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Capa B+: Entrevista exclusiva com a atriz destaque no musical "Hairspray" Aline Cunha

Em cartaz com "Hairspray" na pele de Motormouth Maybelle, a personagem é uma figura central na trama. "Interpretar a Maybelle, em Hairspray, é uma realização e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade social."

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Aline Cunha é uma atriz e cantora paulistana que, apesar de ter uma carreira relativamente recente no teatro musical, vem ganhando destaque e reconhecimento no cenário artístico. Com uma carreira de cantora profissional iniciada aos 15 anos, ela se destacava em concursos de karaokê, onde sua habilidade vocal já chamava atenção.

Com uma forte conexão com a música, influenciada principalmente por seus pais, que a apresentaram a grandes nomes da música nacional e internacional, como Michael Jackson, Whitney Houston, Sandra de Sá, Tim Maia e Elis Regina, essas referências moldaram sua paixão e estilo musical e trilharam parte do seu caminho.

Aline é um nome em ascensão no teatro musical brasileiro, ela tem se destacado com sua força vocal e interpretação intensa. Com uma carreira que começou na música e se expandiu para os palcos, ela já enfrentou desafios pessoais e profissionais para chegar onde está hoje, incluindo sua atuação de destaque como Motormouth Maybelle no musical "Hairspray".

Embora formada também em Gastronomia pela cruzeiro do Sul, Aline sempre buscou aperfeiçoamento em sua carreira artística, participando de cursos e oficinas que enriqueceram sua formação, mas foi somente em 2022 que ela tomou a decisão de se dedicar integralmente à arte, deixando para trás seu antigo emprego em uma empresa para seguir sua verdadeira paixão.

"Foi uma virada de chave. Trocar a segurança de um emprego tradicional pelo incerto caminho das artes foi assustador, mas extremamente libertador", conta Aline, referindo-se a sua participação no musical “Se Essa Lua Fosse Minha”, considerada por ela um divisor de águas. "A conexão que senti com o público e com o próprio processo criativo foi algo que mudou minha vida para sempre", relembra.

Outro momento marcante de sua carreira aconteceu no primeiro semestre deste ano, ao ser convidada para dar vida a cantora Sister Rosetta Tharpe no musical “O Rei do Rock”, uma das figuras mais influentes e pioneiras do rock and roll. "Interpretar Rosetta foi um dos maiores desafios da minha carreira até agora. Ela foi uma mulher à frente de seu tempo, uma verdadeira revolucionária, e dar vida a essa personagem tão importante me fez crescer muito como atriz", reflete ela, que, anteriormente, esteve no elenco de “Bonnie & Clyde - O Musical”.

Atualmente, Aline está em cartaz com a nova montagem brasileira do musical “Hairspray”, onde interpreta Motormouth Maybelle, um dos papeis principais da produção, que exige uma performance vocal potente e emocionante na pele de uma mulher forte e inspiradora, que luta pela inclusão e igualdade racial durante a década de 1960.

Aline se destaca em números poderosos como "I Know Where I've Been", canção que carrega uma mensagem de resistência e esperança, temas centrais da trama, e que vem arrebatando plateias - com aplausos de pé, em cena aberta - tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, onde a produção segue em temporada no Teatro Renault. "Toda vez que canto essa música, sinto a importância da mensagem que estamos transmitindo. É um momento muito especial, não só para mim, mas para todos que estão assistindo", comenta Aline.

"Sou fã da Queen Latifah e acompanhei seu trabalho em diversas produções. Ela foi uma das minhas principais referências para construir a personagem. A responsabilidade é enorme, mas ver a resposta do público faz tudo valer a pena." Para Aline, o impacto do espetáculo é tangível: “Recebo depoimentos de pessoas que saem do teatro inspiradas. Interpretar a Maybelle é uma realização e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade social.”

Mesmo com uma carreira que começou a se consolidar recentemente, Aline já se firmou como uma artista talentosa no teatro musical brasileiro. "Estar no palco é onde me sinto mais viva e conectada. Cada projeto me desafia e me motiva a evoluir como artista", conclui, ansiosa para os próximos desafios que virão em sua promissora jornada artística.

