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Capa B+: Entrevista exclusiva com a atriz destaque no musical "Hairspray" Aline Cunha

Em cartaz com "Hairspray" na pele de Motormouth Maybelle, a personagem é uma figura central na trama. "Interpretar a Maybelle, em Hairspray, é uma realização e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade social."

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Aline Cunha é uma atriz e cantora paulistana que, apesar de ter uma carreira relativamente recente no teatro musical, vem ganhando destaque e reconhecimento no cenário artístico. Com uma carreira de cantora profissional iniciada aos 15 anos, ela se destacava em concursos de karaokê, onde sua habilidade vocal já chamava atenção.

Com uma forte conexão com a música, influenciada principalmente por seus pais, que a apresentaram a grandes nomes da música nacional e internacional, como Michael Jackson, Whitney Houston, Sandra de Sá, Tim Maia e Elis Regina, essas referências moldaram sua paixão e estilo musical e trilharam parte do seu caminho.

Aline é um nome em ascensão no teatro musical brasileiro, ela tem se destacado com sua força vocal e interpretação intensa. Com uma carreira que começou na música e se expandiu para os palcos, ela já enfrentou desafios pessoais e profissionais para chegar onde está hoje, incluindo sua atuação de destaque como Motormouth Maybelle no musical "Hairspray".

Embora formada também em Gastronomia pela cruzeiro do Sul, Aline sempre buscou aperfeiçoamento em sua carreira artística, participando de cursos e oficinas que enriqueceram sua formação, mas foi somente em 2022 que ela tomou a decisão de se dedicar integralmente à arte, deixando para trás seu antigo emprego em uma empresa para seguir sua verdadeira paixão.

"Foi uma virada de chave. Trocar a segurança de um emprego tradicional pelo incerto caminho das artes foi assustador, mas extremamente libertador", conta Aline, referindo-se a sua participação no musical “Se Essa Lua Fosse Minha”, considerada por ela um divisor de águas. "A conexão que senti com o público e com o próprio processo criativo foi algo que mudou minha vida para sempre", relembra.

Outro momento marcante de sua carreira aconteceu no primeiro semestre deste ano, ao ser convidada para dar vida a cantora Sister Rosetta Tharpe no musical “O Rei do Rock”, uma das figuras mais influentes e pioneiras do rock and roll. "Interpretar Rosetta foi um dos maiores desafios da minha carreira até agora. Ela foi uma mulher à frente de seu tempo, uma verdadeira revolucionária, e dar vida a essa personagem tão importante me fez crescer muito como atriz", reflete ela, que, anteriormente, esteve no elenco de “Bonnie & Clyde - O Musical”.

Atualmente, Aline está em cartaz com a nova montagem brasileira do musical “Hairspray”, onde interpreta Motormouth Maybelle, um dos papeis principais da produção, que exige uma performance vocal potente e emocionante na pele de uma mulher forte e inspiradora, que luta pela inclusão e igualdade racial durante a década de 1960.

Aline se destaca em números poderosos como "I Know Where I've Been", canção que carrega uma mensagem de resistência e esperança, temas centrais da trama, e que vem arrebatando plateias - com aplausos de pé, em cena aberta - tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, onde a produção segue em temporada no Teatro Renault. "Toda vez que canto essa música, sinto a importância da mensagem que estamos transmitindo. É um momento muito especial, não só para mim, mas para todos que estão assistindo", comenta Aline.

"Sou fã da Queen Latifah e acompanhei seu trabalho em diversas produções. Ela foi uma das minhas principais referências para construir a personagem. A responsabilidade é enorme, mas ver a resposta do público faz tudo valer a pena." Para Aline, o impacto do espetáculo é tangível: “Recebo depoimentos de pessoas que saem do teatro inspiradas. Interpretar a Maybelle é uma realização e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade social.”

Mesmo com uma carreira que começou a se consolidar recentemente, Aline já se firmou como uma artista talentosa no teatro musical brasileiro. "Estar no palco é onde me sinto mais viva e conectada. Cada projeto me desafia e me motiva a evoluir como artista", conclui, ansiosa para os próximos desafios que virão em sua promissora jornada artística.

