos do riquíssimo cardápio de carnes argentinas, o bife ancho é uma peça que se destaca por três atributos que fazem diferença em qualquer churrasco: maciez, sabor e, justamente, suculência. Trata-se de uma carne versátil, que fica deliciosa desde mal passada até ao ponto, dependendo do gosto pessoal do churrasqueiro. Acompanhe os detalhes desse bife mais que especial e seu modo de preparo para aproveitar cada tantinho do sabor e de suas outras características no churrasco.

O bife ancho vem ganhando cada vez mais o coração e a mesa dos brasileiros. Seu principal atrativo é o marmoreio evidente, a famosa gordura entremeada na carne. O corte é retirado da parte dianteira do contrafilé, entre a segunda e a sexta vértebras. 

Também tem uma faixa de gordura interna que separa o miolo do bife ancho do famoso filé de costela (ribeye cap), que provavelmente é a parte mais macia de todo o boi. O imponente corte tomahawk também tem origem nessa região, mas acompanha um osso de 30 cm que o torna inconfundível.

BIFE LARGO

Ancho vem do idioma espanhol, e em português significa largo. Logo, o “bife largo” recebe esse nome por conta da forma que deve ser consumido: cortes com espessura de 4 cm ou no mínimo dois dedos. Muitas vezes ele é confundido com o bife de chorizo, pois ambos são extraídos da mesma região do boi. No entanto, são cortes vizinhos: o ancho é retirado da parte dianteira, enquanto o chorizo da região traseira. Na França, o bife ancho é conhecido como filé de entrecôte ou noix.

DICAS

Apesar de poder ser preparado de várias maneiras, alguns cuidados básicos são necessários para você obter uma experiência mais completa de seu bife ancho. Na hora de temperá-lo, a dica é seguir a tradição argentina e uruguaia e temperar somente com sal grosso ou, no máximo, pimenta. Lembre-se que, quando se trata de cortes nobres, vale a máxima: menos é mais.

Você também pode usar sal em flocos ou sal para parrilha para um salgamento mais uniforme. São sais que são absorvidos de forma proveitosa pela carne, então potencializam ainda mais as características do bife ancho. Após temperada, deixe a carne descansar por cerca de cinco minutos. Caso tenha usado sal grosso, retire o excesso. A pimenta-do-reino é opcional, já que muitos temperos podem camuflar o verdadeiro sabor da carne.

NO CHURRASCO

Para o churrasco, o próximo passo é levar o bife para a grelha bem quente, mas sem chamas. Confira se a grelha está a pelo menos 15 cm de altura da brasa. Se quiser curtir o ritual de preparo por mais tempo, a grelha pode estar até mais alta. 

Assim que os sucos da carne brotarem na superfície, vire o bife ancho e deixe assar por mais três minutos antes de retirá-lo da grelha. Para finalizar, deixe a carne descansar por cerca cinco minutos antes de fatiá-la. Assim, os sucos do bife vão se assentar de forma homogênea, garantindo toda a suculência do corte.

O CHIMICHURRI

O ponto do bife ancho depende do gosto pessoal de cada churrasqueiro, porém, a sugestão é manter a carne no ponto para menos ou mal passada. Na hora de servir, uma opção é acompanhar o bife ancho no churrasco com molho de chimichurri. É um molho tradicional das parrillas e confere um toque picante muito saboroso ao churrasco. O chimichurri é um mix de temperos que leva salsa, orégano, vinagre, azeite e pimenta.

ESCONDIDINHO

De origem imprecisa, mas muito possivelmente nordestina, o escondidinho é muito apreciado em todas as outras regiões do Brasil, embora desde o século 18 os ingleses façam a famosa Shepherd’s Pie, que já tinha a ideia de empilhar carne moída ou desfiada, de carneiro ou de boi, e purê de batata. Há quem afirme que esse é um prato tradicional de alguns países africanos. E a controvérsia rende mais.

Outros especialistas acreditam que a receita tem origem portuguesa, já que foram os lusitanos que trouxeram ao País a técnica para dessalgar a carne-seca, que vem acompanhada com purê de mandioca – ou macaxeira ou aipim – na receita original. 

E ainda: vários afirmam também que o prato original é de origem pernambucana. O fato é que o escondidinho agrada a maioria dos brasileiros. A receita com presunto e queijo é apenas mais uma de várias possibilidades.

Feito no forno, o arrumadinho é composto geralmente por uma camada de purê de mandioca ou de batata que cobre um preparado de carne-seca ou frango. Basicamente, espalha-se uma camada de purê de batatas em uma travessa para, depois, distribuir por cima a carne escolhida – charque, carne-seca, carne de sol – ou outros itens, como paçoca, frango ou camarão.