Aline é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e em entrevista exclusiva ao Caderno ela fala de carreira, escolhas, desafios e de seu papel de tanta representatividade em "HairSpray".

“Hairspray”- Foto: João Caldas

CE - Como foi o seu início na carreira de cantora aos 15 anos? O que a despertou para ela e como descobriu os concursos de karaokê?
AC -
Eu sempre gostei de cantar e em casa fazíamos festas de família com karaokê. Meu pai sempre gostou de cantar também, então éramos parceiros ou concorrentes nos concursos que existiam entre os anos 2000 e 2005. Em um desses concursos, um dos jurados chamado Lelo Andrade, gostou do meu timbre e me convidou para participar de um grupo chamado Orquestra de Boca.

Trabalhávamos como garçons cantores e fazíamos muitas apresentações com temas musicais ou produções próprias para eventos corporativos. Meus pais ou tios me acompanhavam por eu ser menor, mas deu tudo certo e aprendi muito com os participantes do grupo, o nosso instrutor já mencionado acima e eventos que participamos.

CE - Quais foram as influências musicais mais marcantes que moldaram seu estilo e paixão pela música?
AC -
Muitas das minhas influências vieram de filmes e histórias marcantes. Lembro que quando tinha entre 5 e 6 anos houve um seriado na Globo chamado “Os Jacksons” que fez com que eu virasse muito fã de Michael Jackson.

Um filme chamado “Sarafina” com a Whoopi Goldberg ajudou a despertar a minha vontade de cantar, pois mostrava que a música trazia esperança, vontade de lutar em grupo, valorização da mulher e mãe na época do apartheid. A partir daí comecei a assistir muitos filmes com música, como O Guarda-Costas e Mudança de Hábito, sempre aprendendo as músicas principais do filme.

Meus pais também gostavam muito de dançar e íamos em bailes para nos divertir. Ali comecei a desenvolver meu gosto por música dos anos 70 tipo Stevie Wonder, Chaka Khan e Earth, Wind And Fire e samba-rock tipo Clube do balanço, Jorge Ben jor e Trio Mocotó. 

Aos 15 anos entrei num grupo chamado Orquestra de Boca, que cantava músicas de musicais e quando entrei em algumas bandas comecei a cantar rock e meus favoritos no momento, Soul, blues e jazz.

Escreva a legenda aqui

CE - Como foi sua experiência ao vencer o concurso internacional de karaokê em 2019 e representar o Brasil no Japão?
AC -
 Foi uma das melhores sensações e experiências da minha vida! Eu não sabia que esse concurso existia e uma amiga muito querida, Renata que me indicou dizendo que caso eu participasse com certeza eu iria ganhar. Houveram várias fases e os jurados e responsáveis pelo concurso nos davam  orientações a cada etapa, para que pudéssemos melhorar a nossa performance.

Procurei seguir à risca cada uma delas… e ganhei o concurso em primeiro lugar junto a um amigue que hoje podemos chamar de “Rua”. A partir do resultado tivemos semanas de muita preparação, escolha de repertório e coreografia, interação com a cultura japonesa e corremos atrás da parte burocrática, pois eu nunca tinha saído do país, nem tinha passaporte. 

Acredito que a ficha caiu só quando chegou o dia da viagem e pude me dar conta de que tudo aquilo realmente estava acontecendo. Foi incrível todo o período da viagem, conhecer novas pessoas, valorizar muita coisa que temos aqui no Brasil ao mesmo tempo que via como Japão está avançado em matéria de tecnologia e segurança, ver quanta gente talentosa tem ao redor do mundo e conhecer um pouco de suas histórias. Fiquei em oitavo lugar na categoria solo e em segundo na categoria dueto.

CE - O que a motivou a fazer a transição de uma carreira em gastronomia para se dedicar integralmente ao teatro musical?
AC -
 O meu sonho era fazer faculdade de gastronomia e graças a ajuda dos meus pais e enfrentando dois empregos para juntar o dinheiro eu consegui realizar esse sonho. O único problema é que alguns sonhos nos distanciam da realidade e digo isso, pois na faculdade é que reparei que gastronomia é um curso na área de negócios, no qual ela te dá a base para entender os conceitos, modos de preparação, segurança alimentar e tudo que envolve a boa administração da área de A&B, mas não te dá a experiência necessária para atuar no mercado.