Aline é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e em entrevista exclusiva ao Caderno ela fala de carreira, escolhas, desafios e de seu papel de tanta representatividade em "HairSpray".

“Hairspray”- Foto: João Caldas

CE - Como foi o seu início na carreira de cantora aos 15 anos? O que a despertou para ela e como descobriu os concursos de karaokê?
AC -
Eu sempre gostei de cantar e em casa fazíamos festas de família com karaokê. Meu pai sempre gostou de cantar também, então éramos parceiros ou concorrentes nos concursos que existiam entre os anos 2000 e 2005. Em um desses concursos, um dos jurados chamado Lelo Andrade, gostou do meu timbre e me convidou para participar de um grupo chamado Orquestra de Boca.

Trabalhávamos como garçons cantores e fazíamos muitas apresentações com temas musicais ou produções próprias para eventos corporativos. Meus pais ou tios me acompanhavam por eu ser menor, mas deu tudo certo e aprendi muito com os participantes do grupo, o nosso instrutor já mencionado acima e eventos que participamos.

CE - Quais foram as influências musicais mais marcantes que moldaram seu estilo e paixão pela música?
AC -
Muitas das minhas influências vieram de filmes e histórias marcantes. Lembro que quando tinha entre 5 e 6 anos houve um seriado na Globo chamado “Os Jacksons” que fez com que eu virasse muito fã de Michael Jackson.

Um filme chamado “Sarafina” com a Whoopi Goldberg ajudou a despertar a minha vontade de cantar, pois mostrava que a música trazia esperança, vontade de lutar em grupo, valorização da mulher e mãe na época do apartheid. A partir daí comecei a assistir muitos filmes com música, como O Guarda-Costas e Mudança de Hábito, sempre aprendendo as músicas principais do filme.

Meus pais também gostavam muito de dançar e íamos em bailes para nos divertir. Ali comecei a desenvolver meu gosto por música dos anos 70 tipo Stevie Wonder, Chaka Khan e Earth, Wind And Fire e samba-rock tipo Clube do balanço, Jorge Ben jor e Trio Mocotó. 

Aos 15 anos entrei num grupo chamado Orquestra de Boca, que cantava músicas de musicais e quando entrei em algumas bandas comecei a cantar rock e meus favoritos no momento, Soul, blues e jazz.

Escreva a legenda aqui

CE - Como foi sua experiência ao vencer o concurso internacional de karaokê em 2019 e representar o Brasil no Japão?
AC -
 Foi uma das melhores sensações e experiências da minha vida! Eu não sabia que esse concurso existia e uma amiga muito querida, Renata que me indicou dizendo que caso eu participasse com certeza eu iria ganhar. Houveram várias fases e os jurados e responsáveis pelo concurso nos davam  orientações a cada etapa, para que pudéssemos melhorar a nossa performance.

Procurei seguir à risca cada uma delas… e ganhei o concurso em primeiro lugar junto a um amigue que hoje podemos chamar de “Rua”. A partir do resultado tivemos semanas de muita preparação, escolha de repertório e coreografia, interação com a cultura japonesa e corremos atrás da parte burocrática, pois eu nunca tinha saído do país, nem tinha passaporte. 

Acredito que a ficha caiu só quando chegou o dia da viagem e pude me dar conta de que tudo aquilo realmente estava acontecendo. Foi incrível todo o período da viagem, conhecer novas pessoas, valorizar muita coisa que temos aqui no Brasil ao mesmo tempo que via como Japão está avançado em matéria de tecnologia e segurança, ver quanta gente talentosa tem ao redor do mundo e conhecer um pouco de suas histórias. Fiquei em oitavo lugar na categoria solo e em segundo na categoria dueto.