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B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz

"Não é influência positiva, é propaganda de misoginia". Especialista em relacionamentos, a Dra. em psicologia Vanessa Abdo explica como a ideologia do movimento afeta nos direitos das mulheres e contribui para o incentivo à violência

13/12/2025 17h00

B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz

B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz Foto: Divulgação

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O termo “red pill” tem gerado em muitos debates nas redes sociais devido à denúncia de agressão e tentativa de estupro de Thiago Schutz, conhecido como “Calvo do Campari”. O coach foi detido em Salto (SP) no último dia 29 de novembro, após ser denunciado para a Polícia Civil pela namorada. Thiago Schutz é considerado influenciador do movimento “red pill”, por produzir conteúdos e ser autor de livro que aborda o tema.

Mas afinal, você sabe o que significa o movimento “red pill” e por que ele afeta violentamente as mulheres? Para responder a essa pergunta e esclarecer outras dúvidas sobre o tema, conversamos com a doutora em Psicologia Vanessa Abdo.

Sobre o termo

O nome “red pill” (pílula vermelha, em português) vem de um conceito fictício do filme “Matrix” (1999), em que a pílula vermelha seria a escolha para "despertar" e ganhar "consciência" da realidade do mundo.

Com essa narrativa, o movimento red pill passou a criar teorias da conspiração que incentivassem os homens a “acordem para a realidade” e não serem “dominados” pelas mulheres.

“O red pill se apresenta como uma ‘verdade sobre as relações’, mas na prática é um conjunto de ideias que reduz mulheres a objetos, corpos, funções ou serviços e coloca os homens como dominantes e superiores. É uma ideologia que traveste controle e desprezo como se fossem ‘ciência comportamental’. Quando os nossos corpos são objetificados, não tem graça. Isso não é sobre relacionamento, é sobre poder”, afirma a psicóloga Dra. Vanessa Abdo.

Qual a relação do red pill com a misoginia?

“A base do red pill é a crença de que as mulheres valem menos, sentem menos, pensam menos ou merecem menos. Isso é misoginia. O movimento estimula o desprezo pelas mulheres, especialmente as fortes e independentes, justamente porque homens que aderem a esse discurso precisam de parceiras vulneráveis para manter no seu controle. A misoginia não é efeito colateral do red pill, é sua espinha dorsal.”

Por que o red pill é tão perigoso para toda a sociedade, principalmente para as mulheres?

“Porque ele normaliza a violência. Quando você cria uma cultura em que mulheres são tratadas como objetos descartáveis, a linha entre opinião e agressão se dissolve. Esse tipo de discurso incentiva violências físicas, psicológicas, sexuais e digitais, que são camufladas como humor ou “liberdade de expressão”. Uma sociedade que naturaliza o desprezo por mulheres adoece, retrocede e coloca todas em risco.” 

Nas redes sociais, muitos homens fazem uso de um discurso de ódio às mulheres disfarçado de humor. Qual a diferença da piada para a incitação à violência?

“A piada provoca riso, não medo. A piada não tira a humanidade do outro. Quando o ‘humor’ reforça estereótipos, desumaniza mulheres e legitima agressões, ele deixa de ser brincadeira e se torna uma arma. A diferença está na intenção e no efeito. Se incentiva o desrespeito, a dominância ou a violência, não é humor, é incitação.

É importante reforçar que combater a misoginia não é sobre guerra dos sexos, é defesa da vida. Toda vez que normalizamos piadas que objetificam mulheres, abrimos espaço para violências maiores. Precisamos ensinar homens, especialmente jovens, a construir relações baseadas em respeito, não em dominação. E precisamos dizer claramente que humor não pode ser usado como máscara para ódio.”

Na internet, muitas pessoas consideram quem prolifera o movimento red pill como “influenciadores digitais”. Qual a sua opinião sobre isso?

“Influenciadores pressupõem responsabilidade social. Quem difunde ódio e objetificação influencia, sim, mas influencia para o pior. Não podemos romantizar a figura de alguém que lucra reforçando violência simbólica e emocional contra mulheres. É preciso nomear corretamente: isso não é influência positiva, é propaganda de misoginia.”

Sobre o caso de Thiago Schutz, surgiram muitos julgamentos sobre as mulheres que tiveram um relacionamento com ele mesmo cientes do posicionamento que ele adota nas redes sociais. Como você avalia isso?

“Culpar mulheres é repetir a lógica da violência. O discurso misógino desses movimentos é sedutor exatamente porque se disfarça de humor, lógica ou ‘verdade inconveniente’. Relacionamentos abusivos não começam abusivos, eles começam carismáticos. Além disso, mesmo quando uma mulher percebe sinais de risco, ela pode estar emocionalmente envolvida, vulnerável ou acreditar que será diferente com ela. O foco não deve ser questionar as mulheres, mas responsabilizar quem propaga discursos que desumanizam e ferem.”

Como uma mulher pode identificar um homem misógino?

“Existem sinais claros:

* Desprezo por mulheres fortes ou independentes.

* Humor que sempre diminui o feminino.

* A crença de que mulheres devem ser controladas ou colocadas ‘no seu lugar’.

* Incômodo com a autonomia da parceira.

* Falas generalizantes, como ‘mulher é assim’ ou ‘toda mulher quer…’.