Então é uma área muito boa para quem já tem recursos para abrir o próprio negócio ou já trabalha na área, e no meu caso não tinha nenhum dos dois! Eu nunca me distanciei da música e surgiram oportunidades que fizeram com que eu ficasse ainda mais próxima dela e no momento resolvi investir. Mas não desisti de trabalhar nessa área, mas precisa de dedicação, tempo e se possível especialização.

                       Elvis - Divulgação

CE - Quais foram os principais desafios ao fazer a transição de uma carreira segura em outra área para o incerto mundo das artes?
AC - 
Com toda certeza são vários desafios que precisam ser superados para tomar uma decisão tão importante. No meu caso enfrentei a insegurança de ir para algo desconhecido, medo de ter tomado a decisão errada e ouvir aquele famoso “sabia que não ia dar certo” das pessoas, enfrentar julgamentos, saber que está passando por uma transição de carreira depois de ter passado dos 30 anos…

Mas aprendi que na vida a gente precisa aprender a finalizar ciclos e saber identificar oportunidades. Eu não estava mais gostando da rotina que eu tinha e sabia que se não fizesse alguma coisa ela ia continuar assim por muito tempo, tanto que trabalhei por 10 anos na mesma área e sinceramente, quando a oportunidade de entrar no Teatro musical “bateu na minha porta” não queria ficar me perguntando como teria sido se eu tivesse ido… Então resolvi enfrentar com medo mesmo até o momento tem dado certo.

CE - Como foi sua estreia nos palcos com o musical "Se Essa Lua Fosse Minha" e o que esse projeto significou para você?
AC -
 “Se Essa Lua Fosse Minha” foi um dos espetáculos mais especiais que pude participar. Ele está em meu coração, pois foi a minha primeira peça e a única que meu pai pôde me assistir antes de falecer na pandemia. Acredito que essa linda história desbloqueou a minha entrada no teatro musical, pois depois fui convidada para participar de uma outra peça e comecei a passar em audições.

É uma obra que o mundo deveria conhecer, pois trata do nosso folclore envolvida numa história de amor. Uma verdadeira obra de arte brasileira desenvolvida por Vitor Rocha e Elton Towersey. A experiência foi realmente desafiadora, pois eu não tinha experiência nenhuma com teatro e tive que ensaiar praticamente todos os dias na casa da preparadora, aplicar os feedbacks dado pela diretora e procurar me convencer que eu estava realizando bem aquele papel, pois o elenco era INCRÍVEL!!!! 

CE - Que desafios você enfrentou ao interpretar a pioneira do rock Sister Rosetta Tharpe no musical "O Rei do Rock"?
AC -
 Um dos principais desafios que encontrei foi encontrar materiais daquela época para referência e claro, que a responsabilidade de interpretar alguém que viveu e foi tão importante na história da música.

Existem muitos vídeos dela tocando, cantando e dançando, mas quase nada dela num dia normal ou falando sobre sua vida então eu não sabia como ela se comportava, que cor gostava, como andava, comia, conversava entre outras ações, mas com tanta pesquisa acabei encontrando uma entrevista de alguns segundos dela falando com um repórter e dali criei um modo de interpretá-la.

Um outro desafio muito grande era que ela era uma excepcional guitarrista e eu nunca toquei guitarra, então resolvi comprar uma parecida com a dela e fazer algumas aulas para ter uma vivência mais próxima possível de alguém que toque guitarra.

CE - Sobre a sua atuação como Motormouth Maybelle em "Hairspray", como foi a preparação? Buscou referências em outras adaptações ou atrizes como Queen Latifah, intérprete no cinema e Graça Cunha,  intérprete na primeira montagem brasileira?
AC -
 Os diretores e os criativos fizeram uma interação essencial com todo o elenco de Hairspray, pois antes de contar uma história da Broadway, nós estamos tratando de temas importantíssimos e que ainda estão presentes na sociedade: a quebra de padrões na tv, racismo, gordofobia e até mulheres que sentem vergonha do próprio corpo.