CE - O que a motivou a fazer a transição de uma carreira em gastronomia para se dedicar integralmente ao teatro musical?
AC -
 O meu sonho era fazer faculdade de gastronomia e graças a ajuda dos meus pais e enfrentando dois empregos para juntar o dinheiro eu consegui realizar esse sonho. O único problema é que alguns sonhos nos distanciam da realidade e digo isso, pois na faculdade é que reparei que gastronomia é um curso na área de negócios, no qual ela te dá a base para entender os conceitos, modos de preparação, segurança alimentar e tudo que envolve a boa administração da área de A&B, mas não te dá a experiência necessária para atuar no mercado.

Então é uma área muito boa para quem já tem recursos para abrir o próprio negócio ou já trabalha na área, e no meu caso não tinha nenhum dos dois! Eu nunca me distanciei da música e surgiram oportunidades que fizeram com que eu ficasse ainda mais próxima dela e no momento resolvi investir. Mas não desisti de trabalhar nessa área, mas precisa de dedicação, tempo e se possível especialização.

                       Elvis - Divulgação

CE - Quais foram os principais desafios ao fazer a transição de uma carreira segura em outra área para o incerto mundo das artes?
AC - 
Com toda certeza são vários desafios que precisam ser superados para tomar uma decisão tão importante. No meu caso enfrentei a insegurança de ir para algo desconhecido, medo de ter tomado a decisão errada e ouvir aquele famoso “sabia que não ia dar certo” das pessoas, enfrentar julgamentos, saber que está passando por uma transição de carreira depois de ter passado dos 30 anos…

Mas aprendi que na vida a gente precisa aprender a finalizar ciclos e saber identificar oportunidades. Eu não estava mais gostando da rotina que eu tinha e sabia que se não fizesse alguma coisa ela ia continuar assim por muito tempo, tanto que trabalhei por 10 anos na mesma área e sinceramente, quando a oportunidade de entrar no Teatro musical “bateu na minha porta” não queria ficar me perguntando como teria sido se eu tivesse ido… Então resolvi enfrentar com medo mesmo até o momento tem dado certo.

CE - Como foi sua estreia nos palcos com o musical "Se Essa Lua Fosse Minha" e o que esse projeto significou para você?
AC -
 “Se Essa Lua Fosse Minha” foi um dos espetáculos mais especiais que pude participar. Ele está em meu coração, pois foi a minha primeira peça e a única que meu pai pôde me assistir antes de falecer na pandemia. Acredito que essa linda história desbloqueou a minha entrada no teatro musical, pois depois fui convidada para participar de uma outra peça e comecei a passar em audições.

É uma obra que o mundo deveria conhecer, pois trata do nosso folclore envolvida numa história de amor. Uma verdadeira obra de arte brasileira desenvolvida por Vitor Rocha e Elton Towersey. A experiência foi realmente desafiadora, pois eu não tinha experiência nenhuma com teatro e tive que ensaiar praticamente todos os dias na casa da preparadora, aplicar os feedbacks dado pela diretora e procurar me convencer que eu estava realizando bem aquele papel, pois o elenco era INCRÍVEL!!!! 

CE - Que desafios você enfrentou ao interpretar a pioneira do rock Sister Rosetta Tharpe no musical "O Rei do Rock"?
AC -
 Um dos principais desafios que encontrei foi encontrar materiais daquela época para referência e claro, que a responsabilidade de interpretar alguém que viveu e foi tão importante na história da música.

Existem muitos vídeos dela tocando, cantando e dançando, mas quase nada dela num dia normal ou falando sobre sua vida então eu não sabia como ela se comportava, que cor gostava, como andava, comia, conversava entre outras ações, mas com tanta pesquisa acabei encontrando uma entrevista de alguns segundos dela falando com um repórter e dali criei um modo de interpretá-la.

Um outro desafio muito grande era que ela era uma excepcional guitarrista e eu nunca toquei guitarra, então resolvi comprar uma parecida com a dela e fazer algumas aulas para ter uma vivência mais próxima possível de alguém que toque guitarra.

CE - Sobre a sua atuação como Motormouth Maybelle em "Hairspray", como foi a preparação? Buscou referências em outras adaptações ou atrizes como Queen Latifah, intérprete no cinema e Graça Cunha,  intérprete na primeira montagem brasileira?
AC -
 Os diretores e os criativos fizeram uma interação essencial com todo o elenco de Hairspray, pois antes de contar uma história da Broadway, nós estamos tratando de temas importantíssimos e que ainda estão presentes na sociedade: a quebra de padrões na tv, racismo, gordofobia e até mulheres que sentem vergonha do próprio corpo.