Desconfie de homens que desprezam mulheres, especialmente as fortes. Eles precisam que a mulher seja vulnerável para se sentir poderosos.”

Como uma mulher pode identificar que está dentro de um relacionamento abusivo?

“O abuso aparece em forma de controle, medo e diminuição. Se a mulher começa a mudar sua vida, roupas, amizades ou rotina para evitar conflitos, se se sente culpada o tempo inteiro; se vive pisando em ovos, se sua autoestima está sendo corroída, se há chantagem, humilhação, manipulação ou isolamento, isso é abuso. Não precisa haver agressão física para ser violência.”

Como podemos ajudar uma mulher que é vítima de um relacionamento abusivo?

“O principal é acolher, não julgar e não pressionar. Ela já vive em um ambiente de medo e culpa. Oferecer apoio prático, ouvir, ajudar a montar uma rede de proteção, encaminhar para serviços especializados e incentivar ajuda profissional é mais efetivo do que dizer: ‘saia desse relacionamento’. O rompimento precisa ser planejado. Segurança vem antes de tudo.”

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Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento

Médica-veterinária explica que cães e gatos não têm o mesmo comportamento alimentar dos humanos e aponta possíveis razões para recusarem a ração

13/12/2025 15h30

Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento

Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento Foto: Divulgação

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Não é raro os responsáveis por pets observarem que seu animalzinho perdeu o interesse pelo alimento oferecido, e a primeira coisa a se pensar é que ele enjoou da ração. Afinal, a ideia de comer a mesma coisa todos os dias, em todas as refeições, não parece muito atrativa para nós, seres humanos. E como os pets, de modo geral, costumam ter uma única fonte de alimento, o desinteresse seria um sinal de que está na hora de trocá-lo.

Para quem se pergunta se o animal de companhia “enjoa” da ração, a resposta, do ponto de vista biológico, é que cães e gatos não precisam de trocas frequentes de alimentos apenas por variedade de sabor. Estudos mostram que os cães têm menos botões gustativos do que os humanos e são muito mais influenciados pelo olfato, pela textura e pela forma como o alimento é apresentado do que pela “novidade” do sabor em si.

Já os gatos são reconhecidamente mais seletivos, especialmente em relação ao aroma, à textura, à crocância e ao formato do alimento, o que ajuda a explicar por que podem recusar determinadas rações com mais facilidade.

“Enquanto os cães têm o olfato e a audição muito apurados em comparação aos seres humanos, o paladar é menos desenvolvido, de modo que eles tendem a aceitar bem uma dieta constante, sem necessidade de trocas frequentes apenas para evitar um suposto “enjoo”. Já os gatos, por serem mais exigentes quanto ao aroma e à textura, podem recusar o alimento quando há mudanças na formulação, no formato ou na crocância”, explica a médica-veterinária Amanda Arsoli.

Outro ponto importante é que os alimentos de qualidade são formulados para oferecer alta palatabilidade, uma combinação de fatores que envolve o aroma, a textura, o sabor e até a forma como é processado e apresentado. Esse conjunto de características estimula o consumo e garante que cães e gatos se alimentem de forma adequada, mantendo sua saúde e vitalidade.

Mas se os pets não costumam enjoar do alimento, por que então podem passar a recusá-lo? Amanda Arsoli explica que a falta de apetite é um sinal de alerta. “A redução ou até a recusa da alimentação pode estar ligada a fatores como estresse, alguma doença, mudanças no ambiente ou na rotina, chegada de outro animal ao convívio ou ainda alterações na formulação do alimento.

Diante de uma recusa persistente, é importante consultar o médico-veterinário de confiança, para que avalie o histórico do animal, realize os exames físicos e laboratoriais necessários e oriente, de forma adequada, sobre a necessidade – ou não – de mudança do alimento”.

Para complementar, Amanda Arsoli lista algumas razões que podem fazer com que o pet passe a recusar o alimento oferecido:

- Armazenamento incorreto, o que pode fazer com que o alimento perca aroma e outras características importantes. O ideal é que a ração seja mantida na embalagem original, pois ela foi desenvolvida para preservar as propriedades do produto. Além disso, a embalagem deve estar bem fechada e em local fresco e arejado, longe da luz, umidade e de produtos químicos;

- O comedouro estar em local inadequado, como ambientes muito quentes ou próximo de onde o animal faz suas necessidades;

- O alimento ficar muito tempo exposto no comedouro, perdendo suas características e atraindo pragas que possam contaminá-lo;

- Em dias muito quentes, o animal pode não ter vontade de comer nos horários de costume. O ideal é oferecer o alimento pela manhã e final do dia, por serem horários mais frescos;

- Oferecer petiscos em excesso, o que pode prejudicar o apetite e fazer com que o pet rejeite a ração.

 

Entender o comportamento alimentar dos pets, ficar atento ao quanto o animal está ingerindo diariamente e manter consultas periódicas ao médico-veterinário são atitudes essenciais para preservar a saúde e o bem-estar de cães e gatos ao longo de toda a vida.

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