Então nos envolvemos com várias pesquisas de época, conversamos sobre depoimentos pessoais sobre racismo, lgbtqia+, falta de representatividade, indisponibilidade de acessórios ou vestimenta para obesos, lugar de fala entre outros temas que foram fundamentais para que TODOS pudessem desenvolver seu personagem. 

Eu busquei referências de mulheres da época dos anos 60, mães, principalmente solteiras, influencers obesas e mulheres inspiradoras que mostram que você é linda do jeito que você é e se tiver que fazer algo deve ser por você e nunca para agradar o outro.

Para atuação eu sou muito fã da Queen Latifah e procuro acompanhar o seu trabalho em todas as produções. Ela foi uma das minhas principais referências, mas também acompanho a Viola Davis, Octávia Spencer, Solange Couto, Zezé Motta e outras mulheres extraordinárias. Tive a honra de dividir o palco com a Graça Cunha em alguns shows e acho que ela é uma mulher sensacional e verdadeira inspiração de como ter presença de palco.

Infelizmente no ano que Hairspray teve a sua primeira edição, eu não tinha contato algum com Teatro musical, então assisti alguns momentos da peça por vídeo apenas.

CE - Como tem sido a recepção do público nas apresentações de "Hairspray" e qual a sensação de interpretar uma personagem tão importante em termos de inclusão e igualdade racial?
AC -
 O público tem recebido o espetáculo de uma maneira muito especial. Aplausos em pé, depoimentos de pessoas que dizem que saíram completamente inspiradas do teatro, outros dizendo que é uma excelente peça para levar alguém pela primeira vez ao teatro e até pessoas que se sentem orgulhosas por serem da área e assistir um musical tão inspirador.

Estou com a sensação de ser mais uma pessoa que está na luta para que as coisas mudem ao mesmo tempo que realizo mais um sonho. A Maybelle é uma das minhas personagens preferidas e interpretá-la no teatro é uma tremenda responsabilidade, mas uma realização profissional inesquecível.

Recebo depoimentos de pessoas que estão se inspirando na minha presença no palco para que não desistam de seus sonhos, na vida pessoal e na vida profissional e isso faz com que eu me sinta muito orgulhosa de cada ação que eu tive para realizar para estar neste espetáculo.

CE - O que você acredita que o futuro reserva para sua carreira e quais são seus próximos desafios no teatro musical?
AC -
 Ainda não sei o que o futuro me reserva. Procuro aproveitar cada momento, pois a gente nunca sabe o dia de amanhã. Espero que surjam personagens tão inspiradores quanto os que tem no musical Hairspray. 

Todo novo personagem é desafiante, mas acho que no meu caso seria interpretar uma vilã e/ou protagonista/alternante, ou participar de algo no audiovisual ou dublagem.

FELPUDA

Com a não oficialização do caminho partidário do governador Eduardo Riedel... Leia a coluna de hoje

Leia a coluna desta segunda-feira (28)

28/07/2025 00h05

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HANNAH ARENDT ESCRITORA ALEMÃ

Em nome de interesses pessoais, muitos abdicam  do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem  para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime”.

FELPUDA

Com o passar dos dias e a não oficialização do caminho partidário que o governador Eduardo Riedel pretende seguir, atento observador disse que a classe política está de mãos atadas  para intensificar as articulações e se encontra como nas filas  de cinema na escolha de filmes, tais como “... E o Vento Levou”  (para aqueles que têm certeza que ele deixará o ninho tucano), “2026 – Uma Odisseia no Espaço” (para os que não acreditam que o governador terá tentativa de reeleição tranquila), “Clube dos Cinco” (para quem crê em palanque reunindo  o ex-presidente Bolsonaro, a senadora Tereza Cristina,  a prefeita Adriane Lopes, o ex-governador Reinaldo Azambuja  e Riedel), “O Poderoso Chefão” (para os que apostam que ele continuará seguindo os conselhos do ex-governador  Reinaldo Azambuja). O sagaz observador só se referiu  aos nomes dos filmes, não ao enredo. Essa gente...