Então nos envolvemos com várias pesquisas de época, conversamos sobre depoimentos pessoais sobre racismo, lgbtqia+, falta de representatividade, indisponibilidade de acessórios ou vestimenta para obesos, lugar de fala entre outros temas que foram fundamentais para que TODOS pudessem desenvolver seu personagem. 

Eu busquei referências de mulheres da época dos anos 60, mães, principalmente solteiras, influencers obesas e mulheres inspiradoras que mostram que você é linda do jeito que você é e se tiver que fazer algo deve ser por você e nunca para agradar o outro.

Para atuação eu sou muito fã da Queen Latifah e procuro acompanhar o seu trabalho em todas as produções. Ela foi uma das minhas principais referências, mas também acompanho a Viola Davis, Octávia Spencer, Solange Couto, Zezé Motta e outras mulheres extraordinárias. Tive a honra de dividir o palco com a Graça Cunha em alguns shows e acho que ela é uma mulher sensacional e verdadeira inspiração de como ter presença de palco.

Infelizmente no ano que Hairspray teve a sua primeira edição, eu não tinha contato algum com Teatro musical, então assisti alguns momentos da peça por vídeo apenas.

CE - Como tem sido a recepção do público nas apresentações de "Hairspray" e qual a sensação de interpretar uma personagem tão importante em termos de inclusão e igualdade racial?
AC -
 O público tem recebido o espetáculo de uma maneira muito especial. Aplausos em pé, depoimentos de pessoas que dizem que saíram completamente inspiradas do teatro, outros dizendo que é uma excelente peça para levar alguém pela primeira vez ao teatro e até pessoas que se sentem orgulhosas por serem da área e assistir um musical tão inspirador.

Estou com a sensação de ser mais uma pessoa que está na luta para que as coisas mudem ao mesmo tempo que realizo mais um sonho. A Maybelle é uma das minhas personagens preferidas e interpretá-la no teatro é uma tremenda responsabilidade, mas uma realização profissional inesquecível.

Recebo depoimentos de pessoas que estão se inspirando na minha presença no palco para que não desistam de seus sonhos, na vida pessoal e na vida profissional e isso faz com que eu me sinta muito orgulhosa de cada ação que eu tive para realizar para estar neste espetáculo.

CE - O que você acredita que o futuro reserva para sua carreira e quais são seus próximos desafios no teatro musical?
AC -
 Ainda não sei o que o futuro me reserva. Procuro aproveitar cada momento, pois a gente nunca sabe o dia de amanhã. Espero que surjam personagens tão inspiradores quanto os que tem no musical Hairspray. 

Todo novo personagem é desafiante, mas acho que no meu caso seria interpretar uma vilã e/ou protagonista/alternante, ou participar de algo no audiovisual ou dublagem.

Correio B

Há quem garanta que não demorará muito para dois políticos que são parentes...Leia na coluna de hoje

Confira a coluna Diálogo desta quinta-feira (06/03)

06/03/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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LUIS FERNANDO VERÍSSIMO ESCRITOR BRASILEIRO
"Tem muita gente honesta neste País. 
Só não se identificam para não ficar 
de fora se aparecer um bom negócio”.

FELPUDA

Há quem garanta que não demorará muito para dois políticos que são parentes bem próximos colocarem luvas de boxe para embate em conhecido ringue. É que um deles vem posando de oposição, enquanto o outro é “chegado” de cabeça coroada. Na prática, dizem, um vai bater e o outro defenderá. Os dois já estiveram no mesmo partido, mas recentemente deixaram de andar de mãos dadas e foram caminhar politicamente separados. Um deles largou o certo pelo incerto e se deu muito mal. Já o outro tem dançado conforme a música. É esperar para ver.

Em alta

A Companhia Nacional de Abastecimento divulgou Boletim Logístico, mostrando que o avanço da colheitade soja tem influenciado os preços praticados no mercado de serviços de transporte de grãos nas rotas pesquisadas, como em MS.

Mais

A perspectiva de produção recorde para a oleaginosa, estimada em 166 milhões 
de toneladas, tende a gerar pressão na oferta de caminhões, o que influencia na alta nos serviços de frete.

DiálogoCorah Medeiros
DiálogoCláudio Castro e Rafael Picciani - Corcovado - Foto Lucas Teixeira - Rio Open 4090

 

Diálogo

Após 13 anos no esporte, a atleta Camille Giovanini (foto) parte para uma nova etapa na vida: a carreira como artista do Cirque du Soleil. No começo deste ano, a jovem de 19 anos foi para Montreal, no Canadá, iniciando um período de treinamentos. Aprovada em um processo seletivo muito disputado, ela foi escolhida para integrar a companhia multinacional. “A primeira etapa está sendo de muito treino e preparação. Eles me chamaram para a equipe do espetáculo ‘Russian Swing’, que é um número bem radical composto só de mulheres. Depois de toda a preparação vou adiante para os shows. É isso! O que eles pedirem estarei fazendo”, assegurou. 

Na mira

A tentativa da criação de CPI para investigar o Consórcio Guaicurus, e o pedido de impeachment da prefeita Adriane Lopes são os dois assuntos polêmicos que dominarão as discussões na área política de Campo Grande, neste pós-carnaval. Em ambos os casos, há quem não aposte nem “um dólar furado” de que vão prosperar, por uma série de fatores. Essas questões deixaram claro que a prefeita terá que estar preparada contra as ofensivas, que deverão ocorrer de forma constante.

Alerta

A invasão de hackers, no dia 2, ao sistema do Departamento de Tributação e Contabilidade da Prefeitura de Ivinhema serve de alerta para que outros municípios redobrem a segurança. Essa ação, conforme aquela prefeitura, pode ter resultado na obtenção pelos invasores cibernéticos de dados das pessoas, como nome, CPF, RG, endereço, telefone, data de nascimento e estado civil. As autoridades policiais foram comunicadas.

Bola da vez

Na briga pelo poder, a União das Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul (UCVMS) é a bola da vez.  Integrantes do Legislativo municipal de Campo Grande estão fazendo articulações, buscando até a Justiça,  com vistas a conquistar  o comando da entidade, que há décadas tem a frente o vereador Jeovani Vieira dos Santos, de Jateí, e que poderá ter como concorrente o seu colega da Capital, Junior Coringa.