Adoção

Em parceria com a Coordenadoria da Infância e Juventude,  o Tribunal de Justiça de MS  
vai promover o curso Preparação à Adoção – Nasce uma Família. As inscrições podem ser realizadas até quarta-feira. Mais informações  no site tjms.jus.br.

Adriana Espindola e Fernando Madeira
 Fernanda Marteloe Caue Gazel

 “Facão”

Clima de apreensão tem tomado conta de servidores estaduais comissionados, diante  dos comentários de que há “facão” previsto para agosto, que deverá vir afiado e “cortará fundo como navalha” em diversas áreas da administração. O governo fez previsão de cortar gastos em função da queda de arrecadação e estima que até o fim do ano terá de economizar de R$ 500 milhões a R$ 800 milhões. “Padrinhos” de todos os naipes já estão sendo acionados.

Realidade

As ameaças do PT de lançar candidato ao governo contra Eduardo Riedel, apontando  que este não saberia enfrentar  a oposição, arrancou risos de político antenado que só. Ele lembrou que o petismo comandou Mato Grosso do Sul por oito anos, foi destronado pela oposição, que reunia PSDB e MDB, “se desidratou e está do jeito que está”. Segundo ele, a realidade  é diferente de narrativa e não se pode subestimar adversários.

Exceção

Na real, o time tucano, do qual o governador Eduardo Riedel ainda faz parte, e os emedebistas sempre fizeram oposição ao PT. A exceção foi justamente na atual administração estadual, em que uma das alas do partido decidiu se abrigar e, depois de tomar o comando da sigla, quer impor sua vontade, exigindo apoio  a Lula e a um nome para o Senado. As lideranças do PSDB e do MDB sabem o caminho das pedras  para enfrentar a oposição.  E como sabem...