ANIVERSARIANTES

  • Adriana Paula Cândido,
  • Eduardo de Melo Spengler, 
  • Dra. Maria Auxiliadora Budib,
  • Sérgio Silva Muritiba,
  • Alessandra Patrícia Pandolfo Simon, Christiane Buainain Gonçalves,
  • Ademir Garcia dos Reis,
  • Benilo Allegretti,
  • Leida Aguero Reis,
  • Pedro Paulo Feronato,
  • Rodiney de Pinho Barbosa,
  • Valdeir de Oliveira,
  • Bento Lebre dos Santos,
  • Donizete Ribeiro de Magalhaes,
  • Maria Alves de Almeida,
  • Sandra Maria Silveria Denadai,
  • Antonio Silvio de Souza,
  • Benedicto Moreira,
  • Maria Aparecida de Oliveira,
  • Katia Tavares,
  • José Carlos Tavares do Couto Filho, 
  • Joao Reston Elias,
  • Edyna Araújo de Almeida,
  • Dr. André Augusto Wanderley Tobaru, 
  • Débora Rondon, 
  • Márcia Tateishi Yamauchi,
  • Dr. Redel Furtado Neres,
  • Dr. Marcos Tadeu Winche Andrade, Jaime Selle, 
  • Oscar Quiroga, 
  • João Adecio Alves,
  • José Narciso Escobar,
  • Marcos Antonio Soares,
  • Andréa Saab Baroli,
  • Nailo Garces da Costa,
  • Marcilio Gianerini Freire,
  • Elizabete Alves da Silva,
  • James Rudy Silveira,
  • Lidio Moraes,
  • Denise Tibal Vasconcelos Dias,
  • Andressa Rafaela de Souza,
  • Sérgio Roberto Mendes, 
  • Elida Brito de Alencar,
  • Joana Inês Bitencourt,
  • Júlio Sérgio Vargas Fernandes,
  • Magda Guimarães Falcão Alves Zamboni Freitas, 
  • Dra. Leonir Wiechert Nogueira Barros, 
  • Deodato Dortas Rodrigues Neto,
  • Fabrizia Ferreira Machado,
  • Júlio Cesar Carvalho,
  • Ivandro Correia Silveira,
  • Dayanny Bento Silva,
  • Kelly Cristina Garcia,
  • Angela Maria Ranconi,
  • Fernanda Marques Yafusso,
  • Milton Martinho,
  • Fernando Lamers, 
  • Antônio João Grande de Melo,
  • Marcelino Rodrigues de Souza,
  • João de Freitas Pinto, 
  • Washington Luiz Castro Júnior, 
  • Bernadete Abrão, 
  • Ivan Mendonça Arruda, 
  • Juailson Canhete da Costa, 
  • Maria de Almeida Metello de Assis, 
  • Cláudio Nakazato,
  • José Luiz Saad Coppola, 
  • Kelly Haruko Kaneki, 
  • Edmar José Panassolo,
  • Carlos Alberto Garcete de Almeida,
  • Diones Figueiredo Franklin Canela, Rener Cruvinel Borges,
  • Kenya Silveira Lopes, 
  • Mara Gimenez Pereira da Silva,
  • Karla Lorena Griesbach Nantes, 
  • Ruth Corrêa de Lima Carvalho,
  • Francisco de Paula Ribeiro Júnior,
  • Ana Keller dos Santos Aleyne, 
  • Luiz Carlos Mandu da Silva,
  • Marcelo Cesar de Oliveira, 
  • Hosana Gonçalves Moraes,
  • José Massayoshi Simabucuro,
  • Roberta Soto Maggioni,
  • João Paulo Tomás,
  • Ana Paula Seles Paco dos Santos,
  • Ozair Kerr, 
  • Emerson Tiogo da Silva,
  • Walderez e Silva de Farias,
  • Jorge Alberto Pizzaro de Menezes,
  • Dênis Peixoto Ferrão Filho,
  • Thaís Iguma, 
  • Higo dos Santos Ferre,
  • Renata Espíndola Virgilio,
  • Vânia Mara Basílio Garabini,
  • Tamara Guimarães da Costa,
  • Edinete Lira Torres Castello,
  • Jean Cleiton Santi,
  • Zenildo de Oliveira,
  • Carlito de Oliveira Boza, 
  • Ademar Gonçalves Machado, 
  • Fabia Elaine de Carvalho Lopes, 
  • Giselly Pitinari Cordeiro, 
  • Marisol Marim Alves de Oliveira,
  • Maria Luiza Businaro, 
  • Patricia Lantieri Correa de Barros, 
  • Christiane Barnard Pereira Utima,
  • Zilma Marques de Bernardo Castro e Silva,
  • Emerson Pereira de Miranda.

 COLABOROU TATYANE GAMEIRO

CULTURA & FOLIA

Conheça a relação do historiador Edson Contar com o Carnaval de Campo Grande

Pioneiro na organização do desfile carnavalesco de Campo Grande, o historiador, jornalista e compositor Edson Contar é uma figura essencial para se entender como a festa tomou conta da cidade e ganhou a dimensão que tem hoje

05/03/2025 10h00

O compositor, cronista, turismólogo e, sobretudo, carnavalesco Edson Contar, no traço do cartunista Éder Flávio: alma do Carnaval de Campo Grande

O compositor, cronista, turismólogo e, sobretudo, carnavalesco Edson Contar, no traço do cartunista Éder Flávio: alma do Carnaval de Campo Grande Foto: Flávio Eder

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“Minha carne é de Carnaval/meu coração é igual [...] onde quer que/eu ande em qualquer pedaço/eu faço/um campo grande/um campo grande”.

A canção de 1972 do Novos Baianos (“Swing de Campo Grande”), embora celebre a alegria dos integrantes do grupo de pular Carnaval em uma das praças mais conhecidas de Salvador, na Bahia, cai como uma luva no estado de ânimo que a festa provoca em Edson Contar.

Figura essencial para o que a festa da Campo Grande sul-mato-grossense se tornou, pelo menos, nos últimos 50 anos, o historiador, jornalista, compositor, turismólogo e, sobretudo, folião Edson Contar, que, inclusive, atuou no Correio do Estado, traz a história do samba, das escolas e dos desfiles da Capital na ponta da língua. Em muitos dos episódios que conta, mais do que testemunha, é ele um dos protagonistas, se não “o” protagonista da situação.

Seu Edson domina o assunto, e quem já bateu um papo com ele sabe o quanto é bom de prosa.

“Quanto a essa quarta [Quarta-Feira de Cinzas], nem eu entendi isso de cair logo após o Carnaval”, brinca, soltando uma risada, ao saber o dia em que seria publicada essa reportagem. O artista da folia segue dizendo que “o Carnaval ainda é uma festa do povo”, para relembrar, em seguida, dos carnavais “de antigamente”, recuperando o nome de Goinha como o responsável pela multiplicação das escolas, na década de 1960, a partir da criação da Acadêmicos do Samba.

PATRIARCA

“Mesmo que as escolas de samba não tenham espaço para tanta gente, os blocos e cordões supriram e deram chance de participação para os que gostam da folia”, reflete o veterano, cujo sangue carnavalesco transmitido ao filho, o também historiador Jefferson Contar, rendeu como fruto o Cordão Valu, que, por sua vez, desde 2007, quando desfilou pela primeira vez, acabou se tornando celeiro de outros blocos que surgiram, como o Capivara Blasé e o Vai Quem Vem.

É que Jefferson, ao lado de sua esposa, Silvana Valu, mais uma historiadora na resenha de hoje, foi quem criou o Valu, o que faz do patriarca uma espécie de “alfa e ômega” do Carnaval campo-grandense. À frente da Secretaria de Turismo da Capital, Seu Edson não mediu esforços para trazer mais profissionalismo à celebração e decidiu, em um esforço conjunto com as escolas, investir na organização, oficializando o desfile.

As alas passaram a ser identificadas e todo um ordenamento de entrada na passarela foi estabelecido, a partir de um regulamento que procurava seguir os ditames do Carnaval carioca – a festança do Rio de Janeiro é uma das paixões confessas do compositor.

A bateria ganhou um “tchan”, a confecção das fantasias passou a ser mais requintada, assim como a definição dos temas e a criação dos sambas-enredo também deram um salto de criatividade. A ala das baianas, a comissão de frente e tudo o mais ganhou outros cuidados.

IGREJINHA

Nada, porém, foi tão fácil quanto pode parecer olhando de longe. Uma das dificuldades era, justamente, encontrar quem compusesse os sambas-enredo. E, na falta de compositores, Edson assumiu a criação do samba de cinco escolas. Aos poucos, foram aparecendo outros bambas bons de verso, como Onésimo Filho, que, no ano seguinte, assinou o samba-enredo da Vila Carvalho.

Apesar do coração grande, onde cabem todas as agremiações, Seu Edson não esconde que as coronárias pulsam com mais força quando o assunto é a Igrejinha, para a qual compôs vários dos enredos que levaram a escola, fundada em 12 de maio de 1975, a ser campeã por 24 vezes.

“E assim fiz história cá na cidade que meu bisavô [José Antônio Pereira] fundou. Quesitos, que não existiam, as escolas tiveram que adaptar. Mas o entrave seriam os sambas-enredo”, relembra o carnavalesco e cronista, que em 2016 foi tema da Vermelha e Branca.