ANIVERSARIANTES

Aluízio Louzada da Cruz,

Edna Contelli,

Dendry Rios,

Kamila Diniz Mello Falkine,

Kelson Salazar Cação,

Dr. Altino Gonçalves Soares,

Claudio Pagnoncelli,

Jorge Nilson Nunes dos Santos,

Vilto Chiarello,

Valdir de Oliveira Teixeira,

Cicero Lacerda Faria,

Maria Gracia Lopes Villamayor,

Edney Silva Fuchs,

João Silva Leite,

Cristiano Vieira Canato,

Lucila Degani Neder Meneghelli,

Gabriela Fernanda Wagner da Silva,

Sérgio Luiz do Nascimento Cabrita,

Dr. Celso Massaschi Inouye,

Olímpio Stiehler,

José Zani Carrascosa,

Milton Pupin,

Geovana Costa de Souza Pimentel,

Mariluce Anache Anbar Cury,

Victor Manuel Lopes Figueiras,

Danilo Santos Pereira,

Márcio Massato Yanaze,

Carlos Alberto dos Santos Batistote,

Patricia Moraes Gomes,

Renata da Costa Paim,

Ernestina Santana,

Dra. Filomena Aparecida Depólito Fluminhan,

Luiz Borges Filho,

Odete Alves Bueno,

Kelly Arayo,

Félix Nazário Portela,

Regina Helena Neves Sampaio,

Ilka Necenas Oshiro,

Ronaldo Furtado Borges,

Ivanilda Baliego,

Kimiko Yamanada dos Santos,

Marco Túlio Schneider Pereira,

Ramona Bruch Pereira,

Dr. Carlos Augusto de Oliveira Botelho,  

Marlene Rezende Perez,

Arnaldo de Araujo Vilela,

Valter Pereira Alves,

Rosa Gomes de Castro,

Eulália Pereira da Silva,

Júlio Celso de Vasconcelos,

Margarida Nunes Miranda,

Vanessa Oliveira Assis,

Aldilene de Souza Teixeira,

Patricia Andrade Parra,

Vanessa de Oliveira Santos,

Maria Carolina de Souza,

Azanélio José Rezende Junior,

Arão Antônio Moraes,

Ariane Torres Ribas,

Fábio Rogério Canatto Coimbra,

Vanda Miranda Castilho de Oliveira,

Paulo de Souza Taveira,

Franklin Garcia Magalhães,

Silvia Helena Figueiredo da Silva,

Roberto Galante,

Aderli Lappe do Prado,

Adriana Catelan Skowronski, 

Dr. Djalmir Seixas César,

Manoel Góes Pache,

Sérgio Pacheco,  

Antônio Vieira,

Marco Roberto Dibres Sampaio,

Arnaldo Gedro Machado,

Ericson Galeano Paschoal,

Victor Olavarria e Silva,

Fernando Villa de Paula,

Cleverson Alves dos Santos,

Luiz Fernando Dall’Onder,

Alessander Protti Garcia,

Gustavo Henrique Cardoso,

Alessandra Souza Fontoura,

Cristiane Parreira Renda de Oliveira Cardoso,

Vera Lúcia Pereira de Almeida,

Dayene Regina Peixoto Lancine,

Edson Luiz Nunes,

Danilo Meira Cristofaro,

Vandir Zulato Jorge,

João Carlos Dias,

Eloine Pilegi Pareja,

Patricia Insfran Carramanho,

Luiz Inácio Abrão,

Luciana Piroli Maia,

Fernando César Bernardo,

Hiadas da Costa Reis,

Mayara Bendô Lechuga,

Raul Serra,  

João Guilherme Barbosa Elias,

Rosely Aparecida Stefanes Pacheco,

Joderly Dias do Prado Junior,

Daniela Maria Vendrame,

Juliano Cavalcante Pereira,

Rodrigo Cabrera Borges,

Leticia Teixeira Sanches,

Solange das Graças Rodrigues da Cunha Bento,

Willyan Rower Soares,

Jerdilei Aparecido dos Santos,

Samira Lira Vieira,

Lucilene de Oliveira da Silva.

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Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série "Raul Seixas: eu sou" Lívia Gaudencio

"Fazer esse trabalho foi extremamente prazeroso porque eu já era fã do Raul Seixas e tive a oportunidade de me aprofundar ainda mais na vida e na obra dele".

27/07/2025 15h30

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série "Raul Seixas: eu sou" Lívia Gaudencio Foto: Matheus Soriedem

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Lívia Gaudencio está festejando seus 15 anos de carreira como roteirista de forma muito especial! A artista é a única mulher na equipe que assina o roteiro da série “Raul Seixas: Eu sou”,  no Globoplay. 

Mineira, Lívia ainda tem no currículo o trabalho de no roteiro do filme “Maria do caritó”, estrelado por Lilia Cabral, a criação e o roteiro da webserie “Steam Girls”, sobre meninas na ciência, e o curta “Lembranças de Barcelona” sobre feminicídio.
 
Dona e diretora da Gautu Filmes, focada na produção de projetos autorais para o mercado audiovisual, ela pretende lançar este ano o curta “Onde está você agora?”, sobre uma mulher que lida com a perda gestacional e, ao mesmo tempo, precisa cuidar da mãe com Alzheimer. Além de protagonizar a produção (que tem uma equipe majoritariamente composta por mulheres), ela ainda é a roteirista e faz codireção.

Lívia também é atriz há 25 anos, e passou por escolas renomadas como a New York University e a Escuela Internacional de Cine y TV, de Cuba. A artista atuou no elogiado filme “Batismo de sangue” e na série “A cura”, da Globo. Nos próximos meses, vai rodar o país apresentando espetáculos da premiada Companhia O Trem, da qual é diretora artística.

Lívia Gaudencio é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e entrevista ao Caderno ela fala da celebração especial que está vivêndo, trabalhos, carreira e estreias.