“Ainda não atraía compositores de então, e lá fui eu compor para as cinco ou seis escolas de samba da época. No segundo ano, bem-vindo o querido Onésimo Filho, que assumiu o samba da Vila Carvalho. Em seguida, o grande Cambará traz o balanço corumbaense para a Em Cima da Hora... (Meus respeitos e saudades, mestres!)”, escreve Seu Edson em uma crônica publicada recentemente em seu perfil no Facebook.

“E eu segui fazendo o enredo para a Igrejinha, na qual fui campeão por 12 anos, com letra e música dos enredos, ficando um deles como hino da escola: ‘Maria Fumaça – Um Símbolo e Seus Heróis’, que conta a chegada da estrada de ferro por aqui, em 1914. A maioria dos meus sambas foram puxados pelo amigo Edir Valu, que viria a ser sogro do meu filho mais novo [Jefferson]”, diz o mestre, que também é autor do clássico “Ave Maria Pantaneira”.

SEM MODÉSTIA

Ele conta que também “fez” dois campeonatos pela Unidos do Cruzeiro.

“Salve, salve, querido irmão amigo Renato Picolé, saudoso sambista que também fez história nos carnavais”, exalta o carnavalesco, na conversa por telefone.

Ele passou o Carnaval em Piraputanga, onde se recupera de um resfriado. Deve estar de volta a Campo Grande hoje.

“Tenho orgulho, sim. Modéstia não cabe quando a gente pode contar de cabeça erguida uma história de vida que milhares conhecem por aqui. Fui enredo da Igrejinha quando parei com as composições. O palco da escola tem meu nome. Recebi o troféu Cidadão Samba das mãos da famosa Leci Brandão”, conta Seu Edson, atualmente com 85 anos – “cara de 58”, brinca ele – e lidando com problemas de saúde em decorrência de décadas de baforadas nos “malditos” cigarros.

“Tenho em minha galeria dezenas de troféus, que, somados ao do turismo, que leva meu nome, em mais uma homenagem em vida que me presta a ABBTUR [Associação Brasileira de Turismólogos e Profissionais do Turismo], me fazem um homem realizado e hoje conformado. Se já não tenho pernas para sambar, resta-me olhar de longe o Cordão Valu passar, e nele um pedaço de mim, pois foi meu filho e sua esposa que fundaram essa agremiação, que hoje é o top do Carnaval em Campo Grande”, emociona-se.

“TORÇO POR TODAS”

“E no dia das escolas, além da minha Igrejinha, torço por todas, pois em cada uma tive um irmão de samba e amigo da vida. Valeu, Dudu, Chipe, Edno, Goinha, Carlão, Zé Carlos, Alceu Adão, Salvador Dodero, Picolé e os meninos da Estação Primeira. Tudo passou , mas ficam as lembranças”, relata Seu Edson, arrematando a conversa com mais uma declaração de amor ao Carnaval de Campo Grande. Ou, melhor dizendo, à sintonia que a vibração carnavalesca pode despertar.

“Ser comparado como primo pobre de Corumbá é coisa do passado. Basta ver a riqueza de nossas escolas e a animação dos blocos. Cada um tem suas características, mas é verdade que os corumbaenses muito contribuíram para o crescimento dos nossos carnavais. Há uma perfeita harmonia entre nossas agremiações e as de lá. E até casos de foliões que desfilam aqui e lá no outro dia”, ameniza Seu Edson. “Tá” falado, mestre.

Eram Outros Carnavais
(Edson Contar)

Fui menino de cordão
Pierrô de colombinas 
Rapazinho, dos danados,
Sem descanso pras meninas...

Já feito, peguei caminho
Ver de perto o carnaval
Fiz do Rio o meu ninho
Tempos de paz e carinhos
De alegria sem igual...

Animado e decidido
Passei por bandas de então:
Ipanema, Miguel Lemos,
Copacabana, Bola Preta,
E no Copa o salão.

Voltei pra casa formado,
(Malandro no sentido figurado)
Assumi cargo importante
Que incluía a folia ...
E era tudo o que eu queria,
Trazer a lei pro meu chão...
Pois aqui organizaria
Com regras e novo formato
Os desfiles de então.

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