 

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série "Raul Seixas: eu sou" Lívia GaudencioA roteirista Lívia Gaudencio é Cap exclusiva do Correio B+ desta semana - Fotos: Matheus Soriedem - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana

CE - Lívia, você integra a equipe de roteiristas da série “Raul Seixas: eu sou”, que chegou em junho no catálogo do Globoplay. Como surgiu a oportunidade de fazer parte desse projeto? Como foi a busca de histórias a serem incluídas na produção?
LG - Eu estava trabalhando em outros projetos com o Paulo Morelli, sócio da O2 Filmes, quando deram início ao desenvolvimento da série "Raul Seixas, Eu Sou".

Na época eu estava também fazendo mestrado em Estudos Sobre as Mulheres, em Portugal, e eles buscavam um olhar feminino para a narrativa. O convite de integrar a equipe surgiu e eu fiquei encarregada de desenvolver o Episódio 3, porque é quando vemos o primeiro divórcio do Raul, um momento muito traumático e delicado para ele e a ex-esposa, Edith.

A pesquisa para a série partiu de biografias, entrevistas com amigos e familiares e do vasto material disponível na mídia. A partir daí, fomos colocando a nossa digital através das criações ficcionais, principalmente no que diz respeito às cenas de realismo fantástico onde pudemos dar vida às loucuras e criações geniais da mente do Raul.

CE - No processo de criação, o que mais te chamou a atenção sobre a vida de Raul Seixas? Descobriu algo que desconhecia ou que tinha informação errada?
LG - O que mais me chamou a atenção foram as fragilidades do Raul. Todo gênio é incompreendido em sua tentativa de compreender o mundo. Raul sofreu muito por não se encaixar em dogmas culturais e regras sociais e isto o adoeceu. Acredito que a autodestruição dele vem desta dificuldade do não pertencimento.

Eu desconhecia a faceta familiar do Raul e gostei muito de desenvolver as cenas de intimidade dele com suas esposas e filhas. O que sempre chegou para o público foi a persona artística de maluco beleza que ele criou, mas o Raul tinha uma psique complexa e cheia de contradições como todo ser humano e que pudemos retratar na série.

CE - Com tanto conhecimento agora sobre a vida de um dos maiores cantores do Brasil, consegue descrever melhor a razão pela qual ele segue sendo cultuado até hoje?
LG - O Raul era visionário nos sincretismos que fazia. Seja musical, político ou espiritual, tudo era inovador nas misturas que ele fazia. As pessoas que apresentam o novo acabam sendo colocadas neste lugar de líderes. E este foi um grande dilema para o Raul, que ficava dividido entre gostar de ser cultuado ao mesmo tempo em que queria libertar as pessoas das idolatrias e ideologias cegas. 

CE - O que é mais difícil na hora de se roteirizar um projeto sobre a vida de uma personalidade relevante?
LG - Honrar a memória de uma personalidade tão gigante é uma baita responsabilidade, principalmente porque a pessoa não está mais aqui para falar por si e a obra pode ter um efeito de selar uma meia verdade como verdade inteira.

Além disso, eu acho muito delicado retratar a vida de pessoas reais, porque o que pra nós é entretenimento, para elas pode significar traumas e memórias familiares muito sensíveis. Eu sempre fazia o exercício de me colocar no lugar das esposas e das filhas, ou até mesmo dos parceiros profissionais, como o Paulo Coelho. Imaginar estas pessoas se vendo na série era uma forma de não ser maniqueísta na construção das cenas e de respeitar a história daquelas pessoas também. 

CE - “Raul Seixas: eu sou”, aliás, marca seus 15 anos como roteirista. Acredita que esse projeto é um divisor de águas da sua carreira, mesmo já tendo feito trabalhos como o roteiro do filme “Maria do Caritó”, baseado na peça homônima com Lilia Cabral?
LG - Acredito ser um divisor de águas na minha carreira pela visibilidade que, obviamente, a obra tem, mas principalmente porque o processo de criação da série me trouxe a certeza de estar no lugar certo fazendo a coisa certa. O convite para escrever a série aconteceu em um momento em que eu pensava em desistir de trabalhar como roteirista.

Eu estava fazendo mestrado em sociologia, em uma tentativa de mudar de carreira, pensando em talvez seguir na academia. Mas conciliar a escrita acadêmica com a escrita de uma série de tv me deu a perspectiva de que, apesar de adorar a pesquisa científica, minha base é o teatro e a arte é onde me sinto em casa. Foi a partir deste reconhecimento de onde mora minha pulsão de vida que decidi voltar para o Brasil e abrir minha produtora de cinema.

CE - Nesses anos como roteirista, você fez vários projetos com foco em pautas relevantes para mulheres, como feminicídio e perda gestacional. Como analisa o interesse atual do mercado e do público em ver nas telas assuntos urgentes como esses?
LG - Acho que sempre houve o interesse do público em temas que dialogam com as fragilidades humanas. Em termos mercadológicos, o que eu acredito que tem mudado é a expansão das janelas de exibição - através da internet, por exemplo - o que traz mais oferta de obras e temas que atendem a grupos de interesses muito específicos. Acredito que os temas femininos têm ganhado mais espaço no audiovisual na medida em que também têm sido mais discutidos fora das telas. 

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série "Raul Seixas: eu sou" Lívia GaudencioA roteirista Lívia Gaudencio é Cap exclusiva do Correio B+ desta semana - Fotos: Matheus Soriedem - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana

CE - Inclusive, você tem uma produtora: a Gautu. Como é ser uma mulher dona de uma empresa que gera conteúdo para o audiovisual? E como enxerga esse crescente número de mulheres atrás das câmeras?
LG - Eu abri a Gautu Filmes este ano, então ainda sou bastante iniciante como produtora audiovisual. Ser uma mulher em papel de liderança tem seus desafios porque o acesso a este lugar é historicamente muito recente para as mulheres, mas acredito muito no potencial de transformação das relações de trabalho que vem da visão feminina no mundo empresarial.

Este ano foi produzido o primeiro curta-metragem pela Gautu Filmes e, propositalmente, priorizei contratar mulheres nas funções principais. Além de fortalecer a presença de mulheres no mercado audiovisual (que ainda é sub-representada e sub-remunerada), eu queria uma atmosfera mais feminina porque a história do curta pedia isso. Acredito que deu muito certo, pois tivemos um ambiente colaborativo e mais horizontal na tomada de decisões e isso possibilitou, inclusive, otimizar o orçamento através de parcerias firmadas através destas mulheres.

CE - Além de escrever, você também atua e já fez trabalhos na TV e no cinema. Pensa em fazer novelas? Acredita que estar no elenco de uma produção da TV aberta ainda é fundamental para uma carreira de sucesso?
LG - Eu quero muito voltar a atuar com mais frequência. Eu andei afastada dos palcos e das telas porque estava dedicada à maternidade, então a escrita era algo mais possível de conciliar com o tipo de maternidade que eu escolhi para minha relação com meus filhos, até este momento. Eu nunca atuei em novelas então eu gostaria sim de viver esta experiência.

Reconheço que o alcance que a novela tem, amplia as possibilidades de atuação dos artistas, mas o mais gratificante pra mim é poder  interpretar personagens que eu me conecte de alguma maneira, que eu enxergue algum sentido em viver aquela história na pele. Não importa se eles vêm através das narrativas de novelas, cinema ou teatro. 

CE - Com 15 anos como roteirista e 25 como atriz, quais seus sonhos profissionais?
LG - Tenho muitos sonhos comuns à profissão. Acredito que todo ator e atriz já se imaginou ganhando um Oscar, por exemplo (risos). Mas prefiro ir desenhando meus caminhos à medida que as possibilidades se apresentam. Realizar meu primeiro projeto de longa ou série autoral seria uma grande realização profissional e, agora, com a Gautu Filmes, é algo possível de acontecer. Depois desta realização, já posso seguir para um sonho maior.

CE - Lívia, quais seus próximos projetos a caminho?
LG - Tenho vários projetos em andamento. Vou dando mais atenção a um, ou a outro, à medida em que vão avançando. Alguns projetos não podemos mencionar por causa de contratos. Mas posso dizer que, no momento, estou focada na finalização do curta-metragem "Onde está Você agora?", que escrevi, co-dirigi e protagonizei. A ideia, a princípio, é circular por festivais e buscar novas colaborações através da Gautu Filmes.

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